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Lady Pills: rock, empoderamento e consciência artística

A Lady Pills é uma daquelas bandas de rock que te transportam para outros planos a cada batida. O duo se conheceu na Berklee College of Music, uma das mais conceituadas faculdades de música do mundo, e formou a banda em 2015, em Boston. Neste mês, a Lady Pills lançou o álbum Pink Void, disponível em todas as plataformas digitais. Em entrevista para o Blog n’ Roll, as frontwomen Ella e Alison nos contam um pouco de sua história. Vamos falar um pouco sobre vocês. Como a banda se formou? Ella: Eu pensei no nome quando era caloura, um tempinho atrás, e ficou comigo até que chegou a hora de usarmos. Eu e Alison somos o coração da banda. Nós trabalhamos com diferentes bateristas nos últimos anos, todos trazendo várias formas e estilos para nossa música. Claire Duhring foi quem ficou mais tempo, antes de formarmos com Ruben Radlauer. Vocês são musicalmente próximas? E: Com certeza. Há uma química na forma como ouvimos, escrevemos e exploramos nossas ideias juntas que acho que não poderia existir com mais ninguém. Há tanta magia na criação e na performance, e não acho que conseguiríamos fazer o que fazemos se não houvesse. Alison: 100%! Nós queremos alcançar as mesmas coisas na música e também desenvolvemos nossas vozes e instrumentais juntas, o que tem sido muito especial no jeito que compomos e tocamos. Não gostaria de fazer isso com mais ninguém. Vocês têm família na indústria musical? E: Meus pais são músicos. Minha mãe canta e toca piano, enquanto meu pai tinha uma banda nos anos 1980, que até chegou a tocar na CBGB. Eles sempre me encorajaram e apoiaram muito na música. A: Meus parentes também são bem musicais. Do lado do meu pai, temos muita influência bluegrass, e da minha mãe, a ênfase é na música clássica. Minha mãe foi professora de piano, além de tocar flauta e cantar. Ela me acompanhou em tudo relacionado ao violino e continua me inspirando na jornada pelo que amo. O que mais gostam na música? A: A forma como ela te faz sentir de tudo. Assim como qualquer outra forma de arte, a música tem a habilidade de comunicar emoções com mais que palavras. Escutar um álbum bem potente pela primeira vez é provavelmente uma das melhores sensações possíveis. E: Como um meio criativo, é ilimitado. Não é preto e branco em nenhuma forma. Não é linear, o que significa que pode ser qualquer coisa. E ser parte de algo que pode ser qualquer coisa é demais. Quem são seus maiores ídolos? A: Musicalmente, meus ídolos são compositores como Rachmaninoff, Bach, Shostakovich e Mahler. São criadores que conseguem pintar obras vastas e específicas com os sons, evocando emoções que nenhuma palavra consegue. E: Lou Reed sempre me inspirou como compositor e como pessoa. Eu amo a forma como ele pensava e o modo como viveu. Quais são seus maiores sonhos e aspirações pro futuro? E: Eu adoraria sair do país, principalmente se pudéssemos ir de avião. Também seria o máximo entrar em turnê com alguém que admiramos, nem que seja uma só vez. Me sentiria feliz e realizada! A: Eu concordo. Seria um sonho sair do país e tocar com uma banda que amamos. Falando em tour, qual foi a experiência musical mais gratificante que vocês tiveram? E: Nós tocamos no Lollapalooza em 2017 pela Berklee, que foi sensacional. Foi uma brechinha dentro daquele mundo, que muitas pessoas não tem a chance de vivenciar. Não tenho certeza se seria o mundo ideal para nós, mas foi uma perspectiva importante, de qualquer jeito. Sobre o processo de criação, existem funções delegadas para cada uma? E: Fazemos tudo juntos. É muito tempo, paciência e confiança na magia que nos permite explorar a música até que algo soe bem. A: Nós colaboramos muito nas composições. Constantemente pegamos um acorde ou levada para que a outra tenha tempo e espaço de ouvir todas as opções. Dá muito trabalho escrever sentimentalmente, mas nós amamos esse processo exploratório e onde ele pode nos levar. Vocês curtem experimentar diferentes referências musicais? A: Acho que somos influenciados por vários dos artistas que gostamos, e amamos focar nos detalhes estranhos, nas sensações. Eu não acho que conseguiríamos nos prender em um estilo único, e também acho que nunca esperamos ser classificadas em um estilo só. Simplesmente tocamos o que parece bom. De onde vêm suas maiores inspirações para compor? A: Acho que minhas maiores inspirações vêm dos lugares mais espontâneos. Eu sempre senti que me manter inspirada é um trabalho por si só, você tem que sair do seu espaço imediato ao desconhecido para experimentar isso. Às vezes vem de um bom show, outras vezes de uma entrevista no rádio, ou até de uma árvore crescendo na calçada. Qualquer coisa, mesmo. Como vocês descrevem a cena musical para bandas femininas na sua cidade? E: Quer saber, você é a primeira pessoa que nos pergunta sobre isso. Oportunidades e suporte? Sim. Em larga escala? Não tanto, pelo menos que tenhamos visto até agora. A maioria dos produtores são homens, que apenas entendem o que fazer com a energia e música feminina quando ela cai numa categoria que eles já tenham desenhado. Nós éramos a banda de meninas bravas, e isso foi relativamente fácil de vender. Não há nada de errado com o que fazemos, e as mulheres DEVEM ficar bravas porque esse é mundo fodido e dolorido. Mas eu tenho percebido uma mudança desde que nosso som mudou. Agora, somos unicamente focadas na música, e eu acho que muitos homens no comando da cena não sabem bem o que fazer com isso. Para nós, é tão empoderador, poderoso e feminista de nós fazer música desse jeito que vamos continuar fazendo. A: Vira e mexe eu sinto que nós não somos levadas a sério com a música que escrevemos agora, em Boston. Foi fácil ser empurrada em rótulos quando nosso álbum anterior saiu, como a Ella disse. Eu entendo que provavelmente é confuso para alguém ouvir