Five Finger Death Punch celebra 20 anos com novo álbum “Best Of – Volume 2”

O Five Finger Death Punch comemora duas décadas de carreira com o lançamento de Best Of – Volume 2, uma coletânea que revisita os maiores sucessos da banda em novas versões e inclui colaborações inéditas. O disco foi lançado ontem, 24 de outubro, e marca uma nova fase na trajetória do grupo, que decidiu regravar clássicos após a venda não autorizada dos masters originais. Celebrar aniversários não é novidade. Em 2020, o baixista Chris Kael deu uma entrevista ao Blog N’ Roll falando sobre os 15 anos da banda, como a sobriedade mudou o processo de gravação e também sobre a forte amizade do grupo. Agora, com mais cinco anos de estrada, as marcas impressionam: mais de 8 bilhões de streams e 3 bilhões de visualizações de vídeo no mundo todo. O single mais recente, “I Refuse”, parceria com Maria Brink (In This Moment), já ultrapassou 4,8 milhões de streams, entrou no Top 10 Active Rock nos Estados Unidos e aparece entre os destaques no Shazam alemão, com 61 mil pré-saves no Spotify. Diferente de um simples relançamento, o Volume 2 apresenta 16 faixas regravadas em 2025, incluindo “Hell To Pay”, “Got Your Six”, “Blue On Black” e “Walk Away”, além de três gravações ao vivo inéditas: “Wash It All Away”, “Wrong Side Of Heaven” e “Jekyll And Hyde”. Um dos destaques é “The End”, que traz participação da sensação japonesa BABYMETAL e se tornou a primeira música com versos em japonês a entrar nas rádios norte-americanas do segmento Active Rock. Em entrevista à Digital Beat Magazine, Su-Metal, vocalista do BABYMETAL, comentou sobre a parceria: “Cantei letras em japonês inspiradas nos vocais originais de ‘The End’ e passei muito tempo experimentando para encontrar a voz que melhor se encaixasse nessa faixa profunda e intensa. Meu momento favorito é o fluxo de ‘Negai o kakete’ para a pausa, onde minha voz é gradualmente engolida pelo growl do Ivan. Me deu arrepios. Espero que os ouvintes sintam isso também.” A banda também está em turnê pelos Estados Unidos neste verão, incluindo participação em grandes festivais, com foco na promoção do novo repertório. Paralelamente, o Five Finger Death Punch prepara um novo álbum de estúdio, além de ações de destaque como uma entrevista e um especial em áudio para o Loudwire. Com 25 hits no Top 10, 13 singles em primeiro lugar e mais de 12 bilhões de streams acumulados, o Five Finger Death Punch reforça seu domínio no rock contemporâneo e sua capacidade de transformar desafios em oportunidades. O lançamento de Best Of – Volume 2 reafirma o poder e a longevidade da banda, que segue moldando seu legado com intensidade e visão estratégica.

Entrevista | Teago Oliveira – “A melhor forma de se defender do mundo é buscando ser feliz”

Um dos principais compositores de sua geração, o baiano Teago Oliveira é mais conhecido por liderar a banda de rock Maglore, com quem gravou cinco álbuns de estúdio, um ao vivo e um acústico. No último dia 10 de outubro, o artista, que já foi interpretado por nomes como Gal Costa, Erasmo Carlos e Pitty, lançou ao mundo a sua segunda aventura solo, o disco Canções do Velho Mundo, sucessor de Boa Sorte, de 2019. Gravado em um home studio com o mínimo de computadores possível, o trabalho tem coprodução do próprio Teago em parceria com Otávio Bonazzi. Contando com uma variedade de ritmos e influências que vão desde o indie rock até a MPB, o disco também tem faixas com participações especiais de Eric Slick, baterista da banda norte-americana Dr. Dog, e da artista carioca Silvia Machete. Em entrevista ao Blog n’ Roll, o cantor falou sobre o processo de composição do álbum e das suas letras. Ele também bateu um papo sobre a sua carreira, Gilberto Gil, a busca pela felicidade, entre outros. O que motivou você a voltar agora para um trabalho solo? É a vida mesmo. Tem uma quantidade de músicas que me sinto seguro de lançar, que eu enxergo que estão fora da banda também. A banda é o meu primeiro trabalho, vamos dizer, né? Tô nela há 16 anos já. Às vezes até parece que o meu trabalho solo é a banda, porque, enfim, compus a maior parte dos discos. Eu sempre fui apaixonado por ter banda, sempre quis ter banda, o sonho da minha vida era ter uma banda de rock um dia, né? E eu realizei esse sonho com a Maglore, que é uma conjunção de identidades que forma uma identidade só. Ao longo dos anos, eu sempre compus, mas o som da banda não é necessariamente exatamente o meu som. Lógico que tem muito a ver, tem muita coisa a ver, mas eu preciso deixar também a banda ter a cara dela, sabe? Então tem muita coisa que é dos caras ali, e o meu trabalho solo vem de uma vontade de explorar outras coisas. Outras linguagens que eu também tenho enquanto compositor e a vontade, também, de produzir discos, que é uma coisa que eu já faço há muito tempo, mas não assino produção. Essa foi a primeira vez que eu assinei mesmo a produção junto com o [Otávio] Bonazzi. Eu sempre coproduzi discos, mas dessa vez eu me senti seguro pra assinar, e aí eu juntei essas músicas ao longo desses últimos dois anos e quando eu senti que estava pronto o esquema da composição, eu fui gravar elas. E as músicas estavam prontas quando você começou a gravar ou você foi fazendo durante? Quando eu comecei a gravar eu tinha basicamente 80% das coisas prontas, tanto de melodia como letra, tava 80% do caminho andado. Durante o processo, acabou surgindo Não Se Demore, que foi uma música que eu fiz porque eu precisava testar um microfone novo, que eu tinha pego o violão e aí começou a vir a música e aí eu parei de testar o microfone e fui fazer a música, e depois voltei pra testar o microfone. Tematicamente, o disco fala bastante da passagem do tempo, né? Desde a primeira música, Minha Juventude Acabou, até o final, só que não necessariamente de um jeito negativo. Mais como alguém que pensa no futuro enquanto olha pro passado. É viagem minha ou é isso mesmo? É um pouco assim, cara, música é um negócio muito… né? Tipo, como é que eu vou dizer que a interpretação da pessoa não tá certa? Se você colocar uma música minha numa questão de vestibular, muito provavelmente eu vou errar também, eu não vou saber. Muitas vezes a galera acha que a gente é dono da obra, mas, na verdade, a gente não é, a gente só escreveu e, enfim, existem várias interpretações. Essa é uma delas e eu acho válida também. Eu acho que o disco tem uma veia cômica assim, sabe? Que é algo que eu venho desenvolvendo já há algum tempo, que é coisa da idade mesmo. Ele fala sobre uma passagem do tempo, mas ele não fala do envelhecimento em si. Ele fala do tempo como curso das coisas. Não é linear esse tempo, ele fica indo pra vários tempos assim, o disco, né? E é isso, eu falo com humor sobre, não necessariamente só sobre a passagem do tempo, mas sobre diversos momentos de vida. Eu acho que eu falo mais sobre o mundo do que sobre o tempo, talvez, neste disco. Falo mais sobre o que tá fora do que o que tá dentro da minha vida. Óbvio que eu, como sou muito fã de compositores que escrevem cotidiano e que escrevem coisas e que criam mundos a partir de situações e experiências vividas, experiências próprias da vida, confessionais, como, sei lá, Bob Dylan, John Lennon, enfim, Caetano, Gil — eu não tô me comparando com esses caras, não, só tô falando que eles são uma referência, obviamente. São compositores que eu sempre escutei e que me agradam mais do que alguns outros e tal — óbvio que tem alguma coisa ou outra mais confessional que fica misturada com a narrativa de cada canção. Tem passagem do tempo, tem a forma de falar de amor fraterno, tem a forma de falar de amor entre duas pessoas, o amor carnal, o amor espiritual também, enfim, fala de mundo, fala de algoritmo, fala de uma porrada de coisas. E você pode falar um pouco das participações especiais também? Tem o Eric Slick [em Spaceships] e a Silvia Machete [em Vida de Casal] em duas músicas que, inclusive, você canta em outras línguas. Como foi esse processo? Eu acho que foi, até um ponto… eu não gosto muito de feat, não, eu não gosto de feat em disco. Geralmente, quando tem feat em disco, eu nem escuto, pulo, sempre ouvi disco sem feat, né? E nesse disco