O Torto Santo, novo single da Bike, sintetiza chegada de quinto disco

A partir de um processo auto analítico que resultou na compreensão de que todas as experiências têm dois (senão mais) lados, e que é preciso estar presente, atento e forte para lidar com as dificuldades que podem acompanhar as oportunidades da vida, Julito Cavalcante, que assume vocais, guitarras e letras na banda Bike, compôs O Torto Santo. O single, disponível nas plataformas digitais, sintetiza o que se pode esperar do quinto disco de estúdio do grupo, Arte Bruta (Quadrado Mágico e Before Sunrise Records). “O que nos inspirou nessa faixa, e se estende por Arte Bruta, foi dar um passo à frente em relação ao som que tínhamos nos outros discos, misturando o que a banda se tornou nesses anos a referências que ainda não tinham aparecido no nosso trabalho. Adicionamos elementos e instrumentos artesanais nas músicas e isso já está presente em O Torto Santo, soando artística e bruta ao mesmo tempo”, revela a banda. A faixa nos envolve ainda mais no universo do álbum inédito, produzido pelo guitarrista e produtor Guilherme Held (Criolo, Jards Macalé, Gal Costa). A faixa anunciou também a participação da banda nos festivais norte-americanos SXSW, em Austin (Texas), e Treefort Music Fest, em Boise (Idaho), ambos este mês.
Crítica | Destemida

Engenharia do Cinema Este é um notório caso que se a Netflix tivesse concebido “Destemida” como um documentário, ao invés de forma dramatúrgica, teria feito um sucesso maior. Sim, estamos falando de uma grande história que poderia ter sido apresentada sem o acréscimo novelesco, que as vezes beira a ficção (de forma grotesca), dando menos foco ao que realismo. A história se passa em 2010, quando a adolescente australiana Jessica Watson (Teagan Croft) começa a realizar seu sonho que é dar a volta ao mundo, em um barco a vela e sem paradas. Sendo a primeira a fazer o feito, ela mantinha a comunicação apenas com seu treinador Ben (Cliff Curtis) e seus familiares, além de registrar seu percurso através de uma série de vídeos. Imagem: Netflix (Divulgação) Realmente o feito foi totalmente impactante, visto por ela ter estudado por anos como fazer a viagem e a maneira que seria executada. Ficando até mesmo dias à deriva no mar (uma vez que existe uma parte do oceano que não há ventos e algo que incentive o andamento de um barco), tinham diversos fatores para a diretora Sarah Spillane (que também assina o roteiro com Rebecca Banner e Cathy Randall, com base no livro da própria Jessica Watson) poderia ter explorado a questão dramatúrgica melhor. Porém, ela opta pelo pior caminho e resume a criar situações surreais, que envolvem “milagres”, várias frases de efeitos (onde dentro do contexto se transformam em total forçação de barra) e trata o jornalista como o verdadeiro vilão de forma totalmente amadora. Seja pela atuação canastrona de atores como Todd Lasance (que interpreta um dos principais jornalistas que dormem na porta da casa de Jessica), e o roteiro resume as falas deles em banalidades. O que realmente chega a ser uma pena de acontecer, pois Croft realmente é uma boa atriz (sendo um dos principais destaques da série “Titãs”, onde ela interpreta Ravena) e convence a todo momento como Jessica. Enquanto Curtis possui uma química gigante como seu instrutor e braço direito, à todo momento (e chega a ser assustador o quão ele transparece de preocupação com ela, durante boa metragem). “Destemida” é um filme que só consegue ser salvo por conta da atuação de seus protagonistas, uma vez que a diretora com os roteiristas, só pioram o que poderia ser uma ótima história de vida.