Crítica | Hour of Ragnarok – Graveland

A Polônia é um país com uma rica história, tanto em guerras como nos esportes, em especial no futebol. Além de tudo isso, possui uma vasta e prolífera cena de metal extremo, que conta com lendas como Vader, Behemoth, Hate e, claro, o polêmico Graveland, formado em 1991 com o propósito de praticar black metal na veia dos noruegueses. Aliás, conseguiram, pois álbuns como Carpathian Wolves (1994) e Thousand Swords (1995) chamaram bastante atenção das hordas de fãs. Mas o lado musical não é a única característica a chamar atenção, pois suas letras abordam nacionalismo e já causaram desgosto ao redor do mundo, como em 2016 no Canadá, onde o grupo quase foi impedido de se apresentar. Porém, nosso compromisso é apenas com a música. Leia as letras e o julgamento é seu. Hour of Ragnarok, lançado em agosto de 2021, já é o vigésimo (!) álbum de estúdio dos poloneses, chefiados pelo mentor Rob Darken, que por anos foi o faz-tudo da banda, que hoje conta com o reforço do baixista Skyth e do batera Ahrin, dois feras na cozinha. O black metal do início da carreira foi ao longo dos anos ficando cada vez mais épico e melódico, com alguns fãs inclusive categorizando a música do grupo como “war black metal”. Tal rótulo não soa exagerado, mas hoje podemos afirmar que o Graveland já possui um estilo único, próprio. Não tenha dúvidas da qualidade de Hour of Ragnarok. O álbum soa como se fosse a última guerra do mundo, que está prestes a acabar a qualquer instante. Angustia é o sentimento que brota do fundo da alma ao ouvirmos clássicos do metal extremo como as excelentes The Wolf of Twilight, Conspiracy of The Wizards, Following The Azure Light e a faixa-título. Todas contando com os infernais vocais de Darken, além de riffs sombrios e épicas passagens de teclados, que dão um toque especial ao trabalho do Graveland, deixando a música do grupo ainda mais assustadora. Esteja avisado. Hour of RagnarokAno de Lançamento: 2021Gravadora: Inferna Profundus RecordsGênero: Black Metal/Black Metal Pagão Faixas:1-The Wolf of Twilight2-Hour of Ragnarok3-Conspiracy of The Wizards4-Children of Hyperborea5-Following The Azure Light6-The Three Gifts of The Gods7-Enlighted By The Wisdow of Runes8-River of Tears

Crítica | O Massacre da Serra Elétrica o Retorno de Leatherface

Engenharia do Cinema Sendo realizado com a ideia de resgatar a franquia “O Massacre da Serra Elétrica” e ser uma continuação direta do primeiro, lançado em 1974 e com direção de Tobe Hooper, este “O Massacre da Serra Elétrica o Retorno de Leatherface” passou por diversos problemas durante sua concepção. Seja a constante troca de diretores durante as gravações, pandemia, e até mesmo um roteiro que não se mostrava plausível. O fato é que ele foi feito pegando carona no sucesso do “Halloween” lançado em 2019, mas em momento algum se mostrou como um filme no grau deste. E ciente da bomba que tinham nas mãos, venderam para a Netflix (que sequer se deu o trabalho de fazer um marketing plausível em cima do lançamento).  A história mostra um grupo de adolescentes ativistas que resolvem abrir um novo negócio em uma pequena e pacata cidade. Só que eles não imaginavam que iriam mexer justamente no imóvel que residia o fatal serial killer Leatherface, que ressurge depois de 50 anos e trás consigo uma onda de sangue e morte. Imagem: Netflix (Divulgação) O roteiro concebido por Chris Thomas Devlin é totalmente problemático, a começar que não conseguimos ter afeição por nenhum dos personagens que nos apresenta e ele ainda força uma situação bastante sem nexo com a protagonista Lila (Elsie Fisher), que começa a assemelhar os assassinatos de Leatherface com um massacre que aconteceu em sua escola (e isso é jogado ao espectador de forma porca, com propósito de criarmos afeição pela mesma). Embora as cenas de mortes sejam repletas de sangue e brutalidade, o destaque vai apenas para a sequência dentro do ônibus (que faz uma ótima piada com a turma do cancelamento). Mesmo com um cenário imenso e várias oportunidades, nada chega a ser aproveitado da forma devida. Tanto que eles resolvem trazer a única sobrevivente do filme de 74, Sally (agora vivida por Olwen Fouéré, já que a atriz Marilyn Burns faleceu em 2014). Não há um propósito plausível como foi com Jamie Lee Curtis em “Halloween”, pois ela só aparece apenas para falar “voltei por voltar” e “alegrar os fãs” (ou deixar eles com raiva).    “O Massacre da Serra Elétrica o Retorno de Leatherface” acaba sendo mais um filme caça-niqueis da franquia, e demonstra que a mesma ainda não conseguiu alcançar seu retorno triunfal aos cinemas.