CARU resgata clipe perdido e debate efemeridade atual “Eu Gostaria”

“Eu gostaria que minha barba fosse feita, pelos fios dos teus cabelos, pra que meu rosto fosse totalmente exposto ao perfume dos teus seios.” Com esse trecho cheio de figuras maliciosas e deliciosas, a cantora e compositora baiana CARU inicia Eu Gostaria, single que agora ganha um clipe. Produzida e gravada por Diogo Strausz e Tó Brandileone em 2019, na cidade de São Paulo, a música foi inspirada pelos violões de Lenine. Sua natureza lírica respinga na história da própria canção, cujo vídeo foi perdido não uma, mas duas vezes e que finalmente é lançado. Após quatro anos, “Eu Gostaria” ganha uma leitura visual que abarca a potência rítmica da canção. A história por trás do clipe, gravado em São Paulo em 2018 é cheia de reviravoltas. O HD que armazenava o material da primeira versão do vídeo oficial, dirigido e finalizado pela diretora venezuelana Val Hidalgo, foi corrompido. No entanto, graças ao iCloud, que automaticamente salvou o material bruto enquanto Val o editava, o clipe pôde ser resgatado um ano e meio depois. Como um plot twist na narrativa, CARU teve o material visual salvo pelo armazenamento online – o mesmo que ela desconfiava, como canta em Nuvem (Ai Claud): “Quero ver quando esse céu abrir e sua rede balançar….” A diretora então finalizou o trabalho e enviou para CARU. Porém, o inesperado aconteceu novamente quando a artista perdeu o videoclipe em 2020. E agora, três anos depois, ele ressurgiu de um HD recuperado, trazendo à tona o trecho da música Pelas ruas perdidas da Bahia, que nunca pareceu tão adequado a uma situação real. Não por acaso, o vídeo usa recursos como stories do Instagram para trazer nossa relação com as redes sociais para uma narrativa profundamente envolvida com o virtual. O vídeo marca uma nova etapa na carreira de CARU. A cantora, natural de Feira de Santana, traz uma vivência que a levou a morar em Salvador, Madrid, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A artista tem colaborações com Capinan, Kassin, Paulo Mutti, Alberto Continentino, Felipe Guedes, Juliana Linhares, Jadsa e Canto Cego. Em 2020, CARU participou do programa ASA – Oi Futuro + British Council, além de fazer parte da Aceleração Labsônica Oi Futuro + Toca do Bandido. Nos anos seguintes, ela se apresentou em diversos festivais e palcos, incluindo Porto Musical, Coquetel Molotov, Festival FARO e Pitch da WME. Em 2022, CARU lançou o EP Paris, Bahia, que aborda histórias de uma migrante. O álbum explora o sentimento que transcende o contexto histórico dos nordestinos, ao se reconhecerem como eternos forasteiros em busca do preenchimento de um vazio interno.
I Am Morbid volta ao Brasil em outubro para tocar Covenant na íntegra

Sean Kingston lidera Replay Festival em São Paulo e Rio de Janeiro

Iniciando um lineup extenso dos artistas mais emblemáticos dos anos 2000, o Replay Festival anunciou Sean Kingston como a atração internacional que agitará São Paulo e o Rio de Janeiro. Sean Kingston vem com hits como Beautiful Girls, Fire Burning, Eenie Meenie, que marcaram época no início dos anos 2000. O festival acontece no dia 28 de outubro, no Riocentro, Rio de Janeiro, e 4 de novembro no Centro Esportivo Tietê em São Paulo. De acordo com a produção do evento, o Replay Festival trará uma experiência inovadora e diferenciada de tudo que o público está acostumado. Em breve serão anunciadas as atrações nacionais que farão parte do festival.
Com álbum visual, Rosana Puccia lança disco In Jazz autoral

O novo disco de Rosana Puccia e David Pasqua, In Jazz autoral, estava pronto quando Gabriel Jammal e Andrea Rosas, jovens cineastas, apaixonaram-se pelas canções e aceitaram escrever um filme de roteiro curto para dar identidade visual às composições inéditas dos artistas. As músicas soam como trilha de “bons musicais dos anos 40 e 50” e, naturalmente, inspiraram cenas com toques de glamour e enquadramentos que valorizam os cenários e a produção meticulosa de fotografia e arte. Como o título entrega, In Jazz autoral é um álbum de jazz e que explora vertentes clássicas do estilo, como jazz blues, traditional jazz e jazz balada. Este passeio pela linha do tempo dá amplitude para que o curta-metragem utilize diversos cenários de temática urbana e fusões, como a de trazer as street dances (danças de rua) se combinando ao jazz com fluidez para ilustrar as nuances de cada canção. In Jazz autoral é um álbum sobre amor e as fases do relacionamento, do apaixonar-se às DRs. Os temas são apresentados no filme pelos dançarinos e atores Sorriso e Carolina Nogueira, que conseguem combinar a expressividade do jazz com os passos de dança de rua para formar o casal protagonista da história inventada pelas letras e melodias das músicas. Seus autores, Rosana Puccia e David Pasqua, estão sempre presentes nas cenas como criadores dos personagens que vivem as situações cantadas. O disco é o sexto trabalho lançado como parceria de Rosana com David. In Jazz autoral tem como base instrumental o trio de piano, baixo acústico e bateria, enriquecidos com solos de sax, clarinete, trompete, guitarra e até pandeiro, em arranjos que vão agradar todos os gostos. Se pandeiro e jazz formam uma dupla inusitada, na faixa Jazz na Balada, são eles que quebram a rotina e combinam samba com jazz na maior irreverência. Reunindo oito músicas, o álbum tem as letras inusitadas de Rosana em inglês e português e as elegantes composições de David, que também empresta sua voz e as próprias letras em duas gravações. O curta-metragem é narrado através de seis das oito canções do disco e tem um interlúdio que conecta uma faixa à outra. Este é o primeiro álbum visual da carreira de Rosana Puccia e a segunda parceria dela com os diretores Gabriel Jammal e Andrea Rosas, que também assinam a produção do videoclipe No Camarim da Ilusão, lançado em março.
Duda Raupp volta aos anos 70 e 80 em Meu Guia, feat com Cristal

Segundo lugar na categoria “Produtor Revelação” no 1º Prêmio Rap Brasil, Duda Raupp apresentou mais um motivo por ter merecido o título: o seu mais novo projeto inspirado no soul dos anos 1970 e 1980. E para guiar esse trajeto o primeiro lançamento é o single Meu Guia, com participação de Cristal em uma dedicatória para o RAP. Através de seus pais, Duda cresceu escutando os sons da época setentista e oitentista. De cantores como Tim Maia, The Jackson 5, Cassiano, entre outros, o gênero sempre foi acompanhando a vida do produtor e ganhando ainda mais espaço junto com os representantes dessa nova década, como Anderson Paak, Free Nationals e Kali Uchis. Sendo assim, carregado de influências, Duda gravou um vídeo produzindo um beat em que explorava esse seu lado e o que não esperava era a repercussão que teve, entre os artistas que chegaram interessados no trabalho, Victor Xamã foi quem arrematou a produção, que veio a se tornar, com participação de Luedji Luna, Vigésimo Andar, uma das mais escutadas do novo disco do artista. Com isso, o produtor percebeu que a onda de misturar o antigo com o novo era uma vibe bem aceita para vários ouvidos. Esse foi o primeiro passo para o início do seu projeto, o segundo foi a ideia de músicas que brincaria com a ambiguidade, a letra que aparenta falar sobre uma relação amorosa com uma pessoa, na verdade fala sobre uma relação com alguma outra coisa. O desafio logo foi aceito por Cristal, parceira de Duda nas faixas O Plano É Não Voltar Pra Casa e Posse, e a rapper resolveu se declarar para o seu mais leal amor: o rap. “Acredito que foi consequência do que tô vivendo agora e minha relação com o meu trabalho mesmo. Lancei minha primeira música em 2019, apesar de ser muito recente, desde então eu mergulhei na cultura e o rap foi ferramenta de transformação na minha vida. Então por que não dedicar uma música pra ‘ele’?” comenta Cristal. Ouça Meu Guia
Terraplana divulga live session na vinícola; assista!

A banda curitibana terraplana lançou, na terça-feira (18), a live session ao vivo na vinícola, gravada em abril de 2023. O material faz parte do projeto Na Vinícola, produzido por Enzo Merolli, dirigido por João Sinhori, com direção de fotografia de Gustavo Salun. A sessão traz cinco faixas do álbum olhar pra trás, lançado em março deste ano pela Balaclava Records. Além do conteúdo no canal do YouTube do selo Balaclava, o EP ganha também distribuição em todas as plataformas digitais. “A ideia de gravarmos uma sessão ao vivo sempre foi uma vontade nossa desde o início e, a partir do convite de Enzo, conseguimos viabilizar a produção do material da forma como queríamos” conta Vinícius Lourenço, guitarrista da banda. “Apesar do álbum ter uma ótima sonoridade, sentimos a vontade de apresentar como a banda soa ao vivo, de uma forma mais crua e mais intensa. Juntamos então uma equipe incrível, que fez a gravação acontecer do melhor jeito possível”. Além de Vinícius, terraplana é composta por Stephani Heuczuk (baixo e voz), Cassiano Kruchelski (guitarra e voz) e Wendeu Silverio (bateria). As faixas “conversas”, “você”, “memórias”, “me esquecer” e “cais” foram gravadas e mixadas por Leonardo Gumiero e masterizadas por Jack Shirley, que já trabalhou com Deafheaven e Whirr. A terraplana traz uma atmosfera nostálgica, com letras sobre auto-reflexões e amizades, cobertas sob uma camada sonora de guitarras que remetem a gêneros do rock alternativo como o shoegaze, post rock e slowcore. A banda dá continuidade à turnê de seu álbum de estreia: 24 de Agosto, Bar Alto @ São Paulo 26 de Agosto, Infinu BSB @ Brasília 27 de Agosto, Shiva Bar @ Goiânia
Crítica | Silo (1ª Temporada)

Engenharia do Cinema Em meio a um cenário com poucas séries que realmente conseguem possuir uma ótima qualidade, “Silo” é uma das melhores atrações lançadas neste ano de 2023. Inspirado no livro de Hugh Howey, com fortes inspirações na clássica obra de George Orwell, “1984” e remetendo demais ao cenário de vários países atualmente, a atração estrelada por Rebecca Ferguson (dos últimos três filmes da franquia “Missão Impossível”) conquista seu espectador já no piloto (cujo foco não é ela). A série se passa em um futuro pós-apocalíptico, onde a raça humana vive em um bunker de alta segurança chamado “Silo”. Por lá, todos os moradores vivem sob um regime totalitário e aqueles que começam a questionar o próprio, podem sofrer penas irreversíveis. Até que, após um escândalo envolvendo a política do local, a mecânica Juliette Nichols (Ferguson) é colocada na patente de Xerife do próprio e começa a investigar o que realmente está acontecendo. Imagem: Apple TV+ (Divulgação) Dividida em nove episódios (com cerca de 50 minutos, cada), essa primeira temporada primeiro começa a mostrar aquele universo logo no seu episódio piloto. Não focando na verdadeira protagonista, e sim no casal Allison (Rashida Jones) e o Xerife Holston (David Oyelowo), já começamos a perceber quais serão as verdadeiras intenções dos governantes locais e estabelecemos um cenário que aos poucos vai jogando suas teias (algo que muitas séries resolvem fazer, porcamente, já no meio/final da temporada como em “The Last of Us“). E o próprio funciona, pois durante boa parte dos episódios, nos pegamos refletindo as motivações dos chefões da atração, coincidindo com vários governantes mundiais no cenário atual (inclusive, o jogo psicológico que fazem com os moradores do local, para acusar de algo quem age diferente). E neste contexto que entra o governante Bernard Holland (Tim Robbins, que voltou a ter um ótimo e grande papel, depois de anos) e o investigador Robert Sims (Common, no seu papel mais assustador na carreira, pois sua presença em algum local, já consegue amedrontar qualquer um). Partindo para a protagonista vivida por Rebecca Ferguson, apesar dela casar e muito com os últimos personagens dela em longas como “Missão Impossível”, pois ao mesmo tempo que exibe o perfil de durona, também possui um lado humano (que é exemplificado não apenas em flashbacks, mas em pequenas atitudes como um olhar, lágrima, expressão Embora não seja muito complexo na hora de desenvolver o cenário (já que estamos vendo a todo momento um bunker, e isso requer um CGI plausível, da forma que foi feito), o design de produção assinado por Gavin Bocquet lembra e muito o visual da franquia “Star Wars” (inclusive, o próprio assinou a função nos Episódios I, II e III, da saga citada). A primeira temporada de “Silo” só deixa comprovado que o streaming da Apple TV+, está cada vez mais acertando em mais qualidade em suas atrações, ao invés da quantidade.