Upchuck lança I’m Nice Now, punk cru que transforma raiva em música

O Upchuck lança I’m Nice Now, seu terceiro álbum, com uma explosão de punk cru e visceral que transforma raiva em força e resistência. Produzido por Ty Segall, o disco aborda temas urgentes como racismo, sexismo e lutas diárias, mantendo a energia crua que tornou a banda referência do cenário atual. O Blog’n’Roll entrevistou recentemente a banda e, no bate papo, a vocalista Kaila “KT” Thompson afirmou: “Nunca houve um momento em que eu não tivesse raiva. Neste mundo de distrações constantes e estressores, é importante manter seu corpo e espírito sãos o suficiente para continuar nesta luta aparentemente interminável.” Essa raiva se traduz em músicas como Tired, faixa de abertura que soa como um grito coletivo contra injustiças, e Forgotten Token, escrita após a perda da irmã de KT, que aborda luto, racismo e desumanização: “Eu só sinto / Porque sou negra / Isso está empilhado / Em um armário perdido” O álbum também se destaca pela diversidade de vozes e idiomas, com o baterista Chris Salado assumindo os vocais em espanhol nas faixas Un Momento e Homenaje, trazendo uma perspectiva multicultural que amplia os limites do punk tradicional. “Para mim é natural. Meu pai e meu avô me ensinaram a tocar cumbia desde criança. Já toquei em banda de cumbia. Quando entro no estúdio, faço freestyle, vou gravando partes e guardo o que gosto. Punk e cumbia andam juntos”, confessa. A produção de Ty Segall mantém a intensidade das guitarras distorcidas e do baixo pulsante, equilibrando momentos de groove mais suaves em Slow Down e New Case com explosões sonoras em Nowhere, faixa que encerra o álbum com força e emoção. “Nós amamos o Ty. Gravamos no Sonic Ranch, em dez dias, e ele trouxe uma vibe muito boa. É um cara relaxado, que nos dá liberdade, mas também direciona em alguns pontos. Depois do último álbum com ele, foi natural voltar”, conta KT. I’m Nice Now, do Upchuck, é um manifesto sonoro de resistência e sobrevivência.
Horizons/West: Thrice mistura alt-rock e post-hardcore com maestria

Quatro anos após Horizons/East, o Thrice retorna com Horizons/West, um álbum que não apenas dá sequência ao trabalho anterior, mas também expande suas fronteiras sonoras. Enquanto Horizons/East explorava texturas atmosféricas e introspectivas, Horizons/West mergulha em uma sonoridade mais crua, com guitarras distorcidas e um flerte evidente com o alt-rock. O álbum abre com Blackout, uma faixa que mistura elementos de post-punk com uma energia cinematográfica, lembrando trilhas sonoras de filmes de ação. A guitarra de Teppei Teranishi, com riffs pesados e atmosferas densas, é um dos destaques. Faixas como Gnash e Vesper Light apresentam uma agressividade que remete aos primeiros trabalhos da banda, mas com uma maturidade sonora adquirida ao longo dos anos. Albatross surge como uma balada introspectiva, enquanto Undertow traz influências de Radiohead, com uma mistura de folk eletrônico e rock alternativo. O encerramento fica por conta de Unitive/West, uma faixa meditativa que, apesar de sua beleza, pode parecer um pouco anticlimática após os picos de intensidade anteriores. Em 2023, o Thrice revisitou seu clássico The Artist in the Ambulance, álbum que me apresentou a banda, regravando-o com novas interpretações e participações especiais. Essa releitura serviu como um exercício de reflexão sobre sua trajetória, preparando o terreno para a evolução sonora apresentada em Horizons/West. Com este álbum, o Thrice reafirma sua capacidade de se reinventar, mantendo sua essência enquanto explora novas sonoridades. Horizons/West é uma continuação natural de Horizons/East, mas com uma energia renovada e uma direção mais ousada.
AFI retorna aos anos 80 com Silver Bleeds the Black Sun

O AFI se reinventa mais uma vez com Silver Bleeds the Black Sun, mergulhando no post-punk e no gótico dos anos 80, com homenagens explícitas. Você pode se identificar com The Cure, Joy Division, Siouxsie and the Banshees, Bauhaus e Echo & The Bunnymen facilmente, porém tudo com a originalidade do AFI. O Baixo marcante, sintetizadores etéreos e elementos de bateria eletrônica criam uma atmosfera densa e cinematográfica, reafirmando a identidade da banda em seu novo álbum. Entre as faixas, Ash Speck in a Green Eye merece destaque. Com uma batida surpreendentemente animada e quase dançante, ela contrasta com a poesia sombria de Davey Havok, que canta versos como “I’m an ash that burns in beauty’s fire and I fall upon its fragile knife”. A música equilibra energia e melancolia, lembrando Blaqk Audio (projeto eletrônico de Davey Havok e Jade Puget) em alguns momentos, e prova a habilidade do AFI em fundir letras profundas com arranjos eletrônicos sofisticados. É uma faixa que se destaca pelo lirismo e pelo groove envolvente, transformando o peso emocional em movimento quase hipnótico. Davey Havok brilha em todo o álbum, sua voz mais madura e imponente guia o ouvinte por camadas de guitarras, sintetizadores e baixo pulsante. Embora o álbum tenha momentos em que algumas músicas compartilham cadências semelhantes, a intensidade e o refinamento das performances fazem valer cada faixa. Silver Bleeds the Black Sun é uma carta de amor aos anos 80 e um convite para explorar a elegância sombria do AFI.
Avenged Sevenfold remarca shows no Brasil; A Day To Remember e Mr Bungle seguem no evento

Os shows da banda Avenged Sevenfold no Brasil já têm novas datas para acontecer: dia 28 de janeiro, na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, com abertura de Mr. Bungle; e dia 31 de janeiro, no Allianz Parque, em São Paulo, com show de abertura de Mr. Bungle e A Day To Remember. Vale lembrar que restam poucos ingressos disponíveis para as apresentações no site da Eventim. Todos os ingressos já adquiridos estão automaticamente válidos para a nova data. Caso o comprador não tenha interesse em comparecer aos shows com atualização do dia, deve solicitar o reembolso do ingresso diretamente pela plataforma de vendas Eventim.