Crítica | Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1

Engenharia do Cinema Sendo um dos filmes que mais tiveram problemas durante o seu desenvolvimento, devido ao cenário de Lockdown e restrições por conta da pandemia, em 2020, as gravações de “Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1“, duraram cerca de dois anos para serem concluídas. Conhecido por ser bastante detalhista e cada vez mais superando/concertando os erros indicados em seus projetos, o astro Tom Cruise mais uma vez conseguiu acertar ao nos entregar um ótimo filme de ação, com várias sequências de tirar o fôlego.    Após um submarino russo ser abatido, e uma chave de extrema importância sumir do local, o IMF é contactado para tentar recuperar o mesmo e o agente Ethan Hunt (Cruise), mais uma vez se reúne com sua equipe para solucionar uma missão que parecia simples. Porém, ele acaba descobrindo que tudo pode ser mais complexo do que ele imagina, quando descobre que o misterioso Gabriel (Esai Morales) está envolvido.     Imagem: Paramount Pictures (Divulgação) Mais uma vez escrito e dirigido por Christopher McQuarrie (que está por trás da franquia desde o quinto filme, e de muitos outros projetos de Tom Cruise), o próprio parte do seguinte pretexto: “se já fizemos isso em outra produção, vamos focar em coisas ainda mais complexas e originais”. O resultado não foram apenas três cenas de ação muito bem conduzidas (mas não foram filmadas na tecnologia IMAX, como em “Top Gun Maverick”), como também há uma em específico que ocorre no mesmo local em que o recente “Velozes e Furiosos 10” (em Roma, na Itália) e foi literalmente melhor conduzida que este. E por incrível que pareça, McQuarrie também possui um enorme talento para conduzir cenas dramáticas e mais sérias. Não existe uma forçação de barra, e tudo soa mais naturalmente também graças ao texto e atuações. São nestas horas, que nos pegamos analisando que o próprio (que também foi redigido por Erik Jendresen), procura abrir mais portas (tanto que estamos falando da parte 1, obviamente), mostrar algumas coisas que não conhecíamos da própria IMF, e até mesmo humanizar o próprio Ethan Hunt em várias situações inusitadas (inclusive, o melhor diálogo diante disto, ocorre entre este e Benji, vivido por Simon Pegg). E como todo título da franquia tem feito nos últimos anos, agora essa nos trouxe mais personagens para este universo e todos eles conseguem ser bem explorados e constituídos nesta narrativa. Seja a misteriosa mercenária Paris (Pom Klementieff), o agente “atrapalhado” Jasper (Shea Whigham) e a misteriosa Grace (Hayley Atwell, que chega a não ter uma apenas uma ótima química com Cruise, como também rouba a cena do próprio). Com relação ao retorno de alguns nomes conhecidos, o texto procura tratá-los como coberturas em meio as peças que estão sendo colocadas no xadrez. Temos o retorno de personagens como a Viúva (Vanessa Kirby), Ilsa Faust (Rebecca Ferguson) e Eugene Kittridge (Henry Czerny, que volta a franquia depois de ter participado apenas do primeiro), pelos quais provavelmente ainda terão muito a serem explorados no próximo longa. Agora, o vilão Gabriel consegue ser um dos pontos chaves da produção, uma vez que mesmo sendo colocado de forma clichê, a interpretação de Esai Morales para o próprio transparece uma atmosfera psicótica e um conhecimento amplo sobre tudo que está acontecendo (amedrontando quaisquer pessoas em seu caminho, inclusive o próprio Ethan). “Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1” termina mostrando que ainda há gás para muito de Tom Cruise, no gênero de ação, e deixa claro o porquê dele se tornar um dos maiores nomes do cinema atual.

O Abelha lança single híbrido de axé music, ciranda e rock psicodélico; ouça

Arvoredo é a mais enigmática música do Abelha. Híbrido de axé music, ciranda e rock psicodélico, a canção traz ainda uma letra misteriosa e cheia de imagens que remetem a paisagens bucólicas de tribos ciganas que, ao som de tambores, percorreram o mundo dançando sob luares ao redor de fogueiras em tempos imemoriais. A música, composta guitarrista da banda Ilusão Sonora, Vinikov de Moraes, foi gravada no Minotauro Estúdio. Arvoredo marca o primeiro lançamento d’O Abelha após o sucesso de seu álbum de estreia, The Clash com Banana, lançado em março deste ano. A faixa fará parte do novo disco do artista, ainda sem data de lançamento. A arte do single foi feita pelo artista plástico Drin Cortes, que já trabalhou com o Abelha em outro lançamento.

Gabriel Aragão se reinventa em debut solo produzido por Marcelo Camelo

O cantor e compositor cearense Gabriel Aragão surge sentado, em uma manhã, em meio a um parque em uma imagem que remete ao clássico All Things Must Pass na capa de seu disco de estreia solo, Rua Mundo Novo. Se o álbum clássico de George Harrison foi um marco de reinvenção do Beatle, Aragão se encontra em paz, em nova fase de vida e alma pronto para sentir que pra ele tudo passa e ele pode recomeçar. É assim que ele se mostra no debut em que se despe do indie em prol de uma MPB contemporânea. “Pra mim, os conceitos vão se desenhando e ganhando nitidez até pouco depois de lançar, que é quando o público absorve letra e som, ressignifica. Aí eu sinto que fecha o ciclo e fico pronto pro próximo. Em Rua Mundo Novo, percebi, ainda em estúdio, que eu estava falando sobre o nordestino que mora no Sudeste, por vários ângulos: a luta pelo seu lugar ao sol, estranhamento, saudade de pessoas e da terra natal, situações difíceis, adaptação e dar a volta por cima. Nunca passei tanto tempo trabalhando em um disco. Tem sido uma alegria a cada etapa dessa construção ao lado de tantos parceiros desde a composição ao lançamento. Bem desafiador, uma montanha a ser escalada, mas a vista é maravilhosa”, reflete Gabriel. O álbum marca uma fase de renovação artística para ele. O artista recentemente lançou o primeiro EP solo, ABRECAMINHOS, e a releitura de Caminando, Caminando, uma canção de resistência e liberdade composta por Víctor Jara que Aragão regravou ao lado de Mateo Piracés-Ugarte (francisco, el hombre). Os lançamentos vieram na sequência da sua estreia literária, O Livro das Impermanências (Editora Letramento, 2021), do lançamento da trilha para o filme Malhada Vermelha e de mais de uma década à frente da banda Selvagens à Procura de Lei, referência no indie rock nacional. Com participação especial de Laura Lavieri, o álbum traz parcerias com Roberta Campos, Tagore, Mateus Fazeno Rock e com o próprio Marcelo Camelo dialogando liricamente com gerações diferentes. “Esse disco, ao pé da letra, me abriu como compositor e intérprete para novos horizontes. A Sorte, música minha e do Marcelo, foi um gol desses que surgem aos 45 do segundo tempo. Como eu já tinha esgotado as temáticas do disco, nessa, em particular, me inspirei na minha própria viagem a Portugal, vindo do Ceará, com muita garra pra fazer esse disco. Desejos Carnais, minha e do incrível Mateus Fazeno Rock, é uma antiga parceria que apenas agora encontrou um colo pra repousar. Tinha que ser nesse disco, valeu a espera. Sampa Sampa, minha e do Tagore, continua a temática do nordestino no Sudeste, que é algo que permeia todo o disco. Turva, minha e da Roberta, faz parte de uma série de composições que fizemos juntos ao longo da pandemia. Isso fora parcerias com Daniel Medina e Italo Azevedo, compositores de Fortaleza de mão cheia”, reflete Gabriel. Gravado em Portugal em uma imersão criativa no estúdio de Marcelo Camelo, o disco conta com mixagem de Ricardo Riquier e masterização de Carlos Freitas. “O Marcelo resgatou em mim uma leveza para compor que eu tinha esquecido. Talvez por conta da dureza do desgoverno que vivemos, da pandemia que me deixou bem deprê, tantas coisas. Mas lembro que nas primeiras trocar da gente ele me sugeriu deixar o meu lado solar brilhar mais. Isso me fez muito bem no lado da escrita, mas também pessoalmente, sabe? Além disso, acho que quando o produtor também é artista, as coisas levam mais tempo, a gente abstrai muito mais. É luxo se dar tempo para maturar hoje em dia em que tudo é pra ontem, mas deixar as coisas assentarem e dar respiro entre as etapas foi um trunfo que me trouxe até aqui e me sinto preparado pra entregar esse novo som para as pessoas”, reflete Gabriel.

YMA e Jadsa lançam clipe de “Meredith Monk/Mete Dance”

Na terça-feira (4) estreou o clipe de YMA e Jadsa, Meredith Monk/Mete Dance. Dirigido por Mooluscos, o clipe é dividido em dois atos, o primeiro trata-se da música Meredith Monk, composição de YMA. Já o segundo é Mete Dance, composição de Jadsa, ambas músicas lançadas no EP Zelena, parceria entre as artistas. A narrativa fala de duas personagens que se envolvem em situações diversas em dois multiversos que se conectam através de um sonífero verde. No primeiro ato, a atmosfera é de um sonho estranho, com referências estéticas que vão de David Lynch à própria Meredith Monk. Também conta com participações dos artistas, Lau e Eu, Marcelle e Jonnata Doll. No segundo ato, as personagens são transportadas para um não-lugar e passam a executar uma música, conforme elas vão tocando, as paredes vão se fechando. O styling é assinado por Anuro Anuro e a maquiagem por Suy Abreu. “O grande desafio foi conciliar todo esse filme em duas diárias sem perder nenhum elemento. Com uma mudança ali e aqui entre as cenas conseguimos realizar essa façanha sem ter que cair com quase nenhuma cena. Fomos bem ousados com os mapas de luz que o Pedro Savioli, nosso diretor de fotografia, criou pra dar os moods na casa. A estrutura da casa era o maior desafio, mas o nosso gaffer Humberto Catta Preta foi lá e deu um jeito em tudo”, conta o diretor Mooluscos.

Garotas Suecas critica novo Plano Diretor de São Paulo em Gentrificação

São Paulo, uma das maiores metrópoles mundiais, acaba de aprovar as novas diretrizes de seu Plano Diretor, que atualiza e flexibiliza a atual lei urbanística. Com isso, tornam-se cada vez mais maleáveis as regras sobre construção de prédios sem limite de altura, o que nos leva à estimativa de que a área a ser verticalizada nessas condições pode aumentar em até 160%. E o Garotas Suecas não poderia deixar de falar neste momento da canção que encerra o seu quarto disco, previsto para 19 de julho. Gentrificação traz o humor característico do quarteto paulistano em um blues de letra ácida sobre um dos maiores problemas urbanos. “No final da pandemia, eu fui despejado do meu predinho, que foi abaixo para dar lugar a um novo prédio mais alto e bem mais luxuoso. Escrevi a música a partir da experiência de viver em São Paulo, refletindo sobre as mudanças na cidade. O canto onde vivia foi arrasado pelas construtoras, autorizadas pela nova regulamentação urbana. A revisão do plano diretor da cidade tornou a música ainda mais atual. Um talking blues com humor e lamento, como deve ser”, complementa Tomaz Paoliello. A faixa faz parte de 1 2 3 4, quarto disco da banda, que será lançado no Brasil pelo selo paulistano Freak e internacionalmente pelo selo espanhol Vampisoul. O Garotas Suecas é: Fernando Perdido (baixo e voz), Irina Bertolucci (teclados e vocal), Nico Paoliello (bateria e voz) e Tomaz Paoliello (guitarra e voz).

Com Julies, banda Expressão (Reggueira) lança Fruta Proibida

Em nova fase musical, a banda Expressão, originalmente conhecida como Expressão Reggueira e dona do hit Lembranças de um Luau, lançou o single Fruta Proibida, feat com Julies. Composta por Julies em parceria com Deko, além de produzida também por Julies em parceria com o produtor Gabiru e André Mastiga, líder do Expressão, Fruta Proibida é uma conversa com Deus, uma confissão realizada antes mesmo do pecado e traz uma mistura do trap, com pop e reggae. O clipe, dirigido por Rodrigo Pysi – responsável por trabalhos de nomes como Planta & Raiz, Maneva, Planta & Raiz e Badi Assad- foi gravado em Holambra, capital das flores, e traz uma estética bem colorida, principalmente, com a flor de lavanda que também é trazida na letra da canção. Este é o segundo single do próximo EP – ainda sem nome – do Expressão, que deve chegar aos aplicativos no final do ano e produzido em parceira com a Oitava Produções.