Entrevista | Scalene – “Talvez Labirinto seja o último álbum mesmo”

A banda Scalene lançou Labirinto, o seu quinto álbum de estúdio, nesta sexta-feira (11). Nas redes sociais, a banda deu a entender que esse seria um provável fim. Portanto, conversamos com o vocalista, Gustavo Bertoni, que explicou a situação. “Eu realmente não sei, não tem nem o que esconder, eu só não tenho o que falar. Os últimos anos foram muito intensos para a banda, e a gente já existe há 12 anos. É natural que a vida te leve para outros caminhos. Talvez a gente só precise de umas férias, talvez a gente só precise de um hiato”. “A morte simbólica está muito presente nesse disco, não a morte literal, mas a gente deixar morrer aspectos nossos para que o novo nasça. Então, acho que talvez seja o último álbum mesmo, porque sempre é o último álbum, a gente nunca é o mesmo depois de lançar um álbum. Talvez, definitivamente, é o último álbum da banda que a gente foi até hoje”, finalizou. Confira abaixo a entrevista na íntegra: Como foi o processo criativo do novo álbum Labirinto? E como foi juntar diferentes propostas em um só álbum? As ideias para esse disco começaram lá em 2019, pré-pandemia. Assim que a gente lançou Respiro, a gente já começou a entender o que seria um provável caminho para esse álbum. Por ter começado tão cedo, a gente conseguiu desde o início alinhar muito bem a nossa expectativa e influências para esse álbum, nossas intenções, buscas. Então, a pesquisa para esse álbum foi a mais bem organizada e alinhada que a gente já fez, isso envolvendo todas as artes, tipo cinema, literatura, muita coisa que a gente foi trazendo por caldeirão. O apelido do álbum era Noir, que é um movimento do cinema, mas também já traz muita coisa consigo nesse nome, coisa da noite, escuridão, sombras e tal. Então, a gente ficou chamando esse disco de No ir durante um bom tempo, até chegarmos em Labirinto. Foi um processo de mergulho interno muito profundo, a gente brincou muito com a frase “iluminar os becos da alma”, a gente queria muito entender a nossa sombra, escuridão, na busca de se tornar quem se é mesmo. Acho que esse disco, de uma forma mais intensa que antes, tem um certo se jogar no abismo, pular do precipício e se jogar na escuridão de nós mesmos. Então, foi muito intenso, nem sempre foi bonito e fácil, mas trouxe muita novidade para a nossa vida. Por ele ter esse teor muito denso e introspectivo, a gente queria que a gente compensasse isso no som. É um disco vigoroso, extrovertido, as letras e os temas são mais introspectivos mas é um disco, para os padrões Scalene, intenso. É um disco que dá a cara a tapa, a gente focou muito nisso, na produção também, não é um disco tímido, acho que essa é a palavra, eu não queria que fosse um disco tímido, eu queria que a gente abraçasse quem a gente é, em nossa totalidade, em belezas e imperfeições, luz e sombras. Então, acho que é um disco muito completo e talvez seja o disco mais Scalene que a gente já tenha feito, estou com muito orgulho dele. Esse álbum sai um pouco do que a Scalene está acostumada a fazer. Como você descreve essa nova fase da banda e o que fez vocês decidirem sair da zona de conforto? A gente sempre sai da zona de conforto. Acho que esse é o nosso quinto ou sexto álbum, tirando os EPs e DVDs do meio do caminho. Então, a gente sempre sai da nossa zona de conforto, o desafio nesse álbum de algumas formas, por mais que ele tenha várias novidades, foi retomar o rock. Quando você está sempre saindo da zona de conforto, sair da zona de conforto é estar na zona de conforto. Se desafiar nesse álbum, significava também insistir em certas coisas, não só mudar, acho que a insistência em coisas que você já é, já faz é um grande desafio também, especialmente, para uma banda que está acostumada a estar sempre mudando, então, a gente quis focar nisso também. Tem muitos elementos eletrônicos nesse álbum, que foi uma novidade para a gente. Tem mais uso de sintetizadores, então, como sempre foi realmente um passo em novos territórios mas também foi uma retomada de muita coisa. O nosso último álbum foi super MPB, super acústico, e o outro álbum de 2017 era roqueiro mas também era bem brasuca. A gente acho que voltou para algumas coisas de um rock que a gente fazia no início da carreira, só que com a maturidade de hoje em dia. Acho que tem temas nesse álbum que a gente já falava sobre, só que eu sinto que agora a gente viveu na pele essas coisas. As questões filosóficas e existenciais da discografia do Scalene acho que eram muito poéticas e eram muito sobre a curiosidade de viver essas coisas, agora acho que a Scalene viveu isso, faz parte nós. Então, as questões filosóficas e existências estão mais internalizadas, acho que ele fica mais potente, sincero. As faixas que integram o álbum vão mostrar assuntos tratados ao longo da história da Scalene. Tem alguma canção que vocês estão mais receosos de expor para o público? Não tem nenhuma canção que traga algum receio, acho que estou bem confortável com todas as letras. Tem uma música que é mais maluca sonoramente, então, rola uma curiosidade do quão louco as pessoas vão achar que isso é. Por que sempre que a gente lança uma coisa as pessoas acham muito diferente, para gente já não é, porque a gente já está acostumado com aquilo, a gente está convivendo com aquelas ideias durante anos, às vezes chega de uma forma muito nova mas para gente já é familiar. Então, às vezes rola um pouco dessa curiosidade, não chega a ser um receio de tipo, “será que a gente fez muita loucura aqui ou as pessoas vão entender?”. Liricamente, pelo

Alanis Morissette lança single Olive Branch e anuncia tour mundial

A cantora Alanis Morissette lançou o single Olive Branch, nesta sexta-feira (11), junto com o anúncio de uma extensa agenda de shows pela América do Norte e Europa. Em resumo, os shows celebram os 25 anos do clássico Jagged Little Pill. Saiba mais sobre as datas e locais aqui. O single Olive Branch foi co-escrita por Alanis e Michael Farrell e produzida por Michael Farrell e Henrik Jakobsson. As novas datas vem após sua turnê esgotada no ano passado, que foi a turnê nº 1 liderada por mulheres em 2021 e uma das principais turnês mundiais de 2021, vendendo mais de 500 mil ingressos. Essas datas são em adição aos shows anunciados anteriormente na Austrália e nas Filipinas, programados para o final do ano.

Amor, fragilidade e solidão inspiram EP de estreia de Gio Vieira

Gio Vieira

“Para amar com plenitude, é preciso assumir a fragilidade e a insegurança”. Este é o tema do EP de estreia do cantor e compositor paulista, Gio Vieira. Intitulado Pra falar de Amor preciso falar de Solidão, o mini-álbum  alia a melancolia à sonoridade pop enquanto se remete à musicalidade de artistas como Phil Veras, Tiago Iorc e Bola.  O EP conta com seis canções e é intrínseco à medida que reflete sobre a aceitação e sobre a solitude que antecede o encontro a um novo amor. O repertório é constituído pelas canções Eu não sei quem é você, Foi, Corpo e Alma, 6am, Quando você vem? e Se é pra falar de solidão. O trabalho foi gravado de forma integralmente autoral, tendo em vista que Gio Vieira gravou todo o instrumental, além das linhas voz. O artista ainda assina a composição de todas as faixas. No entanto, para a mixagem e masterização, convidou Bruno Pelloni (Cabana Jack e C.alma)  Segundo Gio, o EP “Pra falar de Amor preciso falar de Solidão” é embalado pela forma com que os seres humanos se relacionam. “Falo de amores nascidos e findados. Então esse EP traz um pequeno recorte daquele processo, que quase todo mundo passa. Da solidão, para a aceitação, que ainda atravessa o conformismo antes de encontrar um novo amor.  Vejo que as músicas são divididas dessa forma”. Gio Vieira é um veterano da noite, atuando desde meados de 1998. No entanto, apenas em 2019 divulgou o single Dezembro, dando início ao seu projeto solo. Anteriormente em 2021, o artista ainda divulgou os singles Dois Mundos e Tudo o que eu pensei. 

Entrevista | Planta & Raiz e Julies – “Feat que namoramos há dois anos”

No mês que irá estrear no Lollapalooza, a banda de reggae Planta & Raiz traz mais uma novidade: um single em parceria com Julies, artista revelação do gênero. Em resumo, Se Deus Quiser chega nesta sexta-feira (11) em todas as plataformas de streaming. Em entrevista exclusiva ao Blog n’ Roll, o vocalista da banda, Zeider Pires, contou sobre a comemoração dos 25 anos de carreira do Planta & Raiz, a participação no Lollapalooza e como foi feita essa parceria musical. “Julies é meu parceirão. A gente já tem trabalhado bastante junto nas divulgações, nos corre e também nas composições, a gente tem feito muita música junto. O dia que a gente fez essa música, bateu na hora e a gente decidiu que seria essa que a gente faria um feat junto, uma produção musical, e deu no que deu, mó musicão, hitzasso”. De acordo com o Julies, esse single é uma “realização pessoal” por ter crescido escutando Planta & Raiz. Contudo, isso reflete na inspiração que teve para a sonoridade: a “nata” da banda. Confira a entrevista na íntegra abaixo: Como surgiu a ideia de gravar junto com o Julies? Vocês já trabalharam juntos antes? Zeider: Julies é meu parceirão. A gente já tem trabalhado bastante junto nas divulgações, nos corre e também nas composições, a gente tem feito muita música junto. O dia que a gente fez essa música, bateu na hora. Então, a gente decidiu que seria essa que a gente faria um feat junto, uma produção musical. E deu no que deu, mó musicão, hitzasso. Julies: Estou felizasso também. Complementando o Zeidão, é um feat que a gente já está namorando há basicamente uns dois anos, desde quando o Planta lançou um som acho que com o Fábio Braza, acho que já faz mais ou menos dois anos né Zendão? Zeider: Acho que até um pouco mais. Julies – A gente já vinha falando disso, “vamos fazer junto uma foda”, a gente sempre ficou “tem que ser a foda”. Sempre falava com os moleques, “já tem um feat com o Planta pronto. Mas preciso achar a música para gente fazer junto”, foi até quando a gente sentou e começou a canetar e falou “vish, é essa”. O que representa para você gravar com o Planta? Julies: O Planta é basicamente realização pessoal. Cresci vendo os caras tocando aqui na Zona Norte, tinha o antigo baterista do Planta que era casado com uma das amigas das minhas irmãs, a gente tinha uma relação meio indireta. Sempre cresci admirando os caras, era máquina de hit, lembro que ia para a academia ouvindo, tinha acabado de sair o Ao Vivo de 2006, e falava “caralho”. Foi passando o tempo, e tenho a minha empresa de assessoria e a gente calhou de começar a se encontrar na estrada, começou a estreitar a relação. Para mim hoje é a realização de um sonho, porque além de poder chamar os caras de amigos, são um dos maiores nomes da história da música brasileira, do reggae brasileiro, não tem como ter outro sentimento além desse. Falando sobre a canção Se Deus Quiser, do que ela trata na letra? E o que trouxeram de sonoridade para ela? Zeider: A letra da música é esse lance da gente encontrar uma pessoa que a gente gosta muito, que também gosta muito da gente, que “vem ficar comigo”. É o lance, se você quiser, eu vou, onde você quiser que eu esteja, estarei. Então, acho que é isso, é o lance do amorzão recíproco, desse respeito no relacionamento, da gente estar com quem gosta da gente e cuidar de quem gosta da gente. Para onde a pessoa que gosta da gente for a gente vai, é mais ou menos por aí. Julies: A questão da sonoridade, quis trazer o que eu mais tinha de referência da nata do Planta, os big hits que tomavam o meu coração. Tentamos trazer muito para essa onda tipo De Você Só Quer Amor, essas sonoridades que para mim, na minha opinião, traz a mais alta nata do Planta. Acho que é o mais alto nível, aqueles negócios que toca no coração mesmo, comercialzão com timbres únicos do Franja, timbre único do Zeidão e o jeito de cantar. Realmente, a sonoridade, esse som foi inspirado mesmo no melhor do Planta. Falta pouco para a participação de vocês no Lollapalooza. O que significa para vocês representar o reggae nacional em um dos maiores festivais do mundo? Zeider: É algo surreal que cede meu entendimento do sentimento da gratidão. Estou me sentindo muito grato à Deus, e tudo que nos move, por essa oportunidade, já que o Lolla é uma vitrine para o planeta. A gente vai estar tocando o coração de muitas pessoas, um público eclético, a gente vai ter a oportunidade de mostrar a nossa música para pessoas que de repente não estão muito voltadas para o reggae, e também para produtores de show do Brasil e do mundo. Então, acho que é uma oportunidade única na vida, e a gente vai aproveitar do jeito que a gente mais gosta, com maior responsabilidade, amor e arrebentando, Vamos chegar e fazer o show da vida lá. Julies: Você é louco hein? Estou lançando um som com a atração do Lollapalooza, tá de brincadeira, estou no jeito para caralho. Zeider: Nós estamos chique, mano. Julies: Amém, o reggae no Lola, progresso. Zeider: Pela primeira vez uma banda de reggae do Brasil vai fazer parte do Lollapalooza. Então, para gente é uma honra muito grande, uma felicidade sem tamanho. Julies: É o Planta abrindo novamente espaços para o gênero, porque assim, na minha opinião, o Planta, junto com o Natiruts, foi o grande responsável dessa popularização do reggae, principalmente no começo dos anos 2000, 2006 e 2007. Acho que isso é reflexo de 25 anos de história, estou orgulhoso para caralho desses caras que eu posso chamar de amigos. Zeider: É nois Julieto, vamo. Já tem uma ideia do que pretendem priorizar no setlist do