Natiruts encerra Palco Deezer com goos vibrations no MITA
Com muita variedade musical no mesmo local, o palco Deezer do MITA Festival foi encerrado, neste sábado (3), com um lindo show da banda de reggae Natiruts. Com instrumentais leves, mas presentes, além de um vocal caprichado, a banda trouxe uma boa calmaria para os fãs momentos antes da apresentação principal do dia, a cantora Lana Del Rey. Sempre interagindo com o público, o vocalista Alexandre Carlo fez um excelente trabalho ao chamar o público para participar da apresentação. Na primeira metade da performance, o destaque foi para Dentro da Música II, que foi acompanhada por todos os presentes na plateia. A banda de reggae mostrou diversidade e apresentou um pouco de tudo em sua discografia. Com isso, faixas do último trabalho, Good Vibration – Vol 1 (2021), foram lembradas, com destaque para a música homônima, gravada originalmente com IZA. Um dos pontos altos da apresentação foi a sequência de Natiruts Reggae Power e Presente de um Beija-Flor, ambas animando a plateia, que fez questão de cantar em alto e bom som. Aliás, a segunda foi acompanhada por uma citação de Alexandre, enfatizando o amor entre as pessoas. Esse sentimento foi lembrado e mencionado durante toda a performance da banda. Mesmo com vários pontos positivos, o melhor ficou para o final do show, quando a Natiruts emendou os sucessos Em Paz, Liberdade pra Dentro da Cabeça, Você me Encantou Demais e Quero Ser Feliz Também, encerrando a apresentação com chave de ouro.
Flume leva o público para outro mundo no MITA Festival
No início da noite deste sábado (3), tivemos mais um show ‘diferentão’ no palco Centro do MITA Festival. Após o show completamente instrumental do BadBadNotGood, o Flume, projeto do australiano Harley Edward Streten, trouxe a música eletrônica para o público. Bem ativo no cenário musical, o artista divulgou duas mixtapes em 2023: Arrived Anxious, Left Bored e Things Don’t Always Go the Way You Plan. Ambas são continuações do disco Palaces, de 2022. No show, o artista tocou mais vezes, mas houve tempo para arranhar alguns vocais em alguns momentos. Mesmo sendo predominantemente instrumental, o público foi ao delírio com algumas faixas famosas como Never Be Like You e The Difference. Aliás, a recepção do público com Flume foi muito diferente da que tivemos com o grupo BadBadNotGood. Por ser uma música mais animada e dançante, os apreciadores daquele palco gritaram e aplaudiram o músico durante boa parte do show. Harley aproveitou o ânimo da plateia para interagir bastante com os fãs e ressaltou que é um prazer estar tocando no Brasil no ano em que completa uma década de carreira.
Encontro de gigantes no MITA: Djonga e Bk’ estremecem o Anhangabaú
Trazendo um show mais explosivo do que muitas bandas de rock, Djonga fez o público do palco Deezer pular bastante, no fim da tarde deste sábado (3), no MITA Festival, em São Paulo. Apresentando seu repertório solo na primeira metade do show, o rapper convidou BK’ e Luccas Carlos para encerrar a apresentação. Sempre muito comunicativo com o público, o artista mineiro entrou minutos antes de seu horário oficial para ter ainda mais tempo de apresentação. E logo nas primeiras canções, Djonga trouxe diversos casais que estavam na plateia para curtir Leal em cima do palco. A faixa, que é uma das mais famosas do músico, levou o público ao êxtase. Logo em seguida, BK’ foi chamado ao palco e apresentou algumas músicas de seu novo disco, Ícarus (2022). Luccas Carlos também subiu ao palco para cantar Planos, mas devido a problemas técnicos, a faixa precisou ser cantada sem o acompanhamento do ritmo, o que fez com que o público não curtisse tanto. Ainda no palco do MITA, a equipe de Djonga fez uma surpresa para o artista e trouxe um bolo de aniversário para ele, já que seu aniversário é no domingo (4). O rapper mergulhou o rosto no bolo, agradeceu e continuou seu show. O ponto alto da apresentação veio com a sequência Olho de Tigre e O Mundo é Nosso, esta última do primeiro disco do rapper mineiro, feita em colaboração com BK’. Em ambas as faixas, o público se fez presente e gritou “fogo nos racistas” em alto e bom som. E falando em discursos sociais, já comum nas apresentações do artista, muitas palavras sobre igualdade foram ditas durante o show, sempre recebendo grande apoio do público.
Com Arthur Verocai no palco, BadBadNotGood faz show introspectivo
Ainda na tarde deste sábado (3), no primeiro dia do MITA Festival em São Paulo, o grupo canadense BadBadNotGood trouxe um pouco do seu som instrumental para os fãs. Com um estilo um tanto diferente dos shows habituais, a banda foca todas as suas ações nos sons de seus instrumentos musicais, deixando o vocal em segundo plano. O disco mais lembrado pela banda durante a performance foi o Talk Memory (2021), último trabalho divulgado por eles. Mesmo com a óbvia preferência, ainda sobrou espaço para canções dos álbuns IV (2016) e III (2014). Com um público um pouco mais tímido devido ao som diferente do grupo, foi possível ouvir com calma e nitidamente tudo que os músicos estavam querendo transmitir. Mesmo com os fãs um pouco mais quietos, eles não deixaram de gritar e bater palmas para os canadenses no final de cada canção. Muito identificados com a música brasileira, os músicos ainda apresentaram um cover de Na Boca do Sol, de Arthur Verocai, que participou desse momento. A canção já faz parte do setlist do BadBadNotGood durante essa última série de shows. Por último, a banda tocou a faixa The Chocolate Conquistadors, single lançado em 2020 com o rapper MF DOOM. Assim como em quase todo o show, apenas o instrumental da faixa foi tocado. O grupo mostra que é possível fazer uma performance interessante e imersiva mesmo sem os vocais.
Duda Beat esbanja simpatia no MITA Festival
Uma das atrações exclusivas de São Paulo desta edição do MITA Festival, a cantora pernambucana Duda Beat mostrou mais uma vez o motivo de ter se tornado uma das queridinhas do pop brasileiro nos últimos anos. Transitando entre seus dois discos, Sinto Muito (2018) e Te Amo Lá Fora (2021), a cantora apresentou um setlist com mais de 15 canções para um público que ainda chegava ao Novo Anhangabaú por volta de 14h30 deste sábado (3). Mesmo com o festival ainda não atingindo seu ápice de pessoas no horário, engana-se quem pensa que o show da artista estava vazio. Os destaques vão para a simpatia de Duda Beat, que se comunica com o público durante toda a performance, e também para o show visual e coreográfico que ela e suas dançarinas trouxeram. Por se apresentar no palco Deezer, sem pista premium, o contato com o público também foi muito presente durante toda a performance. Nas canções, os fãs acompanharam grande parte das músicas presentes no primeiro álbum da cantora, com destaque para Bixinho, uma das faixas mais famosas da artista, tocada já no fim da apresentação. O ponto negativo do show acabou acontecendo no fim, já que durante a performance de Tocar Você, o microfone de Duda sofreu problemas técnicos, afetando o encerramento do show.
Tom Morello oscila em show com convidados de peso
Que Tom Morello é um dos melhores guitarristas de todos os tempos, ninguém tem dúvidas. O que ele produziu juntamente com Rage Against the Machine e Audioslave jamais será esquecido. Mas, no palco do Best of Blues and Rock, no encerramento da primeira noite, na sexta-feira (2), oscilou em momentos de puro tédio com outros emocionantes. O medley com músicas do RATM, logo no início, fez a frente do palco ficar bem cheia e animada. Afinal, lá estava Tom Morello tocando Bulls on Parade, Guerilla Radio, Know Your Enemy, entre outras. No entanto, não estar acompanhado de Zack de la Rocha, vocalista do Rage Against the Machine, tira muito do peso dessas canções, que normalmente fariam São Paulo inteira tremer em situações normais. Claro que quem comprou o ingresso para ver o habilidoso guitarrista já esperava por isso. O telão imenso, totalmente projetado no palco, ajudou bastante na homenagem ao incrível Chris Cornell, parceiro de Morello no Audioslave. Quando tocou Like a Stone, com o rosto do falecido músico sendo mostrado, ficou difícil segurar a emoção. Porém, mesmo equilibrando o set entre influências e produções próprias, o show perdeu muito o fôlego. The Ghost of Tom Joad, que Morello já gravou com Bruce Springsteen, ficou totalmente irreconhecível. Mas chamou a atenção pela forma como foi tocada, com um coral de backing vocals e palmas dos integrantes. Reta final levanta show de Morello Na reta final, acompanhado dos amigos, Morello se soltou mais uma vez. Primeiro chamou Gary Cherone e Nuno Bettencourt, do Extreme, para tocarem Cochise, do Audioslave. Um golaço na reta final. Logo depois, já sem os convidados, tocou Killing in the Name, do RATM, deixando o público como vocalista. Aqui a ideia não funcionou. A música perdeu muito de sua força. Mas a maior surpresa da noite estava guardada para o fim. Morello voltou a receber o Extreme no palco, mas agora com o acréscimo de Steve Vai, atração da segunda noite. Juntos, cantaram Power to the People, de John Lennon. Apesar de não ser um sing along tão forte quanto More Than Words, a canção ficou muito poderosa com todos os convidados juntos no palco. Um acerto e tanto para um show de altos e baixos.
Extreme arranca maior sing along do Best of Blues and Rock
Quando estourou no início dos anos 1990, o Extreme virou uma febre mundial. Não foi diferente no Brasil. Foram escalados no Hollywood Rock 1992 e ainda emplacaram o hit More Than Words em novelas e no topo das paradas das rádios e MTV. Posteriormente, no entanto, a relação da banda de Gary Cherone e Nuno Bettencourt com o Brasil deu uma esfriada. Fosse pela falta de novos hits, o longo hiato ou a ausência de turnês pelo país. Na última sexta-feira (2), no Best of Blues and Rock, no Ibirapuera, em São Paulo, a banda de Boston realizou o segundo show no Brasil desde o longínquo Hollywood Rock 1992. A última antes da mais recente foi em 2015. E a sintonia com o público permaneceu intacta, como se estivéssemos em 1992. A abertura com Decadence Dance, faixa de abertura do maior sucesso comercial da banda, o álbum Pornograffitti (1990), bastou para aquecer os fãs que já enfrentavam um vento gelado no local. Não só a canção, mas o palco temático com a capa do disco também trouxe uma dose extra de emoção. Mas muito além do vocal potente de Cherone e a técnica e rapidez absurda de Nuno, o Extreme também queria mostrar sua renovação com os singles do novo álbum, Six, que será lançado ainda em junho. Rise foi a primeira, veio logo depois de Decadence Dance. Nuno, que reclamou de dores no joelho, se sentou em alguns momentos e se comunicou em português com o público. Para quem não sabe, o músico nasceu em Portugal. It (‘s a Monster), outra pérola resgatada de Pornograffitti, trouxe a nostalgia de volta ao palco. Foi o retorno para a linha cronológica do show, que foi sucedida por duas canções de III Sides to Every Story (1992): Rest in Peace e Am I Ever Gonna Change. Banshee, mais um single de Six, apareceu mais uma vez entre os clássicos para mostrar que apesar da renovação, a proposta musical do Extreme permanece inalterada. Na sequência, Cherone puxou um trecho de We Will Rock You, do Queen, para introduzir a reaquecida Play With Me, do primeiro álbum da banda, que conquistou um público novo quando entrou na trilha sonora da quarta temporada de Stranger Things. A empolgação dos mais novos era nítida. A linha do tempo do Extreme também trouxe Midnight Express, do quarto álbum de estúdio, Waiting for the Punchline. Aqui, Nuno assumiu o protagonismo de vez. Sentou no banquinho e mostrou porque já desbancou nomes como Eddie Van Halen, Slash e Eric Clapton em uma eleição de leitores da Guitar World, nos anos 1990. Com Cherone de volta ao palco, chegou a vez do maior sing along do festival: More Than Words. E foi exatamente como o vocalista descreveu em entrevista ao Blog n’ Roll: “A plateia toma conta e canta. Eu e Nuno apenas sorrimos, deixamos o microfone apontado para eles, pois eles tomam conta do momento, vira um dueto entre eu, Nuno e a plateia”. A reta final do show do Extreme ainda trouxe #Rebel, mais um single de Six, além dois clássicos de Pornograffitti: Hole Hearted e Get the Funk Out, que contou com a participação do guitarrista brasileiro Mateus Asato. Ninguém duvida que o Extreme ainda tem muita lenha para queimar. A parceria de Nuno e Cherone funciona demais e segue revigorada com os novos singles.
Em tarde de tributos, Malvada empolga com solos de guitarra e alcance vocal
Na sequência de Nanda Moura veio a banda Malvada, segunda atração do primeiro dia do Best of Blues And Rock 2023, que homenageou Rita Lee, Janis Joplin e Jimi Hendrix no set. Formada por Angel Sberse (participante do The Voice Brasil 2020), Bruna Tsuruda, Marina Langer e Juliana Salgado, a Malvada também deu amostras do trabalho autoral, com destaque para as canções Perfeito Imperfeito, single lançado em fevereiro, e Pecado Capital, do álbum de estreia, A Noite Vai Ferver. Mais um Gole, primeiro single da banda, também foi muito bem recebido pelo público, que demonstrava ter a letra na ponta da língua. Vale um destaque para a guitarrista Bruna Tsuruda, que demonstrou muita técnica nos solos. Mostrou muita desenvoltura para tocar Purple Haze, de Jimi Hendrix, também. Angel deixou a desejar na homenagem à Rita Lee com Esse tal de Roque Enrow. Mas agradou em cheio com o alcance vocal em Summertime, de Janis Joplin. A Noite vai Ferver, faixa-título do álbum de estreia, encerrou a apresentação em grande estilo. A Malvada tem grande potencial para alçar voos maiores.
Nanda Moura abre Best of Blues and Rock com show cativante
Atração de abertura do primeiro dia do Best of Blues and Rock 2023, Nanda Moura foi a responsável por representar o blues em uma tarde/noite marcada por guitarristas virtuosos. Acompanhada de Gil Eduardo, Cesar Lago e Otávio Rocha, a cearense Nanda Moura, de 32 anos, surgiu no palco com uma cigar box guitar, algo característico em seus shows, e apresentou um repertório cativante. Apresentou um set com clássicos do blues e jazz. Debaixo de forte sol e com poucas pessoas na plateia, Nanda Moura não diminuiu o ritmo. Pelo contrário, mostrou muita dedicação e técnica. Quando tocou Hit the Road Jack, de Ray Charles, conseguiu colocar o público para cantar junto. Foi o grande momento da apresentação. Fiquei com muita vontade de assistir em um clube de blues ou bar do Sesc. Casa bem com a proposta do som. Confira set list abaixo Trouble So Hard (Vera Hall) Hard Times Killing Floor (Skip James) Walking Blues (Robert Johnson) Who You Gonna Hoodoo Now (Tony Joe White) Everything Is Gonna Be Alright (Little Walter) Let The Good Times Roll (B.B. King) Nextdoor Neighbor Blues (Gary Clark Jr.) Baby, Please Don’t Go (Big Joe Williams) Skinny Woman (R.L. Burnside) Halfway To Jackson (Justin Townes Earle)