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Santos Film Fest: do Olodum ao TEP, a empolgante mostra competitiva

A segunda noite da mostra competitiva do Santos Film Fest contou com apresentação de curtas e longa-metragens nos Cine Roxy 4 e 5. Nós conferimos as quatro produções apresentadas ao públicos e trazemos nossas impressões sobre elas.

Bando, um filme de

O filme que fechou a mostra competitiva na sexta-feira (28) foi o Bando, um filme de, dirigido pelo incrível Lázaro Ramos. O documentário retrata os 25 anos do Bando de Teatro Olodum, de Salvador.

O longa, que foi lançado no final do ano passado, aborda um grande patrimônio da cultura baiana. Isso fica bem claro nas cenas, que contam com mais de 40 entrevistas com pessoas que fazem e já fizeram parte do grupo.

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A ideia inicial era fazer um pequeno registro em comemoração aos 25 anos do grupo, celebrado em 2015, que é o maior e mais velho da América Latina. Mas o arquivo e as entrevistas cresceram tanto que tomaram outro rumo.

Cinquenta

Na sessão das 22h da mostra competitiva, que aconteceu no Cine Roxy 5, o curta escolhido para competir foi Cinquenta, que em 22 minutos conta a história do grupo teatral santista TEP – Teatro Experimental de Pesquisas.

Dirigido pelo coordenador do TEP, Gilson de Melo Barros, o curta reúne um extenso material documental. Entre eles podemos ver fotografias de cenas, arquivos de vídeos de algumas apresentações, cartazes de eventos e manchetes de jornal.

Além disso, traz depoimentos em vídeo do jornalista e diretor teatral Roberto Peres e do ex-secretário de Cultura de Santos, Carlos Pinto, que foi integrante do grupo e destacou sua importância.

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O grupo nasceu em 1969 em plena ditadura militar, sendo um grande símbolo de resistência para a época. Entre os artistas que já passaram por ele estão nomes como Toninho Dantas, Domingos Fuschini e Zellus Machado.

>> CONFIRA COMO FOI O PRIMEIRO DIA DA MOSTRA COMPETITIVA

Nossa Terra

O segundo dia de mostra competitiva do Santos Film Fest trouxe a identidade como principal elemento. No curta documentário Nossa Terra (2018), de Samuel Moreira, a cultura dos índios Xokleng entrou em pauta.

O filme mostra o fortalecimento dos índios pelo resgate de suas raízes culturais. Centrado numa escola indígena situada numa aldeia Xokleng, o curta conta com entrevistas de professores e alunos que esclarecem a importância do trabalho feito na escola.

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“Aqui não formamos profissionais, formamos estudantes indígenas”, citam em determinado ponto. A valorização da educação superior em história e cultura indígena demonstra a importância dessa colocação, apontando a necessidade da preservação de identidade.

Alguns fatores, como ensino da língua materna junto ao português, história, matemática traduzida para o idioma Xokleng, danças e cânticos típicos são destaque no ensino da escola.

Persistindo frente às mudanças de um mundo cada vez mais tecnológico, cujos próprios jovens Xokleng se adequam mais a cada dia, o curta faz um apelo não só pela consciência de sua ancestralidade, mas também pelo orgulho e legado deste povo tão cheio de histórias para contar.

Eduardo Galeano Vagamundo

Longos silêncios, grandes momentos de contemplação em quadros estáticos, fotografia em preto e branco e muitos momentos de desfoque. Essa é a linguagem tranquilizante e poética que prende o espectador em Eduardo Galeano Vagamundo (2018), longa de Felipe Nepomuceno. 

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O filme faz homenagens ao autor com leituras de alguns de seus textos. Expostos em três idiomas (português, espanhol e mandarim), os escritos tomam vida, tornando o conjunto da obra numa grande poesia.

Paralelamente, são mostrados trechos de uma entrevista com Galeano. Nela, comenta sobre diversas valores e opiniões sobre a vida. Amor, trabalho, paixão à escrita, futebol, luto e amizade são alguns dos temas abordados. As conversas, descontraídas e leves, também são carregadas de mensagens poderosas. 

Além de sua própria identidade e visão de mundo, o autor nos chama a atenção para diversos elementos corriqueiros da vida. Como esteve sempre atento aos pequenos detalhes em seu trabalho literário, no filme, é interpretado como um observador da beleza. Como o próprio autor diz,  às vezes, confundimos ser grandioso com ser grande. E em cada ponto do filme, entendemos mais o significado desta frase.

Por Bia Viana e Natália Cuqui

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