Discografia Municipal: Fairy Tales, do Harry

No quinto episódio da nossa série, Mari Rodrigues e Wladimyr Cruz falam com Roberto Verta, nome forte do showbiz major brasileiro, mas que aqui assume a persona de produtor e tecladista do Harry, um dos grupos mais avant-garde que Santos já pariu. Em resumo, Wlad e Mari conversam com Verta sobre Fairy Tales, álbum full do Harry, lançado nos anos 1980. Aliás, o disco é um marco para a música eletrônica e não ortodoxa brasileira. A série tem apoio da Lei Adir Blanc de fomento a cultura, do site Blog n’ Roll e do Santa Portal. Portanto, são nesses sites, além das plataformas musicais (Spotify, Deezer, Amazon Music), que você encontra semanalmente um novo episódio da série, sempre às terças-feiras.

Com produção infinita, The Bombers revela EP O Abismo

Pandemia alguma vai parar a produção criativa do The Bombers. A banda santista radicada em São Paulo revelou, nesta sexta-feira (2), o terceiro EP do projeto mensal. O Abismo, disponível exclusivamente no Bandcamp, traz mais quatro sons do grupo. Além da faixa-título, que tem um refrão marcante e chicletão, O Abismo traz as músicas Lua Vazia e Help Me. A primeira conta com a participação da incrível Letty, enquanto a segunda é um resgaste dos sets antigos da banda. Lua Vazia ainda fecha o EP com uma versão mais noise. Curioso ressaltar que Help Me traz um medley de Orgasmatron, do Motörhead, com o ex-guitarrista do The Bombers, Wagner Tick, matando a saudade do vocal mais headbanger. Anteriormente, o The Bombers divulgou os EPs A Morte (fevereiro) e Não Vencer Não é Perder (março). Em resumo, a ideia da banda é seguir com os lançamentos mensais até o fim do ano. Posteriormente, um álbum cheio com as melhores desses sons será disponibilizado nas plataformas de streaming. Aliás, a ideia de soltar seus trabalhos no Bandcamp é uma forma de valorizar os artistas. Cansados das regras esquisitas do Spotify, que remunera muito mal os artistas, o Bombers encontrou seu lugar seguro na plataforma mais friendly aos artistas independentes. Clique aqui para ouvir.

Ouça The Melting of the Sun, segunda prévia do novo álbum de St. Vincent

A cantora, compositora e multi-instrumentista St. Vincent disponibilizou nas plataformas digitais a música The Melting Of The Sun. A faixa é o segundo single apresentado do aguardado álbum Daddy’s Home, produzido pela cantora e o produtor pop Jack Antonoff. Aliás, os fãs da cantora já podem começar a contagem regressiva, pois o disco será lançado em 14 de maio. A pré-venda do álbum já está disponível. “Fui inspirada pelos discos clássicos dos anos 1970. Stevie, Sly, Stones, Steely Dan, Chords, Groove. Os dias em que a harmonia e o ritmo sofisticados não soavam inebriantes – apenas soavam e eram bons. Muita guitarra. Mas sons quentes, não distorção e caos. Esperançosamente, uma mudança que ninguém verá chegando”, disse a cantora. Anteriormente, em março, St. Vincent já havia apresentado a canção Pay Your Way In Pain, faixa que abrirá o disco, que trará ao todo 11 faixas. Em resumo, a música soa como o resultado de viajantes do tempo do futuro que reservaram uma sessão do Electric Lady, no início dos anos 1970. Conteudo, dirigido por Bill Benz, o clipe oficial de Pay Your Way In Pain abre o mundo visual de Daddy’s Home, um mundo no qual a artista mais progressiva de uma época se joga voluntariamente em uma toca de coelho durante um show de variedades da TV. St. Vincent começou a escrever as músicas para o compilado no final do ano de 2019, bem no período em que seu pai foi solto da cadeia, após nove anos de prisão. Em português, o título do disco significa “papai está em casa”. Ademais, este será o sexto álbum da cantora, que revelará a faceta mais recente de uma artista em constante evolução. Confira a tracklist completa de “Daddy’s Home” Pay Your Way In Pain Down And Out Downtown Daddy’s Home Live In the Dream The Melting Of The Sun The Laughing Man Down Somebody Like Me My Baby Wants A Baby …At The Holiday Party Candy Darling

Segunda parte de projeto de Amy Winehouse na BBC chega ao streaming

A segunda parte do projeto Amy Winehouse At The BBC, de Amy Winehouse, chegou às plataformas de streaming nesta sexta-feira (2). Em resumo, traz as músicas Take The Box, gravada durante o Mercury Prize em 2004, Rehab e Just Friends. Aliás, o álbum completo tem lançamento previsto para 7 de maio. Em síntese, é uma coleção de muitas performances notáveis por indiscutivelmente uma das maiores e mais genuínas artista a surgir na música britânica em décadas. Pela primeira vez, este lançamento atualizado oferece versões apenas de áudio das canções apresentadas em A Tribute To Amy Winehouse de Jools Holland e BBC One Sessions Live at Porchester Hall, sendo que grande parte dessas faixas é inédita nos serviços de música digital. Ademais, o álbum ainda inclui as primeiras sessões de Amy na BBC Radio. São músicas de suas primeiras apresentações na TV, bem como joias inéditas, raridades e covers exclusivos. Também há espaço para versões ao vivo de canções clássicas dos álbuns Frank e Back To Black. Anteriormente, a primeira parte trouxe Stronger Than Me, Tears Dry On Their Own e You Know I’m No Good. Muitas das canções presentes em At The BBC podem ser encontradas no YouTube ou na plataforma de vídeos da BBC. São apresentações memoráveis da cantora.

Keane revela preciosidade com o álbum “Live at Largo”, gravado em 2008

Nesta sexta-feira (2), o Keane liberou um presente para os fãs, o álbum ao vivo Live At Largo, recentemente mixado pelo baixista Jesse Quin. Em resumo, um registro para matar saudade dos clássicos repaginados. Gravado originalmente em 2008, o disco conta com dez faixas do show acústico intimista da banda em um dos clubes mais lendários de Los Angeles. Aliás, Jon Brion, que produziu You Haven’t Told Me Anything on Perfect Symmetry, juntou-se à banda no palco para uma noite inesquecível de música. Posteriormente, depois de assistir às fitas por anos, o Keane finalmente decidiu lançar, pela primeira vez, as gravações como um presente para seus fãs.

We Never Have Sex Anymore: o punk rock sumiu de vez em single do Offspring

Já está disponível We Never Have Sex Anymore, o segundo single do aguardado novo álbum do The Offspring, Let The Bad Times Roll. A faixa é uma canção que acena com o humor atrevido da banda, mas por baixo está a história de um cara que só quer que sua esposa sinta qualquer coisa em relação a ele, amor ou ódio. Contudo, We Never Have Sex Anymore pode não cair muito bem para os fãs mais antigos. Em resumo, a faixa deixa o punk rock característico de lado, apostando numa vertente muito mais pop. No entanto, não chega a ser novidade. No fim dos anos 1990, o Offspring mostrou um talento incrível para fazer canções mais pop em Americana. Seu décimo álbum de estúdio, Let The Bad Times Roll, estará disponível no dia 16 de abril e pode ser pré-encomendado no site da banda. O primeiro single apresentado, Let The Bad Times Roll, também teve seu videoclipe apresentado. Lendas e precursores da cena punk rock do sul da Califórnia, The Offspring vendeu mais de 40 milhões de álbuns em todo o mundo. Aliás, ganhou inúmeros prêmios e fez turnês consistentes, tocando em mais de 500 shows apenas na última década.

Com o melhor videoclipe de sua história, Helloween libera épica “Skyfall”

O Helloween disponibilizou o single Skyfall ao lado de um videoclipe incrível! Em resumo, escrito por Kai Hansen, Skyfall é uma jornada de mais de sete minutos dentro do universo Helloween e além. A faixa épica descreve um alienígena pousando na terra e uma perseguição dramática enquanto Michael Kiske, Andi Deris e Kai Hansen duelam entre si de uma maneira deslumbrante e criam uma grande aventura vocal. Produzido por Martin Häusler, é o videoclipe mais elaborado da história da banda, mostrado com animação 3D e com um visual cinematográfico. “Por favor, continuem juntos!”. Esse foi o pedido ardente de milhares de fãs gritando para Andi Deris, Michael Kiske, Michael Weikath, Kai Hansen, Markus Grosskopf, Sascha Gerstner e Dani Löble durante o Pumpkins United World Tour. Contudo, o pedido foi atendido. Com o próximo álbum, simplesmente intitulado Helloween, a banda abre um novo capítulo após 35 anos de uma carreira gloriosa. Aliás, o futuro de uma das bandas alemãs de metal mais influentes de agora em diante contará com três cantores. Anteriormente, planejado apenas para apresentações ao vivo, foi o nascimento de uma aliança única de metal de sete peças. A pré-venda para o álbum homônimo, que será lançado em 18 de junho, via Nuclear Blast, Tonträger Produktions e Vertriebs GmbH, já está disponível. Tracklisting 01 – Out For The Glory02 – Fear Of The Fallen03 – Best Time04 – Mass Pollution05 – Angels06 – Rise Without Chains07 – Indestructible08 – Robot King09 – Cyanide10 – Down In The Dumps11 – Orbit12 – Skyfall Bonustracks Mediabook & Vinyl:01 – Golden Times02 – Save My Hide Bonustracks Earbook01 – Golden Times02 – Save My Hide03 – Pumpkins United

Safra Sativa: ouça álbum de estreia do F.Snipes

Nesta sexta-feira (2), F.Snipes lançou o álbum Safra Sativa. Em síntese, o primeiro álbum do projeto de Felipe Medeiros traz dez faixas lançadas nos EP’s Sol e Satori, além da inédita Feliz Mundo Novo. “A letra de Feliz Mundo Novo aborda o auto-descobrimento e evolução através da atenção plena a pequenos detalhes presentes no nosso dia a dia”, comenta Felipe. Safra Sativa é um convite aos amantes do punk rock melódico. Em resumo, o álbum traz melodias radiofônicas e carrega forte influência da cena punk rock dos anos 1990, especialmente de nomes como Green Day, Rancid e Descendents. Aliás, as letras vêm com mensagens positivas, que promovem a reflexão sobre igualdade de gênero e respeito à diversidade. Gravado no Hill Valley Studios, em Porto Alegre, e no Brisa Studios, em Miami, Safra Sativa foi produzido por Davi Pacote. O álbum conta com as participações especiais de Henrike Baliú (Armada/Blind Pigs) e Paulo Rocker (Gramofocas) na faixa Manifesto. O projeto F.Snipes nasceu durante a pandemia quando Felipe Medeiros, artista multidisciplinar pernambucano radicado em Miami (EUA), voltou a se conectar com a música. Contudo, Felipe tem um longo histórico na cena punk rock/hardcore brasileira, atuando como músico, produtor e agitador cultural. Ademais, F.Snipes logo ganhou grande repercussão na cena brasileira e mundial, com participação em coletâneas nos EUA e Europa e destaque em playlists do mundo todo. Cristiano Suarez, artista que ganhou projeção com o cartaz realizado para a turnê brasileira do Dead Kennedys, é o autor da capa.

Rosana Reis, de São Vicente, está de volta: “o rap me resgatou”

Após 11 anos longe do rap, Rosana Reis, 45, de São Vicente, voltou à ativa. Ela, que por ter vivido tantas experiências e ter enfrentado condições subumanas, coloca o dedo na ferida dos problemas sociais que permeiam a sociedade.  Das antigas, a rapper pegou no mic pela primeira vez em 1993. Mas em 2008 parou de cantar e foi estudar. Entretanto, em 2020, foi incentivada a voltar para o rap e assim o fez, após terminar o curso de Psicologia no final de 2019. Coincidentemente, foi um período que ficou desempregada, devido à pandemia da covid-19. “O rap me resgatou! Fiquei sem chão. Um ano desempregada, eu poderia ter entrado em depressão. Mas escrever, me ajudou a manter o foco”.   Rosana Reis A rapper quer que as pessoas reflitam sobre os problemas da sociedade ao ouvirem suas músicas. “Eu falo do que vivencio, do que vejo, das queixas das pessoas, o ambiente em que vivemos. Aqui na Rua Mecanizada, em São Vicente, onde moro, conhecida como paraíso do sétimo céu, enche muito quando chove, por exemplo. Demora cerca de três dias para esvaziar. Os ônibus não passam, as pessoas demoram para chegar ao trabalho. Enfim, são queixas da população”.  Linha do tempo de Rosana Reis Rosana nasceu em São Vicente, mas devido às dificuldades, aos noves anos o pai dela a levou para Sergipe. Retornou à cidade de origem aos 15 anos, quando teve o primeiro contato com uma das vertentes do movimento hip hop: o break. “Minha mãe me levava nas matinês (bailes à tarde). Foi o primeiro contato com a cultura hip hop, por meio do break. Vi a equipe Red Crazy Crew, os caras dançando”.  Rosana Reis Mais tarde, a futura rapper frequentou outro baile onde entendeu de fato o que era movimento hip hop. “Entendi que existia DJ, grafiteiros, os mc´s, dançarinos, uma cultura de fato”. Nesse período, ela conheceu pessoas da cultura e foi acompanhando eventos. Recebeu um convite do rapper Marconi no final de 1993 para fazer parte do grupo Subúrbio Negro de São Vicente. Ela topou, na época tinha 18 anos, e foi a primeira experiência enquanto rapper. Mas ela ressalta que nesse período cantava as letras do grupo, não eram delas. Em meados de 1994 começou a fazer eventos junto com o Marconi e promover nas escolas. Único sistema Rosana então em 1996 criou um grupo chamado Único Sistema, porque estava deixando o Subúrbio Negro de São Vicente. Além dela, o grupo era composto pela Alcione Marçal, Luciana, Elaine, Chocolate e Dj.Claudinha. O objetivo era ter um grupo só de mulheres. Infelizmente, a formação só fez duas apresentações e não durou um ano.  Após isso, o Marconi pediu que ela voltasse para o Subúrbio Negro de São Vicente, mas Rosana não queria, porque em São Paulo havia um grupo com o mesmo nome. Então, ela aceitou cantar junto com ele, mas usando o nome Único Sistema. Eles também ficaram pouco tempo em atividade, até 1997, pois ela não queria mais cantar. DRK Rosana casou em 1998 e só retornou ao rap em 2004, com o DRK. A formação consistia no rapper Doido, ela e o DJ Koala. Em 2008, ela parou de cantar novamente, porque o grupo se encerra e após isso termina o casamento. Em 2009, ela casou novamente, volta a estudar, mas não a cantar. Entretanto, continuou a escrever, tanto que gravou algumas letras, mas sem pretensão de cantar para o público. O retorno solo de Rosana Reis No início de 2020, Rosana explicou que a artista Gabitopia a convidou para ir à Batalha do Caoz, em São Vicente. O objetivo era que Rosana se sentisse incentivada ao ver outras mulheres e meninas cantando. Outras pessoas também a incentivaram a voltar para o rap. E foi o que fez.  Desde então, Rosana já foi soltando músicas e clipes, além de participar de cyphers. Ela afirma que mais um clipe está para sair, chamado Obstinação, produzido pelo Junior Castro.  A artista ainda foi convidada para participar de uma parceria com um dos integrante do grupo Porcelanosos, da província de Kwanza norte, na Angola. Rosana pretende continuar com os lançamentos dessa forma, gravando e divulgando. Ela convive com um problema de saúde e afirma que tem períodos que está bem e outros que não. Assim, ela prefere lançar logo os trabalhos, sem ficar se contendo, por isso não tem planos para lançar um álbum. Equipe e aprendizados de Rosana Reis Para colocar os trabalhos na rua Rosana conta com um time importante. “O Douglas DGS é rapper e esse ano começou a fazer meus beats. O Canjão é o produtor dos beats também, o estúdio dele é o Dubarraco Produções. Ele faz a masterização e mixagem das minhas músicas. Junior Castro e G.Gomes fazem meus clipes. O Mysthério do grupo Wufologos faz meus Lyric vídeos”. Mesmo com o auxílio de todos, a rapper afirma que está tentando aprender para ser mais independente. “Esse ano também estou aprendendo a trabalhar com chroma key e a fazer beat, para conseguir ser mais independente. Apesar de gostar de trabalhar com essa equipe, tenho que ter mais autonomia e isso vem com conhecimento”. Por conta da pandemia do covid-19, Rosana afirma que o chroma key a ajuda a gravar os clipes em casa. Assim, toma os cuidados necessários para concluir os trabalhos. Somando ao RAP Rosana menciona admiração pelo duo Rap Plus Size, pela rapper M.I.A, pela Gabitopia e Preta Jô. Ela entende que toda mulher acrescenta ao rap, independente do tema ou bandeira que levanta em suas músicas. “Eu canto sobre problemas sociais, porque vivi isso. Eu tenho colegas que focam na questão do machismo, da mulher negra, e eu apoio. Se cada uma de nós ficarmos engajadas em uma luta a gente tem a acrescentar”. Rosana Reis Em relação a ser mulher no rap, Rosana desde que iniciou, lida com o machismo. Em suma, toma cuidado com quem ela faz feat, pois não aceita trabalhar com alguém que mantém essa postura. Além de não dar atenção