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Disorder - Caio Felipe

Disorder #6 – Os 64 anos de Joe Strummer

Neste domingo (21) Joe Strummer faria 64 anos. Não tô afim de ficar escrevendo hoje, o dia está nublado, chuvoso e assim como em London Calling, a cidade chama lá fora. Vamos celebrar sua vida indicando alguns momentos da carreira do eterno Punk Rock Warlord.

 “Eu ainda só consigo tocar as seis cordas ou nada, é por isso que me chamo Joe Strummer (Zé Estrume)”.

The Clash é a única banda que importa.

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Complete Control

*O The Clash está mais em evidência agora também por causa da série Stranger Things, na qual os personagens ouviam Should I Stay Or Should I Go num rádio velho lá em 1982.

Bom começar com o ótimo documentário de Julien Temple: Joe Strummer: The Future Is Unwritten (2007). Tem no YouTube completo e nos sites de download por ai. Esse doc é demais. Obrigatório.

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Em 1987 e depois em 1991, Joe foi o guitarrista do The Pogues.

Os anos 1980 foram um pouco esquisitos para Joe. Ele fez algumas participações em filmes (como Straight to Hell) e trilhas. Em 1986, voltou sua parceria com Mick Jones e junto com Mick compôs e produziu boa parte do segundo disco do Big Audio Dynamite.

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“E então eu conheci um rapaz de 17 anos, ele nunca havia ouvido falar do The Clash. Foi nesse momento que meus pés tocaram o chão novamente”.

No final dos anos 1990, ele formou o Joe Strummer & The Mescaleras e com eles gravou três discos (um póstumo, no qual ele estava trabalhando pouco antes de falecer). Foi com eles que Joe, depois do The Clash, encontrou sua verdade e paz na world music.

“Acho que ele sabia que tinha algo pra fazer e acho que ele encontrou isso com o The Mescaleros. Foi tão importante quanto o The Clash.”

A emocionante apresentação de Johnny Appleseed no David Letterman:

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Tocando uma de outra figura importantíssima para todos os desajustados, Walk on the wild side, de Lou Reed.

O clássico Straight To Hell:

https://www.youtube.com/watch?v=egnuKspNBAU

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A reunião do The Clash nunca aconteceu. O mais próximo disso foi em 2002, em Londres, durante uma greve dos bombeiros, Joe se juntou a eles e fez um show para arrecadar fundos e apoiá-los. Quem estava presente na platéia? Mick Jones, que subiu ao palco e tocou algumas canções com eles. Isso um mês antes de Joe falecer. A “reunião” do Clash não poderia ter sido da melhor forma.

“Não éramos gananciosos, queríamos alcançar o salário médio do setor. Mas não nos deram muita bola, Joe viu que tinha algo mais em nossa causa do que os jornais e o governo falavam. Quando Joe nos apoiou em seu show, nos deu um grande ânimo.”

“Eu não intencionava tocar, Joe e eu não falamos sobre isso, não preparamos nada. Me senti compelido. Eu disse: ‘abra caminho, eu vou subir’” – Mick Jones

“Vi o Joe com o The Mescaleros várias vezes. Me lembro que era fantástico, não havia outro lugar no planeta onde você ia querer estar” – John Cusack

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A primeira faixa do seu último disco de estúdio e sua ultima gravação de guitarra.

Sua versão para Redemption Song (você pode encontrar por ai também a versão em dueto dele com Johnny Cash).

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“Não tenho nenhuma mensagem, exceto: Não se esqueça de que você está vivo,  porque às vezes, quando você anda por aí ou está de mau humor, pode pensar: ‘Hoje estamos vivos, mas não sabemos o que acontecerá amanhã.’”

Joe Strummer se foi muito cedo, com 50 anos em sua casa. Estava numa fase boa na vida e na carreira, havia se encontrado musicalmente novamente com o The Mescaleros, estava gravando discos, fazendo tours e parecia feliz. Se foi deitado em casa, lendo seu jornal favorito das manhãs. Acho “morrer” uma palavra muito forte, parece que tudo que foi feito em vida se vai junto e as pessoas entram num luto eterno. Pra mim, de certa forma ele não morreu, todo 21 de agosto é dia de comemorar sua vida e legado. Ele deixou uma porção de discos e musicas que ficarão cuidando de sua memória para sempre. Sorte a nossa.

“Ele fez uns cartões de Natal fantásticos. Eram várias ilhas com fogueiras, e as pessoas iam até elas, em pequenos barcos Acho que era a sua visão do Céu, um lugar onde as pessoas se reúnem e trabalham juntas Foram todos feitos em seus últimos dias, os enviei dia 21 de dezembro. Muitas pessoas os receberam no dia em que ele morreu. Ele era um homem feliz de verdade.” – sua esposa Lucinda

Cartão de Natal pintado por Joe

Cartão de Natal pintado por Joe

“Em que parte da vida encontramos a verdade? No começo, no meio, no final? Ou é tudo uma quase-verdade? Eu enfrento a vida com tranqüilidade. Amadurecer significa tratar bem os seus semelhantes Tenho um programa na rádio internacional. Ponho discos durante meia hora. Perguntei quantas pessoas estavam escutando. Me disseram: ’40 milhões’. Eu disse: ‘Você tá brincando’, ‘Não, 40 milhões’. Isso te dá uma ideia imediata do quão grande é o mundo. Talvez isso me abriu os olhos para ouvir coisas fora da música ocidental. Sempre gostei disso, de encontrar discos estranhos e tentar aprender com eles. Não se pode ser preconceituoso, porque se você for vai matar a vida que há na música.”

“As pessoas podem mudar tudo o que quiserem. Qualquer coisa no mundo. As pessoas vão seguindo seu caminho, e eu sou um deles, mas você precisa parar de seguir só nossa pequena trilha de ratos. As pessoas podem fazer qualquer coisa. Isso é algo que eu estou começando a aprender. As pessoas estão por aí, fazendo coisas ruins uns aos outros. É porque elas estão desumanizadas. É hora de recuperar a humanidade e colocá-la no centro do ringue. E ficar assim por um tempo. A ganância não leva à lugar nenhum. Tinha que escrever isso numa grande placa da Times Square. Sem as pessoas não somos nada. É isso o que eu penso.” – Joe Strummer

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1 Comment

1 Comment

  1. Anônimo

    20 de janeiro de 2018 at 20:10

    Joe Not Dead

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