O Som na Vitrola desta semana traz Gérson Conrad, ex-integrante dos Secos & Molhados. O músico indica três álbuns que foram influência na carreira.
Gérson Conrad continua no imaginário popular quando se toca Sangue Latino ou Rosa de Hiroshima. Imagina uma banda tinha três hippies cabeludos, onde um estava praticamente nu, cantando com sua voz fina, em cima de um palco, em plena ditadura?
Mas uma das maiores riquezas do grupo é a harmonia vocal. Vocês encontram as influências de clássicos nos vocais de Gérson, João Ricardo e Ney Matogrosso.
“Minha pré-adolescência foi marcada por Bill Halley and His Comets, The Four Tops, The Beatles, Pink Floyd, Simon and Garfunkel e Crosby, Still & Nash”.
“Os discos marcaram em minha vida, pois descobri que eles têm ótimos arranjos vocais. Please, Please Me, dos Beatles, Sound Of Silence, de Simon & Garfunkel, e Crosby Still & Nash, de 1969, marcaram. Além dos Mutantes, nos grupos nacionais”.
Secos & Molhados
O ano era 1973. O Brasil, que levava sua história por meio de abusos da ditadura militar, com o ex-presidente Garrastazu chefiando a casa, teve suas vidas mudadas.
Na pura cara de pau, deboche, poesia e rock and roll, os Secos & Molhados, faziam sua história no cenário cultural brazuca.
Com o lançamento do primeiro álbum, o “álbum das cabeças”, o grupo bateu recordes de vendagens, com canções que são atuais até os dias de hoje. Sangue Latino, O Vira e Rosa de Hiroshima tornaram-se clássicos.
Entre fados, rock, blues e progressivo, destacavam inúmeras críticas à ditadura. A disputa entre o socialismo e capitalismo é escancarada em Assim Assado.
Em fevereiro de 1974, fizeram um concerto histórico no Maracanãzinho, batendo o recorde de público: 30 mil pessoas dentro e 90 mil do lado de fora.
Em agosto do mesmo ano, Secos &Molhados II é lançado, com o sucesso Flores Astrais. A história do grupo em sua formação clássica tem seu fim devido a brigas internas.