Greta Van Fleet pode ter novo álbum lançado em 2020

Greta Van Fleet

O Greta Van Fleet tem enfrentado uma jornada e tanto nos últimos 12 meses de banda. Além da fama mundial, o quarteto teve que lidar com vários cancelamentos por motivos de saúde. Mesmo admitindo que sua tour tem sido tanto inspiradora quanto exaustiva, os garotos não estão nem perto de parar. Prova disso é o lançamento de uma sequência ao seu aclamado álbum de estreia, Anthem Of The Peaceful Army. O frontman Josh Kiszka contou à Kerrang! que o sucessor do disco será um lançamento completo, com uma completa evolução do som da banda. “Por cerca de dois meses no coração do verão deste ano, nós realmente ponderamos tudo na escrita e gravação. Nós esperamos que em algum breve momento do próximo ano, nós possamos disponibilizar. Estamos muito animados com isso”. Na entrevista, a banda foi questionada sobre seu som. Depois de críticas à proximidade de sua música com o Led Zeppelin, Greta Van Fleet parece estar sempre tendo que provar alguma coisa. Porém, segundo Kiszka, eles lidam com a situação exatamente ao contrário. “O modo como lançamos nossa música é porque escrevemos para qualquer um que tenha algum motivo para nos ouvir. Nós estamos criando algo simplesmente pelo prazer de tornar palavras em arte, algo que nos orgulhemos, que nós mesmos gostemos de ouvir”. “Não acho que nós precisamos provar alguma coisa, particularmente, mas pontuar algumas coisas sobre nosso mundo e nossa sociedade. Alguns destes elementos estarão presentes neste álbum. E eu acho que esse é o próximo passo, na evolução e no som desta banda”. Ainda não há previsão de estreia, mas como o material parece já estar todo pronto, podemos esperar por um novo álbum do Greta Van Fleet em 2020.

The Weeknd lança música em comercial da Mercedes-Benz

The Weeknd

Após seu retorno ao Instagram, The Weeknd parece pronto para uma nova fase. A confirmação veio com o lançamento de uma nova canção. Blinding Lights foi divulgada como trilha de um comercial da Mercedes-Benz. O comercial mostra o cantor promovendo um carro de luxo da nova linha EQC. A faixa eletrônica, que lembra o estilo de Starboy, ganhará um clipe completo na sexta-feira (29). Além da nova música, o cantor está em muitos projetos novos. Ele também estreia nas telonas como parte do elenco de Uncut Gems Confira o comercial com um trecho da canção: Drama a caminho O starboy parece estar prestes a divulgar uma outra faixa. Mas dessa vez, a canção seria um pouco polêmica: seria dedicada à ex-namorada, Selena Gomez. Segundo o Entertainment Tonight, o cantor teria registrado a faixa Like Selena na Organização de Direitos Autorais, a ASCAP. O casal teve um breve relacionamento, mas as coisas não deram muito certo. A fase que veio a seguir, com canções melancólicas como Call Out My Name e My Dear Melancholy, foi sinalizada pelos fãs como inteiramente dedicada ao relacionamento. Dois anos após o término, o cantor não se pronunciou muitas vezes sobre o assunto. Mesmo sem confirmações por parte do artista, uma faixa com o nome de Selena dispensa suposições, não é mesmo? Vale esperar para ver!

O rap e o resgate da identidade negra

Tem quem diga que vivemos em tempos de retrocesso, mas muitos artistas do rap nacional vão na contramão, com uma palavra que pode parecer até ser sinônimo: resgate! E a identidade é o alvo! Thiago Elñino é a prova disso. Peculiar, intenso e verdadeiro. É assim que descrevo seu jeito de fazer rap, preocupado em resgatar a ancestralidade. Em Diáspora (2016)  ele aconselha para “buscar sua raiz”. No final, canta “Irmão, me diz qual é o receio, de saber de onde tu veio, de saber quem você é. Irmão, fizeram tu achar feio, você vir de onde tu veio, destruíram sua fé”. O recente álbum dele, Pedras, Flechas, Lanças, Espadas & Espelhos, também tem essa vibe de trazer o passado a tona.   Lembro da vez que fui gravar para o meu Trabalho de Conclusão de Curso e a entrevistada disse que só se descobriu negra com quase 40 anos. Em uma época da vida, ela vivia um namoro no qual a mãe do cara não gostava dela por ser negra. Ela me disse que se naquela época  tivesse a consciência que tem hoje daria até turbante de presente para a sogra, só ‘para causar’. Falou isso com super alto astral. Ter consciência de si é sobre autoestima também. O rap retrata a vida Escuto a música Um dia de Injúria, do Amiri. Ele conta a história de um garoto que passou por racismo em toda sua vida, principalmente na infância e isso fez com que se sentisse feio. Que pessoa negra nunca se sentiu constrangida quando as crianças resolviam fazer uma lista de “pessoas mais bonitas da classe”.  Recentemente, um professor de Santos foi gravado chamando uma aluna preta de feia e outras demais expressões fruto do racismo. A letra de Amiri representa a vivência de muitos. Na adolescência, qual pessoa negra não se sentiu sozinha em um final de festa enquanto vários casaizinhos se formavam? Principalmente em um ambiente majoritariamente branca.  Autoestima Aí quando a Drik Barbosa lançou Rosas, eu fiquei abismada no replay. Olha o pique, o nível de autoestima da música. “Sorriso no rosto, isso te incomoda?”. Pois é né! Além de várias referências históricas negras na letra.  A busca pela identidade abre caminho para muitas questões serem trabalhadas. E um dos pontos é que a partir do momento que você se reconhece, se sente diretamente atingido pelos acontecimentos: atravessados pelo racismo de cada dia. Quando vejo alguém como MC Soffia, de 15 anos, e MC Caverinha, de 11, fazendo sucesso tão cedo e tão cientes da identidade deles, com todo apoio que merecem, fico com aquela pontada de esperança. Preta Rara já canta que “meninas negras não brincam com bonecas pretas”, em Falsa Abolição (2015). Um ano depois, MC Soffia  cantava “Devolva minhas bonecas. Quero brincar com elas. Minhas bonecas pretas. O que fizeram com elas?” Hoje, a jovem cantora anda muito bem com sua identidade, pelas letras da música. Hoje, ela canta que o “Continente mais rico é a África”, em É o Hype. A música integra o próximo EP intitulado Soffisticada.  O rap se insere nesse momento de resgate da ancestralidade como caminho para uma sociedade e indivíduos mais conscientes, principalmente em relação ao autoconhecimento. Aquela sensação se saber que você não é “feio”. Pois repito, como disse Thiago Elñino “fizeram tu achar feio, você vir de onde tu veio”. Um movimento em cadeia emerge quando olhamos para a identidade, e antes disso, para trás. 

Filme sobre ex-vocalista do Blind Melon estreia em 2020

Shannon Hoon

A onda dos documentários não para. A escolha da vez é Shannon Hoon, ex-vocalista do Blind Melon, que ganhará um documentário. All I Can Say tem lançamento previsto para 2020. O título aluz ao verso da principal canção da banda. Segundo a Variety, as produtoras Double E Pictures e Live Nation Productions se engajaram recentemente ao projeto. O filme será criado a partir de mais de 200 horas de vídeos caseiros do cantor. Os takes foram realizados por Danny Clinch, compositor e amigo íntimo de Hoon. El também assina a co-direção do documentário junto a Taryn Gould e Colleen Hennessy. Segundo entrevista de Clinch à Variety, graças à própria obsessão de Hoon por filmagens, o filme se torna possível. “Percebemos que, basicamente, tínhamos todos esses vídeos de um cara que se filmou obsessivamente por cinco anos, antes da fama até o dia de sua morte”. “Foi o início da tecnologia em que as pessoas começaram a filmar uns aos outros, e ele estava muito à frente de seu tempo. É um dos primeiros momentos de alguém que estava arquivando sua própria vida”. A curta jornada de Shannon Hoon Hoon foi o personagem perfeito de uma história trágica. Faleceu de overdose aos 28 anos, com apenas dois registros em sua carreira. Seu álbum auto-intitulado de estreia foi um sucesso, conquistando platina quádrupla. O single No Rain, de 1992, foi um dos maiores hits da década. Clinch ainda afirmou à Rolling Stone, em 2015, como Hoon era repleto de criatividade e potencial. “Ele poderia se tornar seu melhor amigo imediatamente. Sua energia era ótima. Ele era realmente criativo e super amigável. Ele definitivamente gostava de se divertir e apreciava o estilo de vida do rock and roll, com certeza”. O Blind Melon encerrou suas atividades por mais de uma década após a morte de Hoon. Em 2006, a banda retornou com um novo vocalista. Travis Warren, da Rain Fur Rent, foi o escolhido para assumir o posto.

Nekomata: Muñoz mistura ancestralidade e experimentalismo em novo disco

Manuel e Samuel Fontoura são dois irmãos de Uberlândia, Minas Gerais. Juntos, eles formam o duo Muños desde 2012. O grupo atualmente reside em Florianópolis, Santa Catarina, e acaba de divulgar o disco Nekomata via os selos Abraxas e Locomotiva Records. O álbum contém dez músicas e é recheado de virtuosismo e criatividade. Isso porque consegue imprimir características que vão desde o espectro do indie rock dançante à temperos percussivos e jazzísticos. Estes ficam muito visíveis na faixa Ogu, aliás, que ainda assim não perde as guitarras distorcidas. E bem como nesta música, quase que todas as demais obtém este timbre um tanto quanto sujo, seco e grave que me remete sutilmente ao Black Keys em seus primeiros discos. O porém é que esse “cru” dialoga com synths e vozes doces (que soam quase como backings, de tão baixos). Na faixa-título, Nekomata, isso é colocado de forma mais clara. A música Blue Cat & the Eternal Bat é outra que merece destaque pela sonoridade. As duas linhas de guitarra, novamente, chamam atenção. Nekomata tem letras ótimas Todas as letras são em inglês, é verdade. No entanto, não pense que estas são vagas. No lirismo é que o duo se entrega no misticismo de fato. Nas músicas citadas acima, por exemplo, já temos isso. Em Nekomata, abordam um mito japonês onde gatos maltratados se transformam. Enquanto isso, em Blue Cat & the Eternal Bat fazem referências ao povo Apapocuva-Guarani, situado no leste do Paraguai e no norte do Brasil, que acreditava que os eclipses eram causados pela lenda do Morcego Eterno e do Jaguar Celestial, que consomem o Sol e a Lua. Enfim! Sem mais delongas: trata-se de um álbum que vale o confere especialmente para quem é de “outro mundo”, por assim dizer. Mas se você gosta de bandas como Glue Grip ou Bike, é certo que o Muños também deve lhe bater bem.

A importância de 808s (e Kanye West) no hip hop atual

O ano era 2008. Kanye West vinha carregando uma grande carga emocional. Ademais, além de romper um noivado, sua mãe havia morrido poucos meses atrás. E toda a responsabilidade de ser uma estrela, após o lançamento de três ótimos discos, fez o artista variar. 808s & Heartbreak Contudo, essa transição pode ter sido a mais inovadora do hip-hop neste século. 808s & Heartbreak foi lançado no dia 24 de novembro de 2008. Em síntese, o trabalho é uma sequência minimalista autotunada da mágoa do rapper. As reações dos fãs e críticas foram meio divididas, muitos ficaram esperando as rimas afiadas dos primeiros registros do artista. Entretanto, o álbum liderado pelos singles, Heartless, Amazing, Love Lockdown e Paranoid, influenciaram de imediato diversos outros grandes nomes da indústria. Como foi o caso de Drake, em 2009, na mixtape So Far Gone. Um pouco depois, Childish Gambino e Frank Ocean consagraram de vez o ritmo até então iniciado em 808s. Com seu valor provado, Kanye queria mais. Com o efeito de toda sua obra, West foi a fundo para produzir o que seria um dos melhores e mais elogiados discos desta década. My Beautiful Dark Twisted Fantasy E é ai que chegamos em My Beautiful Dark Twisted Fantasy. Com participações de Jay Z, Pusha T, entre outros, o projeto mescla tudo de melhor da discografia de West. Em síntese, essa mistura já é logo vista em Dark Fantasy, faixa de abertura. Embora as canções do álbum tenham letras poderosas, o que faz de MBDTF uma obra de arte é sua produção. O trabalho divulgado em 2010 não tem nada que pareça de alguma fora do lugar, tudo se encaixa. Os destaques do discos são: POWER, Monster e Runaway. Aliás, a última é apontada como uma espécie de Bohemian Rhapsody do hip hop. Só para ilustrar, o projeto também fez aniversário recentemente, completou nove anos no dia 22 de novembro.