Com experiência completa, Incubus agrada ainda mais em São Paulo

Perto de completar apenas sete meses desde sua última apresentação no Brasil, o Incubus voltou ao país para novos shows, dessa vez para entregar toda a experiência de sua turnê Morning View + The Hits. Da última vez, no Rock in Rio 2024, com tempo reduzido e uma plateia que dividia atenção com outras atrações, o grupo entregou apenas uma demonstração do que tem performado nas apresentações para comemorar os 25 anos do álbum Morning View. Depois de passar por Curitiba, foi a vez de São Paulo receber a banda, no Espaço Unimed, na última quinta-feira (10). Na nova oportunidade em território brasileiro, agora tocando um show solo, sem nem mesmo uma banda de abertura aquecer a audiência, o Incubus soube aproveitar o espaço e o tempo. Com cerca de 9 mil pessoas em um ambiente bem mais contido do que a imensidão do Rock in Rio, a banda encontrou um público mais engajado e conectado com suas músicas. Desde a primeira parte do set, tocando Morning View do início ao fim, na mesma ordem do álbum, o grupo não economizou na qualidade de seu som. Já no petardo que iniciou a apresentação, Nice To Know You, o vocalista Brandon Boyd mostrou que os anos não afetaram sua voz, entoando a música com a qualidade das gravações de estúdio. Os efeitos criados nas pick-ups por Chris Kilmore, um dos diferenciais do som do Incubus, enriquecia os agudos e médios da guitarra de Mike Einziger, mantendo firme toda identidade que o grupo construiu e que os torna uma banda de sonoridade inconfundível — difícil de rotular, mas imediatamente reconhecível aos ouvidos de quem os acompanha. Com o público mais próximo e aglomerado, foi fácil até para quem chegou mais contido ser contagiado pelos coros que acompanhavam a cantoria de Boyd. O local também foi propício para que os efeitos visuais provocados pelas luzes do palco preenchessem o ambiente e tornassem ainda mais emocionantes faixas como Circles e Wish You Were Here, tocadas na sequência. Se o fator “espaço” estava a favor do Incubus, o “tempo” acompanhou. Aproveitando a nostalgia que seu som provoca na maioria do público, a banda seguiu confiante ao tocar as demais canções do consagrado disco homenageado. Blood on the Ground surgiu em um mini set acústico, enquanto 11am contou com um pouco mais da bela presença da mais recente integrante da banda: Nicole Row. Além de manter firme a base da música do Incubus com seu baixo, Nicole trouxe a novidade dos backing vocals femininos, acrescentando uma nova camada a muitas das músicas apresentadas durante a noite. Sobrou tempo até para homenagear canções de outros artistas, como quando Brandon e Mike se uniram para uma versão intimista de Umbrella, de Rihanna. Ou quando a banda muito bem entrosada aproveitou a base de Are You In? para executar uma tag de In the Air Tonight, dando espaço para o baterista José Pasillas executar a clássica virada de bateria de Phil Collins. Na parte final dedicada aos hits, o Incubus revisitou brevemente outros álbuns de sua discografia, tocando clássicos como Anna Molly e a (sempre) esperada Drive. Com um show de aproximadamente 1h40, embalado por coros e aplausos do público ao longo das músicas, o Incubus soube explorar a qualidade sonora e, com o espaço e o tempo a seu favor, potencializou ainda mais a conexão com seus fãs.