Crítica | Paradox – Nocturnus AD
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Para quem não lembra, Mike Browning foi o primeiro baterista/vocalista do Morbid Angel, sendo responsável por ambas as funções no infame “álbum que demorou para ser lançado”, Abominations of Desolation (gravado em 1986, lançado em 1991). Após isso, ele fechou o tempo com Trey Azaghtoth e montou o Nocturnus, que em 1990 lançou o espetacular The Key, um dos mais originais e interessantes álbuns de death metal da história. Pois é esse mesmo Nocturnus, agora reforçado pelo “AD”, que dá o ar da graça na nossa desgraçada coluna, com o lançamento de Paradox, que traz a continuação da história contada em The Key. Começando pelos aliens cibernéticos na capa, nós podemos ver (e ouvir) que o Nocturnus AD não desaprendeu a fazer death metal, tampouco Browning, que aqui manda ver vocais assustadores e batidas precisas, que sempre foram sua marca. Combinando teclados soturnos com guitarras técnicas e barulhentas, o Nocturnus AD despeja seu arsenal de malevolência em faixas destruidoras como Seizing The Throne, The Antechamber, The Return of The Lost Key e Paleolithic, que misturam a violência do death metal com ficção científica, em uma combinação que raramente falha. Como já foi dito, vale prestar atenção nas guitarras, que sem cerimônia despejam riffs e solos velozes capazes de intimidar o aspirante ao instrumento. É com muita satisfação que recebemos novos trabalhos de bandas como o Nocturnus AD e de músicos como Mike Browning, essenciais para o death metal como o conhecemos hoje. Obrigatório! ParadoxAno de Lançamento: 2019Gravadora: Profound Lore RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Seizing The Throne2-The Bandar Sign3-Paleolithic4-Precession of The Equinox5-The Antechamber6-The Return of The Lost Key7-Apotheosis8-Aeon of The Ancient Ones9-Number 9
Crítica | Kingdom of Lost Souls – Unholy Outlaw
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Formado em 1999, em Mogi das Cruzes (SP), o Unholy Outlaw lançou seu debute em 2016, Dark Wings, chamando atenção rapidamente dos adeptos do doom metal. Em 2019 foi a vez da segunda pedrada, Kingdom of Lost Souls, que a exemplo da estreia também saltará aos olhos (e ouvidos) dos bangers. O time conta com Marcus Sword (voz), Gustavo Guedes (guitarra), Shammash (guitarra), Thornegreen (baixo) e Wilmes Moraes (bateria). Após a boa e breve intro, Open The Gates traz andamento cadenciado, produção old school, vocais agonizantes e riffs macabros. Sim, as influências estão lá, do jeito que você imaginou, ou seja, Candlemass, Black Sabbath, Pentagram e Saint Vitus. Incrível o clima fúnebre que os músicos conseguiram transportar para dentro de sua música. Forgotten traz efeitos flanger nas guitarras, além de sinos tocando, na talvez melhor faixa de Kingdom of Lost Souls, um autêntico tratado sobre o que é o doom metal. Também podemos notar algo de stoner, e alguma influência dos americanos do Obsession. Ancient Hill of War também tem certo acento stoner, além de contar com um inspirado solo de guitarra em sua metade. Os destaques acabam ficando para o final do álbum, com Mortal Desire, que recebeu um vídeo muito bem produzido, e 13 Disciples, que em seus sete minutos, presta homenagem ao que de mais sombrio Tony Iommi trouxe a esse mundo. Deu para sacar qual a da banda, né? Confira! Kingdom of Lost SoulsAno de Lançamento: 2019Gravadora: Black Heart Records Faixas:1-Intro2-Open The Gates3-Forgotten4-Ancient Hill of War5-Mephisto6-Mortal Desire7-13 Disciples