Entrevista | Dirty Sound Magnet- “Não tentamos recriar nenhum som, mas as nossas raízes estão nas décadas de 60 e 70”

O Dirty Sound Magnet incendiou o pub Mucha Breja na última terça, 2 de dezembro, em uma apresentação que levou o público santista por uma viagem completa pela carreira da banda suíça. A abertura da noite ficou por conta da dupla do Guarujá Addictwo que faz um rock alternativo e chama atenção pelo fato de fazer shows sem utilizar uma guitarra. Russo, vocalista, faz uso de pedais e dois amplificadores para fazer os sons de guitarra e baixo simultaneamente. Com um set que mesclou fases distintas, do psicodélico mais viajado aos riffs pesados e modernos, o Dirty Sound Magnet conquistou a plateia desde os primeiros acordes. A resposta do público foi imediata: energia alta, olhos atentos e um entusiasmo que cresceu a cada mudança de clima, criando uma noite em que a conexão entre banda e fãs se manteve intensa do início ao fim. Formado na Suíça, o Dirty Sound Magnet construiu sua identidade ao unir o espírito livre dos anos 60 e 70 com influências contemporâneas, resultando em um som que transita entre o rock psicodélico, o hard rock e a experimentação moderna. A banda passou por turnês extensas pela Europa, chamou atenção em festivais internacionais e expandiu sua base de fãs mundo afora com performances marcantes. Em entrevista ao Blog N’ Roll, Stavros Dzodzos e Marco Mottolini falaram sobre conexão com o Brasil e o histórico e influências da banda. Para aqueles que não conhecem o som de vocês, como definiriam o Dirty Sound Magnet e quais são as influências da banda? Stavros Dzodzos – Eu diria que temos nossas raízes nos anos 60 e 70, porque naquele período existiam muitas possibilidades na música, especialmente no rock, com muita liberdade. Não copiamos as bandas daquela época, mas mantemos esse espírito. Misturamos influências modernas e não tentamos recriar nenhum som, mas as raízes estão nessa era. As bandas que nos influenciaram muito são Led Zeppelin, Black Sabbath, Pink Floyd e The Doors. Mais modernos, eu diria Red Hot Chili Peppers, Queens of the Stone Age e King Gizzard and the Lizard Wizard. E como tem sido a recepção brasileira até agora na turnê? Vocês têm planos de voltar? Marco Mottolini – A recepção foi ótima. Cada dia descobrimos um pouco mais do país e fomos surpreendidos. Não sabíamos o que esperar, ouvimos muitas coisas diferentes sobre o Brasil. Na Europa às vezes temos a impressão de que é um país de terceiro mundo, um pouco pobre, mas quando chegamos aqui vimos que as pessoas se cuidam, são muito amáveis e se ajudam muito. É um país muito bonito, com muita natureza, e cada dia acontece algo inesperado. Ontem, por exemplo, chegando perto de Santos, vimos um rapaz fazendo truque de fogo no semáforo, algo incomum para nós. Mas o grande diferencial é a comunicação e a forma como as pessoas sorriem o tempo todo. Gostamos muito e esperamos voltar. Estamos conversando sobre isso. Para fechar, um pequeno jogo. Falando sobre Futebol, do qual vocês são fãs: Chapuisat ou Ronaldo? Marco Mottolini – Que Ronaldo? O verdadeiro? O brasileiro? Eu fico com o Ronaldo pela memória da Copa de 98 na França, ele foi impressionante. Stavros Dzodzos – Para mim, nenhum dos dois. Pessoalmente, foi Zidane em 98. Todos os meus amigos torceram para o Brasil, mas eu torci para a França naquele dia. Gosto muito do Zidane pela elegância. Foi uma oposição de estilos incrível, a técnica brasileira e o time francês emergente. Foi um ótimo período para o futebol. E depois veio Ronaldinho alguns anos depois, talvez o meu favorito. Neymar que não é lá essas coisas, eu sei que ele é do Santos, mas é o que penso. Lagos suíços ou nossas praias? Marco Mottolini – Não vimos muitas praias, apenas a do Guarujá, que foi muito legal. Mas os lagos suíços também são incríveis. Não é a mesma categoria, não dá para comparar. Stavros Dzodzos – Eu sou um grande fã de nadar, então sempre escolho a praia. Sou meio grego e lá na Grécia as praias são lindas. Aqui ainda não sei se posso nadar, porque me disseram para não ir muito longe. Nos lagos da Suíça eu posso nadar, aqui não sei. Fique tranquilo, Santos é bem seguro, pouca correnteza. Stavros Dzodzos – Ah, então eu posso nadar. Disseram que o Rio é mais perigoso, o Guarujá também. Vamos tomar cuidado. Absinto, whisky ou cachaça? Marco Mottolini – Nós bebemos cachaça há dois dias. O baterista bebeu muito ontem, então respondo por ele: acho que ele diria cachaça por enquanto. Eu até gosto de absinto, mas me deixa um pouco louco, então não bebo muito. Stavros Dzodzos – Água. Não sei nem o que é cachaça. E para fechar: Chocolate suíço ou chocolate brasileiro? Stavros Dzodzos -Você está brincando? Você está brincando? A entrevista acabou! Isso não é uma pergunta. Isso não é pergunta que se faça (risos).