Resenha de show | Dead Can Dance no Eventim Apollo, em Londres

Após 40 anos a banda cult de música gótica neoclássica Dead Can Dance finalmente chegou a Londres, na primeira noite de sua turnê pela Europa, no último domingo (10). Hora de começar, bater um gongo, martelar um dulcimer, dedilhar um bouzouki e emitir declarações sobrenaturais. Este conjunto enigmático é uma referência para o exotismo auditivo em trilhas sonoras de filmes e televisão; pessoalmente, eles entregavam uma mistura inebriante de influências, baseando-se em tradições musicais da Turquia ao Tibete, da Irlanda à Índia. A vocalista Lisa Gerrard é a alta sacerdotisa do gótico global, seu extraordinário contralto ressoando em algum lugar entre a diva da ópera e a cantora sagrada com sua própria linguagem encantatória. Seu parceiro musical Brendan Perry é um vocalista convencionalmente emotivo com um canto de barítono melancólico, para melhor transmitir os sentimentos de The Carnival Is Over e a pompa tribal de Black Sun. A eles se juntaram a cantora/compositora de Shetland Astrid Williamson nos teclados e backing vocals e uma série de cavalheiros barbudos impressionantes em um conjunto orquestral de percussão e sopros. Mesmo com essa formação multi-instrumental, tal era o alcance de suas referências culturais que parte de sua paleta sonora pan-global foi sampleada e tocada por meio de sintetizadores. Com nove álbuns de estúdio em seu catálogo, havia riquezas de sobra. Sua versão de Persian Love Song foi apresentada pela primeira vez em quase 30 anos, enquanto a impressionante interpretação de Gerrard em The Wind That Shakes the Barley e a ressonante Severance de Perry eram mais parecidas com grandes sucessos. O Dead Can Dance o set principal com seu padrão mais catártico e atmosférico, The Host of Seraphim, augurado por doomy drone e tolling toms e elevado a um plano devocional pelos mantras monásticos dos membros da banda e pelo ululado arrepiante e fascinante de Gerrard.
Resenha | Less Than Jake, Millie Manders and the Shutup, The Toasters e Skinny Lister em Londres

Os americanos do Less Than Jake abriram as comemorações dos seus 30 anos de banda com nove shows pelo Reino Unido, sendo que sábado (9) foi o último dessa primeira parte da turnê pela Europa. Posteriormente, a partir de outubro, eles retornam para mais shows na parte continental. Time escolhido a dedo, venue perfeita para a festa, turnê muito bem sucedida até o momento, não tinha como dar errado. Millie Manders and the Shutup Iniciando a festa, Millie Manders and the Shutup foram os primeiros a subir ao palco do Forum Kentish Town. Aliás, um pequeno acidente logo nos primeiros segundos da música inaugural causou um fratura no dedinho da vocalista Millie. No entanto, isso não foi problema em nenhum momento, exceto por impedir ela de tocar seu saxofone em determinados momentos da apresentação. Em resumo, Millie Manders and the Shutup é uma banda maravilhosa ao vivo, na qual a performance vocal se encaixa perfeitamente nos arranjos pesados, com lindas passagens pelo ska, e refrões grudentos fazem tudo funcionar perfeitamente. Não tinha como estar melhor, a banda é fenomenal e a vocalista realmente faz um trabalho excepcional. O vocal dela é a cereja do bolo. The Toasters Logo depois, voltando no tempo e atravessando o oceano, diretamente de Nova York, uma das lenda do ska, The Toasters, entrou em cena. Enfim, o jogo já estava ganho, 40 anos de história, muitos shows, amigos, uma carreira maravilhosa foi construída e um legado incontestável. Infelizmente, um show de 45 minutos deixou um gosto especial no público. Missão cumprida com propriedade! Skinny Lister A penúltima apresentação da noite ficou a cargo dos ingleses da Skinny Lister. A banda entrou em ação como um terremoto. A Skinny mescla folk music com rock, cozinha padrão, porém pontuada com bandolim, violão, sanfona e baixo acústico. As vozes são intercaladas entre os vocalistas. Tudo nesse esquema frenético, como a própria banda no palco. A trinca final da apresentação da Skinny Lister foi o que faltava para deixar o público ainda mais animado para o Less Than Jake. Vieram em sequência, Hamburg Drunk, This Is War e Trouble on Oxford Street. Talvez o mais legal tenha sido que as três bandas deixaram no público uma impressão maravilhosa. Com certeza sets maiores seriam melhores para todos. Afinal, cada uma delas tinha também sua fanbase por lá. Less Than Jake Por fim, chegou a hora dos donos da festa: Less Than Jake! E a receita do bolo é com eles mesmos: muitos hits e piadas entre as músicas, garantindo aquele gran finale em alto nível. A banda toca feliz, JR (trompete) quando não está tocando, está na frente dos monitores dançando com o público. Cris e Roger formam uma dupla perfeita nas vozes, Bobby é o ponto chave nos backings e com um sax afiadíssimo, enquanto Matt é como o coração da banda. O Less Than Jake visitou grande parte da sua discografia, incluiu b-sides, teve como de costume o papel higiênico jogado no público, as bolas gigantes, mascotes inflados ao lado da bateria, piadas das mais diversas possíveis e todos os hits que ainda mostram todo o poder de fogo da banda. Dentre os hits mais festejados, destaques para Automatic, History of a Boring Town e All My Best Friends Are Metalheads. O Less Than Jake já está no célebre hall das bandas dos anos 1990 que estouraram com aquela geração de 1994, e faz jus a isso. Em resumo, a banda faz o show se divertindo, a energia deles é contagiante e talvez isso seja o sucesso. Por fim, podemos destacar que eles estão celebrando 30 anos na melhor forma, desfrutando do reconhecimento trabalho ao longo desses anos e sabem muito bem como fazer e organizar uma bela festa, vide o lineup que colocaram para a gente no último sábado.
Bullet For My Valentine anuncia show único em SP

Ingressos para a apresentação paulista estão à venda no LivePass. Os valores variam entre R$ 150,00 e R$ 400,00.