Os canadenses do Sum 41 lançam o álbum Order In Decline nesta sexta-feira (19). Então, eu pedi ajuda para a Bruna Usmari, fundadora da fanpage Sum 41 Brasil, para montar uma playlist com dez músicas que seguem os temas que vão aparecer no sétimo disco.
“Ele é descrito como o trabalho mais agressivo e pesado do Sum 41, tratando de questões pessoais do vocalista Deryck Whibley. Bem como a forma como a banda está enxergando o mundo – politicamente e socialmente. E todo o caos que eles puderam presenciar nas turnês ao redor do globo”, conta Bruna.
Então, dê o play na playlist abaixo, acompanhe os comentários da Bruna e entre no aquecimento para o novo disco do Sum 41!
In Too Deep
“Acredite ou não, um dos maiores sucessos do Sum 41 quase se tornou uma música totalmente diferente. A versão inicial era na verdade uma música de reggae do rapper canadense Snow”, revela Bruna. “Uma de suas primeiras ideias foi misturar pop punk e reggae”.
In Too Deep foi escrito enquanto o vocalista Deryck Whibley ainda estava no ensino médio. Posteriormente, a banda deu um tom totalmente diferente nas gravações de All Killer No Filler (2001). E assim, a canção ganhou guitarras pesadas e solos que se destacam ainda mais, criando um ambiente de pop rock.
Still Waiting
Still Waiting foi lançada na época da tragédia que aconteceu com as torres gêmeas. E assim, a letra tem uma crítica dura ao governo de George W. Bush.
Em uma entrevista, o baixista Cone McCaslin que a faixa e sua mensagem continuam relevantes apesar de todo esse tempo. Assim como que muitas pessoas estão cansadas e doentes com o momento político do mundo.
“Quando lançaram o videoclipe, muitos pensaram que era uma crítica a banda The Strokes. Porém, na verdade, não existia nenhum tipo de rivalidade entre as bandas e que a zoeira saudável foi consentida”, explica Bruna.
Deryck relatou um encontro com o vocalista da banda americana e o “acordo”:
“Julian e eu estávamos no lobby bebendo e eu falei para ele ‘Estamos com essa ideia para o clipe. O que você acha? Nós temos a sua bênção ou você odeia?’ E ele morreu de rir e disse ‘Por favor, façam isso! Vocês têm que fazer isso.’ Então a gente falou, legal, ok, nós temos a bênção dele.”
We’re All to Blame
Em meados de 2004, o Sum 41 fez uma viagem bastante conturbada a República do Congo. Esse “conturbada” pode ser traduzida como ser alvo de tiros, hotel bombardeado e escolta armada. No fim, a banda foi salva da guerra por Chuck Pelletier, um voluntário das Nações Unidas.
“We’re All to Blame foi escrita logo depois desse caos vivido por eles. Ela tem uma forte letra decretando que a guerra é a culpa de todos, e que fomos longe demais. Marcado pelos gritos e solos de guitarra, a banda mostra sua fase mais dark da carreira, reflexo de uma guerra e sentimentos de fúria”, conta Bruna.
Pieces
“Depois que Deryck terminou de escrever a música Pieces, ele não acreditou que a faixa balada tivesse um futuro com sua banda mais orientada ao rock”, comenta Bruna. Mas a faixa tornou-se o single do álbum Chuck (2004), atingido o 14º lugar na parada Modern Rock Tracks da Billboard.
Nela, o vocalista discute os problemas sobre tentar se encaixar numa sociedade ou em um ambiente novo, ou até mesmo em um relacionamento. E desta maneira, o clipe mostra várias tentativas de se encaixar e ser a pessoa que todos esperam que alguém seja.
“Porém, as pessoas não fazem você sentir que algo é importante o suficiente para tal mudança, a recompensa não excede o esforço de viver uma mentira. Então, colocar essa fachada faz você se sentir sintético, falso”, complementa Bruna.
Walking Disaster
Depois de um longo hiato, o Sum 41 iniciou a era Underclass Hero em 2007. Ela trouxe liricamente muitas coisas que o vocalista viveu no longo de sua carreira, tornando Walking Disaster uma música muito pessoal.
“A canção ilustra sua infância esfarrapada e suas reflexões como um adulto. Sendo um pouco cronológica, ela começa com ‘Mamãe e papai, ambos em negação, um filho único para levar a culpa’”, destaca Bruna. “Uma visão do passado de Whibley, danificada por seus pais conflitantes”.
Contudo, Walking Disaster termina com uma nota otimista: Mal posso esperar para ver você sorrir, não sentiria falta do mundo. “Ela expressa sua maturação como um adulto, à luz de ser capaz de ver as coisas de maneira diferente e por fim, entendendo sua infância”, conta.
March of the Dogs
Mais uma faixa onde foi feita uma crítica política. E por conta dela, Deryck disse ter sido ameaçado de deportação dos Estados Unidos. Simplesmente, pois o músico usou a canção para criticar o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush na época.
“Tudo começou quando um jornalista do site da revista Rolling Stone criticou a música em um texto e enviou a letra para o porta-voz do líder da minoria no Congresso norte-americano, o republicano John Boehner”, relembra Bruna. “Então, o político classificou a faixa como ‘inflamada e pouco inteligente’”.
De acordo com o site Contact Music, Whibley disse que houve uma intimidação por parte do parlamentar. Apesar de não comentar se houve algum procedimento formal para expulsá-lo do país:
“Ele [o repórter] procurou o líder da minoria do Congresso [um republicano], que tentou me deportar, dizendo que eu estava ameaçando o presidente”.
Em March of the Dogs, Deryck canta os versos “E agora o presidente está morto / porque estouraram a cabeça dele”. O músico havia explicado que a letra era uma metáfora para dizer como “Bush é incompetente e pouco efetivo como presidente”.
Screaming Bloody Murder
Screaming Bloody Murder é a faixa título do álbum lançado em 2011. Porém, sua produção começou durante o divórcio de Deryck em 2009. Então, o efeito disso pode ser percebido pelo tom mais sombrio e o conceito “foda-se tudo”.
“Para os fãs que prestaram atenção ao processo de composição, este álbum foi como um diário de Whibley, desnudo para todos verem”, conta Bruna. “Ele foi feito depois de uma lesão nas costas e sua hérnia de disco, pós-divórcio. E embora não fosse conhecida na época, o começo de uma quase morte por abuso de álcool”.
E assim, a letra retrata todos os estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
Bloody In My Eyes
Bloody In My Eyes recebeu diversos feedbacks positivos dos críticos. E o resultado foi o Sum 41 sendo indicado ao Grammy de Melhor Performance Hard Rock/ Metal em 2011. Porém, os canadenses acabaram perdendo para o Foo Fighters.
“Com um som brutal, a raiva incandescente para compensar a sensação de perda. Ela tem vocais impressionantes e forte em apoio e harmonias adicionadas durante os versos para equilibrar as coisas um pouco. Por isso, a faixa se torna a música mais pesada de Screaming Bloody Murder”, destaca Bruna.
Goddamn I’m Dead Again
Com a volta do guitarrista Dave Brownsound após 9 anos e uma jornada de quase morte de Deryck Whibley, o Sum 41 lançou 13 Voices em 2016. O álbum conta com Goddamn I’m Dead Again, faixa em que o vocalista relata a fase mais sombria de sua vida.
“Para a produção do vídeo, a banda resolveu reunir os seus fãs em uma pista de skate para curtirem a apresentação da banda. E assim dançaram e até quebraram guitarras no edifício aberto e completamente grafitado”.
A Death In The Family
A nova era do Sum 41 chega com o álbum Order in Decline nesta sexta-feira (19). E logo no segundo single, a banda deu um gostinho de como será o álbum: pesado, agressivo e liricamente mais maduro.
“A letra mostra a visão da banda do mundo atual, eles quiseram mostrar como a história se repete em diversas eras, como os erros e os problemas”, explica Bruna. “O cara que aparece na sala de controle é um reflexo de como as pessoas têm a capacidade de controlar as coisas, mas não fazem nada de bom com isso”.
Além de A Death In The Family, o Sum 41 lançou mais três singles para Order In Decline: Out For Blood, Never There e 45 (A Matter of Time). E aí? Ficou ansioso para o novo álbum da banda?