Acústicos & Valvulados lança vídeo de “Mesmo Que Ninguém Te Veja”

A banda Acústicos & Valvulados lançou o videoclipe de seu mais recente single, Mesmo Que Ninguém Te Veja, com participação especial de Egypcio (Tihuana). Dirigido por Trick Bernardi, o clipe aposta em um visual tecnológico, incorporando o quinteto gaúcho em um plano sequência que destaca a narrativa de superação e resiliência da música com o uso criativo de inteligência artificial. No videoclipe, a banda vivencia uma série de situações que simbolizam superação, representadas através de metáforas visuais, como dados de jogo, que remetem à letra da música. Cada cena incorpora uma estética retrô inspirada em quadrinhos misturada com o surrealismo, criando um cenário urbano caótico que espelha a luta e o renascimento que a música evoca. Frame do videoclipe “Mesmo Que Ninguém Te Veja” em parceria com Egypcio A banda optou por uma estética visual intensa, com uma paleta de cores contrastantes e planos sequência que capturam a energia e urgência da mensagem. O diretor e produtor da obra, Trick Bernardi, explica que o uso da IA trouxe desafios técnicos significativos. “A parte de lip sync e a construção dos avatares dos músicos foram as etapas mais difíceis, visto que foi necessário combinar várias ferramentas para alcançar o resultado que queríamos”. Para o baterista Paulo James, a experiência de ver a música se transformar em imagens foi “surpreendente e acima das expectativas”. Ele compartilha: “Quando vimos o resultado final, sentimos que a IA trouxe algo único. As cenas capturam visualmente a luta e a resiliência de que falamos na letra – é um vídeo para se conectar e refletir”. O vocalista da Acústicos & Valvulados, Rafael Malenotti, que também é a voz de muitos dos sentimentos e histórias da banda, frisa que essa é uma das produções mais ousadas da carreira. “Estar num projeto assim, em que cada detalhe foi pensado para potencializar a mensagem da música, só faz a experiência ser ainda mais intensa”. A participação especial de Egypcio, vocalista da banda Tihuana em Mesmo Que Ninguém Te Veja, torna o lançamento ainda mais especial, reforçando a atemporalidade da composição em uma colaboração que ressalta a habilidade dos Acústicos & Valvulados em se reinventar ao longo dos anos, sempre evoluindo e expandindo suas conexões no cenário do rock nacional. Não é a primeira vez que a banda colabora com nomes de peso: entre 2021 e 2022, eles uniram forças com Frejat, Beto Bruno (Cachorro Grande) e Carlinhos Carneiro (Bidê ou Balde) nas faixas Fim de Tarde com Você, Ao Vivo e a Cores, e Pra Mim, respectivamente. O novo lançamento reforça o espírito de inovação e a autenticidade que fazem dos Acústicos & Valvulados uma referência sólida no rock do Rio Grande do Sul. Imagem de Divulgação por Zé Carlos de Andrade Além de Paulo James na bateria e Rafael Malenotti nos vocais e violão, a banda Acústicos & Valvulados ainda é composta por: Diego Lopes (baixo), Alexandre Móica (guitarra) e Daniel Mossmann (guitarra). Cada um dos integrantes trouxe sua marca e energia para o vídeo, compondo o pano de fundo ideal para a mensagem de resiliência e superação que permeia o single. A capa do single (uma cena do videoclipe) traduz a essência visual da produção, enquanto o design foi finalizado por Janice Alves, que manteve o equilíbrio entre o visual retrô e as referências contemporâneas. Mesmo Que Ninguém Te Veja, de Acústicos & Valvulados e Egypcio, já está disponível em todas as plataformas de streaming.
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Entrevista | Nando Monteiro – “Nós temos várias influências de várias culturas”

Com uma diversidade de ritmos brasileiros, o músico e historiador Nando Monteiro apresenta o espetáculo O Que É Ser Brasileiro? A História de Sonho e Coragem nesta quarta-feira (6), às 19h, no Fino da Bossa, em São Paulo. Os ingressos custam a partir de R$ 90,00. Nando Monteiro criou e roteirizou o programa O Que É Ser Brasileiro?, do Grupo Bandeirantes, e fez mais de 70 entrevistas, que de acordo com ele, foi a principal fonte de inspiração para o show que mostra as tradições e valores brasileiros. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Nando Monteiro explicou a história do espetáculo, comentou sobre as escolhas das músicas, além de ter detalhado os planos de novas apresentações no estado de São Paulo em 2025. “Quero levar para outros locais, espero em breve estar rodando São Paulo, esse é o meu projeto para o ano que vem: rodar pelo estado de São Paulo, então tentar fazer tanto o interior como o litoral, quem sabe em Santos aí em breve.” Confira a íntegra da entrevista com Nando Monteiro abaixo. Nando Monteiro, você é criador e roteirista do programa “O que é ser brasileiro?”. Como o programa te influenciou a produzir o espetáculo? Ele foi fundamental, porque sou um músico e historiador, né? Então, esse programa, na verdade, é um trabalho que é num vídeo, na TV, e foi criado a partir das minhas pesquisas na área da história, como historiador, que sempre pesquisei sobre identidade nacional e pertencimento. Esse sempre foi o meu assunto. Depois que criamos o programa e começamos a entrevistar, foram mais de 70 entrevistas. Entrevistamos pessoas do Brasil inteiro contando suas histórias, suas origens e tudo mais. Isso me motivou mais a tentar unir o meu lado músico ao meu lado historiador nesse projeto, nesse show, né, do Que É Ser Brasileiro. Então, o que eu fiz? Me inspirei nos depoimentos lindíssimos sobre essas histórias, essas brasileiras e esses brasileiros, para poder criar esse show. Foi a partir desses depoimentos que comecei a montar essa história e esse show. Nando, de qual maneira estes personagens estão relacionados com a cultura e os valores brasileiros? Esses são dois personagens fictícios que criei. Um brasileiro chamado Sonho e uma brasileira chamada Coragem. Eles meio que sintetizam um pouco dessas histórias. Ao longo das pesquisas, tem vários historiadores e sociólogos debruçados sobre a questão da identidade nacional. A gente percebe que ser brasileiro não é uma cultura, não é uma cultura única. Nós temos várias influências de várias culturas, nós somos um povo muito diverso. Na verdade, o que nos une é o fato do brasileiro ser não uma tradição cultural, mas uma condição. Então, que condição é essa? Essa condição é de ser um sobrevivente. Quando a gente fala do brasileiro, pode ser do norte ao sul do país, a gente pode ter culturas completamente diversas, né? Se a gente for bem pro Rio Grande do Sul, a tradição italiana e alemã, ou no norte, a tradição indígena, são completamente diversos. Mas o que faz nos reconhecermos como brasileiro? O que faz a gente olhar um pro outro e falar assim, nós somos brasileiros? É que nós somos sobreviventes, somos lutadores, somos pessoas que superam as adversidades com criatividade, com alegria e com um senso de pertencimento muito forte. É isso que faz com que nós nos identifiquemos como brasileiros, e não uma cultura, porque nós somos muito diversos. Sonho e a Coragem sintetizam isso, essa busca pela nossa identidade, essa busca pelo que nos une, pelo que nos conecta. Isso que significa esse sonho e coragem, que é essa condição de você sonhar uma vida melhor, de sobreviver, de conseguir alcançar uma vida melhor, e ter a coragem, a disposição pra poder correr atrás e conseguir. Isso é ser brasileiro. Como foi feita a curadoria para a escolha das canções? Apesar de ter uma linha na condução dessa história, queríamos fazer meio que uma excursão musical por vários ritmos brasileiros. Não faria sentido falar sobre identidade nacional nesse show, sobre o brasileiro, e não tentar abarcar o máximo de ritmos possíveis. Claro que não conseguimos esgotar, porque é o Brasil, mas nós trouxemos alguns importantes ritmos. Começamos a fazer pesquisa sobre grandes artistas nacionais, grandes compositores, autores, intérpretes da nossa música, e também em termos de estilos musicais. Temos músicas que ficaram famosas nas vozes de Vinicius de Moraes, Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Milton Nascimento, Dona Ivone Lara, é bem diverso. Temos samba, moda de viola, forró, enfim. Tentamos abarcar uma série de estilos e também grandes artistas que fizeram a música brasileira acontecer. Como vem sendo a recepção do público ao espetáculo? Pretende levar para outros locais em 2025? A recepção tem sido muito, muito boa, tem me surpreendido porque é um espetáculo muito diferente, porque é um show onde conto uma história e canto a história. Então vou lendo literalmente a história do Sonho e da Coragem e cantando essa história. Cada música a gente trata como se fosse uma cena de um espetáculo, e cada cena fala sobre uma característica do brasileiro: força, fé, coragem, esperança, alegria, criatividade, enfim. A gente já vai para o quarto show, começamos muito pequenos, e o projeto cresceu muito porque os brasileiros se identificam. Sempre é muito curioso porque ao final do show, o público vem conversar com a gente, fala assim” ‘ah, aquela parte da história que você falou me lembrou a história da minha família, dos meus pais, ou a minha própria história, né, ou lembrei dos meus avós, o que aconteceu com a gente e tal’. Sempre tem um trecho do show que nos identificamos, que a gente se reconhece, e essa é justamente a ideia. As pessoas se emocionam, muitas pessoas realmente se emocionam porque como é um texto inspirado nesses depoimentos, é um texto muito verdadeiro, muito forte, muito potente. É um show que tem crescido muito, e é claro, quero levar, sim, para outros locais, espero em breve estar rodando São Paulo, esse é o meu projeto