Entrevista | Fantastic Negrito – “Não preciso que ninguém fale que minha vida importa”
Atração da segunda edição do Juntos Pela Vila Gilda 2, que acontece em dezembro, o guitarrista norte-americano Fantastic Negrito é um dos nomes mais expressivos do blues contemporâneo mundial. Nas últimas quatro edições do Grammy, faturou duas vezes o prêmio de melhor álbum de blues contemporâneo: The Last Days of Oakland (2017) e Please Don’t Be Dead (2019). O mais recente capítulo dessa discografia é Have You Lost Your Mind Yet?, lançado em agosto. E como já era de se esperar, Fantastic Negrito segue impressionando com um repertório eclético, envolvente e cheio de técnica. Em entrevista para o Blog n’ Roll, Fantastic Negrito falou sobre o novo álbum, influências, black lives matter e a participação no Juntos Pela Vila Gilda 2. O que você trouxe de influências para compor esse álbum? Eu gosto de me manter informado quando faço meus álbuns. Have You Lost Your Mind Yet? já tem um nome esquisito por conta disso. Eu gosto de fazer comentários sociais. Quando eu comecei, tocando nas ruas, era exatamente isso que fazia. Escrevia sobre o que estava acontecendo ao meu redor. Por isso, o álbum fala das situações atuais do mundo, com esse movimento de extrema direita que vem ganhando força. Tocar sobre essas coisas é algo perigoso, mas é muito bonito ao mesmo tempo. Mostra a força da música. Você perdeu a cabeça muitas vezes enquanto compunha o disco? Quando eu estava escrevendo Have You Lost Your Mind Yet?, fiquei um pouco maluco (risos). E não tem problema nenhum quando isso acontece. Faz parte, somos humanos. Nós, afro-americanos, passamos por muitos desafios. Sempre vivemos dramas que não são novos. E toda essa situação se tornou um novo desafio. Por isso, temos que superar tudo isso para sairmos mais fortes como sociedade. Have You Lost Your Mind Yet? não é um disco de blues. Transita em várias vertentes e traz uma mensagem muito importante sobre saúde mental. Como foi a criação dele? Sempre que faço um álbum, e esse é o meu terceiro, tento fazer algo bem diferente do anterior. Mesmo que tenha sido um sucesso. Eu preciso fazer algo diferente e ótimo ao mesmo tempo. Nesse álbum, trabalhei com alguns vizinhos e amigos que têm um órgão. Coloquei aquilo no estúdio com eles e decidi trabalhar em cima desse elemento. Além disso, decidi abordar a questão da saúde mental. Li muito sobre os desafios de cuidar da saúde mental, especialmente em 2020, com a internet e essa proliferação de informações falsas na política, tanto na esquerda quanto na direita. Por isso, o álbum é associado a isso. E, musicalmente, coloquei blues, hip hop, jazz… ah, o blues está em tudo, cara. Eu ouço em todo lugar. Esse álbum é para te fazer ter bons momentos e celebrar, apesar de tudo. Nós nos medicamos com música. Resumindo, o álbum traz essa questão dos problemas de saúde mental causados pelas crises globais e pela internet. Como surgiu essa parceria com o E-40? Eu sempre fui fã do E40, e o conheci quando lancei meu primeiro álbum, em 2016. Ele é um ótimo artista, muito inovador e original. Ele lançou uma música chamada Capitain Save a Hoe há 25 anos, e o chamei para ajustarmos a ideia de sua música para algo voltado para a saúde mental. Por isso, criamos a Searching for Capitain Save a Hoe. Fala sobre temas importantes. Qual é a sua opinião sobre o fortalecimento do Black Lives Matter? Primeiramente, eu sou um homem crescido, e não preciso que ninguém fale que minha vida importa. Eu sempre soube disso. Segundo: esse movimento foi criado porque não houve resposta para a brutalidade policial, que dizimou a vida de afro-americanos. Por isso, agradeço a todos que apoiam o movimento e dão voz ao assunto. A execução de afro-americanos por policiais precisava dessa reação. Se houver esse tipo de reação sempre que essas mortes acontecerem, teremos ferramentas para a polícia mudar sua abordagem. O caso do George Floyd, por exemplo, foi uma clara execução. Não é esse o trabalho da polícia. A polícia é uma agência do Estado que tem de servir e proteger as pessoas. Eles não são juízes para saírem julgando e executando pessoas na rua. Você participará do Juntos Pela Vila Gilda 2 e conheceu a comunidade por meio de um vídeo institucional. Qual mensagem você gostaria de passar para os moradores do Dique da Vila Gilda? Quero dizer aos meus irmãos, irmãs, família e amigos da Vila Gilda, que estou com vocês. E vocês estão comigo. Juntos podemos achar um caminho e uma voz para que, esperançosamente, nós encontremos uma resposta para combater essa opressão. Quero que saibam que meu coração, meu espírito e minha alma estão com vocês no meu novo álbum Have You Lost Your Mind Yet? Quero que toquem o mais alto possível para ecoar pela vizinhança e espalhar positividade. Ouça o último álbum de Fantastic Negrito
The Damned reúne formação original pela primeira vez em 25 anos para série de shows
O The Damned vai reunir sua formação original pela primeira vez em 25 anos. Em 2021, os músicos Brian James e Rat Scabies retornam ao grupo para uma série de quatro shows no Reino Unido. A primeira apresentação acontece em Londres, no dia 9 de julho. Vale lembrar que James deixou o Damned em 1991, Scabies em 1996. Apenas Dave Vanian e Captain Sensible continuaram como membros originais no grupo. Os ingressos para a turnê estarão a venda a partir desta sexta-feira (23).
Paul McCartney confirma ‘McCartney III’ seu 18º disco solo
Paul McCartney anunciou nesta quarta-feira (21) que vai lançar seu próximo disco em breve. McCartney III, será apresentado ao mundo no dia 11 de dezembro. Em resumo, a novidade foi anunciada depois do artista fazer mistério em suas redes sociais. Vale lembrar que este ano marca o aniversário de 50 anos do primeiro álbum solo do músico. Ademais, o ex-Beatle produziu e grabou o projeto, ele também se encarregou de tocar todos os instrumentos. McCartney III é o 18º registro solo de Paulo, ele sucede Egypt Station, lançado em 2018. Mais sobre McCartney III Paul não tinha planejado lançar um álbum em 2020, mas no isolamento logo se viu desenvolvendo alguns esboços musicais existentes e criando outros novos. Em pouco tempo, uma coleção eclética de canções espontâneas se tornaria McCartney III. Em suma, um trabalho despojado, autoproduzido e, literalmente, solo, marcando a abertura de uma nova década, na tradição de McCartney dos anos 1970 e McCartney II dos anos 1980. Gravado no início deste ano em Sussex, McCartney III é construído principalmente a partir de tomadas ao vivo de Paul nos vocais e guitarra ou piano, overdubbing de seu baixo, bateria, etc. sobre essa base. O processo começou quando Paul voltou a uma faixa inédita do início dos anos 1990, When Winter Comes (coproduzida por George Martin). Paul criou uma nova passagem musical, dando origem à abertura do álbum Long Tailed Winter Bird — enquanto When Winter Comes, com a nova introdução 2020 Winter Bird, se tornou o grande final do novo álbum. Apenas para se divertir Falando sobre o novo álbum, Paul disse: “Eu vivia uma vida de confinamento em minha fazenda com minha família e ia para meu estúdio todos os dias. Tive que trabalhar um pouco em algumas músicas de filme e que se transformou na faixa de abertura e então quando acabou pensei: o que eu vou fazer a seguir? Tinha algumas coisas em que trabalhei ao longo dos anos, mas às vezes o tempo se esgotava e a música ficava pela metade, então comecei a pensar no que eu tinha. A cada dia, começava a gravar com o instrumento no qual escrevi a música e, gradualmente, colocava tudo em camadas. Era muito divertido. Era sobre fazer música para você mesmo ao invés de fazer música como um trabalho. Então, eu só fiz coisas que gostava de fazer. Não tinha ideia de que isso ia acabar como um álbum”. Long Tailed Winter Bird e Winter Bird/When Winter Comes começa e termina a vasta e íntima variedade de modos e humores de McCartney III, da introspecção ao melancólico, do lúdico ao ruidoso e todos os pontos intermediários — capturado com alguns dos mesmos equipamentos do Paul’s Rude Studio, usados em 1971 nas sessões do Wings. E a variedade de instrumentos vintage que Paul tocou no álbum também chama a atenção. Em resumo, a lista inclui o contrabaixo original do trio Bill Black, de Elvis Presley, ao lado do icônico baixo de violino Hofner de Paul. Isso sem falar no mellotron do Abbey Road Studios, usado em gravações dos Beatles.
Reboot de Animaniacs feito pelo Hulu ganha trailer oficial; assista
O Hulu finalmente divulgou o primeiro trailer oficial da série Animaniacs. Ademais, o reboot é produzido por Steven Spielberg e será lançado no dia 20 de novembro. Para quem não se recorda, Steven Spielberg’s Animaniacs foi um desenho animado fortemente inspirado no filme Uma Cilada para Roger Rabbit, produzido pela Amblin Entertainment. A produção foi exibida na TV fechada norte-americana entre 1993 e 1998. O desenho é ambientado no universo Looney Tunes.