“Vai ser sensacional fazer praticamente todas as datas do Garage Sounds, ainda mais ao lado de tantas bandas e artistas incríveis. Será um enorme aprendizado para o Surra”.
Assim Vitor Miranda, baterista do Surra, explica como será a participação da banda em um dos maiores eventos de música underground do país. O Surra tocará em dez das 11 cidade (Manaus, Belém, Recife, Santos, Maceió, Belo Horizonte, Aracaju, Fortaleza, Rio de Janeiro e Natal), ficando fora somente de Curitiba.
Esse reconhecimento, que tornou a banda uma das headliner do evento, não é repentino. O Surra vem de conquistas e mais conquistas no cenário do hardcore/punk nacional. Iniciada em 2012 com moral e expectativas, já que os integrantes vieram da extinta Like A Texas Murder, o Surra comprovou o que era esperado.
A trajetória
O trio debutou com o incrível Bica Na Cara, trabalho que trouxe alguns dos maiores sucessos até hoje, como Valeu Memo e Vida de Babaca.
Depois, a banda não parou mais. Lançou o EP Somos Todos Culpados, e mais três novos singles, sendo um com a banda Enxofre.
Em 2016 veio o Tamo Na Merda, disco que fez o grupo atingir outro patamar na música independente brasileira. Posteriormente, o Surra rodou o Brasil, tocou em quase todos os estados.
Chegou até a fazer uma tour na Europa, tocando em 20 cidades de oito países diferentes (República Tcheca, Alemanha, Áustria, Holanda, Bélgica, França, Espanha e Portugal). Repetiu a dose em 2018.
Com carreira já consolidada, o Surra colheu os frutos e continuou fazendo o que sabe de melhor. Ainda em 2016, lançou o DVD A Porra Pegou, gravado em Belém.
Na sequência, o EP Ainda Somos Culpados, de 2018, manteve a pegada repleta de sonoridade extrema e letras que tocam nas feridas do povo brasileiro.
A banda, que ficou em 31º lugar entre as 100 melhores da história da Baixada Santista, em pesquisa feita pelo Blog n’ Roll, foi reconhecida por Marcelo Falcão (O Rappa) em passagem por Santos. Ao comentar sobre o trio, o músico disse estar com “saudade de ficar no meio da roda”.
O que esperar do show da Surra
O trio, formado por Leeo Mesquita, Guilherme Elias e Victor Miranda, chega ao Garage Sounds dando atenção ao seu mais novo disco, Escorrendo Pelo Ralo. Contudo, a prioridade do setlist passa a ser do trabalho mais recente.
Vale lembrar que as músicas do Surra são geralmente rápidas. Portanto, é possível esperar cerca de 20 músicas no evento. Suas apresentações são sempre energéticas regado a muita stage dive, circle pit e o famoso bate cabeça.
“As pessoas podem esperar a nossa energia de sempre no palco. Pensamos toda a nossa rotina e nossa vida durante a turnê para subir no palco e poder dar 100% de nós”. Victor Miranda, baterista do Surra
Uma das coisas interessantes do Garage Sounds é o festival incluir Santos na rota. A cidade sempre foi uma referência em hardcore, mas ultimamente tem enfrentado dificuldade para incluir grandes shows no seu calendário. Com isso, as grandes apresentações ficam concentradas em São Paulo.
“Existe uma diferença enorme pois Santos é uma cidade muitas vezes menor. Em São Paulo, existem várias ‘sub-cenas’ de vários estilos diferentes, até mesmo do punk, que dificilmente vão se cruzar. Em Santos isso não ocorre, pois já são poucas pessoas, se rolar ainda mais divisão, aí ninguém sai de casa mesmo”.Victor Miranda, baterista do Surra
Posteriormente ao Garage Sounds, o Surra pretende continuar com seus shows pelo país. Até o fim do ano, a ideia é gravar e lançar um videoclipe. “Seguir compondo alguns sons novos como sempre”, conclui o batera.
Serviço do Garage Sounds
O lineup conta com 16 bandas. Elas se apresentam em 10 de agosto, a partir das 22h, na Arena Club.
Mesclando veteranos com gratas revelações, o Garage Sounds escalou para a etapa santista os seguintes nomes: Gloria, Hateen, Zander, Esteban, Surra, Molho Negro, Vulcano, Mar Morto, Paura, Statues On Fire, Bayside Kings, Dinamite Club, Cannon of Hate, Mistanásia, Blackjaw e Mars Addict.
Os ingressos para o Garage Sound estão à venda e custam entre R$ 52,50 e R$ 105,00. Para comprar, acesse o Sympla.
