Crítica | Encanto

Engenharia do Cinema Inspirada em uma ideia do cineasta e dramaturgo Lin-Manuel Miranda (que se tornou um dos principais nomes da indústria do cinema nos últimos dois anos), a nova animação da Disney “Encanto” mostra que realmente este possui um talento híbrido para teatro, filmes, séries e agora animações. Se passando em um cenário fictício da Colômbia (embora tenha embasamento em alguns fatos reais ocorridos por lá), temos uma situação que bate literalmente com a nova premissa do estúdio, que é conduzir histórias sem doses de romance, mas sim sobre o amadurecimento de seus protagonistas. A história gira em torno de Mirabel, que mesmo com toda sua família e suas irmãs Luisa e Julieta tendo poderes mágicos, a mesma ainda não teve sua habilidade despertada. Mas após descobrir uma lenda antiga contada por sua avó, ela resolve ir atrás de suas verdadeiras origens familiares. Mesmo que para isso ela tenha que se conectar com membros desligados da mesma. Imagem: Walt Disney Pictures (Divulgação) Começo enfatizando que nos primeiros minutos de projeção, embora Miranda esteja envolvido apenas na escrita das músicas e no escopo da história, sua imagem está presente em boa parte da animação. Seja por intermédio do visual bastante colorido, as canções são perfeitamente casadas com os clipes musicais (seja por um andar do personagem, dança e até mesmo ritmo) e principalmente a questão da família ser muito próxima (como ocorre em todas as suas obras originais). Realmente, a sensação otimista acaba rolando durante boa parte da animação, e isso acaba conquistando tanto crianças como adultos. Só que por se tratar de uma animação que beira mais para o musical, os diretores Jared Bush, Byron Howard e Charise Castro Smith realmente não conseguem trabalhar neste quesito. Já que se você gostar deste tipo de produção, vai ter comprado a mesma, agora caso contrário, não conseguirá se assemelhar com o universo criado. Porém este é o grande problema de um filme comandado por três diretores, onde certamente rolou alguma discussão séria sobre essa tonalidade problemática. “Encanto” facilmente pode-se dizer que é um acerto da Disney em sua nova abordagem de roteiros, aos quais procuram explorar mais o lado pessoal e familiar dos personagens.
Spencer Elden, o bebê de Nevermind, do Nirvana, tem processo contra banda rejeitado

Um juiz da Califórnia rejeitou o processo iniciado por Spencer Elden, o bebê do disco Nevermind, do Nirvana, que acusava a banda de tê-lo explorado sexualmente quando ele tinha apenas 4 meses de vida, em 1991. De acordo com o jornal The Guardian, os advogados de Elden perderam o prazo para apresentar uma oposição ao pedido da banda, feito em dezembro, para encerrar o caso com base no que eles chamaram de argumentos sem mérito do requerente. Dessa forma, o processo foi indeferido. Agora, a equipe de Elden tem até o dia 13 de janeiro para reabastecer. Durante boa parte do ano de 2021, Spencer Elden exigia a retirada de sua imagem quando pequeno da capa do disco em futuras novas versões. De acordo com o TMZ, a Universal Music pretendia divulgar várias reedições do projeto, o que teria irritado Elden, que na capa aparece nu indo atrás de uma nota de dólar. Sua advogada, Maggie Mabie, disse à publicação que “é hora de acabar com a exploração infantil e a violação de privacidade”. Ela afirma que todos os anos Elden sofre com uma enxurrada de comentários a respeito da capa. Em resumo, o deixa constrangido e que isso seria pornografia infantil. Por outro lado, advogados do espólio da banda alegam que Elden “passou três décadas lucrando como uma celebridade”. Em síntese, recriou a imagem nos 15º e 20º aniversários do álbum e tatuando o título do álbum em seu peito. Ele gostava de ser o “bebê do Nirvana”. Processo O processo conta com 15 réus, dentre eles a viúva do vocalista Kurt Cobain, Courtney Love, e a gravadora que lançou e distribuiu o disco. Em 2016, quando completou 25 anos, o álbum Nevermind já havia comercializado mais de 30 milhões de cópias desde o seu lançamento. Spencer Elden pedia uma indenização de US$ 150 mil (o equivalente a R$ 851 mil pela cotação atual) de cada uma das partes por “exploração sexual infantil comercial desde quando Elden era menor de idade até os dias atuais”, diz a defesa. *Com informações da Folhapress
Kell Smith canta Gal Costa no Blue Note São Paulo

Kell Smith, destaque da nova geração de cantoras e compositoras, reverencia um dos maiores nomes da música brasileira no show Kell canta Gal. A apresentação acontecerá no dia 29 de janeiro, no Blue Note São Paulo. Intérprete versátil, visceral e de voz única, Kell passeia com desenvoltura por canções de grandes compositores eternizadas na voz de Gal. Acompanhada pelo Maestro Bruno Alves e banda, Kell apresenta releituras de diferentes fases da carreira de Gal Costa, de Meu Nome é Gal (Erasmo e Roberto), Baby e Vaca Profana (Caetano Veloso), Dindi (Tom Jobim), Volta (Lupicínio Rodrigues), Folhetim (Chico Buarque), Um Dia de Domingo (Tm Maia), entre outros sucessos. ServiçoLocal: Blue Note São PauloEndereço: Conjunto Nacional – Av. Paulista, 2073 (2° andar)Data de reabertura: 29 de janeiro (sábado)Horário: 1º set – 20h / 2º set – 22h30Abertura da casa: 19h Informações/ReservasIngressos onlineValor: Setor único – R$90,00Transmissão Online Horário de Funcionamento Bilheteria oficial Blue Note São PauloCentral de vendas: (11) 945451511 (sem taxa de conveniência)De segunda à sábado das 9h às 20h30Domingos e feriados das 12h às 17h30
Mineira Yasmin Umbelino estreia com Antares; ouça!

Uma exploração sobre o que nos aguarda no fim do universo é o que move Antares, álbum de estreia da multi artista mineira Yasmin Umbelino. Mesclando sua experiência como atriz com um ousado mergulho musical e poético, ela propõe faixas onde inspirações do indie e do pop, do rock e da música brasileira guiam canções climáticas com um pé no passado e outro no futuro. O lançamento é do selo MUSA LAB – Laboratório de Ideias Musicais, fundado por Umbelino e o produtor musical Thiago Guedes para dar maior visibilidade a artistas em quem acreditam. Antares assume suas contradições e constrói sobre elas. A duração curta para um disco – abaixo dos 17 minutos – não impede que Yasmin veja o trabalho com a mesma complexidade de um álbum completo que vai além, inclusive, das suas canções. O disco chega acompanhado de um livro digital homônimo, disponível para leitura e download no site oficial. Dramaturgia poética de Antares Escrito ao mesmo tempo que as canções, o desdobramento literário de Antares deu vazão à verve de dramaturgia poética do trabalho, reunindo ainda as poesias e letras das músicas. “Eu poderia ter chamado de EP, mas isso iria contra a ideia que tenho de um disco. O Antares, mesmo pequeno, conta uma história com início, meio e fim (que, para a experiência completa, deve acompanhar a leitura do livro que está no site). Outra ideia que dialoga com o conceito futurista e com minha reflexão sobre as relações contemporâneas, foi a ideia de um disco podcast. Queria jogar de forma irônica com a ideia da escuta rápida. Hoje, tudo é rápido. A tendência é que, cada vez mais, os sons passem a ser desconexos e curtos. Mas e quando as informações são complexas? E quando há uma história muito maior envolvida? Como agimos? Em 16:50 o Antares narra minhas angústias, mas não só isso. Ele está todo amarrado aos clipes, às artes e ao livro. Ele funciona sozinho? Sim. Mas há muitas outras camadas”, resume Umbelino. Antares nasceu de uma necessidade em dialogar com conceitos sobre o caos pós-moderno por meio de metáforas. Por isso, a estrela que nomeia o disco ganha conotações de uma Pasárgada pessoal para a artista – um lugar onde tudo é possível, tão real quanto imaginária. O álbum se desenrola ao longo de seis faixas – sendo duas delas audiopoemas acompanhados de uma sonoridade retrofuturista com pegadas de rock progressivo -, onde Yasmin narra esse desbravar de universos inteiros, apenas para encontrar a si própria. Visão artística Além de reunir em um só trabalho as muitas vertentes de seu trabalho musical, poético e teatral, Yasmin Umbelino descobriu com Antares uma outra potência: a de dar forma visual à sua visão artística. Foi assim que a artista acabou cuidando pessoalmente de cada uma das artes que envolvem o disco, seus clipes e singles lançados. Usando técnicas de colagem, ela traduziu em imagens o conceito presente tanto nos textos de Antares quanto nos seus sons. Por fim, o resultado foi uma série de autorretratos trabalhados com imagens e texturas que dialogam com as sensações que Umbelino queria provocar com a obra. “Antares é um não-lugar. Rota e ponto de fuga. É pra onde ir quando não há mais espaço nem ar para respirar fundo, quando há o sufoco na poeira dos dias. Mais que uma estrela distante, é um delírio. O disco é uma mistura poética analógica e digital que busca em narrativas sonoras a construção de uma visão sobre o fim do mundo”, resume.
Em processo de luto, Aline Happ lança clipe em homenagem a avó

A cantora Aline Happ passou por uma das maiores perdas de sua vida: a morte da sua avó. Sempre citada nas entrevistas da artista como uma das maiores incentivadoras de sua carreira na música, a despedida da matriarca da família virou o tema do single Flower of Light. “Eu senti que precisava eternizar minha avó e a música tem esse poder. Minha avó foi uma pessoa maravilhosa e eu gostaria que ela fosse sempre lembrada. Fiz essa música para ela, com uma mensagem de amor e esperança. Espero que ela possa ouví-la, onde ela estiver. Na música eu a chamo de flor de lírio, que é uma das minhas favoritas (acho que isso já era sabido, visto que o nome da minha banda é Lyria) e também descobri que o nome dela significa lírio e luz”, relembra Aline Happ. Acostumada a criar canções autobiográficas, Aline Happ agora traz para suas canções algo que não havia lidado anteriormente: o processo do luto. “Essa é a primeira vez que alguém tão próximo se vai, a dor e o vazio são inexplicáveis. Eu espero que essa canção traga um pouco de paz para todos que também perderam alguém”, deseja Aline. A canção é uma composição de Aline Happ, que também canta, produz, grava e edita os vídeos. Os vídeos postados no canal de Aline Happ contam com o apoio de fãs no Patreon e no Padrim. Conhecidos mundialmente, o Lyria é uma banda carioca fundada em 2012 por Aline Happ. De lá pra cá, o grupo lançou dois discos com apoio de crowdfunding, Catharsis (2014) e Immersion (2018) e tocou em diversas cidades brasileiras como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo, entre outras, além de transmitir shows online com venda de ingressos para o mundo todo. Líder, vocalista e compositora do Lyria, Aline Happ é hoje uma das vozes mais famosas do metal brasileiro. Em seu projeto solo, a artista promove releituras Gothic/Folk/Celtic de canções do rock e do metal mundial que estão disponíveis em seu canal no YouTube. Graças ao apoio dos fãs, a cantora arrecadou mais de 200% da meta do financiamento coletivo para o seu disco solo de estreia, que será lançado neste ano.