Black Pantera revela Griô, EP com músicas em inglês; ouça!

Uma das grandes bandas de rock da geração, o Black Pantera está em turnê desde o lançamento de Ascensão (Deck/2022) tocando pelos quatro cantos do país e também no exterior. Durante a agenda de shows eles foram gravando algumas músicas em inglês que formam o EP Griô. “A gente sempre quis fazer um projeto em inglês, já gravamos algumas músicas durante nossa carreira, mas pela primeira vez fazemos um EP todo em outra língua”, comentou Chaene. “Para nós é muito importante que as pessoas entendam o que estamos cantando e dessa vontade nasceu Griô”. O EP traz cinco faixas inéditas, incluindo Dreadpool, lançada como single recentemente. Burn Out é sobre pedir ajuda quando estamos com problemas, Ukumkami foi inspirada num sonho que Chaene teve com o avô pedindo para que ele continuasse alimentando a fogueira sem deixar o fogo apagar. Rise é uma levada punk com uma parte reggae com o refrão “o que você vê quando você me olha?” Shut Up Fuck Up nasceu dos grandes hinos punks da história, rápida, pesada e com uma letra forte. “Às vezes tudo que precisamos é colocar para fora os sentimentos, e todos nós temos esse direito. É sobre você estar em vários lugares e ser perseguido por olhares e julgamentos e saber que você é maior do que toda a negatividade”, comentou Charles sobre essa faixa que, traz uma guitarra marcante e o baixo e a bateria acelerados. “Unimos muito do punk, hardcore e metal, uma canção perfeita para o mosh pit! Todos nós sabemos bem onde aplicar um simples “shut up fuck up”, finaliza. Griô é uma palavra de origem africana que designa o “guardião da memória oral de um povo”. E é justamente esse o conceito do EP, assim como do próprio Black Pantera. “Griô são contadores de histórias, esses ancestrais que passavam o conhecimento para frente, através de contos, através de músicas, extremamente necessários para difundir a cultura de um povo e impedir que ela desapareça. Então a gente queria isso, acabamos sendo griôs da nossa era, pois falamos de retomada, do movimento negro, dos ativistas, da história do povo preto, dos impérios e tudo mais, declarou Chaene. “Contamos a história do nosso povo, tão apagada, tão sequestrada, mas de uma maneira que a gente possa retomar isso e mostrar que nós somos história para além da escravidão e uma forma também de combater o racismo e elevar os nossos ancestrais, o nosso povo, explica Chaene. O EP Griô foi produzido por Rafael Ramos e masterizado por Chris Hanzsek no Hanzsek Audio em Seattle (EUA).

Madness lança o álbum Theatre of the Absurd presents C’est La Vie; ouça!

Theatre of the Absurd presents C’est La Vie é o novo álbum do Madness, que acaba de chegar nas plataformas de streaming. C’est La Vie combina a ambição de obras-primas em tela ampla como The Liberty Of Norton Folgate e The Rise & Fall com o instinto de criação de músicas cativantes, como as encontradas nos clássicos Absolutely, 7 e Can’t Touch Us Now. Este álbum é uma suíte de 14 músicas, repleta de ganchos viciantes e refrães vibrantes. Apresenta uma pitada de space-ska intrigante e genialidade pop sofisticada, proporcionando uma alegre viagem por um cenário de castelo inflável. Além disso, reserva espaço para momentos de raiva justa, poderosa empatia e a sabedoria simples que sempre operou sob a fachada peculiar da banda. É, em outras palavras, um clássico álbum do Madness.

Orquestra Laboratório Bastet lança o segundo álbum; ouça!

A Orquestra Laboratório Bastet acaba de lançar mais um original e desafiador álbum de música instrumental. Com forte atuação no bairro paulistano do Bixiga, o grupo de investigação, improvisação e composição, criado pelo baterista e produtor Sérgio Machado Plim com um grande elenco de outros renomados instrumentistas do Brasil, chega agora ao segundo registro, intitulado Orquestra Laboratório Bastet 2. O disco foi composto e gravado em Piracicaba (SP), no moderno LAB Sound, referência em estúdios no interior paulista. A Orquestra Laboratório Bastet volta com um registro de nove faixas repleto de improvisos e texturas. São músicas ricas em detalhes, em que cada instrumento apresenta o timbre ideal, em sintonia com toda a composição. A Orquestra é formada por músicos e produtores, músicos de diferentes vertentes da improvisação, assim como atuação em distintas produções. Formam o grupo Sergio Machado Plim (bateria), Vanessa Ferreira (contrabaixo), Lello Bezerra (guitarra), Everton Santos (samplers), Thomas Souza (saxofone) e Richard Fermino (clarone, flauta e trombone). E foi no LAB Sound, com gravação, mixagem e masterização do engenheiro de som Max Matta, onde os músicos da Orquestra Laboratório Bastet fizeram todo o trabalho de processamento de música em tempo real que se escuta no álbum. Em estúdio, os músicos criaram e gravaram os efeitos e texturas, tanto da parte eletroacústica como das partes de samplers. A audição remete a algo desenvolvido em uma pós-produção, com efeitos e recheado de camadas. Como revela Plim, o álbum tomou vida no Lab Sound, no momento em que começaram a tocar. “O LAB Sound foi o local onde surgiram diversas ideias e composições”, destaca. Como contextualiza Sérgio, a sonoridade deste segundo disco da Orquestra Laboratório Bastet é diferente da improvisação de um estilo como o jazz, por exemplo. “Nosso trabalho é de buscar ideias e registrá-las, consolidá-las num processo em tempo real no estúdio. Quando tomamos uma forma, estruturamos na hora os arranjos”. A única regra, aponta Plim, é ser espontâneo para compor. “Nossa música tem uma energia de estar junto e não necessariamente de mãos dadas o tempo inteiro. Tem uma órbita, mas nada impede – e acontece – de, às vezes, ocuparem um mesmo espaço, e sem querer ajustar. Aqui é um lugar de muita improvisação e de um jeito muito peculiar, único da Laboratório”, finaliza Plim.

Terrapeixe lança single e clipe de Game Over; ouça!

A banda Terrapeixe acaba de lançar single e clipe de Game Over, música surgida no momento mais crítico da pandemia, que traz como temas o assombro pelos tempos e a esperança de uma virada de jogo. Na dimensão musical, a faixa guarda influências de rap, pop e MPB e segue o estilo das parcerias com o produtor Emygdio, que trouxe o componente vintage-eletrônico com seus synths, beats e pads, fundamentais para a identidade sonora de Baile de Led, álbum com lançamento previsto para o próximo ano. E de uma outra parceria, com os diretores Sasha Lazarev e Tiago Rios, nasceu a ideia de um clipe para a música que extrapolasse esse sentimento para o audiovisual. “A construção imagética do clipe perpassa, num primeiro momento, sobre a formação de dois mundos, mas que coabitam um espaço comum, um espaço noturno, solitário e afetivo ao mesmo tempo. É aqui que o clipe traça sua arquitetura narrativa, entre um homem em seu quarto permeado de referências icônicas de videogame e um grupo de amigos flanantes na noite carioca. Essas figuras parecem caminhar lado a lado, unidos pelas teclas e botões de um Atari antigo e comandos de consoles dos anos 90”, explica Tiago. “A composição aborda uma preocupação com o momento pandêmico e político do mundo, mas, especialmente, da América Latina, sem perder a fé na virada do jogo. Ou seja, expressa esta dualidade: a incerteza quanto ao futuro e a vontade de retornar às ruas, esvaziadas não só do movimento dos corpos mas também dos sonhos. Game Over é um ônibus circulador que passeia pelas cidades em busca da partilha da alegria e da resistência. Uma trilha sonora para a opção ‘continue’ que, nos videogames, nos permite tentar novamente o caminho”, afirma Tiano Cris, que integra a banda junto com Guilherme Gonçalves, Victor Moreto e Vinicius Neves. As cenas foram gravadas em ruas da região central do Rio de Janeiro, além de um antigo galpão e um bar que emprestaram um clima underground e festivo às cenas em grupo, contrastantes em relação ao cenário do personagem principal, que guarda a grande revelação da história. “Nossa busca atmosférica é um mergulho de cores magentas e quentes que a cidade proporciona, dos postes de luz das ruas antigas da cidade, das telas e faróis. Como num jogo de videogame nossos personagens estão sempre em movimento, buscando um fim, ou ao menos, uma diversão sincera, para os problemas da vida”, completa Tiago. Ouça Game Over, do terrapeixe

Astrônico lança single Outro Lugar e inicia nova fase na carreira

A banda paulista Astrônico marca uma nova fase de sua trajetória musical com o lançamento do single Outro Lugar. A track sucede o clipe oficial da música Trem da Noite, que foi ao ar em agosto e obteve boa repercussão por parte do público e recepção positiva da mídia especializada. Outro Lugar mistura a sonoridade indie rock que caracteriza o som da banda com acordes característicos de uma bossa nova. A vibe “praia nublada” é explorada pela banda não e dá lugar (momentaneamente) ao rock cósmico que embalou as canções do EP Infraluzes, lançado no ano passado. Sobre a nova fase, o baterista Hugo Luque afirma: “Com Outro Lugar, nós tentamos sair um pouco do, digamos, momento Infraluzes. Ele foi o nosso primeiro trabalho, o EP de estreia, então é difícil se desapegar de certas coisas, porque normalmente o trabalho inicial traz muitos anos de influências de uma vez só. Nessa nova leva de músicas, partimos para um caminho um pouco menos cósmico e um pouco mais gingado, digamos assim. Tem uma clara influência da música brasileira nessa canção, afinal ela começou como uma bossa trazida pelo Orlando. Todo mundo foi dando seus toques e ela ficou menos bossa, mas a inspiração ainda é evidente. Assim, a gente chegou numa estética que achamos semelhante à de uma praia nublada”. Astrônico se destaca pela fusão de intimismo e vibração, criando um som único que ressoa com uma gama diversificada de inspirações, incluindo Arctic Monkeys, Red Hot Chili Peppers, Beatles e outros nomes da música. O vocalista e guitarrista Orlando Miotto, foi o responsável pela composição e compartilhou sua experiência com a música, revelando que a faixa reflete um momento de mudança e nostalgia. “A composição começou em um dos ensaios da banda, onde eu trouxe essa sequência de acordes inspirada nas canções da bossa nova. Tendo então uma harmonia e uma batida, cantarolei também a melodia que se tornou oficial da música. Partindo disso, posteriormente, houve o trabalho de escrever uma letra. É uma música que relata minha experiência de viver longe de casa (que no meu caso foi quando me mudei para perto da praia, coincidentemente) e as dificuldades e saudades que vieram junto com essa mudança, o que trouxe também o nome pra música”, afirma. A banda segue em estúdio para a gravação de novas músicas pelo selo Criminal Bangers. A próxima deve ser disponibilizada em janeiro de 2024.

The Aggrolites comanda noitada com dream team do ska nacional em SP

Feriado de 15 de novembro, temperaturas altíssimas beirando os 40 graus e o extremamente agradável Fabrique Clube, localizado na Barra Funda (região central de São Paulo), recebeu uma noite memorável de ska. A banda californiana The Aggrolites foi a atração principal. Abrindo a programação, o septeto Maga Rude, banda formada apenas por mulheres, executou um som competentíssimo, baseado na primeira onda jamaicana de ska. O som estava perfeito e o repertório escolhido com muito bom gosto, fez a alegria de quem chegou cedo. A promissora banda paulistana encerrou seu set executando You’re wondering now (composição de Clement Seymour “Coxsone” Dodd, regravada por diversos artistas como The Specials e Amy Winehouse) com muita autoridade. Quinze minutos para pegar fôlego, muita coisa boa rolando na excelente discotecagem do Thiago DJ, mas logo sobe ao palco o Marzela, os rude boys do ABC. Rocksteady e Ska, mesclados com maestria com aquele tempero punk rock, que eles fazem tão bem há quase dez anos. A Marzela convocou todo o público para dançar e não desistiu, até fazer todos os presentes chacoalharem seus esqueletos. Para isso atacaram com canções como Rude Girl, faixas do seu último EP, B-Side of Madness, além de clássicos como Police on my Back (The Equals) e Gangster (The Specials). Posteriormente veio a banda Explêndidos, direto de Belo Horizonte, com bastante brasilidade na sua fusão com ritmos jamaicanos e encontrando uma casa quase cheia. Fizeram bonito e mostraram bastante originalidade e energia. Destaque para as faixas Entre o Céu e o Inferno, Top Top (Os Mutantes) e a linda homenagem ao Clube da Esquina, com uma ótima versão de Paula e Bebeto (Milton Nascimento). Logo depois subiu ao palco a veterana Sapo Banjo. Com formação reformulada, a banda na ativa desde 1996 esbanjou competência, balanço e energia além do esperado. Conhecidos por seus shows cheios de animação, a banda agora conta com a extremamente carismática vocalista Natalia Zanellato. Destaque para a execução de Amor na Cidade, primeira faixa gravada com a nova formação. Já se passavam mais de três horas e meia de baile, mas ninguém parecia cansado, quando subiram ao palco os californianos do The Aggrolites. A banda chegou atacando de Funky Fire, ninguém mais conseguia ficar parado a partir daí. O Fabrique, que estava lotado, virou uma grande pista de dança para ninguém botar defeito. O Aggrolites não economizou nos hits, despejando pedradas como Countryman Fiddle, Free Time, Banana (The Pyramids), Don’t let me Down (The Beatles), aqui com participação de Supla. Essas e tantas outras canções serviram para compensar os fãs por mais de uma década de ausência em terras brasileiras. Destaque para o simpático baixista Jeff Roffredo, que se esforçou para conversar com o público em português durante toda a apresentação. Com um line up irrepreensível, performances de ótima qualidade e uma organização segura e profissional, esse provavelmente foi o melhor evento de ska de 2023.