Hoje em dia é muito comum que as pessoas reclamem que a nova geração de bandas de pop punk tem sonoridades parecidas. Por outro lado, “fazer mais do mesmo” não é tão ruim quando se apresenta algo de qualidade. Em The Peace and the Panic, os galeses do Neck Deep não reinventam a roda. Porém, refinam tudo o que vem sendo feito nos últimos anos por eles mesmos e outros artistas. E esse já o principal motivo para escutar esse disco.
Ao terminar de ouvir, eu tive a mesma sensação de quando ouço o Nimrod (1997) do Green Day. Apesar de sonoridades diferentes, a impressão que tenho é que ambos conseguem resumir bem o conceito do pop punk da época do seu lançamento. Além de ter canções “acessíveis” a diversos tipos de públicos, são uma ótima forma de conhecer o estilo.
Os quatro singles lançados pelo grupo – Happy Judgement Day, Where Do We Go When We Go, Motion Sickness e In Bloom – representam bem o que é a base desse disco. O easycore com um imenso flerte com o pop. Ou seja, um material fácil de entender e se apaixonar pelas melodias “chicletes”.
A evolução do Neck Deep em The Peace and the Panic é absurda se comparada ao último trabalho, Life’s Not Out to Get You (2015). Isso vale pelos os arranjos do álbum, assim como pelas letras, muitas vezes compostas em parceria com o produtor Mike Green.
Na minha opinião, a história contada pela letra de 19 Seventy Sumthin’ faz dela a melhor música do álbum. Ela apresenta a vida de um homem que tem grande apreço por sua família e as lições que ensinou aos filhos. Realmente difícil não se emocionar.
Mas outros temas de quem está na fase dos 20 e poucos anos são abordado. Paranoias modernas (The Grand Delusion) e histórias de relacionamentos (Wish You Were Here e Critical Mistake) são alguns dos assuntos apresentados na voz de Ben Barlow.
The Peace and the Panic, que está sendo lançado pela Hopeless Records, pode ser considerado o ponto de virada na carreira do Neck Deep. Apesar de utilizar muitos clichês que fazem parte do gênero pop punk, a banda ainda consegue apresentar algo diferente. E isso já basta para colocar entre os melhores do ano dentro do seu gênero.