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Alabama Shakes: o melhor do blues rock

Não sei com vocês, mas comigo todo traço de blues é amor à primeira vista. Foi assim com o Alabama Shakes, grupo americano de blues rock formado em 2009. Com quase dez anos de criação, a banda é composta pela vocalista e guitarrista Brittany Howard, guitarrista Heath Fogg, baixista Zach Cockrell, baterista Steve Johnson e tecladista Ben Tanner.

Enquanto dividia seu tempo com o trabalho nos correios e shows em bares locais com o Alabama Shakes, Brittany Howard, de então 22 anos, não sabia se viveria por mais um ano. Imersa em suas dores pessoais, ela escreveu o primeiro hit da banda, Hold On, que mais tarde faria parte do debute, Boys & Girls (2012). 

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O álbum nasceu um sucesso, lançado na 16ª posição das paradas digitais nacionais e na 8ª entre os lançamentos físicos. Tornou-se um hit internacional bem depressa, o que permitiu aos Shakes integrarem uma turnê pela Europa como abertura para Jack White. Também iniciaram sua saga em festivais, participando dos lineups de eventos como o texano Bonnaroo e o popular Lollapalooza.

Na mídia, Boys & Girls foi altamente aclamado e decolava de vento em popa. Hold On foi considerada pela Rolling Stone como a melhor música do ano, enquanto o jornal The New York Times creditava a rápida ascensão do grupo à “presença de palco singular de Howard”. Conquistaram três indicações ao Grammy de 2013, como Melhor Novo Artista, Melhor Performance de Rock por Hold On e Melhor Disco por Boys & Girls.

O poderoso vocal de Brittany torna a experiência de ouvir os Shakes ao vivo muito mais enriquecedora. A blueswoman não brinca em serviço: investe em suas canções com a dor e paixão que tanto cercam a beleza do estilo.

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Começou a escrever poesia e música por volta dos dez anos, enquanto aprendia a tocar piano com sua irmã mais velha, Jamie, que faleceu vítima de um câncer estomacal em 1998. Pouco depois, a família foi abandonada pelo pai.

Iniciou na guitarra aos 13 anos, e concentrou todo seu esforço na arte e nos estudos. Na East Limestone High School, onde completava o ensino médio, conheceu Zach Cockrell, que seria futuramente o baixista de sua banda.

Sua voz transita entre diferentes épocas, permitindo uma viagem no tempo pela música. Do clássico ao contemporâneo, ela incorpora vários estilos em seu canto, transportando o ouvinte pelas mais diversas emoções. Brittany acende uma relação muito especial com todas as mulheres negras que fizeram história no gospel e jazz, como Sister Rosetta Tharpe, Big Mama Thornton, Sarah Vaughan e Aretha Franklin. Comparada pela mídia a Otis Redding e Janis Joplin, Brittany também se inspirou em muitos artistas do rock, como Bon Scott, Robert Plant e David Bowie.

Na guitarra, ela lembra os clássicos de Gary B. B. Coleman e Buddy Guy, conservando entre todas essas influências seu próprio estilo. Se tem uma coisa que o Alabama Shakes faz muito bem como um todo é trabalhar a imersão musical, preparando o terreno para que o ouvinte embarque na música gradualmente, sem saber o que vai acontecer.

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Em 2013, iniciavam as gravações de seu novo álbum. A extensa agenda de turnê impossibilitou a criação de novas músicas, portanto, tomaram um ano para se inspirar em todas as influências possíveis, sem se importar muito com a recepção final do público. Investiram em seus instintos, e com essa percepção, construíram Sound & Color (2015).

O disco estreou como primeiro lugar na Billboard 200 dos Estados Unidos. O principal single, Don’t Wanna Fight, foi o segundo principal hit nas paradas. Conquistaram três Grammys, incluindo de Melhor Álbum Alternativo, além de uma conquista recente, com Killer Diller Blues vencendo um prêmio nos American Epic Sessions. Foram indicados também nos BRIT Awards e ao Billboard Music Awards como Melhor Álbum de Rock.

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Como dito anteriormente, a banda investiu em influências variadas para o novo álbum. Apostam em vertentes como country, folk, jazz, blues, R&B, rockabilly e rock n’ roll. Esse mix extremamente bem executado resulta em 12 canções tão lineares quanto do primeiro álbum, com destaque para This Feeling, Gemini e Gimme All Your Love. Um bom exemplo desse mix é Future People, que carrega compassos de punk rock misturados à estética gospel e aos riffs do funk.

A intensidade de algumas canções contrasta com a suavidade de outras, tornando o conjunto da obra muito surpreendente. Aqui, a banda investe mais em harmonias vocais, contando com backing vocals delicados como em This Feeling e Over my Head.

Na era de músicas pop de consumo tão rápido e prático, uma playlist com Alabama Shakes é uma ótima aposta para sair de sua zona de conforto musical e explorar a intensidade da banda. A sintonia da banda é apaixonante, e só de ouvir a voz de Brittany, a gente se perde em nossas próprias emoções.

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Como todos os grandes artistas do jazz e blues, sua história marcada por muitos problemas e desafios deu margem à algo lindo, um presente que faz ode à esperança. Para finalizar nossa playlist, uma apresentação de 2012 no Bing Lounge que carrega a essência da banda.

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