Shame faz som mais limpo, mas não menos barulhento em Food For Worms

Para os amantes de um bom punk rock, o Shame divulgou nesta sexta-feira (24), o álbum Food For Worms, terceiro trabalho do grupo em estúdio. O novo disco da banda conta com uma missão bem complicada de ser equivalente aos ótimos Songs of Praise (2018) e Drunk Tank Pink (2021), mas consegue cumprir seu papel ao longo de suas 10 faixas. Food For Worms Focado em letras melancólicas, Food For Worms não deixa de ser menos barulhento por conta disso, pelo contrário, as guitarras do Shame seguem brilhantes em todo o decorrer das músicas. Destaque para Six-Pack e Yankees, que fazem o início do trabalho algo bem interessante. Com canções trazendo mensagens mais tocantes e abordando temas sensíveis, a banda mostra que abriu todo o seu coração para a produção do disco. Em resumo, fazer a junção disso com instrumentais pesados mostra o motivo do grupo, assim como o Idles, estar tão em evidência no cenário punk mundial. A diferença de Food For Worms para seus antecessores é que o grupo deixou de ser mais experimental e cru, para trazer canções melhores produzidas. O que funciona de certa forma. A bateira é um dos instrumentos que consegue ter muito mais destaque neste novo álbum. A sorte fica para quem conseguir ir nesta próxima turnê de divulgação. Com faixas explosivas e ao mesmo tempo sensíveis, o Shame tem tudo para fazer ótimos shows mundo a fora.

Cracker Island: Gorillaz traz bons feats em seu disco mais coeso da nova fase

O Gorillaz trouxe nesta sexta-feira (24), seu oitavo disco de estúdio, intitulado Cracker Island. O álbum conta com 10 faixas e vêm com parcerias inesperadas como Thundercat, Tame Impala e Bad Bunny. Cracker Island Em síntese, o novo trabalho da banda virtual remete muito as suas três últimas produções (Humanz, The Now Now e Song Machine, Season One: Strange Timez), ainda assim, Cracker Island traz a particularidade de ser mais coeso que os demais. Por exemplo, em Humanz, o grupo se perde na musicalidade ao longo das 26 canções presentes. Aqui, a banda foca em seu ritmo próprio – uma mistura meio indie-funk – e vai até o fim com ele, fazendo pequenos ajustes entre as canções para não soar repetitivo. Aliás, os feats são essenciais para as partes do álbum serem únicas. Beck em Possession Island e Adeleye Omotayo na poderosa Silent Running fazem muito bem o papel de coadjuvantes para que 2-D e cia consigam brilhar. Já em Tormenta, onde o reggaeton toma conta, o Gorillaz deixa Bad Bunny brilhar, muito em função do momento em que vive o artista. Resumindo, Cracker Island revê os erros dos discos anteriores dessa nova fase do grupo e se adapta. Contudo, acaba sendo menos eclético que os outros, o que pode causar certa estranheza para os mais acostumados com o som do Gorillaz ultimamente. Com primeiras impressões muito positivas por parte da crítica mundial, o álbum que contribui ainda mais para o universo musical próprio criado por Damon Albarn, tem tudo para concorrer em algumas premiações durante o ano.