Com ex-integrantes do Blind Pigs, Armada e O Preço tocam no Hangar 110

No dia 3 de junho, Armada e O Preço se apresentam no Hangar 110, palco que consagrou o Blind Pigs com shows históricos no começo dos anos 2000. Além das duas bandas, Fibonattis e Injetores também se juntam à festa, que terá início às 19h. Os ingressos já estão à venda. Para os fãs, resta saber, agora, se é (im)possível que aconteça aquele ‘bis’ que reúna as duas bandas para relembrar o Blind Pigs. Faz sete anos que a banda Blind Pigs anunciou o fim das atividades, com a saída de um dos seus fundadores, o guitarrista Christian Targa, conhecido como Gordo. Do fim turbulento, surgiram duas bandas: de um lado a Armada, formada por quatro quintos do Blind Pigs – incluindo o vocalista Henrike e o tripulante recém-chegado, Ricardo Galano -, e de outro O Preço, composto por Gordo e três novos integrantes. Se os fãs do Blind Pigs ficaram decepcionados com o anúncio do fim de um dos principais nomes do punk rock dos anos 90, ganharam também duas novas bandas para escutar que estavam dispostas a não perder tempo. O Armada lançou em 2018 o álbum Bandeira Negra, em 2019 o EP Ditadura Assassina e se prepara para o lançamento de um disco inédito ainda neste ano. Já O Preço fez sua estreia em 2019, com o álbum homônimo, e conta com o EP Sonhos de Televisão, de 2021. No entanto, entre uma farpa e outra, ficava clara a rivalidade entre as bandas e a certeza de que não só o Blind Pigs não voltaria, como também, que Armada e O Preço jamais tocariam juntos. Alguns anos se passaram e a gravadora que detinha os direitos das últimas gravações do Blind Pigs resolveu lançar o material, que deu origem ao álbum Lights Out (2021) e ao EP The Last Testament (2022). E com isso, veio toda a burocracia, que colocou os integrantes novamente em contato. Assim, o que parecia impossível, deixou de ser.
UmQuarto lança single Carta Para Seus Pais que une groove e psicodelia

O nascimento de uma criança é um marco não só para os pais, mas para toda a família que a cerca. O acontecimento reflete, afinal, a esperança no futuro de que tudo vai melhorar. Foi com este sentimento de renovação que o UmQuarto, banda de Florianópolis, lançou o single Carta Para Seus Pais, um rock de uma levada crescente que traz em sua letra um futuro revolucionário. O lançamento marca a apresentação dos novos integrantes Rafael Salib (guitarra e voz), Rafa Nogueira (bateria e backing vocal) e Bezão (teclado e voz). Inspirado pelo nascimento recente de sua sobrinha, o fundador do UmQuarto, Mayer Soares, resolveu escrever uma carta para os pais. A letra é uma poesia escrita com Fábio Lisbôa, parceiro musical que teve sua estreia na banda na canção Remendo Blues, presente no disco anterior. “Buscamos influências na música dançante, no soul e grooves para criar essa música. É talvez uma das letras mais esperançosas que já fizemos. A música é uma carta para os pais, sobre o quão felizes eles serão, apesar dos desafios. É uma carta sobre a esperança de que seres humanos melhores do que na minha geração irão surgir. Não é só sobre ela, mas é sobre os pais, que tanto admiro. Mas a homenagem também se estende a todos os pais e seus filhos e filhas”, explica Mayer Soares, vocalista, baixista e fundador do UmQuarto. Trajetória do UmQuarto O segundo disco, sucessor do álbum de estreia, Apenas (2021), também é fruto de uma imersão musical com banda e produtor. Desta vez, a gravação aconteceu em um sítio, na cidade de Angelina (SC), com boa parte do material gravado “ao vivo” no estúdio móvel montado pelo engenheiro de som, Alwin Monteiro, e o produtor, Felippe Pompeo. Após a saída dos integrantes anteriores durante o processo de pós-produção, a ideia foi incluir os novos músicos em overdub, além de adicionar novas camadas aos instrumentos e vozes, o que trouxe uma nova identidade para o som do UmQuarto. “Essa é a primeira música que os novos integrantes da banda participam. É uma transição. Os novos músicos entraram com piano elétrico, guitarras solo, efeitos sonoros e vozes. Hoje, o UmQuarto é uma banda que tem quatro vocalistas. Todos os novos integrantes cantam e suas vozes estão presentes nesse novo single, além das outras 8 faixas que estarão no próximo disco, que já tem nome: ‘O Meio do Caminho’. Nome escolhido por causa do processo de gravação. Às vezes o caminho até o destino é tão interessante quanto. E no meio do caminho, houve uma troca. Mas o destino final é um novo disco cheio de identidade”, define Mayer.
Entrevista | Sleaford Mods – “A Inglaterra está quebrada, eu queria desabafar isso”

Crítica | Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan

Engenharia do Cinema Não existe uma outra obra que foi adaptada inúmeras vezes pro cinema, como “Os Três Mosqueteiros“. Inspirado no famoso livro escrito pelo francês Alexandre Dumas, o enredo foi readaptado de diversas maneiras e serviu de referência em diversos outros livros e histórias (principalmente a vilã Milady, que representa a famosa “femme fatale”). Tendo em vista a nova onda de adaptações literárias de várias histórias famosas (principalmente do selo da Disney), os franceses não só resolveram fazer a sua versão, como também chamaram toda a elite dramatúrgica do país, com nomes como Vincent Cassel, Eva Green, François Civil, Louis Garrel, Vicky Krieps e muitos outros. Sendo o primeiro título de uma duologia (cujo segundo, “Os Três Mosqueteiros: Milady“, será lançado em dezembro deste ano), “Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan” se passa em 1627 e gira em torno do próprio D’Artagnan (Civil), quando ele é deixado para morrer, após tentar salvar uma jovem de um roubo. Ao ir atrás dos seus agressores, ele vai até Paris e faz uma inusitada aliança com os Mosqueteiros Athos (Cassel), Porthos (Pio Marmaï) e Aramis (Romain Duris), que começam a lhe ensinar como se tornar um. Porém, eles não imaginavam que estariam envolvidos em um esquema que envolve a Igreja e a Realeza Francesa, que pode colocar em risco não só eles, como toda a nação. Imagem: Paris Filmes (Divulgação) Desde seu princípio, é notado o extremo cuidado que o diretor Martin Bourboulon teve em relação ao cenário e ambiente que se passaria à história. Desde o figurino dos personagens (com destaques para as vestimentas de Eva Green, intérprete de Milady e que necessitava deste recurso para incrementar ainda mais sua presença), até a composição dos castelos e vilarejos pelos quais o longa se passava. Realmente a sensação é que somos transportados para a França de 1627, em uma época onde até mesmo vestimentas dos atores são feitas em CGI (algo que a Disney se acomodou a fazer ultimamente). Fica nítido que todos os envolvidos estavam cientes do potencial projeto que estavam em suas mãos, uma vez que o próprio roteiro procura em estabelecer um desenvolvimento não apenas do quarteto protagonista, como também do cenário político daquela época (pelos qual a própria Igreja Católica estava se envolvendo em vários conflitos, diante das Monarquias Europeias, em prol dos seus interesses pessoais). Em relação às atuações, os destaques ficam por conta de François Civil, Lyna Khoudri (que interpreta Constance Bonacieux, interesse amoroso de D’Artagnan e confidente da Rainha Anne) e Romain Duris (que possui boas tiradas como Aramis). Porém, quem realmente rouba a cena é Eva Green (intérprete de Milady, e que será a antagonista do próximo filme), onde mesmo aparecendo pouco e nas horas certas, possui uma presença Como estamos falando de uma obra literária com quase 800 páginas, pelo qual possui um leque gigante de personagens, realmente o mais justo era dividir este arco em dois filmes (apesar de alguns detalhes do próprio estarem fora deste, ainda podem aparecer no próximo longa). Um mérito do roteiro da dupla Matthieu Delaporte e Alexandre de Lá Patellière é não realizarem mudanças drásticas na obra, para se encaixar com o contexto e cenário mundial atual (uma vez que estamos falando de uma produção que se passava em pleno século 16). “Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan” consegue fazer não apenas jus a obra clássica de Dumas, mas também se torna uma verdadeira aula de como exercer uma adaptação literária de forma justa e sem modificações desnecessárias.