Crítica | Frozen Hell – Marble Carrion

Dessa vez a Mundo Extremo foi longe, mais precisamente na Rússia, gigante europeu que é mais conhecido por sua peculiar história do que por ser exatamente uma meca do metal extremo. Porém isso está mudando de alguns anos para cá, com inúmeras boas bandas saindo do país, como Skyforge, Slaughter To Prevail e esse ótimo Marble Carrion, que não deixa pedra sobre pedra em seu segundo álbum, Frozen Hell. Uma curiosidade: a banda chegou a lançar Last Inevitability em 2009, encerrou atividades e retornou em 2016. Com um estilo rude que mistura vocais death metal com riffs pendendo entre o death e o black e uma batera esmaga-crânios, Frozen Hell é a prova de que quando o músico possui o metal extremo em seu DNA, pouco importa seu país de origem. Em resumo, faixas insanas como Jesus Under Heroin, Demon of War, Kilos of Dead Flesh e Enslaved são cacetadas que irão supreender os mais distraídos e mostrar que o retorno do Marble Carrion foi algo muito bem pensado, com resultados pra lá de satisfatórios. A produção está perfeita, os músicos desempenham suas funções com muita garra e honestidade, afinal, pro cidadão se meter a tocar metal extremo na Rússia, precisa gostar muito do que faz. O último destaque vai para a capa, aterradora. Ouça. Frozen HellAno de Lançamento: 2019 Faixas: 1-Jesus Under Heroin2-The Tank of Hatred3-Demon of War4-Enslaved5-Combat Prosthesis6-Kilos of Dead Flesh7-Purulent President8-Frozen Hell9-Bloodlust10-Hunger

Crítica | An Ancient Sect of Darkness – Infamous Glory

Lembra daquele death metal que explodiu na Suécia em meados dos anos 1990? Bandas como Dismember (gods!), Grave, os primeiros trabalhos do Hypocrisy, Unleashed e muitas outras? Pois Kexo (guitarra), Gustavo Piza (bateria), Coroner (voz), Tonhão (baixo) e André Neil (guitarra, ex-Queiron) com certeza pegaram o que de melhor aquele cenário ofereceu (e oferece) e produziram An Ancient Sect of Darkness, um dos melhores álbuns de metal extremo em nossas terras no ano de 2019. Vale lembrar que esse novo álbum sucede Bloodfeast, de 2013, e a banda é de São Paulo (SP). Após a breve intro, Abysmal Grief explode nos nossos combalidos ouvidos com os guturais potentes de Coroner se juntando ao riffs distorcidos , criando a atmosfera ideal para um trabalho de death metal, ou seja, pesado mas sem deixar a morbidez de lado. Grande faixa! Macabre End e Your Life Mine to Ruin (títulos bem adequados ao nosso momento atual) continuam a mistura de peso e climas mórbidos, que o quinteto cria com facilidade ímpar. Após um interlúdio instrumental, Increased Pain inicia com riffs à lá Entombed, que irá colocar um sorriso (ainda que macabro) na face do ouvinte. Outros destaques são Reborn Through Hate e Sovereign of Darkness. Vá ouvir agora. An Ancient Sect of DarknessAno de Lançamento: 2019Gravadora: Manicômio Discos Faixas:1-Intro2-Abysmal Grief3-Macabre End4-Your Life Mine to Ruin5-Pavor Nocturnus6-Increased Pain7-When Life Ceases to Be8-Reborn Through Hate9-An Ancient Sect10-Sovereign of Darkness11-Drowned In Obscurity12-Outro

Resenha – Only Death Prevails – Open The Coffin

Projeto novo de Claudio Slayer, músico com passagens por bandas notórias do underground brasileiro como o grande Expose Your Hate, o Open The Coffin é uma grata surpresa nesse complicado início de ano que estamos vivendo. O EP de estréia, Only Death Prevails, traz quatro músicas além de uma belíssima arte de capa. Lembram-se do início da década de 1990, quando o death metal explodiu na Suécia com bandas como Entombed, Unleashed, Grave, Edge of Sanity e muitas outras? Pois o Open The Coffin bebe naquela fonte, e os resultados são muito bons. A faixa que nomeia a banda abre o EP com um timbre de guitarra que parece saído do álbum Left Hand Path. Não se trata de cópia barata. Longe disso. Apenas referência a um dos períodos mais gloriosos do metal. E tome mais cacetadas old school , como The Cemetary Void e Dead Procreation, além da também ótima Baptized in a Grave. Agora é esperar pelo primeiro álbum completo, já que esse EP só aguçou a vontade. Ouça. Only Death PrevailsAno de Lançamento: 2019 Faixas:1-Open The Coffin2-Baptized in a Grave3-The Cemetary Void4-Dead Procreation

Resenha – Mourn The Southern Skies – Exhorder

Nos idos de 1990, havia um álbum chamado Slaughter The Vatican, de uma obscura banda de New Orleans (EUA). Em meio a enxurrada de lançamentos de thrash metal que eram cruelmente despejados na mente dos bangers, Slaughter…chamava atenção pelas injeções generosas de groove que a banda colocava em seu som, recebendo inclusive o título de “pais do groove metal”, tal alcunha que a banda disputa com o Pantera. E quem diria que anos após The Law (1992), a banda retornaria com material inédito de estúdio? E, principalmente, contando com Kyle Thomas (voz) e Vinnie LaBella (guitarra), membros originais? Sem novidades Mourn The Southern Skies, o novo álbum do Exhorder, não traz novidades em seu estilo. Thank God. É apenas a banda mandando o que sabe fazer de melhor, ou seja, thrash metal com doses de groove. Simples assim. Os riffs pastosos de LaBella são a alma do Exhorder, e somados às vocalizações de Kyle, só poderiam resultar em faixas realmente convincentes como My Time, Hallowed Sound, Asunder, Ruination e The Arms of Man, todas recheadas com as características base do Exhorder. A cozinha formada por Sasha Horn (bateria) e Jason Viebrooks (baixo) também merece ser citada, pois desenvolve o groove do material com excepcional desenvoltura. Ah, e como já foi dito em inúmeras resenhas mundo afora, a voz de Kyle de fato lembra a de Phil Anselmo, mas quem se importa? Mourn The Southern Skies é um mais do que bem vindo retorno, indicado a todos que queiram saber de onde veio esse tal de groove metal. E não deixe de ouvir a faixa-título, que encerra o álbum, pois é uma viagem e tanto de mais de nove minutos de duração. Mourn The Southern SkiesAno de Lançamento: 2019Gravadora: Nuclear Blast Faixas:1-My Time2-Asunder3-Hallowed Sound4-Beware The Wolf5-Yesterday´s Bones6-All She Wrote7-Rumination8-The Arms of Man9-Ripping Flesh10-Mourn The Southern Skies

Resenha – Still Falling – The Cross

O novo lançamento dos baianos da The Cross é, na verdade, um EP com a regravação da primeira demo da banda, The Fall, de 1993, que soava como um autêntico pesadelo doom. Eduardo Slayer (Voz), Paulo Monteiro e Daniel Fauaze (guitarras), Mario Baqueiro (baixo) e Luiz Fernando (bateria) formam o line-up atualmente. Sem o clima underground da demo, porém com peso e qualidade exepcionais de produção, Still Falling irá satisfazer facilmente os fãs de doom metal. Tempos lentos e dolorosos, como Flames of Deceit, traduzem fielmente o sentimento que o Black Sabbath iniciou nos idos de 1969. As faixas são longas, o que ajuda bastante a intensificar a atmosfera enlameada do material. O destaque acaba sendo para Scars of a Illusion, que além de trazer à tona todos os ingredientes do doom metal, ainda conta com a participação de Sérgio Baloff (Headhunter D.C.). Confira o som do The Cross. Still FallingAno de Lançamento: 2019Gravadora: Tales From The Pit Faixas:1- The Witch´s Last Tempation2-Flames of Deceit3-The Fall4-Scars of An Illusion5-Flames of Deceit (Demo 1993)6-The Fall (Demo 1993)7-Scars of An Illusion(Demo 1993)8-Unto The Deep

Crítica | Membership – Necrofobia

A estrada foi longa. A banda foi formada em 1994, o primeiro álbum, Dead Soul, saiu uma década mais tarde e o segundo, quinze longos anos depois. Essa é, resumidamente, a história do Necrofobia, de Ribeirão Preto (SP). Membership é o álbum em questão, e uma audição cuidadosa do petardo constata que a espera não foi em vão, pois o thrash metal praticado pelo quarteto é uma verdadeira porrada na cara. Rômulo Felício (guitarra, voz), André Faggion (bateria), João Manechini (baixo) e Rodrigo Tarelho (guitarra) certamente sabiam o que queriam quando entraram em estúdio, como mostram as duas faixas de abertura, Silent Protest e Membership, que trazem velocidade, riffs afiados e o vocal de Rômulo que soa como uma mistura de Max Cavalera com Phil Anselmo. Não há muitas invencionices nem perda de tempo, apenas o thrash metal insano do quarteto espalhando o caos em mais pauladas como Perpétua 136 e Blindness, e mesmo essa última sendo mais cadenciada, não perde um milésimo da agressividade com todo o seu groove. Outros destaques ficam por conta de Apatia Social e Circle of Trust, que também traz um pouco do groove que o quarteto inseriu em seu thrash. Confira! MembershipAno de Lançamento: 2019 Faixas:1-Silent Protest2-Membership3-Perpétua 1364-Blindness5-Rotten Brain6-Real Fiction7-Apatia Social8-Cemetery of Oblivion9-Circle of Trust10-Devil´s Lap11-Unused Rights12-Worthless Lives13-Guzzardi