Tears for Fears revela The Tipping Point, primeiro álbum em 17 anos

O duo britânico Tears For Fears lança The Tipping Point, seu primeiro álbum de estúdio em 17 anos. Em resumo, The Tipping Point traz um som arrojado, belo e poderoso do Tears For Fears encontrando-se juntos, mais uma vez. Em outubro de 2021, a dupla lançou o primeiro single, a faixa-título The Tipping Point, capturando a dor de ver alguém que você ama perder sua longa batalha contra uma doença. Posteriormente, seu segundo single, No Small Thing, foi um encontro de mentes enquanto a dupla voltava para a mesa de projeto e utilizaram o coração e a alma para completar o álbum. O vídeo que acompanha foi feito utilizando exclusivamente imagens encontradas mostrando o conflito entre as liberdades individuais e a responsabilidade coletiva. Seu último single, Break The Man, é uma faixa empoderadora, mas groovy, que exige um melhor equilíbrio entre homens e mulheres. Inspirado na letra da canção, o vídeo engloba um mundo que ilustra a realidade do patriarcado – um lugar de hierarquias intermináveis construído sobre uma devoção cega a estruturas instáveis e insustentáveis. Por dentro, o mundo parece infinito, mas de fora é um mero brinquedo na mão do universo. Em novembro de 2021, a banda também anunciou The Tipping Point World Tour, com o apoio do Garbage nos shows dos Estados Unidos, onde a banda fará a sua primeira turnê desde 2017. Começando em Cincinnati, Ohio, em 20 de maio, essas datas verão a banda se apresentar em mais de 20 cidades da América do Norte antes de encerrar com seu último show em Wantagh, Nova Iorque, em 25 de junho de 2022.

Rock Believer, novo álbum do Scorpions, chega ao streaming

O momento crucial na origem do álbum Rock Believer, dos Scorpions, que chegou nesta sexta-feira (25) ao streaming, está em uma canção de Klaus Meine: Gas In The Tank. Como diz o próprio Meine, vocalista da banda, “antes de começarmos a trabalhar no novo álbum, nós nos perguntamos: Será que ainda temos gasolina o suficiente?”. O Scorpions é um grupo cuja carreira musical se estende por 50 anos, desde o lançamento de seu primeiro álbum de sucesso, Lonesome Crow, em fevereiro de 1972, até a chegada de Rock Believer. As perguntas antes deste novo disco estavam no ar. Será que a banda ainda teria a paixão, a resistência e a força bruta necessária para criar e gravar uma ou duas dúzias de faixas totalmente novas? Será que seus 18 álbuns de estúdio e todos os discos de platina e platina dupla que ganharam em todo o mundo já não eram o bastante para aqueles músicos incansáveis? Ainda há gasolina o suficiente no tanque para continuar? Agora, uma das músicas do quinteto fornece a resposta para essas perguntas: “Let’s play it louder play it hard/ Laid back and a little dark/ Give me a dirty riff my friend/ There’s gotta be more gas in the tank” (“Vamos tocar mais alto, tocar com mais força/ Descontraídos e um pouco sombrios/ Me dê um riff sujo, meu amigo/ Tem que ter mais gasolina no tanque”). Peso de Rock Believer São ao todo 16 faixas, cada uma delas como um conto, pequenos poemas em prosa apresentados com luxuosa roupagem sônica, estampando a marca registrada dos Scorpions do início dos anos 1980, mas produzidos sob uma perspectiva dos anos 2020. A riqueza de inspiração da longa carreira da banda é um tesouro transbordante que forja uma ponte entre o ontem e o amanhã. O comentário de Klaus Meine sobre Roots In My Boots se aplica a todo o álbum. “O novo material somos nós de volta às nossas raízes. Queríamos simplesmente reativar o DNA original dos Scorpions – grandes riffs, melodias fortes. Tentamos transportar essa sensação do ao vivo para o estúdio com todos nós cinco finalmente tocando juntos em uma sala novamente. Ter Mikkey Dee na banda é como uma dose de energia fresca. E diversão de verdade”. A base deste álbum foi a ideia do bem sendo identificado a partir do mal, desenvolvida a partir de conceitos do grande filósofo e professor de Stanford Paul Watzlawick. Outro fator importante foi a pandemia de covid, que impôs freios na vida pública, nas viagens e no trabalho. “Já tínhamos começado a falar de um novo álbum em 2018”, lembra Rudolf Schenker. Sufoco com a pandemia Um ano depois disso, Klaus Meine tinha completado a primeira letra. E então a covid chegou. Em turnê por Austrália, Nova Zelândia e pelo sudeste asiático, a banda quase não conseguiu voltar à Europa como tinha programado. De repente, nada mais foi o mesmo. Os concertos foram cancelados, as arenas fecharam. A banda já tinha contratado um estúdio em Los Angeles, mas seus planos foram frustrados pelo destino. Os músicos se viram presos em casa, três deles a apenas a um passo do lendário Peppermint Park Studios, em Hannover, na Alemanha. Assim que as restrições de viagem foram relaxadas, Pawel Maciwoda e Mikkey Dee puderam se juntar a eles, vindos da Polônia e da Suécia, respectivamente. “E de repente parecia que tínhamos voltado à década de 80, quando nós cinco nos esbaldávamos, passando a noite no pub da esquina, conversando sobre nossa música”, lembra Matthias Jabs. Os elementos básicos do rock sempre acompanharam a sociedade em constante evolução. Como canta Klaus Mein na faixa título, Rock Believer: “Scream for me screamer/ I‘m a rock believer like you just like you/ Come on scream for me screamer/ I‘m a rock believer like you just like you” (“Grite pra mim, gritador/ Sou um verdadeiro fiel do rock como você/ Venha gritar para mim, sou um verdadeiro fiel do rock como você”). Klaus Meine comenta a letra: “Há muitos anos ouvimos gente repetindo que o rock está morto. Mas ainda há milhões de rock believers em todo o mundo para provar que estão errados. Nossos fãs são os melhores do mundo …. Nós vamos nos encontrar um dia, em algum lugar por aí, porque somos rock believers como você”. Turnê A próxima turnê tem o mesmo nome que o disco. Em março e abril de 2022, a banda vai se apresentar no Planet Hollywood Resorts & Casino em Las Vegas, seguindo para um uma turnê europeia programada para começar pela Alemanha em junho de 2022, além de outros shows ao redor do mundo.

The Perfect Thing: GASP retrata afeto e partida em novo videoclipe

GASP: The Perfect Thing

“Quem ama, deixa partir e torce pelo melhor”. Nada resumiria melhor o novo single da banda GASP: The Perfect Thing. A canção frisa que o bom anseio nem sempre condiz com aquilo que é de fato para nós enquanto se remete ao post punk e à musicalidade alternativa.  No videoclipe, que tem direção de Diogo Fleury, a dança serve de linguagem para representar um relacionamento intenso que não funciona como o esperado – apesar do esforço mútuo. As imagens foram captadas por Victor Souza. The Perfect Thing também aponta uma nova faceta da GASP. Anteriormente neste ano, o grupo divulgou a faixa  Your Lie, onde despontou com uma sonoridade pesada e um videoclipe divertido. Agora, no entanto, a banda aposta em um contexto mais pop e melancólico.  Para chegar nessa sonoridade, a GASP trabalhou com o produtor Rodrigo Andrade (Hellbenders) e contou com a mixagem de Alexandre Capilé. A masterização foi feita por Alberto De Icaza, que trabalhou diretamente de Austin, Texas, nos Estados Unidos.  O vocalista, guitarrista e tecladista da GASP, Gustavo Garcia, destaca que a letra aborda um eu-lírico que precisa aprender a lidar com o término. “É sobre aceitar a partida. Entender que é melhor seguir em frente e torcer pela felicidade de uma pessoa, não significa que estamos deixando de amá-la. Muito pelo contrário” Além de Gustavo, a banda é formada pelos músicos Gabriel Cabral (guitarra), Lucas Tomé (baixo) e Matheus “Tiozão” Avelar (bateria). Em The Perfect Thing, a GASP conta com a participação especial de um coral formado pelos cantores Gabriel Lisboa, Jailma Oliveira, Roberta Moro, Wilson da Silva e Maeva Garcia. A faixa é um lançamento do selo Musikorama Music Entertainment e da gravadora New Music. 

Crítica | Licorice Pizza

Engenharia do Cinema Após “Trama Fantasma” ter sido um dos seus projetos mais ecléticos e ao mesmo tempo fortes, o cineasta Paul Thomas Anderson agora opta por uma produção mais simples e que homenageia o cinema dos anos 60 aos 80, em “Licorice Pizza”. Trazendo como protagonistas os estreantes Cooper Hoffman (filho do finado ator e amigo de Anderson, Phillip Seymour Hoffman) e Alana Haim (que é uma cantora estadunidense que estreia como atriz), ele mostra que com um bom roteiro em mãos, consegue desenvolver uma trama ótima com novos atores. A história se passa em meados dos anos 60/70, quando o estudante Gary (Hoffman) começa a tentar conquistar Alana (Haim). Ele tem 15 anos e ela 25, e mesmo com personalidades totalmente diferentes, aquele se vê totalmente apaixonado pela garota, que não liga para ele como um namorado. Imagem: Universal Pictures/MGM (Divulgação) Anderson faz uma notória homenagem ao cinema dos anos 60 e 70 em vários sentidos. Seja por intermédio de personalidades da época como Jon Peters (Bradley Cooper, em um ótimo e divertido arco), Jack Holden (Sean Penn, que mesmo com uma breve passagem, tem um ótimo momento) e até mesmo George DiCaprio (Pai do ator Leonardo DiCaprio, que faz uma ponta como um vendedor de colchões). Isso sem falar que o próprio ainda referencia, de forma sutil, alguns de seus trabalhos anteriores como “Boogie Nights“, “Embriagado de Amor” e até mesmo “Sangue Negro“. Ciente que estava com um arco clichê nas mãos, Anderson procura explorar também a personalidade dos protagonistas em cada arco proposto, assim como em diversas situações em que ambos exploram de maneiras diferentes (bem aos moldes do recente “Eduardo e Mônica“). Enquanto Alana consegue se tornar explosiva da água para o vinho, Cooper procura contornar a situação da maneira mais simplória possível (vide a sequência onde ambos têm de lidar com um cliente deles por telefone, que é extremamente hilária).     “Licorice Pizza” acaba sendo uma verdadeira carta de amor de Paul Thomas Anderson para os anos 70, mas uma verdadeira zebrinha no Oscar 2022.

Crítica | Pacificador (1ª Temporada)

Engenharia do Cinema Anunciada durante um evento da DC, a série do “Pacificador” funciona como uma extensão ao recente “O Esquadrão Suicida“. Mostrando que o personagem Pacificador (John Cena) sobreviveu aos eventos do mesmo, o seriado mostra que ele ainda está sob a tutela de Amanda Waller (Viola Davis) e terá de trabalhar para ela e sua trupe de agentes especiais. Dividida em oito episódios, desenvolvidos pelo cineasta James Gunn, vemos que desde sua abertura (que é uma das melhores dos últimos anos) ele realmente está nos apresentando uma trama totalmente fora de sua zona de conforto. A história tem inicio quando o arco do Pacificador termina em “O Esquadrão Suicida“, com ele acordando no hospital e reparando que tem uma “segunda chance”. Mas mesmo tentando tocar a sua vida, ele acaba se envolvendo em uma situação bastante caótica com possíveis seres estranhos. Imagem: HBO Max (Divulgação) Gunn sabe que o principal problema desta série é estabelecer com que o público goste do seu protagonista, mesmo com o fato dele ter sido vendido como vilão em “O Esquadrão Suicida“. Utilizando piadas de humor negro e pastelão (que quase sempre funcionam), o público começa aos poucos se assemelhar com o protagonista vivido por John Cena. Sendo um dos novos queridinhos da industria (por ter um enorme carisma como ator também), o mesmo tem a facilidade de usar esse rótulo para estabelecer um paradigma em cima do Pacificador. Só que por mais que ele entregue uma performance plausível ao extremo, alguns atores como Freddie Stroma (Vigilante), Danielle Brooks (Leota), Jennifer Holland (Agente Emilia Harcourt) e Steve Agee (John Economos), conseguem roubar a cena do mesmo em diversas cenas chaves que o roteiro lhes coloca. Isso é mérito também do roteiro do próprio Gunn, que sabe explorar seus coadjuvantes em quase todos os seus projetos. Além do fato dele criar situações bastante malucas, cenas de ação repletas de violência e que conseguem deixar o espectador com sorrisos de ponta-a-ponta. A primeira temporada de “O Pacificador” consegue mostrar que James Gunn e John Cena possuem mesmo uma enorme química, e que são os grandes destaques da DC.