Crítica | Spirited: Um Conto de Natalino

Engenharia do Cinema Sempre nos meses de novembro e dezembro, chegam aos cinemas e streamings os longas com temática natalina. Alguns são um mais do mesmo, já outros acabam pegando ideias que deram certo e executam de uma maneira totalmente diferente do que conhecemos. Isso já aconteceu com os sucedidos “Os Fantasmas de Scrooge” e “Os Fantasmas Contra-Atacam“. Em “Spirited: Um Conto de Natalino” o escopo é exatamente o mesmo dos citados, porém o desenvolver é diferente do icônico conto de Charles Dickens, “Um Conto de Natal”. A história mostra que existe uma agência secreta, que realiza diversas ações com pessoas arrogantes e incrédulas, para que elas mudem suas atitudes por intermédio das visitas dos fantasmas do passado, presente e futuro. Após vários anos trabalhando na função, o Fantasma do Presente (Will Farrell) vê que está na hora de buscar algo mais desafiador e para isso escolhe o inescrupuloso empresário Clint Briggs (Ryan Reynolds), que segundo os dados do sistema da mesma, jamais irá conseguir mudar seu comportamento. Imagem: Apple TV+ (Divulgação) Uma coisa que os roteiristas Sean Anders (que também assinou a direção) e John Morris sabem fazer e seus filmes, é tirar graça de situações cotidianas de forma inteligente e sem medo das consequências do politicamente correto (“A Família do Bagulho” e “Sex Drive: Rumo ao Sexo” estão ai para comprovar). Apesar de se tratar do primeiro musical da dupla, eles conseguem tirar situações hilárias com Farrell e Reynolds (que possuem uma ótima química) que juntos também possuem talento para este tipo de filme (lembrando que eles já tiveram em outras encenações musicais, seja no cinema ou na televisão). Como estamos falando de uma nova roupagem de um conto já conhecido, além da dupla estar ciente da brincadeira exercida na trama, ainda há uma brecha para as atrizes Octavia Spencer (Kimberly) e Sunita Mani (a Fantasma do Passado, que inclusive possui um arco hilário), conseguirem tirar bons e agradáveis momentos. Inclusive, as músicas escritas pela dupla Benj Pasek e Justin Paul conseguem cativar e servir como gatilho para o espectador se prender ainda mais na narrativa (afinal, hoje em dia os filmes precisam destas artimanhas para se sobreporem às conversas no celular). E as confecções destes números musicais, embora não sejam criativos, são bem conduzidas e você denota que há uma felicidade no olhar dos envolvidos na mesma (diferente de alguns outros longas do estilo, que são bem monótonos e cansativos). “Spirited: Um Conto de Natalino” consegue se destacar como a mais divertida produção de natal deste ano. Grande acerto da Apple TV+, de Will Farrell e Ryan Reynolds.

Daniel Pandeló Corrêa lança o EP Em Glória ou em Ruína; ouça!

Unindo esperança e desesperança em forma de um indie eletrônico experimental, Daniel Pandeló Corrêa se juntou ao produtor musical Hugo Noguchi em seu primeiro trabalho puramente musical: o EP Em Glória ou em Ruína. Fazendo um registro da sensação de saber que o amanhã vai ser ruim, mas que a dor vai passar, tão comum no Brasil atual, o lançamento está disponível em todas as plataformas de música. Pela primeira vez, o autor se assume artista. Deixa de lado o lançamento de um livro de poesias para acompanhar o álbum, explicitando a necessidade de consumir esses versos na forma como foram compostos: um fluxo de palavras acompanhadas de riffs e beats, de uma ambiência que soma à urgência das estrofes. Em Glória ou Em Ruína faz uma conexão com os últimos lançamentos de Daniel, voltados para o spoken word poético, porém avançando sua estética em sintonia com a produção musical afiada de Noguchi. “Comecei a escrever coisas que estão nesses 10 minutos em 2015, no início do processo do golpe e de uma guinada do país rumo a um obscurantismo que me deixava completamente desesperançoso. Mas algo aconteceu no começo de 2020: nasceu minha filha, a Flora. Várias coisas deste EP foram escritas com ela dormindo no meu colo de madrugada, chorando, pensando se foi um erro ter colocado uma criança nesse mundo de merda. Mas uma coisa aprendi com ela: por mais que fosse difícil a noite, a manhã sempre vinha. Esse é o mote por trás desse projeto: trazer coisas muito ruins, mas com uma esperança lá no fim do túnel. Não sabemos como vai ser o amanhã há alguns anos, estamos acumulando calos e cicatrizes, mas vai passar. Em glória ou em ruína, nós vamos chegar ao fim”, conta Daniel. O projeto se junta ao EP Invocações e ao disco Voando Reto num Muro de Tijolos como amostras de um novo direcionamento na carreira de Daniel, que vem sendo construída desde 2006, quando lançou a estreia Bucolidade Urbana aos 16 anos.  De lá para cá, Daniel Pandeló Corrêa vem transitando entre a poesia, a composição musical, o conto e a novela – desde então, já lançou também o cordel Nadastar (2007) e Tristes camelos (2009). Em Bucolidade Urbana, ele reuniu contos e poemas publicados em seu blog entre 2003 e 2006. São pequenas tragédias urbanas, de encontros e desencontros, alegrias e tristezas, com as nuances do olhar adolescente sobre uma realidade desigual. Já em Nadastar, cria um nordeste mítico em um interior qualquer para contar a história de amor entre uma mulher e uma televisão. Por fim, Tristes camelos é uma novela sobre obsessões sob o ponto de vista de um homem que não consegue lidar com um amor fracassado. Em Invocações (2020), o artista recorre a preces pouco usuais em reflexões sobre espaços urbanos por onde passou, do Brasil à Europa, em uma busca por algo transcendental do passado que pudesse guiar para o futuro. E Voando Reto Num Muro de Tijolos (2020) é uma viagem por memórias e traumas acompanhando um narrador que busca respostas sobre o que é. Seja evidenciando casos de racismo ou vergonhas, o projeto traz um desespero de algo que queria ser dito há muito tempo, unindo influências que vão do indie ao samba, passando pela música latina. Agora, para Em Glória ou em Ruína, ele traz um pouco da estética experimental unida ao spoken word que o produtor Hugo Noguchi tem feito em seu projeto solo, como por exemplo no álbum Humaniora, de 2021. “Eu admiro muito o trabalho do Hugo em todas suas facetas, seja nas bandas que ele fez parte ou nos projetos que ele produz e em sua postura política. Foi uma escolha de sonho trabalhar com ele. Ele pegou notas feitas em áudio no meu celular, como desabafos, editou e transformou em basicamente um som eletrônico em formato live set, pensado para ser ouvido tudo de uma vez só, com uma mistura de verborragia e carinho”, conta Daniel. Com produção musical, mixagem e masterização de Hugo Noguchi e arte de Victoria Groppo, Em Glória ou em Ruína está disponível em todas as plataformas de música. Toda a obra literária de Daniel Pandeló Corrêa está disponível para download gratuito em seu site oficial.

Uns e Outros lança single O Idiota; assista videoclipe

Com 36 anos de carreira, a banda de rock Uns e Outros lançou o single O Idiota. É o segundo som com a nova formação, a quarta na carreira, trazendo Marcelo Hayena (voz), Gueu Torres (baixo), Bruno Baiano (bateria) e Raul Dias (guitarra), este último assinando também a produção pesada que dá o tom à música. A letra surgiu de uma história interessante. Aconselhados há alguns anos pela empresária a estarem mais presentes nas redes sociais, postaram uma mensagem contra o racismo e se surpreenderam com diversos comentários, ora discordando deles ora os criticando por “não estarem fazendo música”. Foi a deixa pra letra surgir em pouco tempo com o refrão inspirado num bordado da jaqueta que Marcelo recebeu de presente há uns anos : You Can’t Fix Stupid (você não conserta o estúpido). O vídeo, produzido pela Okami Produções, com direção de Rafael Ramos, deixa pro espectador a tarefa de identificar o idiota. “É curioso como os artistas, sempre associados à cultura, à diversidade e a poesia, foram novamente relegados a expressões violentas como “corja de vagabundos”, “usurpadores do dinheiro público”, entre outras formas de desmoralização nos últimos anos”, explica Hayena. “Essa visão preconceituosa renasceu depois de adormecida por meio século. Em suma, retrocedemos.” Assista ao novo videoclipe do Uns e Outros

Cacá Baskerville lança clipe e single Tão Doida

O cantor santista Cacá Baskerville lançou, na última sexta-feira (18), o single Tão Doida, disponível em todas as plataformas digitais, além do videoclipe, em seu canal no YouTube. Com um refrão chiclete, essa balada sensual fala sobre o relacionamento confuso com uma mulher de atitude, que desperta os sentimentos mais profundos do eu-lírico. É como explica Cacá: “Tão doida é sobre essa mulher moderna, atual, que sabe o que quer. Tem atitude e se entrega às suas emoções. E ‘tão doida’ é uma forma carinhosa e íntima de chamá-la, de quem respeita e adora essa mulher maravilhosa!” Com letra composta por Cacá Baskerville em parceria com Jéf Souza e Marianno, a canção é interpretada com todo o charme do cantor, com vocais lentos e arranjo sofisticado. Já o videoclipe foi gravado na Casa Quena, em São Paulo. Com direção de Rodrigo Brasolim, o clipe tem iluminação suave e ao mesmo tempo sensual, composição que ajuda a dar clima e traduzir a história de uma mulher que vai atrás do que quer. Tão Doida é o segundo single de um projeto de nove músicas de Cacá Baskerville, que serão lançadas periodicamente. O primeiro single, Só Você, foi lançado em setembro. Ambas as canções fazem parte do álbum Um milhão de sonhos, que deve ser lançado no final deste ano e traz temas como amor, paixão e relacionamentos.