The Rasmus acerta em cheio com Weirdo misturando pop e metal

O The Rasmus chega ao 11º álbum de estúdio com a segurança de quem já sabe o próprio caminho e, ao mesmo tempo, a ousadia de abraçar novas camadas de som e discurso. Weirdo é um trabalho que equilibra peso e melodia, mantendo a marca registrada da banda finlandesa enquanto mergulha em temas de aceitação, diferença e identidade. O início com Creature of Chaos estabelece o tom sombrio e poderoso, conduzido por riffs densos e atmosfera que flerta com o Nu Metal e a sonoridade dos anos 2000. Em seguida, Break These Chains cresce em intensidade até desembocar em um refrão explosivo. A sequência com Rest in Pieces e Dead Ringer reforça a capacidade do grupo de escrever músicas que transitam entre a fúria e a vulnerabilidade, sempre guiadas pela voz inconfundível de Lauri Ylönen. O coração do disco, no entanto, está na faixa-título. Weirdo, em parceria com Lee Jennings (The Funeral Portrait), transforma-se em um hino de celebração ao “ser diferente”. A canção consegue pop, mas ao mesmo tempo traz o discurso que permeia todo o álbum. Em meio às surpresas, Banksy injeta energia punk, Love Is a Bitch, minha favorita, aposta em um refrão radiofônico com groove provocativo e Bad Things mostra força na simplicidade. Já You Want It All aponta para o lado mais acessível da banda, ainda que menos impactante em comparação às anteriores. O desfecho com I’m Coming for You, escrita para o filho de Lauri, oferece um momento íntimo e emotivo, que fecha o trabalho de forma delicada e sincera. Com produção polida e variada, Weirdo reafirma o The Rasmus como um nome capaz de dialogar tanto com fãs antigos quanto com novas gerações. É um álbum de refrões pegajosos, arranjos bem trabalhados e mensagens universais. Se não revoluciona, mostra consistência e coração, qualidades que mantêm a banda relevante mais de duas décadas depois do sucesso mundial.