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Ratos de Porão: Forte e seca, cerveja Cruficados pelo Sistema comemora o aniversário de um disco clássico

Firmando a parceria do Blog N’Roll com o blog Lamparinada, chegamos a mais um post das Cervejas do Rock. A Rock Beer analisada nesse mês foi a Ratos de Porão Crucificados pelo Sistema.

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Leia os comentários de Luciano Oliveira:

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Já dizia um grande filósofo que gosto é igual bunda, cada um tem a sua. O mesmo acontece com a música e a cerveja. Estilos e rótulos é o que não faltam. Alguns são mais populares e outros mais segmentados. Todo mundo tem espaço e nem tudo agrada a todos. Tudo é questão de momento.

Então, o que você quer beber/ouvir agora?

A Ratos de Porão Crucificados pelo Sistema (Dortmund) é uma red ale pra lá de interessante. Foi criada em comemoração de 30 anos do lançamento do primeiro disco da banda. A cerveja já ganhou medalha de ouro do estilo Irish Red no South Beer Cup 2014. É possível sentir o aroma de torrado e caramelo bem de leve na boca. Ela se apresenta mais forte e seca, lembrando resina (resina), além do sabor levemente torrado do malte, sem o dulçor. Boa Red Ale para um dia mais frio acompanhada de um bom churrasco.

  • Cerveja: Ratos de Porão Crucificados pelo Sistema (Dortmund)
  • Estilo: Irish Red Ale
  • Álcool: 6%
  • Volume: 600 ml
  • Sugestão de Harmonização: carpaccio, frango, burgers, comidas fortes e apimentadas, carne assada
  • Onde comprar: Forte da barra, Empório Maria Luiza, EAP, cervejastore.

 

SOBRE O RATOS DE PORÃO

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Com mais de 30 anos de história, o Ratos de Porão é a banda mais importante do Punk Rock, Hardcore e até do Metal nacional.  Influenciados pela tríplice básica do Punk Rock (Ramones, Sex Pistols e The Clash), a banda começou no inicio dos anos 80, fazendo parte da segunda geração do movimento Punk paulistano.

A banda se formou em novembro de 1981 com o trio: Jão (guitarra e vocal), Betinho (bateria) e Jabá (baixo). A banda se formou em novembro de 1981. Apesar de pouca experiência, o espirito Do It Yourself tomou conta dos membros.

Depois de muitas tardes de ensaios e algumas músicas, o primeiro show aconteceu em uma escola em Pirituba, em 82. Ainda em 82, os Ratos de Porão passa por uma mudança na formação: Jão decide ser só vocalista e Mingau assume o comando das guitarras.

Agora como o quarteto, eles gravam as músicas para a histórica coletânea Sub, ao lado das bandas Psykose, Fogo Cruzado e Cólera. E poucos meses depois, a banda é convidada para participar do festival O Começo do Fim do Mundo, um dos eventos que fixaram o movimento Punk na capital Paulista. Realizado em dois dias no Sesc Pompéia, ele teve a participação de 20 bandas, exposição de fotos e fanzines.

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Infelizmente, o festival terminou com uma grande confusão entre a polícia e as gangues punks do ABC e da Capital. Mas o impacto do evento ficou para histórica da cena Punk brasileira.

Em 83, o RDP sofre a primeira baixa: Betinho sai da banda e Jão é obrigado a ser o baterista. Com a vaga de vocalista livre, o caminho ficou fácil para o garoto João Gordo entrar para uma das suas bandas preferidas. O garoto gordo e punk da Zona Norte da cidade, já acompanhava o grupo há tempos e era amigo dos integrantes.

Então, nessa época os Ratos de Porão eram: João Gordo, Mingau, Jabá e Jão. Como consequência da repercussão dos acontecimentos do festival Começo do Fim do Mundo, era difícil para as bandas conseguirem espaço para shows. Então, quase todos passavam mais tempo ensaiando do que em cima dos palcos.

E mesmo no meio desse caos causado pelo o Movimento Punk, os Ratos de Porão conseguiram uma apresentação na Puc em julho de 1983. Esse show marcou a estreia de João Gordo nos palcos junto com a banda.

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Ainda no mesmo ano, o RDP lança seu primeiro disco: Crucificados Pelo Sistema saiu em novembro. Ainda sem espaço para apresentações, o álbum não teve um show de lançamento.

Nessa época, os integrantes da banda começaram a conhecer um novo estilo musical: o Heavy Metal. Escutando Metallica, Venom e Slayer, eles viam outros grupos de Hardcore flertando com esse gênero, como o Discharged. Então, o quarteto resolve apostar em um novo som.

Do meio dos anos 80 para frente, o grupo toma uma nova direção, e assim começa a fase Crossover (mistura de Metal com Hardcore) dos Ratos de Porão. Porém uma nova mudança: sai o guitarrista Mingau e Jão volta para guitarra. Spaghetti assume o posto de baterista. Com a nova formação e grande influência de Metal, eles lançam o disco Descanse em Paz (1986).

Sem espaço para fazer shows de Punk Rock, o quarteto começa a fazer apresentação com o público do Metal. Segundo eles, que eram muito mais organizados. E por esse motivo, os Ratos de Porão são acusados de trair o Movimento Punk.

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Empolgados com o ambiente, a banda grava o disco Cada Dia Mais Sujo e Agressivo em 1987. O disco tem a participação de membros do Sepultura. A troca de experiências influenciou o som de ambos os grupos. Enquanto a paulista ficava mais próxima do Metal, a mineira ficava mais próxima do Punk.

E como o Sepultura cantava em inglês, os Ratos decidiram que poderia ser uma boa ideia fazer o mesmo. Assim lançam o álbum Dirty and Aggressive, com versão de Cada Dia Mais Sujo e Agressivo.

Em 1989, o RDP vai gravar um novo material em Berlim, na Alemanha. Aproveitaram o tempo no velho continente para uma pequena turnê na Itália e Holanda. A experiência durou três meses e eles tiveram mais contato om o movimento punk europeu, gerando um grande choque cultural.

O tempo fora do país contribuiu para um dos discos mais importantes da carreira do quarteto: Brasil (1989). Álbum faz sérias críticas aos brasileiros, mas contribuiu para a popularidade do grupo.

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Embalados pelo sucesso de Brasil, eles voltam a Alemanha para gravar Anarkophobia, em 1990. Porém, o tiro saiu pela culatra. Contratados pela Eldorado, a gravadora fez com que o grupo participasse de programas de TV populares, como Gugu e Angélica.

Nessa mesma época, Spaghetti deixa a banda. Nas audições por um novo baterista aparece o santista Boka, ex-Psychic Possessor. O músico já tinha experiência em unir Metal e Hardcore, o que facilitou sua entrada.

Com o novo integrante, a banda grava o disco R.D.P. Ao Vivo, gravado em São Paulo. Pouco depois, foi a vez de Jabá deixa o posto de baixista dos Ratos de Porão. Ele foi substituído por Walter Bart, um músico mais tradicional que não se adaptou a loucura do quarteto.

Tentando novamente atingir o mercado internacional, o grupo lança Just Another Crime In Massacreland. Totalmente em inglês e com o “apoio” da Roadrunner, o trabalho teve uma boa repercussão com o público. Porém, a gravadora não o divulgou com necessário.

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Com isso, a banda enfrentou dificuldades durante essa fase da carreira. Fazendo shows para poucas pessoas e quase nenhum retorno do álbum. Então decidiram voltar às raízes lançado a série de discos Feijoada Acidente?. O título é um trocadinho com o disco Spaghetti Incident? dos americanos do Guns N’Roses.

Com o baixista Pica-Pau, o grupo gravou 41 covers de bandas punks. E dividiu o material em dois discos: Nacional e Internacional. Eles foram lançados em 1995 e contribuiu para a retomada da banda.

Em 1997, o RDP lança Carniceira Tropical. Um dos discos mais barulhentos e sujos do quarteto. Porém, ele gerou bons frutos para a banda, como uma extensa turnê com 180 shows em 18 meses. O trabalho também foi lançado pela Alternative Tentacles, gravadora de Jello Biafra, ex-líder do Dead Kennedys.

Não aguentando as longas turnês, Pica-Pau decide sair da banda. No seu lugar entra Fralda, ex-baixista do Blind Pigs, conhecido do João Gordo por ser produtor da MTV. O músico estreou logo em uma turnê europeia, sabendo poucas músicas da banda. Mas acabou dominando o instrumento e ganhando espaço no grupo.

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Durante as pausas das longas turnês, o RDP teve tempo de lançar o álbum Onisciente Coletivo (2003). No mesmo ano, eles fazem uma apresentação no famoso clube nova iorquino CBGB’s. Sem a expectativa de estar gravando um disco ao vivo, um dos donos deu a gravação do show para banda que foi lançado oficialmente depois.

Depois de um tempo de descanso e a saída de Fralda, os Ratos de Porão lançam Homem Inimigo do Homem (2006). O disco lançado pela Deck Disk marca a estreia de Juninho como baixista. O trabalho foi produzido por Daniel Ganjaman e mostra o ponto de equilíbrio entre o Metal e o Hardcore do grupo.

Nessa mesma época é rodado o documentário Guidable – A Verdadeira História do Ratos de Porão. O longa traz depoimentos de todos os membros da banda e muitas imagens raras da banda.

Lançado em 2009, o documentário serviu de aquecimento para as comemorações dos 30 anos de carreira da banda. Shows com as formações clássicas, apresentações de álbuns inteiros ao vivo foram outras formas de marcar o aniversário.

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E depois de oito anos sem material inédito, os Ratos de Porão lançou em 2014 o disco Século Sinistro. Muito mais puxado para o Metal que para o Punk, o trabalho ainda mantem as características do grupo, com letras sobre o cotidiano brasileiro sendo analisado de forma bastante pessimista.

Os Ratos de Porão tem uma importante influência para o Rock Nacional. Traidores ou não, o grupo inspirou diversas bandas que surgiram depois e levou o nome do Brasil para o Underground Punk do mundo inteiro.

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