Resenha – Solitude In Madness – Vader

O Vader é uma das mais tradicionais e antigas bandas de death metal do mundo. Formada em 1983 pelo incansável Peter Wiwcrazek (voz, guitarra), essa autêntica máquina polonesa de matar chega ao seu décimo quarto álbum de estúdio, Solitude In Madness, que prima pela velocidade e violência. Tal como todos os álbuns do grupo, em especial o seminal The Ultimate Incantation (1992), que todo deathbanger deveria levar para uma ilha deserta caso fizesse uma viagem sem volta pra lá. Solitude in Madness Mas o assunto aqui é Solitude in Madness, nova pedrada dos poloneses. Aos primeiros acordes de Shock And Awe, nós percebemos que o grupo não mudou em nada sua identidade, pelo contrário, pois a faixa é uma abertura perfeita para um álbum do Vader. O massacre segue em Incineration of The Gods, com riffs pútridos e clima assustador. A essa altura, o viciado em som extremo já se entregou totalmente ao poder da obra, então, a solução é bater cabeça com as desgraçadas Sanctification Denied, And Satan Wept e Emptiness. Essas trazem performances quase inacreditáveis do baterista James Stewart e do guitarrista Spider, além, é claro, dos inconfundíveis guturais de Peter, que pegam pesado na agressividade, mas se fazem inteligíveis em todo o álbum. Outras marretadas que merecem atenção são as curtas, porém mortais, Stigma of Divinity e Despair. Enfim, temos em Solitude in Madness um álbum que não deve nada a nenhum item da vasta discografia do Vader e, o mais importante, reafirma o grupo da Polônia como um dos mais antigos, extremos e influentes da história do death metal. Quantas bandas podem ostentar tal título? Solitude in MadnessAno de Lançamento: 2020Gravadora: Nuclear Blast Faixas:1-Shock And Awe2-Into Oblivion3-Despair4-Incineration of The Gods5-Sanctification Denied6-And Satan Wept7-Emptiness8-Final Declaration9-Dancing in The Slaughterhouse (Acid Drinkers cover)10-Stigma of Divinity11-Bones

Crítica | The Ground Collapses – Disbelief

Não muito conhecidos por essas terras, os alemães do Disbelief chegam ao seu décimo primeiro álbum, The Ground Collapses, praticando o mix de death/thrash e sludge metal que sempre os caracterizou. De fato, esse novo álbum consegue superar The Symbol of Death (2017) e Protected Hell (2009), por exemplo, em toda sua sujeira. O som do grupo é pesado, não muito veloz, mas isso não faz diferença alguma, já que os alemães imprimem uma agressividade absurda até mesmo nas partes mais sludges e lentas, tudo envolto pelos pútridos vocais de Karsten Jager, que inclusive gravou o último álbum de estúdio do Morgoth, outra fera do metal extremo alemão. As guitarras são graves e distorcidas, e os riffs misturam death metal com toda a aura enlameada do sludge, um autêntico pesadelo sonoro. Experimente ouvir no talo músicas como The Awakening, Scaring Threat, Colder Than Ice e a faixa-título e diga se elas não estão entre as mais agressivas de 2020. Já em Killing to The Last, o groove chega a estremecer as paredes. Em algumas passagens o grupo soa como uma mistura de Crowbar com Sepultura, ou seja, é para bater cabeça até sangrar os ouvidos. Aproveite para conhecer toda a obra dessa banda, altamente recomendada! The Ground CollapsesAno de Lançamento: 2020Gravadora: Listenable Records Faixas:1-The Ground Collapses2-Scaring Threat3-The Awakening4-Killing to The Last5-The Waiting6-Colder Than Ice7-Soul Destructor8-Insane9-Hologram For The Scum10-Kill´s Ending11-Depth of Sorrow

Crítica | Cursed Existence – Chronic Ashes

Banda de Belo Horizonte (MG), cidade que dispensa apresentações quando o assunto é metal extremo, não é mesmo? Nem vale a pena listar as bandas de extrema qualidade que vieram da capital de Minas Gerais, portanto, pulemos essa parte. Em resumo, o Chronic Ashes foi formado em 2016 e agora em 2020 chegam ao seu primeiro álbum, Cursed Existence. Apesar de novo, o grupo possui integrantes com passagens por outros nomes fortes de MG, como Necrobiotic, Preceptor, Lustful, entre outros. Ou seja, o ouvinte pode ir se preparando para metal extremo de alta qualidade. Cursed Existence não encontrará dificuldades para atingir em cheio a alma do deathbanger, já que possui de sobra tudo que agrada aos fãs do gênero: vocais podres, riffs ultradistorcidos, velocidade, onipresente clima de morbidez e muita honestidade. Diante disso, somos expostos a pauladas do porte de Where Is Your Saviour?, The Shadow of The Angel of Death, The Last Vision e Atheist Path, apesar de todas as faixas manterem o nível lá em cima. É death metal feito por quem entende do riscado, logo palavras não fazem jus ao poderio do Chronic Ashes, então aperte o play e se arrebente ao som dos caras. Muito bom. Cursed ExistenceAno de Lançamento: 2020Gravadora: Songs For Satan Faixas:1-Where Is Your Saviour?2-The Shadow of The Angel of Death3-The Wolf Hunt4-The Last Vision5-Cursed Existence6-Chronic Ashes7-Premature Autopsy8-Atheist Path9-The River´s Old Man

Resenha – Consumed By Biomechanics – Crashkill

Mais um nome vindo da sempre prolífera Fortaleza (CE), o quinteto Crashkill lança seu primeiro full lenght em abril de 2020, que atende por Consumed By Biomechanics. Formam a banda Renato Ferreira (voz), Valter Doomriff e Jean Pinheiro (guitarras), Mailson Buson (bateria) e Fernando Gonçalvez (baixo). O grupo já havia editado um EP em 2017, Hate Zone. Para quem curte thrash metal com partes grooveadas, o Crashkill cairá como uma luva. O grupo alterna riffs velozes com partes mais cadenciadas, tudo envolto pelo vocal cheio de ira de Renato, que soa como uma mistura de Phil Anselmo com Steve Zetro. Chaos Was Created, Artificial Inteligence, This is Crashkill e Year of Darkness são exemplos perfeitos da proposta do Crashkill. E, como não poderia deixar de ser, ecos de Pantera, Metallica, Exodus e Exhorder são detectados facilmente nesse agradabilíssimo álbum. Confira! Ficha Técnica Consumed By BiomechanicsAno de Lançamento: 2020 Faixas: 1-Disconnect: Humanity2-Chaos Was Created3-Artificial Inteligence4-Digital Conflict5-Consumed By Biomechanics6-This is Crashkill7-Year of Darkness8-Modern Genocide9-Killing Peace