Crítica | Alerta Máximo

Engenharia do Cinema Não é novidade que Gerard Butler está cada vez mais se destacando como astro dos filmes de ação, e conseguindo fazer um enorme sucesso com suas produções. Até mesmo em um cenário de lockdown, “Destruição Final” conseguiu se tornar um dos maiores sucessos cinematográficos de 2020 (com um público de 370 mil espectadores, e rendendo cerca de R$ 5,8 milhões, mesmo com as restrições impostas). Em Alerta Máximo, ele usa e abusa de seu rótulo brucutu e nos apresenta mais uma divertida produção descompromissada, que conseguirá entreter até quem não é fã do estilo.   Aqui ele interpreta o piloto de aeronaves comerciais Brodie Torrance, que em mais um dia normal de trabalho, acaba sendo surpreendido por uma forte tempestade. A mesma acaba acarretando com que ele faça um pouso forçado em uma ilha, totalmente dominada por criminosos. E neste cenário caótico, ele terá de se juntar ao condenado Louis Gaspare (Mike Colter), pelo qual ele foi encarregado de transportar no seu avião, para tentar sair do local. Imagem: Paris Filmes (Divulgação) Realmente estamos falando de um filme que não busca aprofundar muito seus personagens, muito menos tirar alguma lição de moral. O foco está no roteiro da dupla Charles Cumming e J.P. Davis, que coloca o maior número de situações plausíveis, dentro de um cenário mostrado e que o diretor Jean-François Richet (“Inimigo Público Número 1”) faça a magia. Felizmente essa combinação acabou dando certo. Porém, ainda existem algumas ressalvas que poderiam ser evitadas, que vão de decisões estúpidas de alguns personagens, até situações que poderiam ser resolvidas sem “complicações narrativas”. Mas como estamos falando de um projeto que o intuito é entreter com cenas de ação, Richet dá conta do recado. Por mais que o arco da queda do avião seja bem filmado, o impacto da cena é reduzido pelo fator “previsível” (já que está na sinopse o que acontece). Agora, quando o enredo parte para as cenas de embate e suspense na ilha, o mesmo consegue fazer momentos impactantes, de tirar o fôlego.     Tanto que Butler e Coulter (cujo personagem possui poucas linhas de diálogos), possuem uma enorme química em cena e combinam exatamente com este tipo de filme. Embora o próprio enredo não explore mais detalhadamente o perfil de ambos (uma vez que o foco se concentra nas horas que eles possuem, para saírem do local), muito menos a reação das famílias dos passageiros (já que fora da ilha, se resume a vermos escritório da agência aérea e a casa da filha de Brodie, onde ela sempre vê o mesmo noticiário).   “Alerta Máximo” realmente mostra que o ano está começando bem para o cinema de ação, e depois de “Esquema de Risco“, é mais um acerto do gênero. Vida longa ao cinema brucutu.

Mateus Fazeno Rock reflete a infância nas favelas em Melô de Aparecida

Destaque da novíssima música cearense, Mateus Fazeno Rock é cria das favelas e periferias de Fortaleza e faz de sua história uma inspiração em Melô de Aparecida, uma faixa impactante sobre o fim da inocência. Este é o novo single de seu próximo álbum de estúdio, Jesus Ñ Voltará, e está disponível em todas as plataformas de música. “Assim como todo o álbum, Melô de Aparecida é uma música que costura memórias da minha infância e vida na Sapiranga, bairro da periferia de Fortaleza, e histórias de pessoas da minha convivência. A faixa fala sobre as relações da infância com alguns cotidianos violentos, a construção da noção do que é ser um menino na favela. Mas não é storyline linear, é um emaranhado com essas histórias”, reflete ele, que já havia antecipado o álbum na intensa Pose de Malandro / Me Querem Morto. Mateus é acima de tudo um agitador cultural. Ator, performer, músico, compositor e letrista, ele é o fundador do Fazeno Rock, potente rede de produção cultural formada por artistas ligados pelo rock de favela, que busca contrapor às formas hegemônicas de criar música unindo as influências do grunge, punk, funk brasileiro, rap, reggae, dub e R&B. Durante a pandemia, ele lançou seu debute, Rolê Nas Ruínas, que já soma mais de 600 mil plays apenas no Spotify e cuja turnê o levou a várias partes do Brasil, dividindo palcos com grandes nomes como Jup do Bairro (Popload Festival, SP), Don L (Circo Voador, RJ), Jonathan Ferr (Queremos Lab + Oi Futuro, RJ), Fernando Catatau e Juçara Marçal (Centro da Terra, SP) e Brisa Flow (Mundo Pensante, SP). Atualmente, Mateus Fazeno Rock finaliza o novo álbum, com lançamento previsto para o dia 3 de março.

JOVA busca olhar positivo para momentos sombrios em “Novo Dia”

JOVA, encarnação artística do cantor e compositor fluminense Diego Jovanholi, lançou o single Novo Dia. A canção traz um olhar otimista para ser ouvido em dias ruins e antecipa o EP Casa Caída, que será lançado em abril de 2023. “Essa música fala inicialmente sobre tristeza e solidão, da dificuldade de superar esses sentimentos e seguir em frente. A letra também fala sobre como esses sentimentos de tristeza e solidão são passageiros. A pessoa diz que faz tempo que estava dormindo sem perceber isso, mas agora ela está acordando e vendo a luz no fim do túnel”, resume o artista. A nova fase soma a uma trajetória já íntima da arte. Diego é designer e ilustrador, natural de Belford Roxo (RJ), onde formou suas primeiras experiências musicais, em particular com a banda Mazé. Após se mudar para São Paulo, começou a dar vazão ao seu projeto solo, onde pop e nostalgia se encontram para repaginar suas múltiplas referências. “Novo Dia é uma boa escolha para celebrar o início de um novo ciclo, pois ela fala sobre deixar para trás os sentimentos negativos do passado e seguir em frente com esperança e otimismo. Tudo isso pode ser muito pertinente no contexto de um novo ciclo, quando muitas pessoas se propõem a deixar o passado para trás e começar uma nova etapa da vida com otimismo e esperança”, conclui Jova.

Sound Bullet lança single “De repente, tudo é possível de novo”

Após o politizado e experimental single O Ano da Volta, a banda carioca Sound Bullet antecipa seu terceiro álbum com De repente, tudo é possível de novo, um sopro de esperança vindo da luta. O lançamento é da Sony Music Brasil e chega com um visualizer. “Essa música representa uma vontade de não estar confinado e conformado com a imposição de um sistema sobre o seu destino e ter que repetir dia a dia tudo para ter o mínimo para sobreviver. Além disso, ela fala sobre o quão violento é ser submetido a isso que pode não te quebrar os ossos, mas te rasga a mente e deixa em frangalhos”, reflete Fred Mattos, baixista da Sound Bullet. Ainda fazem parte da banda Guilherme Gonzalez (guitarra e voz), Rodrigo Tak-ming (guitarra) e Henrique Wuensch (guitarra e synth), além do baterista Bruno Castro fechando a formação atual. Sound Bullet traz na sua identidade sonora o math rock e o indie, o post-punk revival e o alternativo. Porém, a banda vem desconstruindo esses rótulos em busca de uma sonoridade mais abrangente e sem amarras – seja por meio de remixes, ou releituras surpreendentes como Rosalía e Só Pra Contrariar. Atualmente, o grupo trabalha no sucessor de Home Ghosts, álbum que saiu pela Sony Music após o EP de estreia Ninguém Está Sozinho e o primeiro disco, Terreno. O próximo trabalho da Sound Bullet será totalmente em português e deve continuar a apontar novos caminhos para o grupo carioca. Com produção musical de Patrick Laplan, que assume as baterias do álbum, De repente, tudo é possível de novo já está disponível para audição nas principais plataformas. “Musicalmente falando, eu fico bem feliz de poder criar e ampliar as fronteiras musicais sem medo algum, contando com o Patrick podendo levar até onde bem entender a bateria dele”, completa Fred sobre o single.