Entrevista | Supercombo – “Tivemos que acreditar no processo para a turnê começar”

A Supercombo encerrou 2025 em clima de celebração, no último domingo (14), com um show especial na Audio, em São Paulo. A apresentação marcou oficialmente a fase ao vivo do álbum Caranguejo e confirmou o bom momento da banda, que entregou um repertório equilibrado entre músicas novas e faixas já consolidadas da carreira. Com a casa cheia, o público respondeu com intensidade desde os primeiros acordes, acompanhando cada refrão e criando uma atmosfera de conexão constante com o quarteto ao longo da noite. No palco, as músicas de Caranguejo ganharam ainda mais força, reforçando a proposta do disco de resgatar a essência roqueira da Supercombo sem abrir mão das experimentações. Faixas como A Transmissão, Piseiro Black Sabbath e Hoje Eu Tô Zen evidenciaram a versatilidade do grupo, enquanto momentos mais introspectivos, como Testa e Alfaiate, trouxeram contraste e profundidade ao set. O show funcionou como um retrato fiel do álbum e deixou claro que o projeto representa um dos pontos altos da trajetória da banda, além de criar expectativa para os próximos passos já anunciados para 2026. Nossa correspondente e produtora da banda, Fernanda Santana, conversou com a banda representando o Blog N’ Roll. A entrevista encerra um ciclo que começou com um papo exclusivo antes do lançamento de Caranguejo. Qual foi a maior lição que 2025 trouxe para vocês como banda? Léo Ramos – Acreditar no processo. A gente teve a ideia de lançar o disco em duas etapas e segurou um bom tempo de shows para poder fazer o lançamento. Tivemos que acreditar no processo para a turnê começar de fato no meio do ano. O início foi meio caótico, porque é muito ruim para uma banda ficar um tempo sem fazer show, principalmente a gente, que ama tocar e tem muitos lugares para ir. Para mim, o maior aprendizado é confiar no processo e no planejamento e ver as coisas acontecendo à medida que a gente vai fazendo. A turnê foi muito massa esse ano e já estamos ansiosos pela parte dois. E com 2026 chegando, o que o coração de vocês espera que o próximo ano traga, fora do roteiro? Paulo Vaz – Eu imagino que a gente está plantando muito em 2025, com tudo o que está fazendo agora e ainda no processo de 2026. Eu sempre penso que as coisas acabam acontecendo por causa desse plantio. Então, eu creio que o ano que vem vai ser tão bom quanto esse, com coisas novas, com algumas realizações inesperadas e outras esperadas, que esse plantio vai trazer. Festas chegando, qual é a música de Natal favorita de cada um? Carol Navarro – Mariah Carey Paulo Vaz – Do Ivan Lins, “Começar de Novo” Carol Navarro – Uma que eu sempre escuto e fico triste, mas é sempre bom ouvir, é a da Simone. É muito triste, não sei por que colocaram isso no Natal. Léo Ramos – Agora, com a minha filha, a favorita é a do “Acabou o Papel”. Essa é a música do momento lá em casa. André Dea – Minha cabeça está um grande vazio agora, não consigo lembrar de nenhuma. Talvez esteja na hora da Supercombo fazer uma música de Natal… Quem sabe, né? Qual é a idade musical de vocês no Spotify Wrapped? Carol Navarro – A minha é 71.Léo Ramos – A minha foi 19 anos.André Dea – A minha deu 70.Paulo Vaz – A minha foi 82. E o artista e álbum do ano para cada um no Spotify? Carol Navarro – Eu fiquei muito viciada no disco novo da Hayley Williams (Ego Death At a Bachelorette Party). É enorme o nome, nem sei falar direito, mas esse disco é muito foda. Paulo Vaz – Em matéria de álbum, para mim ainda é o Caju, da Liniker. Foi o que mais me surpreendeu nos últimos 20 anos. Léo Ramos – Minha banda mais ouvida do ano foi Badluv, até porque fui tocar com os caras. Então, beijo Badluv. André Dea – O meu disco mais ouvido foi Papota, do Ca7riel & Paco Amoroso. Foi muito massa porque a gente viu esse show aqui mesmo na Audio, de pertinho. Independente de streaming, qual foi o artista revelação do ano para vocês? Léo Ramos – Para mim foi o Sleep Token. Eu já gostava antes, mas o último disco me surpreendeu muito. Eles misturaram pop com metal, quase um R&B metal. Achei muito foda. Carol Navarro, Paulo Vaz e Andre Dea – Eu vou de Ca7riel e Paco Amoroso. Tudo o que eles fazem eu acho foda. Eles fizeram um pop fora do padrão tradicional, algo que ninguém estava fazendo. A história do lançamento, deles na banheira comendo sushi, é inacreditável. O Cara dos Discos e o Blog N’ Roll foram responsáveis pela primeira entrevista de vocês neste novo ciclo, gostaria que você deixasse um recado para a audiência deles: Muito foda. A gente acompanha o trabalho. Obrigada por estar sempre com a gente, falando de tudo, até das fofocas. Oh, o Korn veio ai, ano que vem vai ter Korn. Obrigado pelo espaço sempre. É legal porque ele corre e a gente corre também. Vale tudo sempre. Valeu, Renatão, Cara dos Discos. Ano que vem tem mais.
Rafael Baldam estreia com Sumidouro, álbum instrumental que une música, narrativa e imagem

Sumidouro é o álbum de estreia de Rafael Baldam e apresenta uma jornada instrumental construída a partir de seis interpretações que funcionam como capítulos de uma mesma narrativa. Mais do que um disco, o projeto nasce como uma obra multimídia que integra música, texto e colagens visuais, ampliando a experiência para além do áudio e propondo diferentes camadas de leitura e escuta. A ideia do trabalho surgiu da inquietação criativa de Baldam, interessado em transitar por linguagens diversas como composição, interpretação, escrita, colagem e vídeo. Ao perceber que essas práticas não eram paralelas, mas complementares, o músico passou a integrá-las em um único processo criativo. O resultado é um álbum que se organiza em três dimensões interligadas: a música que conduz, o texto que orienta e as imagens que completam o percurso narrativo. O ponto de partida de Sumidouro está na escolha de composições de nomes centrais da cena paulista da música brasileira contemporânea. As versões instrumentais criadas por Rafael abriram espaço para a construção de um conto em prosa poética que acompanha o disco. Cada faixa ganhou também uma colagem própria, reunidas em um livro que estabelece o elo entre som e imagem e reforça o caráter conceitual do projeto. O repertório reúne obras de Maurício Pereira e Daniel Szafran, Marcelo Cabral e Rômulo Fróes, Dandá Costa, Rodrigo Campos, Thiago França e Kiko Dinucci. Todas as faixas foram rearranjadas e executadas por Rafael em formato solo, criando um panorama coeso de referências que dialogam entre si e ajudam a desenhar o universo sonoro do álbum. Segundo o músico, a escolha desses compositores reflete tanto uma afinidade estética quanto um gesto simbólico de filiação artística. A travessia sonora começa com Pra Marte, que desloca elementos originalmente vocais e de sopro para o violão, aproximando a faixa do choro. Invente o Amor apresenta mudanças sutis de timbre e sinaliza novos caminhos. Em “Bandeira”, o tom menor e a entrada da guitarra ampliam o espaço sonoro e marcam outra etapa do percurso. Single do disco, Na Memória Vida Outra sintetiza aspectos centrais do projeto ao alternar o protagonismo entre violão e guitarra, reorganizando a tensão da faixa. Dentro da Pedra aprofunda a exploração de efeitos e reverberações, com a guitarra assumindo papel central. O encerramento fica por conta de Ciranda do Aborto, que parte de arpejos contidos e avança para camadas mais densas, concluindo a narrativa proposta ao longo do álbum. Gravado entre julho e agosto de 2025 no Juá Estúdio, em São Paulo, Sumidouro teve captação e mixagem assinadas por Leonardo Ost e Alencar Martins. Rafael Baldam responde pelos arranjos, interpretações, texto e colagens que acompanham o disco, articulando todas as etapas do projeto em uma obra que se completa na soma de suas linguagens e convida o público a construir sua própria relação com esse trabalho de estreia.
Madball leva o hardcore nova-iorquino pela primeira vez a Goiânia

Nome fundamental do hardcore nova-iorquino, o Madball se apresenta pela primeira vez na região Centro-Oeste do Brasil no dia 5 de março de 2026, em Goiânia. O show acontece no De Leon Music Pub e integra a nova passagem da banda pelo país, que ainda inclui uma apresentação em São Paulo, no dia 6 de março, no Fabrique Club. As bandas nacionais de abertura em Goiânia serão anunciadas em breve. Liderado pelo explosivo vocalista Freddy Cricien, o Madball retorna ao Brasil reafirmando o status de um dos maiores nomes da história do hardcore, com uma trajetória marcada por intensidade, postura direta e conexão absoluta com o público. A sonoridade do Madball é a tradução crua do hardcore nova-iorquino. Guitarras secas, grooves pesados, batidas urgentes e vocais que soam como um grito coletivo definem um estilo nascido nos subúrbios de Nova York, sem adornos e focado na mensagem. Faixas curtas, objetivas e construídas para impacto imediato fizeram da banda uma referência mundial do gênero. Álbuns como Set It Off, Demonstrating My Style, Look My Way, Hold It Down, Legacy e Infiltrate the System pavimentaram a reputação do Madball como os chamados reis do hardcore. A banda surgiu no fim dos anos 1980 e, ao lado do Agnostic Front, ajudou a consolidar a cena nova-iorquina. Freddy Cricien, irmão mais novo de Roger Miret, começou cantando nos shows do Agnostic Front antes de assumir definitivamente o microfone do Madball. Nos anos 1990, o grupo incendiou a cena com apresentações intensas, muitas vezes sem palco, tocando no mesmo nível do público. Desde então, construiu uma base fiel de fãs ao redor do mundo, com destaque para Brasil e Argentina, onde a banda mantém uma relação histórica com o público. O evento marca a estreia da Burning Music Produções, que promete trazer outras atrações internacionais para a capital goiana ao longo de 2026. A estreia em Goiânia amplia esse vínculo e coloca a cidade no mapa das grandes turnês internacionais do hardcore. SERVIÇO Madball em GoiâniaData: 5 de março de 2026, quinta-feiraHorário: 19h, abertura da casaLocal: De Leon Music PubEndereço: Rua Oitenta e Seis, 605, Goiânia, GOIngressos: fastix.com.br/events/madball-eua-em-goiania ValoresR$ 180,00 meia entrada solidária e estudante, 1º loteR$ 360,00 inteira, 1º lote