Entrevista | Mike Hranica (The Devil Wears Prada) – “Vem um novo álbum da banda, vamos anunciar em breve”

Após pouco mais de uma década, o The Devil Wears Prada retorna ao Brasil para uma série de dois shows em São Paulo e Curitiba. E tive a oportunidade de bater um papo com o vocalista Mike Hranica sobre as lembranças do último show no país e também os planos para o futuro. Confira a entrevista completa com Mike Hranica abaixo. Uma pergunta curiosa: Como a produção do filme Diabo Veste Prada 2 afeta o The Devil Wears Prada nas buscas do Google ou algoritmo do Instagram? Mike Hranica – Ah, a gente faz piadas com isso. Um amigo meu me mandou mensagem ontem fazendo piadas. Mas não presto muita atenção nisso. Estava ouvindo uma banda chamada “Shiner” e quando jogo ela no Google aparece sobre uma cerveja Shiner, que é uma cerveja do Texas. Mas, eu não sei. As pessoas podem achar a gente se elas quiserem. Faz 13 anos do último show do The Devil Wears Prada no Brasil que, inclusive, foi no mesmo local. Quais são as lembranças que você tem dessa época? Mike Hranica – Excelentes memórias. Esta será a nossa terceira vez no país. A primeira vez foi muito louca, a segunda foi incrível. E agora, depois de tanto tempo, estamos voltando. Olhando para trás, realmente foi bem divertida a nossa primeira passagem. O mais engraçado é que fomos tratados meio que uma “boy band”. As pessoas ficaram malucas em ver a gente no Brasil. Geralmente nos outros lugares a gente é reconhecido, mas de uma maneira normal. Mas no Brasil a gente parece celebridades. Tem alguma coisa muito louca que aconteceu aqui? Mike Hranica – Nós tivemos no Brasil com o Whitechapel e tivemos um grande problema no hotel. Acho que bebemos demais. Não quero falar muito sobre isso (risos). Mas nós nos divertimos muito. Ninguém estava armado ou quebrou nada. E o que motivou o Devil Wears Prada voltar agora? Mike Hranica – Nós só aproveitamos a oportunidade. A logística para ir para ai é bem difícil comparado a ir para a Europa ou para girar aqui na América do Norte. Mas dessa vez as coisas deram certo e estamos muito felizes em voltar. Você tem notícias de como está o público brasileiro hoje em dia? Alguma expectativa? Mike Hranica – Espero o mesmo nível de entusiasmo. Vi o que o Bring Me The Horizon fez ai e foi totalmente insano. Certamente não espero nada menos do que a energia que recebemos das últimas vezes. Nessa nova fase agora, depois de 13 anos, Ritual e For You mostram um lado diferente da banda. Como vocês definem o atual momento do Devil Wears Prada? Mike Hranica – Eu digo que é um momento crucial. As músicas que tocávamos da última vez eram diferentes do que estamos fazendo agora com a fase Color Decay. Estou bem animado que as pessoas vão ver nossa evolução em relação às músicas antigas. Posso chamar a For You de uma música de amor? Mike Hranica – Certamente não é uma música de amor feliz, mas conta sobre a história de uma relação que não deu certo, onde um lado não fez sua parte tão bem para tudo funcionar. Essas músicas farão parte de um novo álbum do Devil Wears Prada ou serão apenas singles individuais? Mike Hranica – Elas serão parte de um novo álbum. Sei que estamos um pouco atrasados desde que começamos a lançar músicas novas, mas vamos fazer um anúncio oficial em breve. Ritual tem uma energia bem interessante. Ela foi feita pensando na atmosfera do show ao vivo? Mike Hranica – Sim e a reação tem sido maravilhosa. Nós estamos tentando melhorar ainda mais isso. Estamos o verão inteiro tocando Ritual e For You, tem sido incrível. O The Devil Wears Prada surgiu no boom do metalcore dos anos 2000. Como você vê a cena hoje em dia? Mike Hranica – Vejo maior do que nunca. Pensando em 25 anos atrás com bandas como Killswitch Engage estava tentando descobrir um caminho e isso tudo chegou ao mainstream. O fato é que as bandas que “gritam” e fazem “breakdowns” estão na rádio. É como se uma maré alta levasse todos os navios ao mesmo tempo. Eu, como adolescente, só queria ouvir as músicas mais pesadas possíveis e é ótimo que essas bandas estejam hoje no mainstream. Tem alguma coisa de metal moderno que te inspira nesse momento? Mike Hranica – Acredito que sim, essa é uma pergunta para o John que produz as nossas músicas e cria várias letras. E como o que ele tem ouvido e o que ele tem trazido para o cenário. Eu, particularmente, tenho ouvido bastante Killswitch Engage e Beartooth agora. Também ouço bastante Parway Drive, I Prevail, Alpha Wolf e Amity Affliction. Procuro ver outras bandas que me inspiram. A energia que o Caleb traz ao Beartooth é realmente muito inspiradora. Então, isso realmente me ajuda quando estou criando ou escrevendo Muita gente tem percebido um revival do emo e rock dos anos 2000. Você tem percebido isso também? Mike Hranica – Com certeza. Assim como percebi um crescimento da cena metalcore, também percebi um crescimento das músicas dos anos 2000 pós pandemia. Nós ficamos um período privados de ver e ouvir o que amamos. Não que eu agradeça por isso, mas eu estou bem agradecido de onde a cena está agora. A covid tirou nossa liberdade e agora nós apreciamos ter isso de volta e podemos viver tudo com mais intensidade. E você acha que essa onda de nostalgia tem trazido novos ouvintes para a banda? Mike Hranica – Acho que o revival de Nu Metal com bandas como Deftones, Korn e Limp Bizkit tem feito um bom trabalho hoje em dia. Elas fizeram parte de uma geração de bandas que ouvia quando era mais novo. Então, sim, acho que essa onda de nostalgia está gigante para todos os cenários. O próprio emo, vejo o My Chemical Romance lotando estádios e é tudo muito louco. Como tem sido o

Pedro Mann lança quinto disco de estúdio, “Entre o Céu e o Pé no Chão”

“Lá vou eu de novo” — o verso vem embalado por Pedro Mann num sorriso que não se vê mas que se intui no canto. Está ali, portanto, em seus primeiros segundos, já na abertura, a alma do novo álbum do compositor, Entre o céu e o pé no chão. Uma alma solar e serena — em tons quentes porém claros, sem saturação. Se um disco é o retrato de um momento do artista, este se revela já na foto da capa: o rosto de perfil, a expressão tranquila iluminada pela luz do sol matinal. O quinto disco da trajetória do compositor, cantor e baixista é, em suas palavras, um gesto de maturidade. “Chegou um momento, há uns dois anos, em que eu falei: ‘Acho que já tenho aí uma cesta de canções que pode virar um disco’. E cheguei à conclusão de que era um disco que representa uma maturidade”. Essa constatação aponta não para um fim, mas sim um reinício. Lá vou eu de novo, a canção que abre o álbum — e que lhe dá o tom — carrega esse sentido: recomeçar com lucidez, seguir em frente sem ilusões nem amargura. “Eu tô um pouco assim, sem muitas ilusões. Mais pé no chão”, diz Pedro Mann. Entre o céu e o pé no chão é o primeiro disco em que Mann cuidou de todas as etapas do processo: do financiamento à masterização. É também o mais colaborativo — são mais de 25 músicos convidados, incluindo cordas e sopros. Todas as canções são suas, só ou com os parceiros Gabriel Pondé, Beto Landau, André Gardel e Marcos Carvalheiro. O álbum soa coeso em meio a essa variedade de olhares, orbitando em torno da beleza e do equilíbrio — estados aos quais o disco aspira. “Tem um lugar de vulnerabilidade, de colar com os meus e celebrar com os meus”, sintetiza Mann.

Helado Negro vem ao Brasil em novembro em aquece do Balaclava Fest

Após divulgar a vinda da banda punk e underground Cap’n Jazz na noite que antecede seu festival, a Balaclava traz também ao Brasil o prestigiado produtor, cantor e compositor norte-americano Helado Negro, que combina folk latino, eletronica, ambient e avant‑pop em sua sonoridade. O músico vem ao país em apresentação única no dia 7 de novembro, sexta-feira, na Casa Rockambole, no bairro de Pinheiros em São Paulo. Os ingressos já estão à venda online no site da Ingresse e presencial, sem taxa de conveniência, no Takkø Café (confira os horários de funcionamento).  Nascido no sul da Flórida em 1980, filho de pais imigrantes equatorianos, o multi-instrumentista Roberto Carlos Lange une memórias, impressões e atmosferas para criar paisagens de sonho detalhadas. Atualmente residente em Asheville, na Carolina do Norte, Roberto produz, grava e mixa suas próprias músicas, criando seu próprio mundo sônico. Suas canções são repletas de melodias vibrantes, vinhetas líricas afiadas e ganchos sutis, até mesmo sussurrados.  Iniciou sua discografia com Awe Owe (2009), Canta Lechuza (2011), Invisible Life (2013) e Private Energy (2016). Foi no disco This Is How You Smile (2019) que o produtor ganhou reconhecimento da imprensa especializada mundial e marcou presença nos principais festivais alternativos, atingindo um refinamento de sua obra, com destaque para faixas como Running e Pais Nublado, seguindo no também elogiado Far In (2021).  Seu trabalho mais recente, intitulado PHASOR, foi lançado em 9 de fevereiro de 2024 pela gravadora britânica 4AD. Em seu oitavo álbum de estúdio, Lange explora uma sonoridade mais compacta e um pop atmosférico, inspirado em suas experiências com o sintetizador SAL‑MAR, uma complexa máquina desenvolvida pelo compositor Salvatore Martirano para criar um número infinito de sequências sonoras. Faixas como Best For You and Me e I Just Want To Wake Up With You se tornaram marcantes em sua nova fase. Desde então, ele vem realizando turnês pela Europa (incluindo shows nos festivais da Pitchfork em Londres e Paris) e América do Norte. O músico já se apresentou no Brasil no ano de 2022, na edição de estreia do festival Primavera Sound São Paulo. Ao longo de sua carreira, colaborou com artistas como Sufjan Stevens, Buscabulla, Devendra Banhart, Julianna Barwick e Nick Hakim. Neste ano, o Balaclava Fest acontece em 9 de novembro no Tokio Marine Hall, em São Paulo, trazendo nomes como Stereolab, Yo La Tengo, Geordie Greep e Fcukers. Acesse o perfil da @balaclavarecords no Instagram para mais informações. Aquecimento Balaclava Fest 2025: Helado Negro em São Paulo  Data: 7 de novembro de 2025, sexta-feira Local: Casa Rockambole R. Belmiro Braga, 119 – Pinheiros, São Paulo – SP, 05432-020, Brasil Horários: Portas 19h / Show 21h Classificação etária: 16+ / menores de 16 anos acompanhados dos pais ou responsável legal Ingressos online: https://www.ingresse.com/heladonegro/ Ponto de venda físico (sem taxa de conveniência): Takkø Café  R. Maj. Sertório, 553 – Vila Buarque – São Paulo/SP Horários: Terça à Sexta, das 8h às 17h / Sáb, dom e feriados, das 9h às 18h.