Scalene apresenta novas possibilidades para o último álbum L A B I R I N T O

Uma obra nunca está acabada e já virou tradição para o Scalene lançar desdobramentos dos seus álbuns de estúdio. Este movimento, inclusive, passou a ser esperado pelos fãs da banda. Seis meses após apresentar o disco L A B I R I N T O, o grupo disponibilizou nos aplicativos de streaming de áudio o que preferiu chamar de “expansão” do seu mais recente trabalho. Em L A B I R I N T O, Gustavo Bertoni (vocal e guitarra), Tomás Bertoni (guitarra) e Lucas Furtado (baixo) propõem uma ordem diferente para a tracklist, além de incluírem três faixas inéditas à expansão. São elas: ANTI-HERÓI, PENDULAR e MERGULHO. Esta última ganhou um videoclipe no canal de YouTube da banda. “Quando você acha a saída de um labirinto, você pode entrar em outro ainda maior, mais difícil e complexo. Parte da narrativa é essa, além da ideia do desapego da ordem das faixas”, comenta Tomás Bertoni. “O caminho é aberto pelas canções inéditas e é seguido pelas outras músicas rearranjadas, tudo como um reflexo da jornada de autoconhecimento do grupo, que, agora, se encara no espelho por diferentes pontos de vista”, ele complementa. ANTI-HERÓI, PENDULAR e MERGULHO foram escritas no mesmo momento em que surgiram as faixas de LABIRINTO, entre o meio de 2019 e o início de 2021. “Isso dá uma perspectiva muito legal. É muito interessante ouvir o disco de trás pra frente com essa expansão de três novas faixas. A gente encerra falando o que a gente começou falando. Quem topar entrar nessa pira com a gente pode ter percepções e reflexões bem legais e experiências maneiras, auditiva e mental”, finaliza Tomás.

Bom humor e protesto voltam ao rock com Antonio Vieira e Seus Nascimentos

Um rock pulsante, que dialoga com o seu tempo, é o que move Antonio Vieira e seus Nascimentos, projeto capitaneado pelo cantor, compositor e multi instrumentista Max Nascimento. O lançamento do primeiro álbum, Contemporaneidade, é um convite a se reconectar com o lado sarcástico e bem humorado, ácido e pungente do rock n’ roll, dialogando com temas atuais em nove canções irreverentes. Antonio Vieira e seus Nascimentos faz um mergulho na poética e na estética do rock n’ roll, indo da psicodelia ao indie, com inspiração na música orgânica dos anos 60 e 70 para criar canções atemporais. Incorporando elementos circenses e bom humor nas letras “aristotéticas e sarcásticas”, como define Max, o projeto usa do DNA contestador do rock para desafiar as expectativas e trazer um olhar crítico e atual. Essa identidade foi apresentada pelo single Contemporaneidade, uma amostra da irreverência de Antonio Vieira e seus Nascimentos que ecoa às melhores canções de Raul Seixas. O primeiro disco apresenta a musicalidade que Max Nascimento vem construindo ao longo de mais de uma década. Natural de Belo Horizonte, ele começou seu despertar para a música ao herdar um violão e uma guitarra após a morte de seu irmão. Desde 2008 compõe canções de cunho social e, em 2014, se aproximou mais desse universo como instrutor de música na Fiemg, onde esteve por cinco anos à frente de projetos e apresentações diversas. Max também atua no projeto musico-educacional Undversos, uma escola de música virtual que integra as diversas modalidades populares e eruditas. Em 2020, iniciou a composição das canções que viriam a se tornar o álbum Contemporaneidade. A pessoalidade e a personalidade do músico estão presentes em cada acorde do disco. Não por acaso, Antonio Vieira são os outros dois sobrenomes de Max Nascimento, que dá o título ao projeto. No entanto, o compositor não está sozinho nessa. O álbum contou com participação de Jorge Continentino (Norah Jones, Roberta Sá, Gilberto Gil, Jorge Ben, Adriana Calcanhoto), além dos produtores musicais Marcelinho Guerra, na canção Contemporaneidade, e Bruno Medeiros, nas outras oito canções. O disco ainda contou com um time de músicos renomados: Felipe Continentino e Ricardo Linassi nas baterias; Cristiano Caldas e Bruno Medeiros no acordeom e teclados; Marcelinho Guerra, Jonatah Cardoso e Egberto Brant nas guitarras e baixos; Diogo Gomes e Marlon Sette nos trompetes e trombones; Jorge Continentino nos arranjos, saxofones alto e tenor, clarinete, flauta transversal e piccolo. Partindo de uma perspectiva pessoal para dialogar com temas universais e atuais, Max faz de Antonio Vieira e Seus Nascimentos um renascer para a música e a arte, e um caminho de volta para o que nos torna mais humanos – inclusive o bom humor.

Crítica | Boa Noite, Mamãe!

Engenharia do Cinema Não é novidade que Hollywood gosta de fazer remakes desnecessários, de sucedidos filmes feitos em outros países, apenas porque os estadunidenses não gostam de ler legendas e suas dublagens são horrendas (já que estes apenas leem os textos, não interpretam, como os brasileiros). O mesmo pode-se dizer do longa Alemão, “Boa Noite, Mamãe!“, pois é mais uma produção desnecessária de uma maneira, que colocada direto no streaming da Amazon Prime Video.     A história gira em torno dos irmãos gêmeos Elias (Cameron Crovetti) e Lucas (Nicholas Crovetti), que são mandados pelo seu Pai (Peter Hermann), para ficarem na casa de sua mãe (Naomi Watts), que acabou de passar por uma cirurgia plástica. É quando aqueles passam a desconfiar se ela realmente é a mãe deles.    Imagem: Amazon Studios (Divulgação) Além de ter sido mais uma cópia sem vida (assim como os vários remakes, que andam saindo), o roteiro de Kyle Warren parece se tratar de um episódio hilário do “Chaves“, onde este com o Kiko e/ou Chiquinho começam a pregar “peças” no Seu Madruga/Dona Clotilde, de tão aleatório e esquisito que são feitos. Apesar do trio protagonista nos entregar ótimas atuações dentro do contexto, estamos falando de um projeto que não precisava existir. O diretor Matt Sobel (também responsável pela problemática série “Vingança Sabor Cereja“) parece estar preocupado em fazer de modo acelerado toda a narrativa concebida, uma vez que não conseguimos ter empatia com absolutamente nada criado. Embora ela possa funcionar, se você não tivesse visto o original (já que existe um mistério envolto a tudo).   O remake de “Boa Noite, Mamãe!” é mais um remake que certamente não só será esquecido, como também irá mofar no catálogo da Amazon Prime Video.