Natália Lebeis lança o álbum de estreia, Choque Eletrostático; ouça!

Com reflexões existencialistas sobre vida, morte, amor e desejo, a partir de uma visão singular cheia de acidez e ironia, Natália Lebeis mergulha agora na música autoral. Seu disco de estreia, Choque Eletrostático, chegou às plataformas de streaming pelo selo Toca Discos. Choque Eletrostático é um disco de rock, pop e synths cheio de colagens sonoras, textura e poesia. “Queria explorar esse universo plástico e performático. Venho do teatro, a minha relação com a música antes de tudo é empírica, então, acabo sempre recorrendo também às minhas outras bagagens”. Para levar esse ambiente para o palco, Natália Lebeis se juntou a musicistas de peso da cena independente: Desirée Marantes (synth e guitarra), Rai Sinara (beats, efeitos e synth) e Bianca Predieri (bateria). “Tô muito animada pra ver o disco no palco a partir do que vamos criar juntas”, revela a artista. Choque Eletrostático é, acima de tudo, um trabalho livre de convenções, sem fórmulas palatáveis. “Apesar de ser um disco super pop, ele tem uma certa estranheza e era isso que eu queria explorar”, ela afirma. O álbum foi produzido pelo Jonas Sá e Thiago Nassif, que também tocam diversos instrumentos, e recebeu participações importantes como Pedro Sá (ex guitarrista da banda Cê, de Caetano Veloso), Bianca Predieri (baterista da Jadsa), Thomas Harres (baterista da Céu e Bala Desejo), Pedro Dantas (baixista de Jards Macalé), Claudio Brito (percussionista da Martnália) e Bellacomsom (artista sonora, experimental e inventora de instrumentos). Choque Eletrostático tem sete músicas que passeiam por synthpop, new wave, pós-punk, miami bass e MPB. Tudo com muito efeito e barulhinho eletrônico.
Nando Reis revela Estrela, segunda parte de seu álbum triplo

O cantor e compositor Nando Reis continua a se reinventar e a aquecer o cenário musical com composições envolventes ao apresentar Estrela, a segunda parte de seu ambicioso álbum triplo Uma Estrela Misteriosa. Depois de divulgar Uma, o primeiro disco, ele mergulha no lado mais místico do projeto, explorando desejos e contradições. Nando Reis desafia as tendências do mercado fonográfico ao escolher um caminho atípico para compartilhar o novo trabalho. Os três álbuns foram disponibilizados por completo para quem adquirir o box especial em vinil (com o disco Revelará o Segredo de bônus). Já o lançamento nas plataformas digitais tem sido feito de forma gradual, permitindo que o público absorva com calma cada detalhe da obra. “Este é o disco dos corpos celestes, do escuro do universo. Intrigante e intrincado, é uma rede abstrata de tensões nebulosas, de contrastes, de contradições, de fricções e de desejo”, afirma Nando. “Apesar de serem três discos conectados e complementares, eles têm uma individualidade. As canções do Estrela têm um aspecto mais místico, esotérico e espacial. Essa é a unidade que eu vejo nele”, reforça. O álbum Estrela começa com Estrela Misteriosa, música de sete minutos feita por Nando durante a pandemia. “Escrevi a canção num fim de tarde, com a angústia intensa do momento e a imagem de Júpiter: uma busca, uma trajetória, uma viagem”, explica ele. Em Composição, que apresenta um arranjo de percussão de Pretinho da Serrinha, Nando enumera opostos, criando a representação do estado de angústia de uma pessoa ao lidar com suas dualidades e contradições. Pedra Fundamental, por sua vez, é uma declaração de amor. Ela descreve o pensamento incessável, circular e obsessivo, por uma pessoa e o resultado da harmonia com a composição “dá um ar medieval e primitivo para a canção”. A abertura do Lado B do álbum se dá com Rio Creme, faixa que se destaca pela riqueza dos vocais. Nela, Sebastião Reis e Pedro Lipa se juntam a Nando criando uma malha sonora a quatro vozes, com Lipa cantando a quarta voz no falsete, fazendo a oitava da melodia principal. O uso das quatro camadas vocais cria uma dinâmica interessante para a experiência auditiva. Tentação foi criada a partir da frase “Como apagar o Sol?”, que dá o tom à canção. Os corpos celestes, de escalas tão inatingíveis, são usados como comparação a sentimentos abstratos, e a música fala sobre a multiplicidade dos desejos e a dificuldade da renúncia. Estuário é como um bálsamo para a saudade. “A letra fala de parte da minha história com a Vania. É uma música simples, com três acordes, que vai crescendo em camadas. São oito estrofes e cada par de estrofes está em uma região. Ela vai se desenvolvendo como a evolução da nossa relação e para no nascimento do Theo, nosso primeiro filho, sem contemplar os nossos quarenta e seis anos juntos”, explica. A faixa responsável por fechar o álbum é Daqui Por Diante, escrita por Nando para sua família, em 2016, ano em que parou de beber. Ela conta a história da sua adicção e como isso afetou sua família. “Mas ela tem um tom bacana porque eu escrevi já em recuperação e, felizmente, dessa vez deu certo”, afirma. Além do lançamento quádruplo, Nando se prepara para viajar pelo país apresentando o novo trabalho. O guitarrista Peter Buck (co-fundador da banda R.E.M) e o produtor do álbum e baterista Barrett Martin (da Screaming Trees) participarão de todos os shows confirmados da turnê Uma Estrela Misteriosa, que terá início pela região Amazônica, em 20 de setembro, em Macapá, para celebrar o Equinócio de Primavera, e também tem passagem confirmada por Belém, Manaus, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo, Salvador, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, entre outras (confira as demais datas e cidades no final deste texto). Os ingressos já estão disponíveis.
Anônimos Anônimos flerta com post-hardcore e emo no novo clipe

A banda paulistana Anônimos Anônimos, do cast da Repetente Records, lançou mais um videoclipe do seu mais recente EP, Xô Criaca (2024). A faixa escolhida foi Desculpa Qualquer Coisa, que apresenta uma sonoridade mais post-hardcore / emo. A letra retrata um fluxo de pensamentos ligados à ansiedade em público e, no som, o destaque fica com as linhas de guitarra. O clipe, dirigido por Rick Costa, com fotografia de Thiago Ramos e edição por Rodrigo Fonseca, acompanha o clima introspectivo da música, com uma performance minimalista da banda em preto e branco e fundo infinito. Imagens coloridas com projeções sobre os músicos trazem também uma estética poética e impactante. Os clipes anteriores deste mais recente EP foram das faixas “Tribunal de Causas Perdidas” e “Hino da Augusta”, este último com participação de Clemente, das bandas Inocentes e Plebe Rude. O EP Xô Criaca foi lançado neste ano pela Repetente Records, selo dos integrantes do CPM22 Badauí e Phil Fargnolli, junto ao produtor artístico Rick Lion. A banda se apresenta dia 14 de setembro em Francisco Morato, abrindo o show de comemoração de 10 anos da banda Fibonattis. O EP Xô Criaca é o segundo da carreira da AA, com seis músicas que alternam do post hardcore, ao punk e stoner rock. Ouça o EP aqui, com distribuição da Ditto Music Brasil: https://ditto.fm/xo-criaca. Xô Criaca foi gravado em foi gravado em fevereiro deste ano, no estúdio Costella, em São Paulo, com a produção do experiente Alexandre Capilé (Sugar Kane). A banda, que era um power trio, agregou em 2023 o guitarrista e backing vocal Henrique Almeida (ex Miami Tiger e Elevadores), e com isso ganhou uma camada extra de força em seu som. Completam o AA: Roberto Bezerra (baixo) e Marcelo Sabino (bateria e backing vocals).
Maria Beraldo convida Zélia Duncan para “Matagal”; ouça single

No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29/8), Maria Beraldo lança Matagal, composição que conta com a participação de Zélia Duncan. As vozes de Beraldo e Zélia se encontram nessa canção de amor tranquilo, que deixa o sol entrar e anuncia a chegada de Colinho, o novo disco de Maria Beraldo, que chega dia 18 de outubro nas plataformas digitais pelo selo Risco. Conhecida por sua ousadia em estirar as fronteiras musicais, sua posição provocativa e letras que revelam um coração marcado pela homofobia em amores difíceis ou impossíveis, Beraldo revela em Matagal a conquista de um romance possível, real e feliz. Para cantar sua alegria, Maria convidou Zélia Duncan, que traz consigo os passos de uma geração que abriu caminhos mato adentro para que artistas como Beraldo pudessem cantar e viver suas verdades. “Compus essa canção em uma viagem que fiz com minha namorada pra descansar um pouco do ritmo de São Paulo, olhando pra uma floresta linda com um rio que corria ligeiro numa manhã de sol. Essa música marca um momento importante da minha vida em que vivo um relacionamento muito feliz e verdadeiro e estou em paz com a minha sexualidade, depois de anos de elaboração e de muitas canções melancólicas ou tensas. Não estamos em tempos de paz, nem no mundo nem na esfera da nossa luta LGBTQIA+, mas encontrar a alegria de ser uma pessoa queer é das nossas mais poderosas armas”, conta Maria. O convite de Maria para Zélia veio depois de um show na virada cultural de São Paulo em que as duas se apresentaram na mesma noite, em shows diferentes, e o encontro no camarim encorajou Beraldo a mostrar sua nova música para Zélia. Depois do convite aceito e com a música pronta, Zélia comentou a faixa. “Gosto do fato de Maria ser uma artista intrigante, talentosa e corajosa com as sonoridades e interpretações. Adorei cantar junto, na oitava que me coube! E amo a sonoridade da faixa. Ouçam, vale cada segundo da viagem!” A faixa Matagal foi produzida por Maria Beraldo e Tó Brandileone, e traz uma levada folkeada em violões de nylon e aço, o baixo acústico no fraseado de Fábio Sá e as vozes de Beraldo e Zélia num encontro inspirado de tessituras regado a muito reverb. “Zélia é uma referência muito importante na minha trajetória e inclusive no momento mais delicado da minha saída do armário”, conta Maria. “Para além dos seus discos que embalam e dão colo à minha geração de sapatões, eu fui totalmente capturada pelo monólogo TôTatiando, que Zélia fez brilhantemente, com músicas de Luiz Tatit, em 2012. Essa época eu tava terminando meu mestrado na Unicamp e assumindo meu primeiro namoro com uma mulher. Viajei de Campinas para São Paulo 7 vezes pra ver essa peça. Fiquei muito fissurada. Ali tinha muita coisa importante pra mim. O jeito que ela pensou aquele espetáculo, toda a concepção musical e de cena, como essas duas coisas se enlaçam em uma só, o jeito que ela visitou a obra de Tatit e também a autonomia que ela exerce perante o mercado, colocando sua relação com a arte em primeiríssimo lugar. Tudo isso é muito precioso, e é claro que a representatividade bate forte no peito numa hora dessas”, conta Beraldo. Assim como o primeiro single do álbum Colinho, o recém lançado I Can’t Stand My Father Anymore, Matagal também tem letra em inglês. O álbum, porém, tem a maior parte das letras em português.
Inocentes lança álbum acústico “Antes do Fim”; ouça!

O Inocentes lançou nesta quinta-feira (29), o álbum Antes do Fim, que conta com 12 faixas acústicas produzidas por Henrique Khoury. O vocalista Clemente Nascimento revela que o disco é o registro de um momento: período pandêmico que os forçou a ficar em casa, repensar a vida e os projetos. “Tivemos que nos virar, e uma das maneiras, foi encarar interpretar as músicas da banda no formato acústico. Eu fazia isso sozinho de casa, o Anselmo curtia muito e nos convenceu a tocarmos essas versões juntos, foi importante para nós registrarmos esse período importante de nossas vidas”. Para a divulgação de Antes do Fim, o Inocentes escolheu a faixa Escombros, canção lançada originalmente no álbum Ruas de 1996 e regravada no EP Cidade Solidão, de 2019, já que a banda não havia ficado satisfeita com a primeira gravação. Escombros, que já foi gravada também pela banda alemã Rasta Knast, ganhou além de uma releitura acústica, um videoclipe com a animação de Leandro Franco. Assinado pelo selo Red Star Recordings, o disco será lançado em LP, com vinil transparente e capa dupla. “O vinil é o formato que interessa”, afirma Clemente. “Pelo que ele representa, capa, fotos grandes e qualidade sonora. Essa formação do Inocentes faz 30 anos em 2025, ela nasceu na era do CD, precisava ser registrada em vinil e isso acontece agora em grande estilo”. Formado por Clemente Nascimento, Ronaldo Passos, Anselmo Monstro e Nonô, o Inocentes já fez alguns shows no formato acústico, e o vocalista conta que o resultado do projeto agradou os fãs da banda. “O público se surpreende com os arranjos e os rumos que músicas já conhecidas tomam, sem perder a visceralidade que é o DNA da banda. É um registro essencial, antes do fim, sem trocadilhos (rs). Antes do Fim trata da serenidade de encarar o fim que se aproxima, com música, poesia e atitude. Uma geração está se despedindo, um momento histórico chegando ao fim, com muita honestidade e sinceridade”. E para quem está curioso com o show acústico da banda, e não quer ser pego de surpresa, Clemente faz um alerta: “Os dois formatos de shows coexistem, acústico e elétrico, então é bom prestar atenção na divulgação dos shows”.