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Luedji Luna: de Salvador para conquistar o mundo

Com um álbum de estreia que conquistou o Brasil, Luedji Luna leva sua luta e enorme bagagem musical para uma turnê internacional.

Na lista de artistas nacionais para acompanhar de pertinho, Luedji Luna é um forte destaque. A cantora e compositora baiana lançou seu primeiro disco em 2017. Desde então, vem mesclando influências e agregando valor à música nacional. Nos próximos meses, embarca em sua primeira turnê internacional, levando sua arte para o mundo.

Luedji Gomes Santa Rita nasceu em Salvador. Filha de Orlando e Adelaide, respectivamente um historiador e uma economista, a artista sempre esteve ligada em temas sociais. Cresceu aprendendo sobre política – influência direta de seus pais, que se conheceram na militância negra de Salvador.

“Luedji” significa amizade e rio em tchokwe, língua oficial de Angola. Também é o nome de uma personagem do romancista angolano Pepetela. Na história, Luedji é rainha do povo Lunda. Seu pai, inspirado pelo livro, batizou a cantora com um nome que carrega muita força e coragem.

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Seu pai foi um dos integrantes do grupo musical Raciocínio Lento, então sempre teve a veia artística na família. Começou a compor aos 17 anos, enquanto cantava em bares de sua cidade natal.

Luedji ingressou no curso de Direito da Universidade do Estado da Bahia em 2007, e mesmo formada, optou por dedicar-se exclusivamente à música. Foi em meio a esta decisão que pegou sua mala e veio para São Paulo, sem hesitar.

Reconhecimento instantâneo

Quando veio à capital paulista, em 2015, Luedji começou a viabilizar sua carreira musical. Ela viveu na Barra Funda, onde a solidão começou a bater forte. “São Paulo foi pensada geograficamente para afastar os corpos negros”, disse a compositora em entrevista para a Revista Trip.

Em 2016, gravou o primeiro clipe de seu projeto. Um Corpo no Mundo reflete temas como ancestralidade, destino e racismo. O investimento em arranjos delicados reúne a complexidade do jazz aos ritmos brasileiros. Fruto do novo MPB, sua voz determinada é fonte de inspiração.

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Sob altas expectativas dos fãs, muitos atraídos pelo primeiro videoclipe, Luedji gravou seu primeiro disco. Um Corpo no Mundo (2017), criado à seis mãos, é uma obra que reluz diversidade. Foi feita com instrumentistas de vários países: Aniel Someillan, baixista cubano; Sebastian Notini, artista sueco que cuidou dos arranjos; Rudson Daniel, percussionista de Salvador; François Muleka, violonista descendente de congoleses; e Kato Change, guitarrista do Quênia.

Na mescla de influências culturais, o álbum se tornou uma obra de música do mundo. Seu impacto na cultura nacional é imenso, resultando em 11 faixas completamente múltiplas. As canções são imersivas, intercalando da sensibilidade ao grito com letras sempre ricas. Um exemplo é Iodo + Now Frágil, que trata de discriminação e problemas sociais da forma mais poética possível.

Com relação ao visual, a ideia de afirmação estética da cultura negra brasileira é forte, refletindo também em questões sociopolíticas. Todos os caminhos adotados no disco são pensados minuciosamente por Luedji, que faz de seu olhar um prisma para diferentes reflexões culturais.

O trabalho atraiu a crítica especializada, vencendo prêmios relevantes como Bravo!, Caymmi de Música e o Prêmio Nacional de Expressões Afro-brasileiras. Ela também concorreu em duas categorias do Women’s Music Event 2018, uma premiação musical feminina.

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Caminhando rumo à música mundial

Luedji usa seu poder de discurso para combater o racismo. Une arte, militância e liberdade num projeto muito maior. Exemplo disso é sua primeira turnê internacional, que está marcada para os meses de junho e julho deste ano.

O enfoque de sua apresentação está na ancestralidade africana. Luedji reúne temas como política, violência, cotidiano nas sociedades urbanas e religiosidade africana. Cada ponto das letras reflete dinâmicas maduras, carregadas de sentimento.

A cantora lançará Um Corpo no Mundo em versão CD e LP pela Europa em 21 de junho, e sua viagem começa no dia 28, no Canadá. Luedji fará uma participação no Montréal Jazz Festival, evento que reúne grandes nomes da música mundial, como Norah Jones, Bebel Gilberto e Mr Eazy. No dia 30, abre o show de Luanda Jones no Lula Lounge, evento que ocorre em Toronto.

Já no mês de julho, começa efetivamente sua Europe Summer Tour. Partindo de Amsterdã, a cantora passará por vários festivais europeus. Também fará um giro de shows próprios por Alemanha e Portugal. Do Brasil para o mundo, Luedji é um retrato do multiculturalismo e da necessidade de expressão. E é desse tipo de inspiração que você precisa para sentir o que é arte. Conheça o álbum Um Corpo no Mundo:

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