A Grande Aventura: bellizio transcende a música pop para refletir sobre vida

A vida é feita de escolhas e momentos. Isto é, um novo horizonte é desvendado a cada decisão tomada — o que torna o amanhã imprevisível. Por isso, é tão importante valorizar quem está ao nosso lado, construindo a vida com grandiosidade e clareza. Esta é a inspiração do novo single do cantor bellizio, “A Grande Aventura”. Para trazer essa sentimentalidade à tona, bellizio se remete principalmente à musicalidade de nomes como Vitor Kley e Melim. A faixa foi gravada no estúdio da Angorá Music, em São Paulo (SP), contou com as cordas de Daniel Fonseca e arranjos do produtor maBê. Para bellizio, A Grande Aventura é uma faixa que harmoniza as casualidades do dia a dia à perspectiva do quão especial é viver. “A vida, por si só, é uma “Grande Aventura”, cheia de possibilidades, figurantes, coadjuvantes e estrelas, onde cada qual é o ator/atriz principal de sua própria história. Por isso, busquei uma sonoridade grandiosa, que destacasse o quão inspirador é viver tendo em mente que cada instante é único” No meio independente desde 2003, bellizio estreou como artista solo apenas no início de 2022, com o single Callmaria, remetendo-se ao rock e à música urbana. No entanto, o artista goza de versatilidade e já busca novas sonoridades, tendo novos materiais previstos para o segundo semestre que se distinguem da perspectiva pop de A Grande Aventura.
FISTT lança “A Arte de Perder”, o primeiro álbum em dez anos; ouça!

Clássica do cenário paulista de hardcore, a banda FISTT lançou A Arte de Perder, o primeiro álbum em 10 anos. O disco foi produzido por Paulo Gervilla (Metade de Mim), com a mixagem e masterização do ganhador de Paulo Anhaia (Charlie Brown Jr. CPM 22). Quem assina a arte gráfica é Daniel Ete (Muzzarelas). Aliás, o lançamento marca a estreia do grupo no selo Maxilar Discos, além de apresentar a nova formação da banda, que outrora foi um quarteto e hoje conta com F.Nick apenas nos vocais, dando espaço para entrada de Fila Benário (ex-Nazarenos HC) no baixo. As 12 faixas de Arte de Perder passeiam pela sonoridade característica do grupo, pautada no hardcore melódico e enérgico, com letras sagazes, irônicas e, também, melancólicas, como é o caso do single Ex-Underground, lançado no mês anterior, contando com a participação especial de Camilo Quadros, da banda Cueio Limão. Outros destaques do novo álbum são as canções Liquidação, que apresenta um FISTT raivoso e veloz, em apenas 23 segundos de música. Ninguém Anda Sozinho, que mostra uma banda ativista e preocupada com a degradação do meio ambiente, além da faixa-título, que carrega em sua letra um ode à derrota, em cima de uma sonoridade coesa e melódica. Há também em A Arte de Perder espaço para nostalgias, como o resgate do single Lápis de Cor, lançado pela banda originalmente em 2015, mas que aparece repaginado no novo álbum e com a participação especial da cantora Érika Martins (Autoramas). Além de uma homenagem a banda The Invisibles (RJ), com a regravação do single 29 Months, cantada pelo guitarrista Ricardo Dariva. “Foram dez anos sem lançar um disco de estúdio, e em Arte de Perder entregamos o que o FISTT sabe fazer de melhor. É um disco para matar as saudades e também celebrar os nossos 28 anos de trajetória”, afirma F.Nick, vocalista do grupo. FISTT no Hangar 110 em novembro O show de lançamento de A Arte de Perder vai acontecer no Hangar 110, em São Paulo, no dia 12 de novembro, com a abertura das bandas La.Marca, Social Breakdown e Lozanos, além da discotecagem da DJ Rratinix. Os ingressos antecipados podem ser adquiridos no Pixel Ticket.
Terceiro Andar aborda o cotidiano e o amor no clipe de Subliminar

A banda de rock alternativo Terceiro Andar, de São Paulo, mostra uma faceta mais pesada e moderna no terceiro single Subliminar, que também ganha um sensível videoclipe. Subliminar mostra como a Terceiro Andar pavimenta sua sonoridade. A banda, com menos de 10 meses na ativa, mas formada por músicos experientes (com dois ex-Manual) da música independente, traz nesta nova música diversos elementos do já citado rock alternativo aliado a melodias do emo, atmosferas do indie e riffs e batidas do grunge. A letra fala – de forma subliminar – sobre sensualidade, que é representada pelos atores no clipe. O clipe apresenta apenas uma das tantas interpretações da mensagem, com imagens que mostram o cotidiano de um casal, uma hora bem e na outra mal, com brigas, beijos, discussões, sorrisos, carinhos e conforto. A música, como as anteriores, Afeto e Talvez Seja Melhor Assim, foi produzida no estúdio TOTH (de Danilo Souza e Fernando Uehara, da banda Bullet Bane). A Terceiro Andar comenta sobre o lançamento de Subliminar: “Sentimos que Subliminar traz uma estética diferente do que foi lançado até agora, com timbres e elementos mais modernos. Atualmente, consideramos esse o nosso melhor trabalho”.
Teorias do Amor Moderno retrata memórias e saudade no clipe de Em Mim

A banda Teorias do Amor Moderno lançou o videoclipe de Em Mim, a continuação da história iniciada no audiovisual anterior, Cartas para Dario. Em resumo, traz, em sons e movimentos, a persistência de celebrar a memória de pessoas e/ou coisas que se foram, como uma saudades a ser sempre experimentada com o sorriso. O desfecho ainda será com um terceiro videoclipe, para a música Agosto, que igualmente fecha o EP Cartas para Dario, lançado pelo power trio de rock alternativo paulistano em agosto deste ano via selo Praia dos Artistas. Em mim, que apresenta uma sonoridade menos aberta e com mais tensões do que o single anterior (Cartas para Dario), é um rock alternativo com os vocais sempre marcantes e melódicos da vocalista Larissa Alves. Na letra, que é transmitida em imagens no videoclipe, também aborda perdas de pedaços de si mesmo. Larissa conta um pouco sobre o que é ‘Em mim’: “Quando perdemos alguém, não raramente é difícil enfrentar nossos próprios bichos, nossos monstros e ansiedades. E o clipe retrata essa confusão interna, essa ansiedade, esse momento que a gente se perde dentro de nós mesmos e fica difícil achar o caminho de volta”, destaca.
Ceano revela Bonsenso, terceiro álbum de estúdio; ouça!

Formada em 2014, a banda paulista Ceano mistura rock alternativo com uma pitada de MPB e emocore. Com influência de Maglore, Marina Sena e Céu, o grupo lançou nesta quinta-feira (13) o álbum Bonsenso. O terceiro disco da Ceano entrega sete canções sobre o amadurecimento nos tempos atuais, desejos e a busca pela felicidade. Novos elementos sonoros – de violões e violinos às programações e sintetizadores – foram incorporados na banda, e apontam para uma brasilidade antes adormecida e para onde o grupo pretende caminhar, agora, com mais firmeza. De acordo com o baixista Leonardo Rodrigues, a evolução da banda se dá também na parte lírica. Bonsenso tem o intuito de incentivar o “sentir”. Enquanto a vida contemporânea nos atropela com o imediatismo, a banda nos convida a refletir. “Um término mal conversado, uma briga sem resolução, sentimentos que são ao mesmo tempo confusos, mas claros como água podem ser tão difíceis de lidar que as pessoas passaram a acreditar que o melhor é suprimi-los, fingir não se importar, partir pra outra: próxima festa, próxima pessoa, próxima vida. O trabalho da Ceano sempre foi na contramão dessa ideia. Entendendo que ‘sentir’ é o que nos faz humanos, expressar emoções e falar delas pode ser a melhor terapia para um coração partido ou uma cabeça confusa. As músicas do novo álbum contam histórias sob diferentes perspectivas, abrindo espaço para a interpretação do ouvinte”, conta o baixista. A Pressa é Inimiga é a música de trabalho escolhida pela banda. Rodrigues diz que a letra versa sobre os tropeços e reviravoltas da busca por um relacionamento. “Vem de uma perspectiva de um eu-lírico deslocado, alguém que não está em um relacionamento e busca por um. É sobre sentir falta de ser quisto e de querer alguém. Sobre os atalhos pra encontrar alguém não necessariamente funcionarem. Sabe quando você encontra alguém que parece ser a pessoa certa no lugar mais improvável? Isso não rola há um bom tempo”. Além do baixista Leonardo Rodrigues, a Ceano é composta por André Vinco (voz e guitarra), Rafael Lira (guitarra) e Arthur Balista (bateria).
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Crítica | O Telefone do Sr. Harrigan

Engenharia do Cinema Quando estamos falando de um projeto cuja produção envolve os nomes de Stephen King, Jason Blum e Ryan Murphy, certamente será um conteúdo muito bom que deve ser feito. “O Telefone do Sr. Harrigan” é o típico caso de um filme lançado pela Netflix, e que a própria não acreditou no potencial positivo do mesmo (uma vez que ele sequer vem sido divulgado pela mesma, como outros conteúdos recentes). Não estamos falando de um filme de terror, mas sim um drama bastante reflexivo e emocionante. A história é inspirada em um conto do próprio King, e mostra a relação de amizade entre Craig (Jaeden Martell) e o milionário empresário aposentado Sr. Harrigan (Donald Sutherland). Trabalhando como uma companhia para este desde a sua infância, um dia Craig resolve presentear o idoso com um iphone (justamente na época onde o mesmo estava começando a dominar o mercado). Mas quando este falece, ele resolve colocar o aparelho no bolso do veterano e nota que o mesmo começa a enviar mensagens misteriosas para o seu celular, dias depois do enterro. Imagem: Netflix (Divulgação) Um ponto favorável feito pelo cineasta John Lee Hancock (“Um Sonho Possível“), é que ele procura utilizar a primeira parte do longa para desenvolver bem a relação entre Craig e o Sr. Harrigan (inclusive Martell e Sutherland possuem uma ótima química). Você acaba se importando com ambos, antes do arco principal ser colocado em cena, de tamanha naturalidade e importância que acaba sendo criada por eles (algo que ultimamente os filmes não estão fazendo). Sim, existe uma atmosfera de suspense, uma vez que tentamos descobrir como é de que as coisas acontecem com relação às mensagens enviadas pelo celular (uma vez que também ele acaba sendo um coadjuvante, no lugar da persona de Sutherland). E isso acaba funcionando, pois já estamos presos na trama e interessados em seu decorrer. Isso sem citar as menções honrosas para Kirby Howell-Baptiste (Professora Hart) e Cyrus Arnold (o Bully, Kenny Yankovich), que aparecem homeopaticamente, mas que possuem enorme importância para o decorrer da trama (e se mostram atores ótimos, também). “O Telefone do Sr. Harrigan” acaba sendo uma agradável surpresa em relação ao retratar uma história diferente, de forma digna e surpreendente. Que venham mais obras da trinca Stephen King, Jason Blum e Ryan Murphy.