Crítica | Papai é Pop

Engenharia do Cinema Apesar de resolverem ter lançado nos cinemas em plena época do dia dos pais, e quando os atores Lázaro Ramos e Paolla Oliveira estão em alta, “Papai é Pop” sofre do principal problema que vários outros projetos do cinema nacionais sofrem: bons filmes, que acabam sendo boicotados pela maioria do público, devido ao marketing escasso não ter conseguido atingir fora da bolha cinéfila. Inspirado no livro de Marcos Piangers, a história tem início com Tom (Ramos) e Eliza (Oliveira) que são pais de primeira viagem e começam a enfrentar diversos problemas por conta do fato de o primeiro não conseguir mudar seu estilo de vida, em prol da paternidade. Enquanto a segunda começa a se deteriorar aos poucos, por conta do trabalho excessivo em torno da criança.     Imagem: Galeria Distribuidora (Divulgação) Sim, por incrível que pareça não estou falando de uma comédia pastelão ou uma produção brasileira genérica. Estamos falando de um projeto que nos coloca dentro de um cenário real, embora tenha pitadas de formas caricatas em partes. E digo isso, pois o diretor Caito Ortiz sabe dosar quando entramos no contexto dramático e cômico do filme, uma vez que estamos falando de alguns assuntos delicados (como o arco envolvendo o porteiro do prédio onde o casal vive, que cuida de seu filho sozinho, devido a sua esposa ter falecido o parto).     Agora partindo para o quesito de atuações, apesar de Ramos estar bem à vontade no papel, o show decai em cima de Paolla Oliveira, que visivelmente se entregou ao papel e realmente se assemelha com uma mãe que acabou de ter um filho. Inclusive, o trabalho de maquiagem em algumas cenas chega a ser assustador de tão realista. Faço também uma menção honrosa à veterana Elisa Lucinda (que interpreta Gladys, mãe de Tom), pois serve como a verdadeira adição homeopática na trama.    “Papai é Pop” é um dos raros casos onde o próprio marketing em cima da qualidade do projeto, acaba ofuscando sua verdadeira ideia e sentimentos em prol ao público. Certamente irá fazer algum sucesso quando estiver na Netflix.    

Crítica | Dragon Ball Super: Super Hero

Engenharia do Cinema Não é novidade que a saga “Dragon Ball” faz um tremendo sucesso no Brasil, e nos últimos anos os longas metragens não só foram exibidos nos nossos cinemas. Quase sempre servindo como “pontes” em relação às temporadas (e quase sempre colocando um personagem regular na trama), era inevitável você ter de conhecer o contexto atual da animação, para conseguir compreender o longa. Porém, em “Dragon Ball Super: Super Hero” procura facilitar esta situação e explana tudo em um breve flashback de dois minutos, antes de começar a trama.  Ela tem início quando o brilhante cientista Dr. Hedo é contratado pela agência Red Ribbon, para conceber um novo androide que marcará a revolução no universo. Só que enquanto ele vai executando este plano, os androides Gamma 1 e Gamma 2 são colocados para enfrentarem Gohan e Piccolo em uma batalha por tudo ou nada. Imagem: Sony Pictures (Divulgação) Chega a ser engraçado que embora Akira Toriyama (o criador da franquia) esteja por trás do roteiro deste longa metragem, ele ainda comete alguns erros grotescos ao tentar estabelecer a sua marca em uma produção que não precisava. Seja por piadas fora de hora e participações homeopáticas de personagens como Goku e Vegeta (que aparecem brevemente, e não acrescentam em nada na trama). Mas, isso não acaba sendo prejudicial, pois estamos falando de uma animação que diverte. Embora o diretor estreante em longas Tetsuro Kodama, certamente não consiga trabalhar bem a fotografia e técnicas de animação. Os cenários em 3D, mesclado com as animações em 2D dificilmente funcionam, pois para os que atentam nestes quesitos chega até ser incômodo (uma vez que durante as cenas de batalha, os cenários sofrem modificações em 2D). Apesar de conter alguns erros técnicos, “Dragon Ball Super: Super Hero” consegue divertir aqueles que buscam uma divertida produção do selo Dragon Ball com boas tomadas de luta.

Crítica | Continência ao Amor

Engenharia do Cinema Não é novidade que a Netflix é conhecida por lançar filmes de qualidade ruim e mediana, e raramente nos entrega uma obra realmente boa. “Continência ao Amor” se encaixa perfeitamente neste último quesito, tanto que está há quase um mês entre os longas mais vistos do serviço. Apesar de pegar uma fórmula já conhecida do cinema (vide “A Proposta“), temos dois protagonistas que realmente possuem química e estavam dispostos a fazerem um ótimo projeto. A história mostra a cantora Cassie (Sofia Carson), que após descobrir não ter mais dinheiro para conseguir tratar de suas diabetes, acaba tendo uma brilhante ideia: Se casar com um militar de fachada, para conseguir usufruir dos benefícios hospitalares (já que nos EUA, os tratamentos para cônjuges de militares são os melhores). E ela acaba conhecendo justamente Luke (Nicholas Galitzine), que está prestes a embarcar para o Iraque, mas aceita a proposta devido a uma dívida que ele possui com um traficante.     Imagem: Netflix (Divulgação) Um dos principais méritos deste projeto ter dado certo é o roteiro de Kyle Jarrow e Liz W. Garcia, procurar enfatizar o lado humano dos protagonistas. Em uma era de polarização, é bastante “normal” você encontrar casais com pensamentos ideológicos diferentes, o que os fazem ter várias discussões por conta de atitudes divergentes (e que neste texto, acabam rendendo ótimas piadas dentro do contexto). Já que aqui temos um militar mais beirando para o lado conservador, que se “casa” com uma feminista. E a diretora Elizabeth Allen Rosenbaum é bastante inteligente neste contexto, pois ela sabe que para fazer graça e até mesmo reflexão neste tipo de assunto, você deve jogar ele não a todo momento, e sim em momentos chaves e de forma homeopática. E por isso, ela procura dividir o projeto em blocos, que exploram os tópicos citados no segundo parágrafo.   Mesmo sendo previsível, “Continência ao Amor” acaba sendo um dos raros casos de projetos da Netflix que realmente funcionam positivamente e rendem um entretenimento sadio.

Crítica | O Samaritano

Engenharia do Cinema Assim como “13 Vidas – O Resgate“, “O Samaritano” era mais um dos filmes da MGM prontos e que foram diretamente para o Prime Video após a compra do estúdio pela Amazon. Estrelado por Sylvester Stallone, temos seu projeto um tanto mais que pessoal, pois ele mescla os estilos que já conhecemos de Rocky Balboa e Rambo, para conceber uma nova versão de super-herói e mais um em sua filmografia (já que ele viveu o Juiz Dredd em “O Juiz” e Stakar Ogord em “Guardiões da Galáxia Vol. 2“). Apesar dele ser tratado como protagonista, na verdade a função acaba indo para o jovem Sam (Javon ‘Wanna’ Walton), que mora com sua mãe (Dascha Polanco) e leva uma vida de arruaceiro pelas ruas. Mas tudo acaba mudando quando depois de uma confusão, ele acaba sendo defendido pelo misterioso Joe (Stallone), que acaba mostrando para ele ser o super-herói Samaritano, que sumiu há vários anos, após matar seu grande inimigo. Imagem: MGM (Divulgação) Dirigido por Julius Avery (“Operação Overlord”), este filme tem uma pegada mais dark em relação aos vários filmes do estilo que vem sido lançados. Seja por conta do toque sombrio que a fotografia de David Ungaro transpõe, ou até mesmo a temática do longa ser um tanto que mais reflexiva do que muitas produções da Marvel Studios. Embora Sam não funcione como um protagonista, e sim antagonista (uma vez que não conseguimos comprar o fato dele ser um marginal), Joe surge em sua vida e acaba sendo um amigo, conselheiro (no melhor estilo do Rocky) e defensor (na mesma pegada do Rambo, porém sem sangue ao extremo, por conta da produção conquistar uma audiência mais jovem e ter a censura mais baixa). Quanto ao vilão vivido por Pilou Asbæk (que já trabalhou com Avery em “Operação Overlord”), realmente é mais um personagem genérico na filmografia do mesmo (uma vez que ele já se mostrou ser um bom ator), e mostra que o estilo ainda não se preocupa em desenvolver os mesmos de uma forma mais ameaçadora (uma vez que ele poderia ter causado o caos, mas o roteiro sempre acaba flopando para “ajudar” alguém na cena). “O Samaritano” acaba sendo mais um divertido longa na carreira do Sylvester Stallone e ainda consegue homenagear sua filmografia sutilmente.

Crítica | Não, Não Olhe (Sem Spoilers)

Engenharia do Cinema Não é novidade que ao ouvirmos falar o nome do cineasta Jordan Peele, sabemos que alguma produção de qualidade está em evidência. Após os sucedidos “Corra!” (que lhe deu seu primeiro Oscar, pelo roteiro original) e “Nós“, “Não! Não Olhe!” consegue cair um pouco em contradição no termo de qualidade, afinal este é seu projeto mais fraco. Repetindo a parceria com o protagonista do primeiro, o ator Daniel Kaluuya, sentimos que ele tentou fugir um pouco de sua zona de conforto, e realizou um filme mais “fora da caixinha”.   A história gira em torno dos irmãos OJ (Kaluuya) e Emerald (Keke Palmer), que após um misterioso ataque em seu sítio, começam a desconfiar que uma possível invasão alienígena está acontecendo. E para isso, a dupla começa um processo para tentar comprovar a existência dos mesmos.     Imagem: Universal Pictures (Divulgação) O roteiro de Peele bebe muito dos sucedidos longas “Sinais“, “Guerra dos Mundos” e “Bird Box“, ao tentar criar esta atmosfera de suspense, diante deste cenário repleto de incertezas e confusões diante do progresso dos irmãos. Enquanto um é mais frio e turrão, a outra é mais extrapolada e intrometida, fazendo este tipo de dupla ser perfeito para o tipo de filme que estamos vendo. Isso nos faz obviamente criar uma empatia pelos mesmos, devido a naturalidade nesta retratação (já que eles demonstram ser humanos, e não artificiais como muitos outras produções do gênero fazem). Porém, aqueles que vão ao cinema procurando um simples filme sobre alienígenas, com toques de terror, vão se chatear. Digo isso com total clareza, pois Peele concebe seu roteiro com diversas situações com o intuito de refletirmos sobre alguma coisa, que será apresentada dentro daquele contexto (vide o arco do personagem de Steven Yeun, Ricky ‘Jupe’ Park). Tanto que é normal querer ver o título mais uma vez, para entender por completo estas pontas soltas.  Isso sem citar que Peele consegue tirar um ótimo proveito da tecnologia IMAX, pelos quais com o auxílio da fotografia de Hoyte Van Hoytema (que foi responsável pela função em “Tenet“, “Interestelar” e “Dunkirk“) e a mixagem de som, acabamos emergindo demais nas cenas de ação (lembrando que estamos falando de um filme que se passa em uma pequena cidade no meio do campo).     “Não! Não Olhe!” possui uma grande qualidade técnica, mas com relação ao roteiro consegue ser um dos mais fracos trabalhos de Jordan Peele. Entretém, mas não chega a inovar como seus projetos antecessores.

Crítica | Concorrência Oficial

Engenharia do Cinema De vez em quando os serviços de streaming lançam produções realmente interessantes, mas sem muito alarde. O que foi o caso deste “Concorrência Oficial“, disponibilizado pelo Star+, que junta mais uma vez a dupla espanhola Antonio Banderas e Penélope Cruz, após inúmeras participações juntos. Tendo como um principal foco a crítica de como cineastas vão ao limite para conduzir seus atores, este filme dirigido pela dupla Mariano Cohn e Gastón Duprat (que também assinam o roteiro com Andrés Duprat), serve mais como reflexão do que entretenimento. A história tem início quando Humberto (José Luis Gómez), um bilionário empresário, tem uma breve crise existencial e decide bancar um filme, mesmo nunca tendo feito isso. Para isso, ele contrata a diretora Lola Cuevas (Cruz), que não só lhe mostra que lhe entregará o projeto que ele tem em mente, como irá conseguir controlar a dupla de atores consagrados Félix Rivero (Banderas) e Iván Torres (Oscar Martínez). Imagem: The MediaPro Studio (Divulgação) Sim, durante a boa metragem deste filme são os três atores citados e toda a narrativa é concebida entre das situações mais caóticas o possível que poderíamos imaginar. Se não tivéssemos nomes como os citados, já adianto que esta ideia iria por água abaixo, uma vez que Cruz está nitidamente se divertindo em representar uma diretora a lá Maria Helena (seu papel em “Vicky Cristina Barcelona“, que lhe rendeu seu primeiro Oscar), enquanto Banderas e Martínez vivem claras versões satíricas deles mesmos. Uma pena que o roteiro consiga extrair boa parte da graça, apenas para quem conhece ou vive no mundo do cinema e do teatro, não apenas pelo linguajar, mas também pelo limite que alguns deles se impõe para conseguir atingir a “perfeição” no tocante à atuação. Só que isso em determinado ponto, acaba cansando, pois o filme entra em uma espécie de looping, pelos quais poderiam ser cortados 30, dos 115 minutos totais.  “Concorrência Oficial” é uma grata surpresa do cinema espanhol, mas uma pena que foi feita apenas para os amantes do cinema e teatro.

Crítica | O Despertar das Tartarugas Ninja

Engenharia do Cinema Desde que o segundo live-action de “As Tartarugas Ninja” não bateu o que a Paramount Pictures previa nas bilheterias, em 2016, o estúdio anunciou que faria um verdadeiro “reboot” da franquia. Enquanto Seth Rogen e Evan Golberg (responsáveis por “Superbad“) cuidam de uma nova produção para os cinemas, a Netflix iria realizar este “O Despertar das Tartarugas Ninja“. Apesar de ter honrado como um todo a qualidade do quarteto composto por  Leonardo, Donatello, Raphael e Michelangelo, o roteiro parece soar mesmo que copiou alguns arcos de “Vingadores Ultimato” e “X-Men Dias de Um Futuro Esquecido“, e acaba deixando pra escanteio o verdadeiro propósito deste filme ter sido feito. A história se passa em um cenário apocalíptico, onde prestes a perderem a batalha, as Tartarugas conseguem enviar o jovem Casey para o passado, onde ele poderá solucionar o contexto que levaria a tal batalha. Mas quando este chega ao mesmo, nota que a missão será mais complexa do que parecia. Imagem: Netflix/Nickelodeon Movies O roteiro de Tony Gama-Lobo e Rebecca May não se preocupa em contar a origem dos personagens, muito menos como eles foram parar ali como um todo. Ele prega que o público já está ciente de tudo, e simplesmente parte para ação (tanto que a metragem aqui não passa dos 82 minutos). Só que como disse no parágrafo inicial, havia uma possibilidade de uma atmosfera ter sido criada pelos diretores Andy Suriano e Ant Ward. Tudo parece se preocupar em “andar logo”, pois o espectador está competindo a atenção com a animação com um vídeo aleatório do TikTok.     Como resultado temos diversas cenas de ação à rodo, se assemelhando aos filmes lançados em 2014/16 e se você buscava apenas isso, vai conseguir comprar a ideia. Só que a partir do momento, onde você para e raciocina, vai notar que o enredo apenas copiou as cenas dos longas da Marvel citados, e trocou os personagens apenas. Mesmo não sendo uma maravilha, “O Despertar das Tartarugas Ninja” é um sinal que a Netflix realmente está começando a saber como construir suas franquias animadas, ao contrário das em formato de live-action.

Crítica | A Fera do Mar

Engenharia do Cinema Em meio à diversas tentativas de se conciliar no mercado de cinema como um todo, a Netflix lança agora uma de suas grandes promessas de animações do ano, “A Fera do Mar“. Com direção de Chris Williams (conhecido por ter comandado “Moana” e “Big Hero 6“), o mesmo comentou que houve um enorme estudo em prol de como funcionavam as embarcações antigas, assim como agiam os marinheiros e tripulantes. Só que mesmo se tratando de uma animação com um design de produção remetendo a realidade (algumas tomadas do oceano e floresta realmente se assemelham à realidade), há algumas gafes graves.     A história mostra uma embarcação que após ser atingida por um misterioso monstro marítimo, o Capitão Crow resolve convencer a realeza britânica que conseguirá deter o mesmo e que o mar ficará livre dessa ameaça. Junto aos seus tripulantes e seu “filho” Jacob, eles saem em viagem, mas não imaginariam que a pequena órfã Maisie.      Imagem: Netflix (Divulgação) Apesar de obviamente a história lembrar o clássico conto de “Moby Dick“, é inevitável que o tal “Monstro” acabe conseguindo cativar o público por conta de sua enorme semelhança com o Soluço de “Como Treinar O Seu Dragão” (uma criatura amiga, ingenua e amorosa), e funciona. Só que mesmo Jacob sendo um personagem humano interessante na história, Maisie não consegue ser o mesmo. Se tratando de uma presença clichê, ao invés do roteiro de Chris Williams e Nell Benjamin peca ao deduzir que o público iria gostar dela por ser “uma criança órfã” (isso porque não estamos contando a história de Oliver Twist). E Williams tenta colocar em prática sua fórmula Disney (com foco totalmente em um arco familiar, englobado em um visual bem feito e pecando ao realismo), que realmente acaba sendo facilmente comprada pelo público. Só que ele acaba se esquecendo que mesmo contando uma história que se passa há mais de 300 anos (por volta), faltou ele colocar alguns tópicos que beiravam a realidade daquela época (uma vez que não é citado ou mostrada a presença de escravos na embarcação, que era algo totalmente normal e usual dos várias embarcações). Em contradição, vemos vários estereótipos da geração atual (que vão do linguajar até os cortes de cabelo), que realmente acaba fazendo mais céticos a não comprarem a narrativa (não chega a ser prejudicial ao filme, mas dentro do trabalho feito em cima deste, fica totalmente estranho de se ver). “A Fera do Mar” consegue se destacar em meio à diversas produções medianas da Disney, e mostra que realmente os grandes responsáveis pelos projetos destes eram seus cineastas e não o próprio estúdio.

Crítica | Dupla Jornada

Engenharia do Cinema Em meio há diversos filmes com qualidade mediana/ruim chegando ao catálogo da Netflix, “Dupla Jornada” consegue ser uma surpresa positiva, uma vez que estamos falando de uma produção ciente que é ruim e ainda brinca com isso. Estrelada por Jamie Foxx, Dave Franco e Snoopy Dog (que aparece relativamente pouco, mas rouba a cena), este longa é uma mistura de “Zumbilândia“, “Blade” e “Um Drink no Inferno“, que consegue entreter quem busca uma trasheira sem objetivo algum. A história se passa em um mundo onde os vampiros vivem “normalmente” entre os humanos, e o mercenário Bud (Foxx) vive em função de caça-los e vender suas partes ao mercado negro. Mas após ele resolver vender para o “Sindicato”, estes colocam o tímido Seth (Franco) para observar suas ações e fiscalizar se ele realmente está fazendo um trabalho certo. Mas a dupla não esperava que iriam ter de enfrentar uma quadrilha de vampiros liderados por Audrey (Karla Souza). Imagem: Netflix (Divulgação) Apesar do roteiro de Tyler Tice e Shay Hatten não levar absolutamente nada a sério, o diretor J.J. Perry parece pensar o oposto. Em dado momento, temos uma cena de ação totalmente regada a efeitos visuais feitos em um aplicativo de uso gratuito (onde as explosões parecem ter saído de um programa do Chapolin), e posteriormente temos uma discussão séria e com grande carga dramática. Datada a premissa deste projeto, a trasheira não poderia ter migrado para este caminho e ao invés de colocarem mais tiradas boas e explorarem algumas situações melhores, sempre somos colocados com a mesma piada em alguns quesitos (como o fato do Snoopy Dog ser um verdadeiro “Rambo” e Dave Franco urinar nas calças na maioria das cenas de ação). Em relação a vilã vivida por Souza, é nítido que a mesma não estava à vontade no papel e estava ali totalmente por conta do enorme cachê que estava sendo pago (já que no México, ela é uma atriz bastante famosa). “Dupla Jornada” termina sendo como uma tentativa mediana, da Netflix em tentar fazer o seu próprio longa trash, em meio à diversas produções que não se vendem assim e acabam sendo tal.