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Entrevista | The Flatliners – “Alguns cérebros podem ser derretidos pelo caminho”

Dezesseis anos de carreira, cinco discos, uma série de singles e uma única passagem pelo Brasil para fazer parte do line-up de peso do Maximus Festival do ano passado. Neste sábado (9), a banda canadense de punk rock acrescentará mais uma apresentação à conta. A partir das 17 horas, ela se apresentará na Jai Club, com abertura das bandas Inimigo Eu, do Rio Grande do Sul, e CHCL, de São José dos Campos.

Esta será a primeira turnê latino americana dos canadenses que são donos de faixas como Fred’s Got Slacks, Monumental, Eulogy e, mais recentemente, de Indoors Hang My Head, do disco Inviting Light, lançado no ano passado pela Rise Records.

Certamente poucas bandas de punk rock conseguem ser tão ‘camaleoas’ quanto a The Flatliners. No decorrer de sua carreira, eles experimentaram misturar sua música energética com as mais diferentes inspirações, sempre se mantendo fiéis ao que gostam de fazer.

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Antes de desembarcar no Brasil mais uma vez, o vocalista e guitarrista da banda, Chris Cresswell, conversou com o Blog N’ Roll sobre sua expectativa para a turnê, a recepção do Inviting Light pelos fãs, a experiência adquirida nas turnês e o desafio de manter a banda cada vez mais unida com o passar dos anos.

A turnê do The Flatliners pela América Latina é uma realização da Solid Music Entertainment.


Já se passou um ano desde que vocês tocaram no Maximus Festival, em São Paulo, né? Essa turnê será um pouco diferente: vocês serão headliners de uma turnê própria na América Latina. Quais são suas expectativas para essa tour?

Nós estamos tão animados para descer até aí e mostrar para as pessoas como um verdadeiro show do Flatliners é! Intimista, pessoal e mais alto do que qualquer um que você já tenha ido antes. Alguns cérebros podem ser derretidos pelo caminho, incluindo o seu próprio.

Eu lembro de ter lido uma entrevista nos últimos meses em que você explicava que a pausa de cerca de dois anos da banda foi algo completamente necessário, porque você não queria ser aquele ‘homem de negócios que nunca vê a família e odeia viajar’. Vocês encontraram um equilíbrio para tudo isso , algum ritmo que funcionou para todos vocês? Fazer turnês voltou a ser algo divertido outra vez?

Nós ainda fizemos turnês em 2015 e 2016, mas foi a passos diferentes. Desde que nós começamos a pegar a estrada, em 2006, nós nunca tivemos um ano de descanso ou coisa parecida, então isso custa caro para o seu corpo, sua mente, sua vida e relacionamentos fora da banda.

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Eu acho que é importante se lembrar de que você não é um robô tocador de música e a vida real fora desta bolha pode realmente nutrir sua alma. Então nós temos buscado esse equilíbrio há algum tempo. Nós um dia o encontraremos? Não tenho certeza disso…

Estou começando a pensar que a vida é uma busca constante por equilíbrio e felicidade. Ambas chegam até nós de diversas formas e a busca por elas podem ser bastante divertidas.

Vocês têm tocado juntos no Flats por 16 anos – certamente metade da vida de vocês. Como você enxerga as mudanças na cena pop-ska-skate-punk em que vocês cresceram, andando de skate até a escola e ouvindo música? Essa percepção do tempo afeta vocês?

As coisas se movimentam muito mais rápido agora. Há um novo subgênero todos os dias e cada vez mais pessoas estão suavizando as linhas entre uma coisa e outra. Isso tem empurrado essas barreiras musicais para cada vez mais longe. Isso é animador de um monte de maneiras e é uma coisa boa para mentes jovens serem uma parte disso, mas eu acho que a maior mudança está na maneira como as pessoas descobrem e consomem música agora.

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Eu entrei no punk rock porque meu irmão mais velho e eu andávamos de skate o tempo todo. Assistindo aqueles vídeos antigos de skate com ele, eu fui exposto a muitas músicas novas que realmente deram forma à minha identidade adolescente.

Mas agora há uma miríade de maneiras de encontrar novas músicas. A era da informação pode ser esmagadora mas, pelo menos, a música não precisa ser chata.

Não querendo chamar vocês de ‘velhos amigos’, mas como vocês têm conseguido manter a banda unida por tanto tempo? É comum ver bandas trocando de membros por uma série de razões, mas vocês parecem ter uma união forte como amigos, antes de tudo. É incrível ver vocês tocando.

Quando trocamos olhares durante o show e ainda vemos os mesmos caras que conhecemos com 4, 7 ou 12 anos ajuda imensamente a nos mantermos como amigos em primeiro lugar.

Se algo acontece sem que você tenha que forçar, se ocorre naturalmente, talvez você possa se considerar sortudo. Nós somos, com certeza!

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Como vocês lidam com este primeiro baque, essa rejeição instantânea às novas músicas? Vocês se mantêm abertos para diálogo com eles ou preferem dar algum tempo para que eles possam realmente ouvir as novas canções e compreender suas inspirações?

Esse disco realmente confundiu muita gente no começo, mas eu já estou acostumado com isso. Eu gosto de manter as pessoas na ponta dos pés e acho que elas podem até esperar uma bola curva de nós nesta altura haha.

Não acho que qualquer um de nossos discos soa como qualquer outro, porque nós sempre estivemos em uma missão de descobrir até onde nós conseguimos alongar nossos músculos criativos. Se nós não estivéssemos interessados em fazer isso, estar nesta banda seria muito chato. E que grande desperdício de tempo e energia seria ficar entediado, no final das contas…

Certamente é difícil quando você coloca todo seu coração e alma em alguma coisa, trabalha incansavelmente nisso por meses e anos, só para alguém dar uma ‘meia chance’ antes de se colocarem como juiz, júri e carrasco e resumir seu trabalho como “não tão bom como o anterior”.

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Mas é assim que o mundo funciona às vezes. Ninguém entenderá completamente o que foi colocado em um disco além da pessoa que o fez. E ninguém estará certo ou errado. Música é sobre se expressar e sentir. E, se você se sente bem, siga em frente.

Foi assim que fizemos cada um de nossos álbuns e foi assim que o Inviting Light se tornou o que ele é. Foi um disco que estava precisando sair de nós.

Vocês têm cinco discos clássicos que todos nós amamos, além de vários EPs e singles. Vocês estão trabalhando em algo novo como videclipes ou se preparando para lançar algo no futuro?

O tempo vai dizer, mas sempre há algo fermentando! Eu manteria um olhar atento à internet nos próximos meses 🙂

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Por último, mas não menos importante: você pode nos dar alguma dica do que esperar da setlist do show em SP? 

Agora que estamos celebrando os 16 anos da banda – mais do que metade das nossas vidas – nós estamos fazendo nosso melhor ao incluir faixas de desde o começo da nossa carreira até agora. E sim, nós vamos tocar Eulogy porque não podemos ficar sem fazer isso!

The Flatliners – São Paulo

Data: 9 de junho de 2018 (sábado).
Horário: das 17 às 21 horas.
Local: Jai Club (Rua Vergueiro, 2.676, Vila Mariana, São Paulo. Próximo à estação Ana Rosa da linha azul do Metrô).
Ingressos: a partir de R$ 90,00 neste link.
Evento oficial no Facebook: https://www.facebook.com/events/1012895588861678/
Realização: Solid Music Entertainment

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