Entrevista | Sticky Fingers – “Esse álbum é o reflexo do que passamos na época”

A banda australiana Sticky Fingers prepara o lançamento do seu quinto álbum de estúdio, Lekkerboy. Até o momento, cinco canções foram reveladas, incluindo a faixa-título, último lançamento. O baterista brasileiro Beaker Best e o tecladista Freddy Crabs conversaram com o Blog n’ Roll sobre o disco, cena roqueira da Austrália e álbuns que impactaram os integrantes da Sticky Fingers. Tivemos cinco singles divulgados até o momento do novo álbum do Sticky Fingers. As faixas trazem algumas reflexões, seja pelo lado da saúde ou das relações pessoais. O que mais pesou nas influências dessas composições? CRABS: Eu acho que esse álbum é um mix de tudo. O último álbum foi um pouco mais reflexivo e sólido. Este último tentamos fazer mais inspirador a ainda sim refletindo no que estávamos fazendo enquanto estávamos criando esse álbum. Dylan não estava bem, Paddy estava superando sua doença mental também. Tinha muita coisa acontecendo, mas também tinha muito crescimento e positividade. BEAKER: Nós conseguimos superar tudo isso, estamos vivos! CRABS: Respondendo sua pergunta, esse álbum é o reflexo do que passamos na época, é um mix disso. Ainda estamos passando por muita coisa, mas vamos superar isso. E fazer o mundo brilhar um pouco. A música Lekkerboy reflete bastante do Dylan. Lekker significa saboroso, legal, em holandês e sul-africano… Reflete nos momentos difíceis, mas mostrando um lado positivo, porque é tudo que você tem. Senão você não consegue. Dylan ganhou uma tatuagem na barriga escrita “Lekker” em uma de nossas tours. BEAKER: Nós viajamos para a Europa e o Dylan estava com um passaporte vencido. Não sei nem como deixaram ele entrar no avião. E sei lá, ele falou que iria voar de volta para a Austrália. Então, em Abu Dhabi, ele pegou um voo para Amsterdã e sumiu por quatro dias. E ele voltou e estava com essa tatuagem. Na hora eu olhei e pensei o que é isso? Mas hoje é uma das minhas tatuagens preferidas. Falando sobre o processo de criação de Lekkerboy, como foi gravar esse álbum em meio a tantas incertezas impostas pela pandemia? BEAKER: Acho que a razão por termos feito tantas músicas foi porque ficamos sem fazer shows. Sidney estava em lockdown. Então nós fomos para a casa dele todos os finais de semana na maior parte do ano. Ficamos juntos escrevendo, sendo positivos e isso foi muito bom… acho que conseguimos 17 músicas naquele momento. CRABS: E a música Lekkerboy foi escrita um pouco diferente, com um pouco mais de trap e bateria, mas também umas batidas…. nós sampleamos a canção enquanto o Bekear fazia a parada dele com a bateria… Nós não roubamos, nós fizemos do nosso jeito (risos). Mas é uma letra escrita pelo Dylon e Paddy. É uma grande balada… O Therasus que é um grande amigo nosso produziu esse disco, que também trabalhou pesado nessa letra e acho que eles terminaram em um dia. E é uma letra tão pesada…não tem parada e batida o tempo todo. Nos últimos anos temos observado um número grande de bandas boas da Austrália. Vocês observam isso também? Ou sempre foi forte assim, mas talvez não tivesse o alcance em outros países, como o Brasil? CRABS: Depende de quais bandas você está falando (risos). Acho que a cada ano algumas bandas australianas conseguem chegar lá. E as que não chegam lá são as que nós amamos, como Royal Headache. BEAKER: Tem algumas bandas aqui na Austrália que tentam fazer o que fazemos. Uma vez que você conhece uma, você conhece todas. Mas eles não são tão bons quanto nós (risos). Eles nos copiam (risos). Qualquer banda grande na Austrália que aparece nos copia (risos). Nós somos os melhores (risos). CRABS: E essas bandas se tornam grandes, mas todas vão para a América. E uma vez que você está na América, consegue suas mansões e não são mais australianas… estamos brincando (risos). É legal ver bandas australianas no exterior. Chegar na América do Sul por algum motivo é difícil para as bandas australianas, mas nós continuamos insistindo. De tempos em tempos, aparecem “salvadores” do rock com uma receita mágica de misturar ritmos que promete colocar o gênero no topo das vendas e streams. Como vocês veem isso? CRAB: Eu não acho que nenhum gênero sobrevive em sua forma pura. Mesmo se você pegar o hip hop, você tem que evoluir. Tem muito hip hop que amamos que não está mais nas paradas, assim como o rock. Como você mencionou, tem que continuar evoluindo. E por evoluir, misturar com outros estilos. Eu sinto que não é mais rock, é alguma outra coisa. Você pode homenagear os grandes e quem te influenciou que acho que é bom e legal. Um bom exemplo é se você olhar quando nós começamos, na garagem do Beaker, da sua mãe brasileira, nós começamos a tocar reggae, como garotos brancos tocando reggae, soando muito mal. E isso éramos nós tentando tocar o reggae tradicional. Posteriormente, quando começamos a tocar do nosso jeito, começamos a criar um som que as pessoas começaram a gostar. E as pessoas falavam: volta lá e toca o reggae de vocês. Nem acho que nós tocamos reggae, nós tocamos nossa interpretação disso. Mesmo com o rock… As pessoas nos classificam como uma banda de rock. Só que nós não nos consideramos uma banda de rock. É uma mistura de tudo. Não sei se o rock purista deveria sobreviver, talvez eles devessem aceitar o que já foi feito e agradecer por isso. Continuar ouvindo isso ou se abrir para os novos sons. Para encerrar gostaria que vocês me falassem três álbuns que impactaram suas vidas como artista. BEAKER: O que você acha de Sublime? CRAB: Sim, foi uma grande influência. Eu diria também Chillis (Red Hot Chilli Peppers), diria que Blood Sugar e Californication foram grandes influências. Principalmente para o Seamus (guitarrista). Ele ouvia muito o estilo do John Frusciante. E diria também todos os álbuns do Oasis. Os Stone Roses, primeiro álbum… Bob Marley… essas influências do britpop até o

Fantastic Negrito anuncia White Jesus Black Problems; ouça primeiro single

O cantor, compositor, músico e ativista Fantastic Negrito anunciou seu projeto mais ambicioso até hoje, White Jesus Black Problems, que será lançado em 3 de junho através de sua própria gravadora, Storefront Records. Para acompanhar o álbum de estúdio, Fantastic Negrito criou um filme completo para a música. White Jesus Black Problems foi escrito, gravado e filmado em Oakland, onde o artista cresceu e atualmente reside. O trabalho multimídia é baseado na história real da sétima geração da avó escocesa branca de Negrito (Vovó Gallamore), uma serva contratada, vivendo em um casamento de direito comum com seu avô escravizado afro-americano de sétima geração (Vovô Courage); desafiando abertamente as leis racistas e separatistas da Virgínia colonial da década de 1750. O primeiro single oficial do álbum e do filme, Highest Bidder, é uma confluência de muitas coisas, abordando temas de racismo, capitalismo e o próprio significado da liberdade em si de maneira provocativa. Variando de ritmos africanos a Delta blues, a nova faixa atravessa gêneros, enquanto examina o funcionamento interno da sociedade, onde tudo e qualquer coisa está à venda. O videoclipe segue Fantastic Negrito – vestindo uma de suas roupas excêntricas de assinatura – enquanto ele exibe os desejos da natureza humana e o que as pessoas pagarão para adquiri-los; sejam os melhores carros, as melhores armas, a melhor comida, os melhores servos ou o melhor sexo, tudo vai para o “maior lance”. “Essa música é tão verdadeira hoje como sempre foi. Os egípcios, os persas, os gregos, os romanos, os americanos, tudo vai para o maior lance. É a natureza humana. As pessoas sempre querem ter o melhor.” Ele continua dizendo: “Tudo se baseia em extrair o máximo das outras pessoas pelo mínimo. Neste país, adoramos bilionários, enquanto partes de algumas cidades se parecem com o que chamamos de terceiro mundo. Estou tentando transmitir o que vejo quando ando pela rua aqui em Oakland.” Ao longo de pouco mais de um ano, Negrito escreveu quase 50 faixas inspiradas em Gallamore e Vovô Courage, eventualmente reduzindo a coleção a uma mistura de 13 músicas e interlúdios que capturaram a luta e o triunfo da história do casal. Pela primeira vez, ele gravou o núcleo de cada música ao vivo no estúdio com seu baterista, James Small (que também interpreta Vovô Courage no filme), antes de mais tarde acrescentar camadas com instrumentos adicionais por conta própria e trazer colaboradores externos como o baixista Cornelius Mims, o guitarrista Masa Kohama, o tecladista Lionel LJ Holoman e a violoncelista Mia Pixley.

Andre Matos – Maestro do Rock: primeira das quatro partes está disponível para aluguel

A primeira das quatro partes do filme Andre Matos, o Maestro do Rock, que conta a história de vida do saudoso vocalista, pianista, compositor e maestro Andre Matos, está disponível no streaming em uma parceria com a Roadie Crew. Além de imagens do arquivo pessoal e entrevistas com amigos, familiares e músicos, Andre Matos, o Maestro do Rock emociona o público não só em fatos da carreira, mas ao abordar a personalidade de Matos, que integrou as bandas Viper, Angra, Shaman, além da carreira solo e diversos projetos, fora dos palcos. O filme estreia na plataforma Vimeo e conta com conteúdo extra inédito e exclusivo, que não estará disponível em nenhum outro lugar. Para alugar o documentário, basta acessar o site da Roadie Crew e seguir os passos. O valor do aluguel é de U$12, aproximadamente R$ 65,00, e o filme ficará disponível por 72 horas a partir do pagamento. Os filmes no Vimeo podem ser visualizados em computadores, tablets, celulares e smartv. Basta seguir as instruções na própria plataforma. Dirigido por Anderson Bellini e com pauta e produção do jornalista Thiago Rahal Mauro, o filme teve sua estreia exibida no Teatro Municipal de São Paulo em 14 de setembro de 2021 e passou por diversas salas de cinema do Brasil. “Visitar 18 cidades pelo Brasil inteiro durante dois meses foi incrível, ainda mais vendo, in loco, a reação do público ao assistir ao filme. Tivemos sessões lotadas em todos os lugares que passei e, em algumas cidades, tivemos que fazer até sessões extras. A sensação foi a de estar numa turnê e, por isso, apelidamos essa gira pelo Brasil como Tour do Doc”, comentou o diretor Anderson Bellini. Cupons de descontos exclusivos Pela parceria, assinantes do canal Roadie Crew no YouTube, da revista Roadie Crew e os fãs que contribuíram com a Vakinha para a produção do documentário, poderão solicitar cupons de desconto exclusivos. Para obter o desconto, basta mandar um e-mail para andrematos@roadiecrew.com seguindo as instruções. Os cupons serão enviados por e-mail em até 24 horas após a solicitação e podem ser usados no momento do aluguel na própria plataforma Vimeo. Assinantes da revista Roadie Crew têm 50% de desconto. Para receber seu cupom, envie um e-mail para andrematos@roadiecrew.com com o CPF do assinante. Assinantes do canal Roadie Crew no YouTube têm 20% de desconto Para receber seu cupom, basta assinar o canal da Roadie Crew no YouTube e enviar o print de tela da página mostrando o “subscribed”. Doadores da Vakinha Documentário Andre Matos têm 50% de desconto. Para receber seu cupom, envie um e-mail para andrematos@roadiecrew.com com o CPF e e-mail cadastrado no Vakinha ou comprovante do PIX. A promoção é válida para doações a partir de R$ 25,00. Quem adquiriu o BOX Documentário Andre Matos – Maestro do Rock receberá o cupom de acesso sem custo para assistir ao filme. Observação: quem adquiriu o box receberá o cupom de acesso sem custo para assistir ao filme online. Caso haja cancelamento do produto após o código ter sido gerado e enviado, o valor do aluguel (U$12, aproximadamente R$ 65,00) será descontado do valor da devolução.

Na expectativa pelo Lolla, menores atos libera single Aquário

O trio de rock alternativo menores atos lançou na última sexta-feira (4) a música Aquário, o terceiro single do EP Lúmen, que contará com cinco músicas, no total. Após Breu e Muro, dois singles que entraram em várias playlists e logo caíram no gosto do público, a banda afirma que Aquário talvez seja o grande hit do EP e vai preparar os fãs para o próximo disco cheio, que já está sendo feito. Composta e gravada antes da pandemia, é interessante como a letra também se encaixa perfeitamente no momento atual, como se tivesse acabado de ser escrita. De acordo com a banda, inicialmente, a música seria lançada para celebrar a participação da banda no Lollapalooza 2020. Agora, às vésperas do evento finalmente acontecer – menores atos está confirmadíssimo no Lolla 2022 -, é chegado o momento. Aquário ainda vai ganhar um clipe, que será lançado na sequência. Aquário conta com produção, mix e master de Gabriel Zander, gravada no Estúdio Costella, em São Paulo. menores atos é Cyro Sampaio (guitarra/voz), Ricardo Mello (bateria) e Celso Lehnemann (baixo).

Detonautas lançam álbum com oito faixas; ouça Esperança

Em álbum no qual a política passa longe, os Detonautas regravaram Amanhã é 23 (Kid Abelha). Esperança é o nome do disco que também conta com a participação de Frejat na música Medo, que é um poema de Bráulio Bessa. Cada detonauta gravou sua parte de Esperança, oitavo álbum do grupo, em casa, cabendo a produção a Marcelo Sussekind. A mixagem e masterização ficaram a cargo de Arthur Luna. O álbum foi gravado no início da pandemia, entre abril e agosto de 2020. Ano passado os Detonautas lançaram o Álbum Laranja, com faixas polêmicas como Kit gay, Político de estimação, Mala cheia e Micheque.

Crítica | A Filha do Rei

Engenharia do Cinema Com as gravações ocorrendo em 2014, originalmente este filme seria lançado em 2015, pela Paramount Pictures. Porém após diversos problemas em sua pós-produção e cientes da bomba que teriam em mãos, o estúdio vendeu os direitos para uma independente nos EUA e o lançou apenas agora nos cinemas de lá (curiosamente no Brasil, ele acabou sendo lançado logo no inicio deste ano, diretamente pelo Telecine). Com as gravações sendo realizadas no verdadeiro Palácio de Versalhes (durante a madrugada, que é quando o mesmo está fechado) realmente afirmo que essa é a única coisa boa nessa produção de época. Inspirado no livro de Vonda N. McIntyre, a história na verdade é uma bagunça. Ela gira em torno de Marie-Josephe (Kaya Scodelario) que descobre ser filha do então Rei Louis XIV (Pierce Brosnan), o que a faz ir até o Palácio de Versalhes para se encontrar com o mesmo. Ao mesmo tempo ela tem uma série de encontros com uma Sereia curandeira (Bingbing Fan) e se apaixona pelo plebeu Yves (Benjamin Walker). Imagem: Gravitas Ventures (Divulgação) O roteiro de Barry Berman e James Schamus parece que queria ser várias coisas e acabaram sendo absolutamente nada. Com essas três tramas distintas e menos de 90 minutos de projeção, a sensação é que a dupla simplesmente foi jogando os fatos e tentar captar a atenção das espectadoras femininas (o que leva a escalação de Scodelario). Porém, eles não conseguem sequer ter um público certo, pois não há como saber se estamos falando de um filme sobre monarquia ou até mesmo um reboot de “A Pequena Sereia”. Inclusive até os atores estão perdidos, com tamanho deslize (ressalvo que as gravações foram em plena madrugada, e o “sol” foi colocado com CGI). E isso é notório até mesmo em uma breve cena entre Scodelario e Brosnan, onde logo após ela falar que ele é seu Pai, este já fala que ela deve se casar com um cidadão que ele deseja! (não estou brincando, é isso mesmo que acontece). “A Filha do Rei” acaba sendo oficialmente a primeira grande bomba lançada em 2022, sem viés de dúvidas.