The National agrada com influências do pós-punk britânico

The National agrada com influências do pós-punk britânico

EDUARDO CAVALCANTI
Foto: Camila Cara/Divulgação

Poderia ser uma banda pós-punk de Londres – mais provavelmente, Manchester -, melancólica e intensa, do início dos anos 1980. Mas os cinco integrantes do The National são americanos de Ohio, um lugar que jamais foi confundido com alguma das mecas do rock.

O som que eles fazem não é uma simples cópia de bandas como Joy Division – a referência mais imediata quando se ouve o National. Eles absorveram a tendência ao desespero emocional de Ian Curtis e do New Order inicial, mas vão além em termos de vigor sonoro.

O show que fizeram no início da noite deste sábado (24), no segundo dia do Lollapalooza, foi impecável no comprometimento com a sinceridade emocional de seus álbuns. Uma qualidade reforçada pelo ótimo Sleep Well Beast, lançado no ano passado.

Foi dele boa parte do repertório do show, e não poderia ser diferente com um trabalho que faturou o Grammy de melhor álbum de indie rock. Mesmo assim, o National não dependeria dele para fazer uma das melhores apresentações do festival.

Com sete álbuns desde 2001, a banda exibe ao vivo as melhores virtudes da cena conhecida como ‘pós-punk revival’, do começo dos anos 2000. Não é pouco, quando se leva em conta o fiasco da apresentação de seus contemporâneos, os Strokes, na edição do ano passado do Lolla.

Ao contrário de Julian Casablancas, o vocalista Matt Berninger canta com a convicção de quem vê a própria música como um simples exercício de estilo. Ele tem a aparência de um professor veterano e canta as canções da banda como se fossem lições de existencialismo.

O National garantiu, na prática, outra aula de como fazer um show à altura do que se espera de uma grande banda de rock. Algo que, como o Lolla não cansa de mostrar, está longe de ser tão fácil quanto parece.