Crítica | King Richard: Criando Campeãs

Engenharia do Cinema Há quase 16 anos, o astro Will Smith havia nos entregado uma das melhores atuações de sua carreira em “A Procura da Felicidade”. Tendo lhe rendido sua segunda indicação ao Oscar, a produção foi um enorme sucesso e só deixou claro que ele realmente era um bom ator. Desde então, ele não havia conseguido escolher um papel no mesmo estilo até que chegou a possibilidade de estrelar “King Richard: Criando Campeãs“. Em sua terceira tentativa de finalmente conseguir levar seu Oscar, devo confessar que isso realmente é possível. Inspirada em fatos reais, a história gira em torno de Richard Williams (Smith), que diariamente tenta provar que suas filhas Serena (Demi Singleton) e Venus (Saniyya Sidney) são grandes jogadoras de tênis. Para isso ele procura vários treinadores renomados e nomes influentes na área, para tentar colocar ambas de forma digna, nesta vida. Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação) O roteiro de Zach Baylin procura estabelecer de forma sutil não apenas a trajetória da família Williams, mas também mescla uma breve noção da enorme guerra racial que acontecia em plenos anos 80/90 nos EUA. Mas como o foco não é o preconceito e sim a relação da família Williams, isso é mostrado de forma homeopática, ou seja, em uma situação de 10 minutos, 2 são voltados para esta reflexão (afinal, estamos falando da vida de duas das maiores tenistas da história, que são vítimas de racismo até hoje). Com relação às atuações, realmente Smith consegue se sobressair neste papel (seja por seu olhar e até mesmo expressões) e com a ajuda da enorme maquiagem (que possivelmente vai ser reconhecida nas premiações), ficou bastante parecido com o verdadeiro Richard. Por conta disso, apesar de já conhecermos o desfecho desta história, ainda conseguimos vibrar como se não conhecêssemos a mesma. Mérito também do diretor Reinaldo Marcus Green, que soube conduzir as cenas de jogos e até mesmo as dramáticas, de forma que não parecesse um novelão mexicano. Apesar de estar passando em branco nos cinemas, “King Richard: Criando Campeãs” realmente nos trás uma das melhores atuações na carreira do astro Will Smith.
Crítica | Não Olhe Para Cima

Engenharia do Cinema Desde que foi anunciado há cerca de dois anos, “Não Olhe Para Cima” se mostrava como uma das produções mais arriscadas e aguardadas da Netflix. Com seu elenco contendo vários nomes pesados como Leonardo DiCaprio, Meryl Streep, Jennifer Lawrence, Jonah Hill, Cate Blanchett, Mark Rylance, Timothée Chalamet, Ron Perlman, Himesh Patel, Ariana Grande e Chris Evans, tínhamos o elenco dos sonhos ou até mesmo pesadelos (dependendo do ponto de vista). Mas o diretor e roteirista Adam McKay é um dos poucos nomes na indústria que realmente sabe aproveitar do talento de seus atores e sempre consegue extrair ao máximo deles, dentro do possível e aqui não foge disso. A história gira em torno dos astrólogos Dr. Randall Mindy (DiCaprio) e Kate Dibiasky (Lawrence), que acabam descobrindo a existência de um cometa que está prestes a colidir com a terra. Com um prazo de seis meses até o impacto, vemos a trajetória de ambos, ao tentar convencer o mundo que ele está cada vez mais perto do fim. Imagem: Netflix (Divulgação) Como toda produção de McKay que casa com a realidade mundial (vide “A Grande Aposta”, que abordou a crise financeira nos anos 2000), obviamente que o diretor não deixaria de estabelecer parâmetros com a própria pandemia (já que o longa sofreu interrupções por conta da mesma, o que possibilita essa inserção). Desde a ignorância do ser humano, até mesmo a imaturidade ao não saberem lidar com situações delicadas e sérias (vide um arco, onde o divórcio de uma cantora é mais interessante para ser discutido, ao invés da situação da iminente destruição do planeta terra). Só que para alcançar uma amplitude maior, tudo é feito de uma maneira satírica. É nesta hora que vemos o lado cômico de várias personalidades citadas no primeiro parágrafo, que vão desde uma sátira a Vice-Presidente dos EUA, Kamala Harris (vivida por Meryl Strepp), até mesmo ao bilionário criador da Apple, Steve Jobs (representado por Mark Rylance). Em caracteres originais, DiCaprio e Lawrence dão conta do recado e possuem uma ótima química como protagonistas (inclusive chegam a arrancar boas risadas). O mesmo pode-se dizer do restante do elenco, inclusive a participação da cantora Ariana Grande (em seu primeiro papel relativo no cinema) serve como mero álibi para ampliar o interesse pelo filme. “Não Olhe Para Cima” certamente encerrará o cinema de 2021 com chave de ouro, e é mais um sinal de quando a Netflix não resolve palpitar em suas produções, elas realmente dão muito certo.
Me Embolar: Singular mistura reggae e música cearense em novo single

Relaxar e aproveitar cada momento como se fosse o último. Esse é o espírito do novo single da banda Singular. “Me Embolar” é um reggae que versa sobre o amor e a paz enquanto abraça a regionalidade cearense. Este é o segundo lançamento que o grupo divulga com o selo Musikorama Music e com a gravadora New Music. “Me Embolar” sucede a recém divulgada “Medo Todo Mundo Tem” e reforça uma sonoridade contemporânea, mas com raízes na musicalidade de nomes como BaianaSystem e Chico Science & Nação Zumbi. A produção é assinada por Matheus Brasil. O vocalista e guitarrista Wilamis Motta, ressalta o positivismo de “Me Embolar”. “Aproveitamos a experiência que adquirimos ao longo dos nossos 11 anos de estrada para agregar alguns elementos da música cearense. E para dialogar com isso, nada melhor do que uma letra que mostra o quanto é importante valorizarmos as pessoas que nos trazem paz. É uma música para escutar sorrindo”, frisou. A banda Singular está na ativa desde 2009 e também é formada por Jony Bravo (bateria) e Weslley Motta (voz e baixo). A previsão é de que novos conteúdos autorais sejam divulgados em breve.
Kool Metal Fest anuncia Pré-Fest com Surra, Damn Youth, entre outros

O Kool Metal Fest já está devidamente anunciado para maio de 2022 (29/5, Carioca Club), com um lineup devastador, com nomes como Belphegor (Bélgica), Ratos de Porão (show oficial de lançamento do novo disco), Krisiun e a estreia da Crypta em São Paulo, entre outros. Antes, no entanto, haverá diversos Pré-Fest. Aliás, um deles foi anunciado nesta segunda-feira (13). O terceiro Kool Metal Pré-Fest acontece no Fabrique Club com cinco bandas, duas delas já são atrações cativas no evento, Surra e Damn Youth, enquanto as outras três são novatas que fazem suas respectivas estreias no palco deste tradicional evento na capital paulista: The Damnation, Sangue de Bode e Fossilization. Surra Há alguns anos o Surra tomou tudo de assalto e, hoje, é sem dúvidas é o maior expoente do hardcore/metal nacional. Com uma carreira consolidada na estrada, a banda santista angariou fãs em todos os extremos, tanto em termos geográficos como em termos musicais, Caburaí ao Chuí, do melódico ao grind. Hoje a banda colhe os frutos dessa batalha. Repleto de lançamentos na maior parte do tempo e inovador na forma de lidar e interagir com o público. “Vamos fazer um show especial de 10 anos do Surra, com um repertório com músicas de toda a discografia”, comenta o baixista e vocalista, Guilherme Elias. Damn Youth Os Novos Titãs do Pedaço é possivelmente a banda que o Kool Metal mais trouxe para São Paulo em um curto espaço de tempo. Pudera, o thrash metal dos caras é a potencialização da agressividade e energia do estilo, com a ética política e produtiva do hardcore. O show energético, caótico e catártico é garantia da casa. Aliás, fontes fidedignas nos informaram que a banda vai incluir material novo no set para celebrar essa ocasião. Fossilization O duo de death metal paulistano é formado por V. (Vocal, guitarra, baixo) e P. (Bateria), membros da banda de sludge/doom Jupiterian, que em pouco tempo conquistou o respeito e admiração da cena underground, dentro e fora do Brasil. O Fossilization surgiu durante a pandemia em 2020 e a ideia era gravar o EP sem pretensão de shows, afinal, o horizonte de eventos parecia inalcançável naquele momento. Agora com as coisas voltando ao normal, o caminho é o palco – primeiro no Kool Metal Fest! Este será um show focado no EP de estreia ‘He Whose Name Was Long Forgotten’. A organização é conjunta entre Loja 255, Agência Sobcontrole e Cospe Fogo Gravações. Sangue de Bode Mais um show de estreia! A nova sensação carioca transita naturalmente entre vários gêneros da música pesada, indo do rock psicodélico ao industrial, do punk ao black metal. Com seu jeito torto e disforme, o Sangue de Bode mostra uma sonoridade única. Suas apresentações virtuais já renderam um secto de fãs fiéis que certamente estarão ávidos para testemunhar essa heresia sonora pessoalmente. No Kool Metal, a banda vai tocar músicas dos dois discos, o A Sombra que me acompanhava era a mesma do Diabo (2020) e o recém-lançado Seja Bem Vindo de volta pra Cruz, via Xaninho Discos, já como um quarteto. “Com a retomada dos eventos presenciais, a banda pretende voltar com tudo pra estrada. Estamos a caminho, Kool Metal! Não vemos a hora de encontrar geral!”, comenta a banda. The Damnnation Mais uma estreia, agora o power trio de thrash metal também fará seu show inaugural no Pré-Fest de março. Formado por musicistas consagradas da cena metal nacional, o The Damnnation promete um show avassalador. Seu EP de estreia, Parasite, foi lançado em 2020 pela Xaninho Discos. “Estamos muito felizes de depois de um ano trabalhando duro, ensaiando, gravando, vamos poder finalmente pisar nos palcos e mostrar nosso som a vocês, inclusive do álbum novo e com bandas tão fodas com a gente! Ansiedade que fala?!”, comenta a banda. Mais Pré-Fest De janeiro a maio, e por que não mesmo depois do fest, o Kool Metal realiza uma série de shows paralelos com a finalidade de, todos juntos, desenferrujar e ir gradativamente sentindo como é assistir a um show em frente à banda, em carne e osso. Um Baile do Capiroto tão cabuloso que nem a expressão ‘Foda pra caralho’ consegue dar conta de traduzir o nosso sentimento ao anunciar os fests”, comenta a organização. Aliás, outro Pré-Fest já anunciado é o de janeiro, que acontece dia 29/1 na Fenda, e terá as bandas Urutu e Lasso. Serviço Kool Metal Pré-FestData: 12 de março de 2022 (sábado)Local: Fabrique Club – Rua Barra Funda, 1071 – Barra Funda, São PauloHorário: 16hClassificação etária: 16 anosIngressos: R$ 35,00 promocional, primeiro lote, mediante doação de 1kg de alimento não perecível no dia do evento.Vendas: site do Clube do IngressoPonto de venda sem taxa: Loja 255 (Galeria do Rock)
Canto Cego coloca os demônios para correr em Fábula de Uma Granada

A Canto Cego se despede de 2021 e tudo o que ele simboliza com a música Fábula de uma granada, um rock de tom agressivo. Junto à música no digital sai o clipe, que mistura a estética de filmes de terror com mensagens de protesto. Em resumo, Fábula de uma granada apresenta timbres distorcidos e ruídos em primeiro plano, tendo como referência Turnstile, Tigercub e Thriller de Michael Jackson. É uma massa sonora contornada pelo vocal feminino doce e atormentado pelo repúdio aos governantes do ódio. Por fim, a letra do Canto Cego traz o afrontamento a figura de um monstro, que se espelha nos homens detentores de grande poder e riqueza.
VERO faz pop alternativo no intenso álbum Contrapranto

Um livro aberto com poesias sensíveis e camadas eletrônicas para trazer, de modo acolhedor, uma ligação com o ouvinte e respeitar suas cicatrizes. É assim Contrapranto, disco de estreia da artista curitibana VERO. Em uma brincadeira com o conceito do contracanto, o trabalho faz da fragilidade a sua força e une pop, indie e hip hop com produção musical de lucasbin. O disco está disponível em todas as plataformas de música digital. Cantora, compositora, atriz e produtora cultural, Veronica Melhem, a VERO, fez de sua vida uma entrega à arte. Nascida em Curitiba, ela cresceu no interior do Paraná e traz em seu currículo uma pluralidade de trabalhos que é refletido em seu debute. Contrapranto apresenta suas composições em um formato de performance, trazendo um toque de dramaturgia inerente à artista, e misturando gêneros musicais, com participações especiais de Brinsan N’Tchalá, Baeni, Glauber Amaral, Janasq, Mika Mc, Rudson Malheiros, Zopelar. O trabalho está disponível em todos os serviços de streaming de música digital.