“Queixo Novo”: Supla critica exageros estéticos em novo videoclipe

Supla divulgou o videoclipe da música Queixo Novo, que faz parte de seu 20º álbum de estúdio, Nada Foi em Vão. O vídeo protagonizado por Supla e Os Punks de Boutique, ironiza os exageros da era dos procedimentos estéticos e reflete sobre o uso da inteligência artificial. A produção aposta no humor para destacar situações em que a busca, a qualquer custo, pela aparência “perfeita”, acaba ultrapassando limites. O artista, que assina a direção criativa ao lado da diretora do videoclipe, Victoria Brito, se diverte com a situação. Whatever makes you happy, baby!, brinca Papito, que ao ser questionado sobre a dose de sarcasmo do vídeo, completa: “Tem um pouco”. O lançamento reforça a estética cheia de personalidade do Supla e Os Punks de Boutique, apresentada no álbum Nada Foi em Vão (2025). Com 15 faixas, o disco foi disponibilizado recentemente em vinil cor-de-rosa.
Joabe Reis funde UK Garage e jazz contemporâneo no single Simbiose

O trombonista e compositor Joabe Reis prepara o terreno para o lançamento de seu novo álbum, Drive Slow – A Última das Fantasias, com o single Simbiose, que chegou em todas as plataformas digitais pela Batuki Records. Celebrando o mês da Consciência Negra, Joabe Reis exalta a cultura da rua unindo UK Garage a música urbana brasileira, fortemente influenciado pela sua última visita e apresentação a Londres, em show esgotado no Ronnie Scott’s. A faixa é uma amostra do disco que será lançado em janeiro de 2026 e encapsula perfeitamente a proposta artística que Joabe vem construindo: uma ponte entre a sofisticação do jazz e as sonoridades contemporâneas. O single traz parceria com um dos mais brilhantes pianistas da atualidade, Eduardo Farias. “Uma composição e produção minha em parceria com meu irmão Marcelo De Lamare. Essa faixa marca uma nova fase, conectando ritmos brasileiros a influências internacionais como Garage UK, funk e o jazz moderno, sem perder a essência da música brasileira”, conta Joabe.
Soma Soma estreia o disco Nem Toda Flor, que planta o Brasil em terras britânicas

O grupo Soma Soma estreou o álbum Nem Toda Flor. O trabalho, que ganha vida a partir de pausas e transformações, foi gravado na cidade de Bristol, na Inglaterra, em um estúdio localizado nos fundos do The Jam Jar. É o mesmo espaço em que o grupo costumava ensaiar. Ao longo de nove canções, o LP traduz a maturidade criativa e a harmonia coletiva adquirida por seus integrantes, que constroem juntos uma ponte entre o velho continente e as sonoridades brasileiras. Marcado por arranjos ousados e uma produção que valoriza o som orgânico, o projeto busca reafirmar a força do Soma Soma como um dos grupos mais inventivos da diáspora brasileira. Liderada pelo vocalista e guitarrista brasileiro Artur Tixiliski, radicado na Inglaterra há mais de duas décadas, a banda propõe uma viagem musical que atravessa o mundo entre paradas que incluem o samba rock, partido alto, afoxé, swingueira, axé e maracatu. Seu segredo está na mescla de tradições afro-brasileiras com camadas de jazz espiritual, afrobeat e mais fusões globais. Todos esses ritmos são trazidos à baila de maneira orgânica, de um jeito caro à formação da banda. Ao longo de sua trajetória, Tixiliski vem unindo forças com instrumentistas e estudiosos musicais a fim de criar intersecções entre a alma brasileira, a vivência inglesa e toda referência que se faça bem-vinda a partir de outros cantos do mundo. Formada por Jonny Pryor (guitarra), Oli Mason (bateria), Jake Calvert (percussão), Rory Macpherson (saxofone), Joe Bradford (trombone), Piers Tamplin (saxofone, clarinete baixo e flauta) e Stevie Toddler (baixo e vocais de apoio), além de Artur, a Soma Soma se revela uma celebração da pluralidade rítmica e emocional. Mais do que isso: uma big band contemporânea que calca sua identidade na potencialidade da música progressiva em acessar a alma do Brasil e ainda assim estar aberta ao diálogo com o mundo. O título, que vem da frase Nem toda flor floresce o ano todo, é também uma metáfora sobre ciclos, emoções e a necessidade de respeitar o próprio tempo. “Nem Toda Flor, o álbum, nasceu da pausa que o mundo viveu durante a pandemia de covid-19. Eu e Artur tínhamos bebês recém-nascidos, mas ainda assim encontramos tempo para seguir compondo com o resto da banda. Era um período de reflexão e de reconexão com o essencial — e foi nesse espírito que as músicas surgiram”, conta Jonny Pryor, um dos integrantes do projetos. Haja vista, cada faixa carrega uma história. O Mundo Parou, escrita durante uma visita ao Brasil, pulsa entre a tensão e a esperança. Inspirada por Bebeto e Antônio Carlos & Jocafi, a canção transforma a quietude do isolamento social em groove, com letras que refletem sobre trabalho, tempo e reconexão com a família. Já Se Eu Fosse Um Homem Sem Amor é uma canção de duas notas que se expande em sentimento, nascida da tentativa de simplificar o entorno e deixar que apenas seu ritmo guie. Influenciada pela batida dos Arróxa Drummers, a estreia traz um groove denso e apaixonado sobre criar vida a partir do amor. Em Yelda, Artur Tixiliski se inspira no romance O Caçador de Pipas, do romancista afegão Khaled Hosseini, para transformar a noite mais longa do inverno persa em metáfora da espera e do desejo. Parquinho, por sua vez, reflete o tempo vivido entre a incerteza da paternidade, com o som das correntes de um balanço infantil se transformando em base rítmica para uma peça de tom jazzístico. Pressa, na sequência, homenageia a cena de jazz de Bristol com compassos irregulares e metais exuberantes, lançando luz sobre o aprendizado coletivo da desaceleração com fins de reencontro do propósito. O álbum também se abre ao protesto e à espiritualidade. Treta é um maracatu político, escrito a partir de um antigo riff de autoria de Tixiliski, em parceria com o compositor Hércules Lacovic. É uma resposta à sua frustração com o autoritarismo e a crise ambiental provocada pelo governo de Jair Bolsonaro (2019–2022). Laranjeiras, lançada como single antecipado, é um samba psicodélico que homenageia o bairro carioca e o espírito solar do Brasil, enquanto Nem Toda Flor Floresce o Ano Todo funciona como um mantra sobre autocompaixão, inspirado nos cantos responsivos do samba de coco. O encerramento, que se dá com O Menino e o Pandeiro, flutua entre rumba e samba, celebrando o aprendizado, a leveza e a continuidade, aspectos que nos abrem as portas do futuro. Entre raízes e experimentação, Nem Toda Flor se revela um disco centrado no ato de florescer apesar das intempéries, com a consciência de que até o silêncio faz parte da música. A obra surge como fruto de uma longa semeadura, que plantou o Brasil no interior de cada integrante, mas também de quem a escuta. Honesto em sua proposta, o álbum ganha profundidade justamente por não buscar complexidades ao despertar sentimentos. Cultivado a várias mãos, o repertório foi regado e cuidado para dialogar com muito mais do que os ouvidos estrangeiros fascinados pelas referências estrangeiras estão acostumados. Aqui, a intenção é se conectar com a essência brasileira que nos leva a dar frutos em qualquer lugar do mundo.
Após show em São Paulo, Helado Negro revela EP The Last Sound On Earth

Helado Negro, projeto do músico e produtor Roberto Carlos Lange, lançou o EP The Last Sound On Earth, já disponível em todas as plataformas digitais. A estreia foi celebrada com um show em São Paulo, no mesmo dia do lançamento, na Casa Rockambole, marcando o início da nova fase do artista, que retornou ao país após a estreia no Primavera Sound São Paulo, em 2022. O trabalho reúne cinco faixas que transitam entre o eletrônico e o experimental, com letras que refletem sobre o mundo contemporâneo, a memória e a busca por transformação. As músicas More, Protector e Sender Receiver (que ganhou um clipe gravado em Miami) anteciparam o lançamento, revelando parte do universo sonoro denso e introspectivo que permeia o EP. The Last Sound On Earth nasce de uma pergunta simples e profunda: qual seria o último som que ouviríamos antes do fim? A partir dessa ideia, Helado Negro cria paisagens sonoras que misturam inquietação e esperança, combinando batidas pulsantes, ecos e distorções que evocam tanto o caos quanto a beleza do que ainda permanece. Mesmo ao abordar temas sombrios, o artista encontra leveza no movimento e na criação. “Como posso dançar com essa dor?”, questiona Lange. “Mas quando estou no palco, eu danço. Descobri um jeito de me mover que me liberta junto com a música.” Com camadas complexas de emoção e produção precisa, The Last Sound On Earth reafirma Helado Negro como uma das vozes mais singulares da música contemporânea, transformando dúvida e fragilidade em arte.