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E o Oscar de grande injustiçado de 2020 vai para… Meu Nome é Dolemite

Com os indicados do Oscar anunciados, começaram a se apontar alguns filmes que poderiam aparecer nas principais categorias da premiação. Meu Nome é Dolemite é o principal deles. Aliás, a Netflix poderia, depois de 38 anos, emplacar três longas de um mesmo estúdio na mesma categoria. A última vez que isso aconteceu foi em 1982, quando a Universal disputou com Atlantic City, Reds e Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida.

A Netflix, todavia, estará representada “apenas” com os badalados O Irlandês e História de um Casamento.

Meu Nome é Dolemite poderia ter emplacado indicações nas categorias de Filme, Trilha Sonora, Figurino, entre outras. Pois, até então, já havia feito sucesso no Critic’s Choice Awards vencendo como Filme de Comédia, Design de Figurino. Ademais, recebeu indicações de Cabelo e Maquiagem e Ator (Eddie Murphy).

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No Globo de Ouro, foi indicado para Filme de Musical ou Comédia e Ator em Musical ou Comédia. O filme está com 97% de aprovação no Rotten Tomatoes.

Sobre o filme

Vendedor de discos e comediante nas horas vagas, Rudy Ray Moore (Eddie Murphy) começa a ouvir as histórias de moradores de rua para alavancar sua carreira profissional, trazendo um estilo novo de piadas polêmicas.

Após fazer um imenso sucesso como Dolemite, um personagem que criou, Rudy criará um filme para expandir cada vez mais seu nome.

Eddie Murphy é um dos atores mais importes de sua geração. Porém, isso não significa que ele faça filmes reconhecidos pela crítica especializada, tanto que só com Dreamgirls – Em Busca de um Sonho conseguiu seu único prêmio relevante, um Globo de Ouro como Melhor Ator Coadjuvante. Também recebeu uma indicação ao Oscar, mas perdeu para Alan Arkin (Pequena Miss Sunshine).

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Mas em Meu Nome é Dolemite, Murphy traz a sua melhor atuação em toda carreira. E isso pode ser visto durante os 118 minutos do filme. Logo nos 15 minutos iniciais, antes da primeira apresentação como Dolomite, Eddie mostrou todo o talento transparecendo a decepção de Rudy em não conseguir virar um grande artista.

Eddie Murphy se sobressai

Murphy consegue brilhar até atuando propositalmente ruim, como na cena em que está lutando no filme criado por Dolomite, acertando em cheio como Rudy Ray era em vida.

Também produtor da obra, Murphy consegue se expressar muito bem nos momentos mais dramáticos do filme, mostrando toda a vergonha do personagem em não conseguir tal feito. Não haveria uma pessoa melhor do que Eddie Murphy para este papel.

O resto do elenco é composto por Keegan-Michael Key (da série MADtv), Mike Epps (Se Beber não Case), Craig Robinson (A Ressaca) e Wesley Snipes (Blade) e aparições de Chris Rock e Snoop Dogg.

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De todos, o maior destaque fica para Snipes, que sumido das grandes produções desde Os Mercenários 3, entregou uma ótima atuação como D’Urville Martin, diretor do filme estrelado por Rudy.

Trilha sonora e figurino

Iniciando com Let’s Get It On, a trilha sonora é essencial e muito importante para o desenvolvimento de Meu Nome é Dolemite. Sem dúvida alguma um dos pontos altos do filme. Sempre realça e ambienta o contexto geral da época e local em que Rudy viveu.

Não só as músicas ajudavam, como o figurino também. Desenvolvido por Ruth E. Carter, vencedora do Oscar por seu trabalho em Pantera Negra, a extravagância das roupas usadas por Dolomite tornava uma das principais características do personagem, que realçada por Ray, era preciso ser assim para conseguir o sucesso.

“É tudo de mentira. Você coloca uma capa e vira um herói” Rudy Ray Moore

Ao assistir o longa, parecia, de fato, que estávamos vendo um filme da década de 1970, por isso, Figurino era uma categoria em que Meu Nome é Dolemite deveria estar.

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O filme é repleto de ações verbalizadas que, de certa forma, atrapalha a experiência. Como, por exemplo, as frases “é difícil entrar para o show business, eu faço o que for preciso” e “eu quero que todo o mundo saiba que eu existo“.

A excelente atuação de Eddie Murphy, feliz ou triste, já mostra isso sem palavras. Talvez esse seja o único ponto ruim no roteiro.

Um filme dentro de outro

Escrito por Scott Alexander e Larry Karaszewski, dupla de O Pestinha 1 e 2, Homem na Lua, 1408, entre outros, o roteiro conseguiu perfeitamente trazer uma cinebiografia diferente das demais, conduzindo humor e drama de forma fluida.

Na passagem do segundo para o terceiro ato, Meu Nome é Dolemite passa a ser um filme dentro de outro. Tal técnica lembra bastante O Artista do Desastre. E faz isso sem se perder, deixando a trama mais interessante.

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Uma das cenas mais legais do longa é quando Dolemite prefere não estar na sessão de gala da pré-estreia. Ele opta por estar nas ruas, mas fazendo suas rimas com as pessoas.

O roteiro bem escrito possibilitou ao diretor Craig Brewer fazer o melhor filme de sua carreira. Anteriormente, ele havia dirigido somente seis longas, sendo o remake de Footloose o único reconhecido.

O que torna o longa bom é saber que a história é real. Além disso, Rudy Ray Moore fez sucesso com um cinema de má qualidade por ser um artista extremamente versátil. E esse é o principal acerto de Craig: apresentar Rudy a quem nunca ouviu falar dele. Isso sem de sua contribuição para o cinema e até para o Rap, pois o chamam de Padrinho do Rap.

Não é à toa que o longa está dando o que falar. Grandes atuações, roteiro bem feito, além de figurino e trilha sonora excelentes. Esse é um dos melhores filmes de 2019. Mais um grande acerto da Neftlix. Meu Nome é Dolemite é o grande injustiçado do Oscar 2020.

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