Crítica | Noites Brutais

Engenharia do Cinema Sem dúvidas este filme de terror foi um dos vários casos da má gestão da Disney, na América Latina, pois ao invés de aproveitarem para terem lançado o mesmo nos cinemas, direcionaram diretamente para o Star+. Fazendo um enorme sucesso nos EUA, “Noites Brutais” literalmente é um longa que mistura “Olhos Famintos” com “Psicose”, ao contar sua história diferente e original (algo que está ficando cada vez mais interessante, no cinema de horror). A história tem início com Tess (Georgina Campbell), que aluga uma casa no aplicativo Airbnb e ao chegar no local descobre que o mesmo já está sendo ocupado por Keith (Bill Skarsgård). Como ela teria uma entrevista de emprego no dia seguinte, resolveu ficar no local mesmo com um estranho estando lá. Mas à medida que ela vai ficando mais tempo lá, descobre coisas estranhas que estão acontecendo. Imagem: 20th Century Studios (Divulgação) Escrito e dirigido por Zach Cregger (que vem de comédias pastelões como “Colegiais em Apuros“), vemos que nitidamente ele bebeu bastante da veia de Alfred Hitchcock e seu “Psicose” ao contar este tipo de história. Em um primeiro momento ele procura trabalhar a mente do espectador para mentalizar uma coisa, mas o mesmo acaba tomando outro rumo e tipo de pegada. E isso acaba aguçando a atenção do espectador, mesmo com ele não deixando se levar para cenas de violência gratuita e sangue adoidado. Sem entrar muito em território de spoilers, ele só peca ao tentar explorar pautas sociais como o “Me Too”, por intermédio do personagem de Justin Long (AJ), que é um cineasta acusado de estupro e acaba tendo de enfrentar com as consequências até seu julgamento. Parece que o assunto simplesmente some do filme, e ele está ali apenas com o propósito de ser uma chave para o desfecho do projeto. Em seu desfecho, vemos que “Noites Brutais” é um interessante filme de horror, que mostra o quão o gênero consegue se reinventar.
Crítica | O Enfermeiro da Noite

Engenharia do Cinema Parece até piada, quando estamos falando de um filme feito pela Netflix, e que realmente consegue ser ótimo. “O Enfermeiro da Noite” chegou na plataforma de forma tímida e aos poucos tem conseguido conquistar o público da plataforma de forma positiva. Estrelado pelos ganhadores do Oscar Eddie Redmayne e Jessica Chastain, temos uma das grandes performances na filmografia de ambos. Baseado no livro de Charles Graeber e em fatos reais, a história mostra a enfermeira Amy Loughren (Chastain) que está vivendo uma situação delicada em sua carreira, pois enfrenta uma doença cardíaca e está na fila de espera por um transplante. Em seus plantões, ela divide seus trabalhos com Charlie Cullen (Redmayne) com quem aos poucos começa a se mostrar ter uma personalidade psicótica, pois ele se torna o principal suspeito de assassinato de vários pacientes. Imagem: Netflix (Divulgação) Nos minutos iniciais é nítido que o diretor Tobias Lindholm se inspirou fortemente em David Fincher (que trabalhou com ele na série “Mindhunter“, onde este era produtor) para conduzir esta história. Seja por intermédio dos enquadramentos nos rostos dos protagonistas (sempre regada de uma fotografia granulada, como se fosse um registro em vídeo), e sempre quando há um momento de tensão é registrada uma ausência de trilha sonora (com o intuito de aumentar ainda mais a delicadeza da situação). Agora isso é nitidamente mérito também das atuações de Chastain e Redmayne, onde enquanto a primeira está em uma carácter que casa direitinho com ela (da enfermeira investigadora e totalmente viciada em trabalho), o segundo está assustador em todos os sentidos (seja por seu olhar, fala e até mesmo comportamentos nítidos de um assassino). Não duvido que talvez ele fature uma indicação ao Oscar, se acontecer uma boa campanha por parte da Netflix. “O Enfermeiro da Noite” acaba se tornando uma ótima produção de suspense, pelos quais nos consegue tirar uma ótima atuação dos atores protagonistas e nos prende com sua trama tensa.