Resenha – Zero And Below – Crowbar

O início dos anos 1990 ficaram marcados por diversos estilos novos que vieram se juntar ao já poderoso cenário do metal. Enquanto o death metal atropelava a todos com velocidade e potência, outros grupos mostraram que também era possível fazer um som extremo sem necessariamente focar na rapidez. Nascia o sludge metal, sendo o Crowbar um dos expoentes do então novo estilo. Seu álbum de estréia, Obedience Thru Suffering (1991), trazia uma forte mistura de vocais guturais, riffs afinados diversos tons abaixo e músicas que misturavam partes não tão velozes com outras lentas, densas. Tudo comandado por Kirk Windstein, que logo após se juntaria a Phil Anselmo para formar o Down, mas isso é outra história. Mais de trinta anos depois, Kirk e seus soldados soltam seu décimo segundo álbum de estúdio, Zero And Below. E, para a alegria dos fãs, o álbum não apresenta nenhuma novidade no perfil da banda. Sim, o Crowbar continua a praticar o sludge metal que mais parece ter saído das profundezas de um pântano. Tudo que fez do Crowbar ganhar a fama que possui está aqui, reproduzido fielmente. O material está pesadíssimo, e facilmente irá agradar aos sludgers mundo afora. Não seria agora que a banda iria arriscar uma mudança e deixar seus seguidores insatisfeitos. Cientes desse fato, o quarteto explode os tímpanos alheios com faixas fortes como The Fear That Binds You, Chemical Godz, Denial of The Truth, Crush Negativity e a melhor de todas, Bleeding From Every Hole, que inclusive ganhou um belíssimo vídeo. Interessante notar que, em meio às partes lentas típicas do sludge, o Crowbar encaixa algumas aceleradas de ritmo (nada como um Morbid Angel, claro) que conseguem dar uma bem vinda variada no álbum. Zero And Below é mais um acerto do Crowbar, uma das bandas mais originais do metal. Confira sem medo! Zero And BelowAno de Lançamento: 2022Gravadora: MNRK LabelGênero: Sludge Metal Faixas:1-The Fear That Binds You2-Her Evil is Sacred3-Confess to Nothing4-Chemical Godz5-Denial of The Truth6-Bleeding From Every Hole7-It´s Always Worth The Gain8-Crush Negativity9-Reanimating a Lie10-Zero And Below

Crítica | Fresh

Após uma passagem bastante sucedida no Festival de Sundance deste ano, “Fresh” teve seu lançamento direcionado para as divisões de streaming adulto da Disney (Hulu nos EUA, Star+ na América Latina). Com um ar totalmente independente e maluco, vemos um Sebastian Stan mostrando que por mais que ele pareça ser o amigável Bucky Barnes/Soldado Invernal, também pode ser um dos maiores e mais temidos psicopatas. A história gira em torno de Noa (Daisy Edgar-Jones), que após vários encontros amorosos desastrosos conhece o enigmático Steve (Stan). Só que ela não imaginava que o mesmo teria um hobby um tanto peculiar, que é consumir carne humana. Imagem: Searchlight Pictures (Divulgação) Este é aquele clássico projeto onde ele pode direcionar para dois lados: ele pode ser um trash ao extremo ou um suspense que consegue ter diversas tensões criadas em momentos chaves. Partindo da segunda opção, a cineasta estreante em longas Mimi Cave opta por indiretamente homenagear o trabalho de Jordan Peele em “Corra!”. Através de um cenário bizarro, o roteiro de Lauryn Kahn coloca em pauta alguns temas atuais como sexismo, feminismo até mesmo luta de classes. Estes recursos funcionam? Sim! Porém estamos falando de um roteiro sutil, onde ele coloca essas pautas em cena e devemos raciocinar sobre suas execuções e mensagens. Quando ele não está fazendo isso, Cave opta por criar uma atmosfera perturbadora, mas não tão impactante. Ao invés disso, ela coloca uma pegada de nonsense e neste contexto Stan acaba funcionando perfeitamente como psicopata (inclusive, chega até a assustar, em algumas cenas).    No final das contas, “Fresh” é uma grata surpresa que a divisão independente da Disney conseguiu nos propor neste início de 2022. Que continuem assim!